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Introduo mnima ao delrio

I
Poetar chamar o sem-sentido para brincar.
De tanto brincar, o sentido vem.
Por isto, ser criana tem mais sentido.
Delirando, mas vem.
A poesia nasce conosco, de pequeno.
Vai morrendo, at morrermos.
Desencantando.
No tempo da vida
Os poetas tentam recobrar a vida
Das palavras
II
De tanto no saber aprendi.
Algo.
Continuo no sabendo.
Assim, sei.
III
Louco e poeta so o mesmo.
O ltimo soe ser louco.
Porque quer.
O primeiro o ltimo.
Sem saber.
O que saber?
IV
Digo de mim o que no sei.
O que sei no digo, nem a mim.
Dizer faz acontecer.
Ou lembra o acontecido.
V
A razo se entorta, toda.
Retorce sua trilha.
A palavra se arregala, se
Escolhe, se
Nega, se
Aceita.
Nasce um dito mirrado.
Estranho e indigente.
o filsofo, se
Medindo com a poesia.
Nela ele tambm se mede.
Mal sabe que esta no tem medida.
Mas insiste,
J medido.
Pelas vias desta insistente
Razo imaginante.
VI
Faz pouco, li Manoel de Barros
Nos versos acima, que
No so versos,
Sou eu,
Tentando estar perto dele,
Bem longe.

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