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MATERIAL © We > TIPE 4 4 4y Tribunal de Justica 4 de Pernambuco Yj owas Estratégia CONCURSOS AULA 01: TEORIA GERAL DO DELITO (PARTE IT CULPABILIDADE (IMPUTABILIDADE). ERRO. SUMARIO 1 CULPABILIDADE 1.1 Conceito. 1.2 Teorias. 121 Teoria PSICOIEGICA saeessssseeeeesnnsessecesenssunsaseeeesnnanaee 1.2.2 Teoria normativa ou psicolégico-normativa.. 1.2.3 Teoria extremada da culpabilidade (normativa pura) 1.24 Teoria limitada da culpabilidade ....secssssssesssseeeesnnnnsee 1.3 Elementos. 13.4 Imputabilidade penal. 5 13.44 Menor de 18 anos. 7 13.1.2 Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado 7 13.1.3 Embriaguez.. 8 13.2 Potencial consciéncia da ilicitude “9 13.3 Exigibilidade de conduta diversa 2 ERRO 2.4 Erro de tipo essencial. 2.2 Erro de tipo acidental. 224 Erro sobre a pessoa (error in persona) 2.2.2 Erro sobre o nexo causal. 2.2.24 Erro sobre 0 nexo causal em sentido estrito 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae 2.2.3 Erro na execugao (aberratio ictus). 15 22.34 Erro sobre a execugio com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) 16 2.2.3.2 Etro sobre a execucdio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) 16 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) 16 2.241 Com unidade simples. 16 2.2.4.2 Com unidade complexa s.vssssssessssesusssesussseesssseunsssenssssssnssisssseeseese 17 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto) 2.3 Erro determinado por terceiro.. 2.4 Etro de proibicao.. 2.5 Descriminante putativa x delito putativo .. 3. DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Stimulas do STI 5 RESUMO. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 1de77 Teoria e Aula 01 - Pro 6 EXERCICIOS DA AULA... 7 EXERCICIOS COMENTADOS. 8 GABARITO Ola, meus amigos! Na Ultima aula nods iniciamos o estudo do crime, seu conceito e elementos, estudando os dois primeiros deles: o fato tipico e a ilicitude. Hoje, a matéria é hard. Vamos finalizar o estudo dos elementos do Crime, analisando a culpabilidade e o fenémeno do Erro no Direito Penal. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2de77 1 CULPABI 1.1 Conceito A culpabilidade nada mais é que o juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais." Diferentemente do que ocorre nos dois primeiros elementos (fato tipico e ilicitude), onde se analisa o fato, na culpabilidade o objeto de estudo nao é © fato, mas 0 agente. Dai alguns doutrinadores entenderem que a culpabilidade nao integra o crime (por nao estar relacionada ao fato criminoso, mas ao agente). Entretanto, vamos trabalha-la como elemento do crime. 1.2 Teorias Trés teorias existem acerca da culpabilidade: 1.2.1 Teoria psicoléaica Para essa teoria a culpabilidade era analisada sob o prisma da imputabilidade e da vontade (dolo e culpa). Esta teoria entende que o agente seria culpavel se era imputdvel no momento do crime e se havia agido com dolo ou culpa. Vejam que essa teoria sé pode ser utilizada por quem adota a teoria causalista (naturalistica) da conduta (pois o dolo e culpa esto na culpabilidade). Para os que adotam a teoria finalista (nosso Cédigo penal), essa teoria acerca da culpabilidade é impossivel, pois a teoria finalista aloca o dolo e a culpa na conduta, e, portanto, no fato tipico. 1.2.2 Teoria normativa ou psicoléaico-normativa Possui os mesmos elementos da primeira, mas agrega a eles a exigibilidade de conduta diversa, que é a “possibilidade de agir conforme o Direito” e a consciéncia da ilicitude (que ndo esta inserida dentro do dolo, na qualidade de elemento normativo). Para essa teoria, mais evoluida, ainda que o agente fosse imputével e tivesse agido com dolo ou culpa, sé seria culpavel se no caso concreto Ihe pudesse ser exigido um outro comportamento que no o comportamento criminoso. Trata-se, portanto, da incluso de elementos normativos a culpabilidade, que deixa de ser a mera relacdo subjetiva do agente com © fato (dolo ou culpa). A culpabilidade seria, portanto, a conjugacéo do elemento subjetivo (dolo ou culpa) e do juizo de reprovacdo sobre o agente.2 + BITENCOURT, Op. cit., p. 451/452 ® BITENCOURT, O} p. 447 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34277 Teoria e Aula 01 - Pro 1.2.3 Teoria Sxtremada da culpabilidade (normativa pura Essa j4 muda de ares. Jé néo mais considera o dolo e culpa como elementos da culpabilidade, mas do fato tipico (seguindo a teoria finalista da conduta). Para esta teoria, os elementos da culpabilidade sdo: a) imputabilidade; b) potencial consciéncia da ilicitude; c) exigibilidade de conduta diversa. A potencial consciéncia da ilicitude seria a anélise concreta acerca das possibilidades que o agente tinha de conhecer o cardter ilicito de sua conduta. Vamos estudar cada um desses elementos mais 4 frente. Além disso, 0 dolo e a culpa passam a integrar o fato tipico, como dito anteriormente. Porém, o dolo que vai para o fato tipico é 0 chamado “dolo natural”, ou seja, a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta. O dolo “normativo” (consciéncia POTENCIAL da ilicitude) permanece na culpabilidade. 1.2.4 Teoria limitada da culpabilidade Para a maior parte da Doutrina, a teoria normativa pura se divide em: + Teoria extremada * Teoria limitada Mas o que dizem estas teorias? Basicamente, a mesma coisa. A grande diferenga entre elas reside no tratamento dispensado ao erro sobre as causas de justificacéio (ou de exclusdo da antijuridicidade), também conhecidas como descriminantes putativas. A teoria extremada defende que todo erro que recaia sobrea uma causa de justificacdo seria equiparado ao erro de proibic&o. A teoria limitada, por sua vez, divide 0 erro sobre as causas de justificagdo (descriminantes putativas) em: + Erro sobre pressuposto fatico da causa de justificagao (ou erro de fato) - Neste caso, aplicam-se as mesmas regras previstas para o erro de tipo (tem-se aqui o que se chama de ERRO DE TIPO PERMISSIVO).? + Erro sobre a existéncia ou limites juridicos de uma causa de justificagao (erro sobre a ilicitude da conduta) - Neste caso, tal teoria defende que devam ser aplicadas as mesmas regras previstas para o erro, de PROIBICAO, por se assemelhar a conduta daquele que age consciéncia da ilicitude. Em linhas gerais, portanto, a teoria extremada e a teoria limitada dizem a mesma coisa, divergindo apenas no que toca ao tratamento que deve ser dispensado as descriminantes putativas. 3 BITENCOURT, Oj Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40077 Vamos estudar cada um dos elementos da culpabilidade e, ao final, estudaremos com mais detalhes o tratamento conferido ao ERRO. 1.3 Elementos 1.3.1 Imputabilidade penal © Cédigo Penal no define o que seria imputabilidade penal, apenas descreve as hipéteses em que ela nao esté presente. A imputabilidade penal pode ser conceituada como a capacidade mental de entender o caréater ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Existem trés sistemas acerca da imputabilidade: > Biolégico - Basta a existéncia de uma doenga mental ou determinada idade para que o agente seja inimputavel. E adotado no Brasil com relagéo aos menores de 18 anos. Trata-se de critério meramente biolégico: Se o agente tem menos de 18 anos, é inimputdvel. > Psicoléaico - Sé se pode aferir a imputabilidade (ou nao), na anélise do caso concreto. >» Biopsicolégico ~ Deve haver uma doenga mental (critério biolégico, legal, objetivo), mas o Juiz deve analisar no caso concreto se o agente era ou ndo capaz de entender o cardter ilicito da conduta e de se faaisaate conforme o Direito (critério ares . CUIDADO! A imputabilidade penal deve ser aferida quando do momento em que ocorreu o fato criminoso. Assim, se A (menor com 17 anos e 11 * BITENCOURT, Op. cit., p. 474. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de77 meses de idade) atira contra B, que fica em coma e so vem a falecer quando A jé tinha mais de 18 anos, A sera considerado INIMPUTAVEL, pois no momento do crime (momento da ag&o ou omisso, art. 4° do CP), era menor de 18 anos (critério puramente biolégico, adotado como EXCECAO no CP). Imaginem, agora, que Marcelo, com 17 anos, sequestra Juliana. O sequestro dura 06 meses e, ao final, Marcelo j4 contava com 18 anos. Neste caso, Marcelo seré considerado IMPUTAVEL, pois no momento do crime Marcelo era imputdvel (ainda que no fosse imputavel no comeco, a partir de um dado momento passou a ser imputavel, respondendo pelo delito). As causas de inimputabilidade estao previstas nos arts. 26, 27 e 28 do CP: Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenga mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, 20 tempo da aco ou da omisso, inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Redugio de pena Pardgrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbacao de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos s30 penalmente inimputaveis, ficando sujeitos as normas estabelecidas na legislacao especial. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Emogio e paixdo Art. 28 - Nao excluem a imputabilidade penal: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - a emogao ou a paixao; (Redacao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez IL - a embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 1°- Eisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ‘ou forca maior, era, a0 tempo da acao ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se 0 agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, ndo possufa, ao tempo da aco ou da omissao, 2 plena capacidade de entender o cardter ilicto do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Os arts. 26 a 28 do CP trazem hipéteses em que a imputabilidade ficara afastada (inimputabilidade penal), bem como hipdteses nas quais ela ficaré apenas diminuida, mas nao seré afastada (semi-imputabilidade). Além disso, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 64877 Teoria e Aula 01 ~ Pro trata de casos em que néo seré possivel afastar a imputabilidade ou reconhecer semi-imputabilidade (emocdo e paixéo, por exemplo). Vamos ver, agora, este tema com mais detalhes. 13.1.1 Menor de 18 anos Esse é um critério meramente bioldgico e taxativo: Se o agente é menor de 18 anos, responde perante o ECA nao se aplicando a ele o CP, nos termos do art. 27 do CP. 1.3.1.2 Doenga mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado No caso dos doentes mentais, deve-se analisar se o agente era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito da conduta ou se era parcialmente incapaz disso. No primeiro caso, sera inimputavel, ou seja, isento de pena. No segundo caso, sera semi-imputavel, e sera aplicada pena, porém, reduzida de um a dois tergos. Lembrando que o art. 26 do CP exige, para fins de inimputabilidade por este motivo: + Que o agente possua a doenea (critério biolégico) + Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o caréter OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) Por isso se diz que este é um critério BIOPSICOLOGICO (pois mescla os dois critérios). Nos dois casos acima, se o agente for inimputavel, exclui-se a culpabilidade e ele é isento de pena. Se for semi-imputavel, seré considerado culpavel (ndo se exclui a culpabilidade), mas sua pena serd reduzida de um a dois tercos. No caso de o agente ser inimputavel, por ser menor de 18 anos, nao hé processo penal, respondendo perante o ECA. No caso de ser inimputavel em razéio de doenca mental ou desenvolvimento incompleto, serd isento de pena (absolvido), mas o Juiz aplicaré uma medida de seguranca (internaco ou tratamento ambulatorial). Isso € 0 que se chama de sentenga absolutéria imprépria (Pois, apesar de conter uma absolvicSo, contém uma espécie de sancao penal). Seré condenado a uma pena, que sera reduzida. Entretanto, a lei permite que 0 Juiz, diante do caso, substitua a pena privativa de liberdade por uma medida de seguranga (internagao ou tratamento ambulatorial). -+ _SonAmbulo pode ser considerado doente mental? Embora no seja undnime, prevalece 0 entendimento de que a conduta praticada pelo sonambulo, durante 0 estado de sonambulismo, n&o configura crime por auséncia de Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 74277 Teoria e Aula 01 - Pro conduta, jé que n&o hé dolo ou culpa. Afasta-se, portanto, o fato tipico, e no a culpabilidade. 1.3.1.3 Embriaguez Segundo o CP, como regra, a embriaguez néo é uma hipétese de inimputabilidade, de forma que o agente respondera pelo crime, ou seja, sera considerado IMPUTAVEL. Vejamos: Art. 28 - Nao excluem a imputabilidade penal: (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) I - a emogio ou a paixéo; (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez I - 2 embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos.(Redagao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Assim, néo importa se a embriaguez foi dolosa (o agente queria ficar embriagado) ou culposa (no queria ficar embriagado, mas bebeu demais e ficou embriagado). 0 agente, nestes casos, seré considerado imputavel. = Mas, por qual razSo o agente é considerado imputavel (na hipétese de embriaguez nao acidental), se no momento do fato ele nao tinha discernimento? Trata-se da adogdo da chamada “Teoria da actio Libera in causa" (aco livre na causa), que pode aparecer em formato de sigla (ALIC). Segundo esta Teoria, o agente deve ser considerado imputdvel mesmo néo tendo discernimento no momento do fato, pois tinha discernimento quando decidiu ingerir a substancia. Ou seja, apesar de n&o ter discernimento agora (no momento do crime), tinha discernimento quando se embriagou, ou seja, sua ago era livre na causa (tinha liberdade para decidir ingerir, ou no, a substancia). Todavia, a embriaguez pode afastar a imputabilidade quando for acidental, ou seja, decorrente de caso fortuito ou forca maior (E mesmo assim, deve ser completa e retirar totalmente a capacidade de discernimento do agente). EXEMPLO: Imaginem que Luciana é embriagada por Carlos (que coloca alcool em seus drinks). Sem saber, Luciana ingere as bebidas alcodlicas e comete crime. Nesse caso, Poliana poderd ser inimputdvel ou imputavel, a depender de seu nivel de discernimento quando da pratica da conduta. -> Ea embriaguez preordenada? A embriaguez preordenada é aquela na qual o agente se embriaga PARA tomar coragem e praticar o crime. Ou seja, 0 agente nao sé quer ficar embriagado, ele quer ficar embriagado para praticar 0 crime. Tal embriaguez nao afeta a imputabilidade do agente, ou seja, 0 agente é considerado imputédvel. Trata-se, ainda, de circunstancia agravante da pena (a pena, portanto, sera aumentada em razao de tal fato). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 8de77 Teoria e Aula 01 - Pro Vejamos 0 seguinte esquema: SITUACAO. CAUSA RESULTADO VOLUNTARIA, (potosaou «SSCS PUTAVEL ela Sy ipurAvers [ee a a COMPLETA = INIMPUTAVEL_ ACIDENTAL (CASO Sac IMPUTAVEL COM FORCA MAIOR) (_oeamaon) CAUSA BE PARCIAL DIMINUICAO DE rena Importante destacar que o CP exige que EM RAZAO da embriaguez decorrente de caso fortuito ou forga maior o agente esteja INTEIRAMENTE INCAPAZ de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se conforme este entendimento. Em qualquer dos dois casos de embriaguez acidental, no ser4 possivel aplicagao de medida de seguranca, pois essa visa ao tratamento do agente lerado doente, e que oferece risco a sociedade. No caso da embriaguez acidental, o agente é sadio, tendo ingerido alcool por caso fortuito ou forga maior. = Ea embriaguez patolégica? A embriaguez patolégica pode excluir a imputabilidade, desde que se configure como embriaguez verdadeiramente doentia (nao apenas embriaguez habitual). Nesse caso, o agente sera tratado como doente mental. 1.3.2 Potencial consciéncia da ude A potencial consciéncia da ilicitude é a possibilidade (dai o termo “potencial”) de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o caréter ilicito do fato®. Nao se trata do parametro do homem médio, mas de uma andlise da pessoa do agente. Assim, aquele que é formado em Direito, em tese, ® BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressién. Bogota, 1996, p. 153 9de77 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos Teoria e Aula 01 - Pro tem maior potencial consciéncia da ilicitude que aquele que nunca saiu de uma aldeia de pescadores e tem pouca instrugao. E claro que isso varia de pessoa para pessoa e, principalmente, de crime para crime, pois alguns séo do conhecimento geral (homicidio, roubo), e outros nem todos conhecem (bigamia, por exemplo). Quando 0 agente age acreditando que sua conduta nao é penalmente ilicita, comete (art. 21 do CP), que veremos mais a frente. 1.3.3 Exigibilidade de conduta diversa N&o basta que o agente seja imputavel, que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, 6 necessrio, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. EXEMPLO: imagine a situaciio de uma mae que vé seu filho clamar por comida e, diante disso, rouba um cesto de paes. Nesse caso, a mae era maior de idade, sabia que a conduta era ilicita, mas ndo se podia exigir que, naquelas circunstancias, agisse de outro modo. Dessa forma, nesse caso, sua culpabilidade estaria excluida (isso sem comentar o principio da bagatela, que excluiria a prépria tipicidade, por auséncia de lesdo tuteldvel. Mas isso dependeria da andlise de outros fatores do caso concreto). Esse elemento da culpabilidade fundamenta duas causas de exclusdéo da culpabilidade: » Coacdo MORAL irresistivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave. Ex.: Alberto coloca uma arma na cabega de Poliana e diz que se ela nao atirar em Romeu, matara seu filho, que esta sequestrado por seus comparsas. Nesse caso, ndo se pode exigir de Poliana que deixe de atirar em Romeu, pois esta sob ameaca de um mal gravissimo (morte do filho). > Obediéncia hierarquica - £ 0 ato cometido por alguém em cumprimento a uma ordem ilegal proferida por um_ superior hari. Clade 'A ordem nao pode ser MANIFESTAMENTE . Se aquele que cumpre a ordem sabe que esté cometendo uma ordem ilegal, responde pelo crime juntamente com aquele que deu a ordem. Se a ordem nao é manifestamente ilegal aquele que apenas a cumpriu estaré acobertado pela excludente de culpabilidade da inexigibilidade de conduta diversa. CUIDADO! Nesse caso (obediéncia hierérquica), sé se aplica aos funcionarios ptblicos, nao aos particulares! Prof. Renan Araujo 10 de 77, Teoria € Aula 01 - Pro Com relacio a coacéo mora irresistivel, vocés podem perceber que eu coloquei a express&o “MORAL” em caixa alta. Foi para deixar BEM CLARO que somente a coacdo MORAL irresistivel é que exclui a culpabilidade (por inexigibilidade de conduta diversa). A coac&o FISICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacdo FISICA irresistivel EXCLUI 0 FATO TIPICO, pois 0 fato ndo serd tipico por auséncia de CONDUTA, jé que nao ha vontade. 2.1 Erro de tipo essencial Sabemos que o crime, em seu conceito analitico, € formado basicamente por trés elementos: fato tipico (para alguns, tipicidade, mas a nomenclatura aqui é irrelevante), ilicitude e culpabilidade. Quando o agente comete um fato que se amolda perfeitamente a conduta descrita no tipo penal (direta ou indiretamente), temos um fato tipico e, como disse, estaré presente, portanto, a tipicidade. Pode ocorrer, entretanto, que o agente pratique um fato tipico por equivoco! Isso mesmo! O agente pratica um fato considerado tipico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. O grroldeltipolé = Fepresentacdo/errénea/darealidade, na qual o agente acredita ndo se verificar a presenca de um dos elementos essenciais que compéem o tipo penal. EXEMPLO: Imaginemos o crime de desacato: Art. 331 - Desacatar funciondrio piiblico no exercicio da fungéo ou em razao dela Pena - detengio, de seis meses a dois anos, ou multa. Imaginemos que o agente desconhecesse a condig&o de funcionério publico da vitima. Nesse caso, houve erro de tipo, pois o agente incidiu em erro sobre elemento essencial do tipo penal. , pois 0 agente pode desconhecer sua condig&o de garantidor no caso concreto® (aquele que tem o dever de impedir 0 resultado). EXEMPLO: Imagine que uma mée presencie o estupro da prépria filha, mas nada faca, por ndo verificar tratar-se de sua filha. Nesse caso, a mée incidiu em erro de tipo, pois errou na representacdo da realidade fatica acerca de elemento que constitufa o tipo penal. Ou seja, ndo identificou que a vitima era sua filha, elemento este que faria surgir seu dever de intervir. © BITENCOURT, Op. cit., p. 512 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 11de77 Aula 01 - Pro 3 rue Jatento! ATENCAO! Quando 0 erro incidir sobre elemento normativo do tipo’, ha divergéncia na Doutrina! Parte entende que continua se tratando de erro de tipo. Outra parte da Doutrina entende que nao se trata de erro de tipo, mas de erro de proibic&o, pois o agente estaria errando acerca da licitude do fato®. Exemplo: O art. 154 do CP diz 0 seguinte: Art. 154 - Revelar alguém, segredo, de que tem ciéncia em razao de funciio, ministério, oficio ou profissao, e cuja revelac3o possa produzir dano a outrem: Pena - detencSo, de trés meses a um ano, ou multa. Nesse caso, o elemento “sem justa causa” é elemento normativo do tipo. Se 0 médico revela um segredo do paciente para um parente, acreditando que este podera ajuda-lo, e faz isso apenas para o bem do paciente, acreditando haver justa causa, quando na verdade o parente é um tremendo fofoqueiro que s6 quer difamar 0 paciente, o médico incorreu em erro de tipo, pois acreditava estar agindo com justa causa, que nao havia. Porém, como disse a vocés, parte da doutrina entende que aqui se trata de erro de proibicéio. Mas a teoria que prevalece é a de que se trata mesmo de erro de O erro de tipo pode ser: + Escusdvel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenga do elemento do tipo. Exemplo: “A” entra numa loja e ao sair, verifica que esqueceu sua bolsa. Ao voltar, A encontra uma bolsa idéntica 4 sua, e a leva embora. Entretanto, “A” ndo sabia que essa bolsa era de “B”, que estava olhando revistas distraida, tendo sua bolsa sido levada por outra pessoa no momento em que saiu da loja pela primeira vez. Nesse caso, “A” nao tinha como imaginar que alguém, em to pouco tempo, haveria furtado sua bolsa e que outra pessoa deixaria no mesmo lugar uma bolsa idéntica. Nesse caso, “A” incorreu em erro de tipo escusavel, pois nao poderia, com um exercicio mental razoavel, saber que aquela nao era sua bolsa. + Inescusavel - Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforcgo mental razo4vel, néo ter agido desta forma. Exemplo: Imaginemos que Marcelo esteja numa reparticao publica e acabe por desacatar funcionério publico que lé estava. Marcelo nao sabia que se tratava de funcionario ptiblico, mas mediante esforco mental minimo 7 Com relacao a estes termos, CEZAR ROBERTO BITENCOURT os considera como “elementos normativos especiais da ilicitude”. Para o autor, elementos normativos seriam aqueles que demandam mero juizo de valor acerca de um objeto (saber que o documento falsificado é puiblico, por exemplo, no crime de falsificacdo de documento publico). Termos como “indevidamente”, “sem justa causa”, etc., seriam antecipagio da ilicitude do fato inseridas dentro do tipo penal. (BITENCOURT, Op. cit., p. 350). Fica apenas o registro, j4 que a Doutrina majoritaria entende que tais expresses sao elementos normativos do tipo penal. Ver, por todos: GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 211, ® BITENCOURT, Op. 514/515 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 120677 Aula 01 - Pro poderia ter chegado a esta conclusdo, analisando a postura da pessoa com quem falava e 0 que a pessoa fazia no local. Assim, Marcelo incorreu em erro de tipo inescusdvel, e responderia por crime culposo, caso houvesse previsdo de desacato culposo (nao ha). Assim, lembrem-s Pode ser que se utilize o termo “Erro sobre elemento constitutive do tipo penal”. Eu prefiro essa nomenclatura, mas ela nao é utilizada sempre. ATENGAO! Existe, ainda, 0 que se convencionou chamar de “erro de tipo permissivo”. O que & isso? O erro de “tipo permissivo” é 0 erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificacdo (excludente de ilicitude). Assim, 0 erro de “tipo permissivo” seria, basicamente, uma descriminante putativa. Fala-se em “tipo permissive” em razdo da teoria dos elementos negativos do tipo, surgida na Alemanha no comego do século passado. Para esta teoria, as causas de exclusdo da ilicitude seriam elementos NEGATIVOS do tipo. Ou seja, enquanto o “tipo incriminador” propriamente dito seria a descrigéio da conduta proibida, as excludentes de ilicitude corresponderiam a “ressalvas” a ilicitude da conduta. Desta forma, o que a Doutrina quis dizer foi que, basicamente, quando o art. 121 do CP diz que “matar alguém” é crime, ele na verdade quer dizer que “matar alguém é crime, exceto se houver alguma causa de justificacao”. Esta é uma teoria que conta com alguns adeptos e, independentemente disso, 0 fato é que o termo “erro de tipo permissivo” é largamente utilizado e, portanto, digno de nota! 2.2 Erro de tipo acidental © erro de tipo acidental nada mais é que um erro na execugio do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado”. Pode se apresentar de diversas formas: ° GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 376 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de77 2.2.1 Erro sobre a pessoa (error in persona’ Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diversa da pessoa visada, por confundi-la com a pessoa que deveria ser 0 alvo do delito. Neste caso, o erro & irrelevante, pois 0 agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA. Essa previsdo esta no art. 20, §3° do CP. Aqui 0 sujeito executa perfeitamente a conduta, ou seja, nao existe falha na execugao do delito. O erro esta em momento anterior (na representagao mental da vitima). Ex.: Jodo quer matar seu pai, pois esta com raiva em raz&o da partilha dos bens de sua mae. Jodo fica na espreita e, quando vé uma pessoa chegar, acreditando ser seu pai, mira bem no cranio ¢ lasca um balaco certeiro, fazendo com que a vitima caia desfalecida. Apés, verifica que a pessoa néo era seu pai, mas seu irmao. Neste caso 0 agente respondera como se tivesse praticado o delito contra seu pai (pessoa visada) e nao pelo homicidio contra seu irm&o. Trata-se da teoria da equivaléncia. 2.2.2 Erro sobre o nexo causal No erro sobre 0 nexo causal o agente alcanga o resultado efetivamente pretendido, mas em razo de um nexo causal diferente daquele que o agente planejou. Pode ser de duas espécies: 2.2.2.1 Etro sobre o nexo causal em sentido estrito Aqui 0 agente, com um sé ato, provoca o resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). Ex.: José dispara dois tiros contra Maria, visando sua morte. Maria, em razéo dos disparos, cai na piscina, e morre por afogamento. © agente responde pelo que efetivamente ocorreu (morte por afogamento).1” 2.2.2.2 Dolo geral ou aberratio causae Aqui temos 0 que se chama de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. E 0 engano no que se refere ao meio de execugao do delito. Ocorre quando o agente, acreditando ja ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. Ex.: O agente atira contra a vitima, visando sua morte. Acreditando que a vitima j4 morreu, atira 0 corpo num rio, visando sua ocultaggo. Mais tarde, 2° Por todos, GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de Direito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. 380 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 77 Aula 01 - Pro descobre-se que esta ultima conduta foi a que causou a morte da vitima, por afogamento, pois ainda estava viva. Embora, tenhamos dois crimes (um homicidio doloso tentado na primeira conduta e um homicidio culposo consumado na segunda conduta), a Doutrina majoritaria entende que o agente responde por apenas um crime, pelo crime originalmente previsto (homicidio doloso consumado""), tendo sido adotada a TEORIA UNITARIA (ou principio unitario).'* Mas qual 0 nexo causal que se deve considerar? O pretendido ou o efetivamente ocorrido? Embora nao haja unanimidade, prevalece o entendimento de que deve o agente responder pelo nexo causal efetivamente ocorrido (e nao pelo pretendido)."? 2.2.3 Erro na execucao (aberratio ictus Aqui 0 agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, néo por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR O DELITO. Imagine que 0 agente, tentando acertar “A”, erre o tiro e acaba acertando “B”. No erro sobre a pessoa 0 agente nao “erra o alvo”, ele “acerta 0 alvo”, mas 0 alvo foi confundido. SAO COISAS DIFERENTES! A aberratio ictus pode decorrer de mero acidente durante a execucéo do delito (no houve ma execugao pelo infrator, mas mero acidente). Ex.: José deseja matar Maria. Sabendo que Maria usa seu carro todas as mans para ir ao trabalho, coloca uma bomba no veiculo, que seré acionada assim que for dada a partida no carro. Maria, contudo, nao usa o carro naquele dia, e quem acaba ligando o veiculo é seu marido, que vem a falecer em razéo da bomba. Vejam que, aqui, o agente ndo errou na hora de executar o ato criminoso, mas acabou atingindo pessoa diversa em razio de acidente no curso da empreitada criminosa. Nesse caso, assim como no erro sobre a pessoa, o agente responde pelo crime originalmente pretendido. Esta é a previsdo do art. 73 do CP™. + GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Volume 1. Ed. Impetus. Niterdi-RJ, 2015, p. 360 * Doutrina minoritaria (mas muito importante) sustenta que o agente deva responder por dois crimes em concurso: homicidio doloso tentado (primeira conduta) + homicidio culposo consumado (segunda conduta). Trata-se da adocao da teoria do desdobramento. *° GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Curso de 380/381 ito Penal. JusPodivm. Salvador, 2015, p. “art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execugao, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado © crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3° do art. 20 deste Cédigo. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Codigo. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro No que tange as consequéncias, o erro na execugao pode ser de duas ordens: 2.2.3.1 Erro sobre a execugéio com unidade simples (Aberratio ictus de resultado Unico) O agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. Neste caso, responde como se tivesse atingido a pessoa visada (e nao aquela efetivamente atingida), da mesma forma como ocorre no erro sobre a pessoa. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, ¢ atira contra ela uma pedra. Todavia, erra © alvo e acaba acertando Paulo. Neste caso, José responde pela les%o corporal praticada. Todavia, devemos levar em considerag&o as condigées pessoais de Maria, no as de Paulo, na hora de aplicar a pena. Assim, se Maria era a mae de José, José tera sua pena agravada (crime praticado contra ascendente, art. 61, II, “e” do CP), mesmo no tendo atingido Maria. 2.2.3.2 Erro sobre a execugéio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo) O agente atinge a vitima naéo visada, mas atinge também a vitima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO FORMAL. EXEMPLO: José quer lesionar Maria, e atira contra ela uma pedra. Todavia, além de acertar Maria, a pedra acaba acertando também Paulo, que passava na hora. Neste caso, José responde pelos dois crimes. 2.2.4 Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por acidente ou erro na execugdo, acaba cometendo outro. Aqui hd uma relagdo de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Na aberratio ictus ha uma relagéo de pessoa x pessoa. Pode ser de duas espécies: 2.2.4.1 Com unidade simples agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: * Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relac&o 4 pessoa (tentativa de homicidio ou lesées corporais). Ex.: José atira contra Maria, querendo sua morte. Contudo, erra na execugdo e acaba por atingir uma planta. Neste caso, José responde apenas pela tentativa de homicidio. 16 de 77 Prof. Renan Araujo Teoria e Aula 01 - Pro * Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorrido em relagdo a pessoa. Ex.: Imagine que alguém atire uma pedra num veiculo parado, com o dolo de danifica-lo (art. 163 do CP). Entretanto, o agente erra 0 alvo e atinge o dono, que estava perto, causando-Ihe a morte (art. 121, §3° do CP). Nesse caso, 0 agente acaba por cometer CRIME DIVERSO DO PRETENDIDO. Respondera apenas pelo crime praticado efetivamente (homicidio culposo). 2.2.4.2 Com unidade complexa © agente atinge tanto 0 alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) no pretendida. Aplica-se, neste caso, a mesma regra do erro na execucéo: atingindo ambos os bens juridicos (0 pretendido e o nao pretendido) respondera por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL (art. 70 do CP).'° CUIDADO! Se o agente visa atingir uma pessoa (lesées corporais, por exemplo) e, além de atingir a pessoa visada, acaba também quebrando uma wee ele NAO sesponde Ps les6es corporais dolosas + dano culposo, pois 2.2.5 Erro sobre o objeto (error in objecto| Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Ex.: O agente pretende subtrair uma valiosa obra de arte. Entra a noite na residéncia mas acaba furtando um quadro de pequeno valor, por confundir com a obra pretendida. O CP nao previu esta hipdtese de erro, mas diante de sua possibilidade fatica, a Doutrina se debrugou sobre o tema. Uma vez ocorrendo erro sobre o objeto, nao ha qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como nao se afasta a culpabilidade. O agente responder4 pelo delito. Mas qual delito? Neste caso, ha divergéncia doutrinaria. A doutrina majoritaria, porém, sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). Assim, no exemplo anterior, o agente responderia pelo furto do quadro de pequeno valor (e nao pelo furto da obra de arte valiosa). *© GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINT, Alice. Op. cit., p. 379 Prof. Renan Araujo 176877 Teoria e Aula 01 - Pro 2.3 Erro determinado por terceiro No erro de tipo o agente comete o erro “sozinho”, ou seja, ndo é induzido a erro por ninguém. No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Neste caso, sé responde pelo delito aquele que provoca o erro. Entende-se que ha, aqui, uma modalidade de autoria mediata, na qual o autor mediato (agente provocador) utiliza o autor imediato (agente provocado, aquele que comete 0 erro) como mero instrumento para seu intento criminoso. Ex.: Determinado médico, querendo a morte do paciente, entrega & enfermeira (dolosamente) uma dose de veneno, e a induz a ministra-lo ao paciente, alegando tratar-se de um sedativo. A enfermeira, sem saber do que se trata, confiando no médico, ministra o veneno. O paciente morre. Neste caso, somente 0 médico (aquele que provocou 0 erro) responde pelo homicidio (neste caso, doloso). A enfermeira, em regra, n&o responde por crime algum, salvo se ficar demonstrado que agiu de forma negligente (por exemplo, se tinha plenas condicdes de saber que se tratava de veneno, ou se podia desconfiar das intengSes do médico, etc.). 2.4 Erro de proibicao A culpabilidade (terceiro elemento do conceito analitico de crime) é formada por alguns elementos, dentre eles, a POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE. A POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE é a possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer 0 cardter ilicito do fato. N&o se trata do parametro do homem médio, MAS DE UMA ANALISE DA PESSOA DO AGENTE uando o agente age acreditando que sua conduta no é ilicita, comete (art. 21 do CP). O erro de pr 0 pode ser: » Escusavel - Nesse caso, era impossivel aquele agente, naquele caso concreto, saber que sua conduta era contrdria ao Direito. Nesse caso, exclui-se a culpabilidade e o agente é isento de pena. > Inescusavel - Nesse caso, 0 erro do agente quanto & proibic&io da conduta n&o é téo perdoavel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta ilicita. Assim, permanece a culpabilidade, respondendo pelo crime, com pena diminuida de um sexto a um terco (conforme o grau de possibilidade de conhecimento da ilicitude). Prof. Renan Araujo 18 de 77 EXEMPLO: Um cidadao, Id do interior, encontra um bem (relégio de ouro, por exemplo) ¢ fica com ele para si. Entretanto, mal sabe ele que essa conduta é crime, previsto no CP (apropriacao de coisa achada). Vejamos: Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou forga da natureza: Pena - detencao, de um més a um ano, ou multa. Pardgrafo Unico - Na mesma pena incorre: (...) Apropriagao de coisa achada II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restitui-la 20 dono ou legitimo possuidor ou de entrega-la 4 autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze) dias. Percebam que até mesmo uma pessoa de razodvel intelecto é capaz de néo conhecer a ilicitude desta conduta"®. Assim, o agente, diferentemente do que ocorre no erro de tipo, REPRESENTA PERFEITAMENTE A REALIDADE (Sabe que a coisa nao é sua, é uma coisa que foi perdida por alguém), mas ACREDITA QUE A CONDUTA E LicITA. Imaginem, no mesmo exemplo, que o camarada que achou o relégio, na verdade, soubesse que ndo podia ficar com as coisas dos outros, mas acreditasse que © relégio era um relégio que ele tinha perdido horas antes (quando, na verdade, era o relégio de outra pessoa). Nesse caso, o agente sabia que ndo podia praticar a conduta de “se apropriar de coisa alheia perdida” (Nao ha, portanto, erro de proibicéo), mas acreditou que a coisa nao era “alheia”, achando que fosse sua (erro de tipo). Ficou clara a diferenga? O erro de proibicéo pode ser direto (que é a hipdtese mencionada) ou indireto. O erro de proibicdo indireto ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificag3o que o ampare. Contudo, nao confundam o erro de proibic&o indireto com 0 erro de tipo permissive. Ambos +6 Nao se exige que 0 agente conhega EXATAMENTE a tipificacao penal de sua conduta, bastando que ele saiba que sua conduta é ilicita. Assim, se o agente pratica uma determinada conduta que sabe ser ilicita (embora nao saiba a qual crime se refere), NAO HA ERRO DE PROIBIGAO. Haveria, aqui, 0 que se chama de “erro de subsungao”, que é irrelevante para fins de determinagao da responsabilidade penal do agente. Isso ocorre porque nao se exige do agente que saiba EXATAMENTE a que tipo penal corresponde sua conduta. Basta que se verifique ser possivel a0 agente, de acordo com suas caracteristicas pessoas e sociais, saber que sua conduta é ilicita (Isso é 0 que se chama de VALORAGAO PARALELA NA ESFERA DO PROFANO, OU DO LEIGO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de77 Teoria e Aula 01 - Pro se referem @ existéncia de uma causa de justificacdo (excludente de ilicitude), mas ha uma diferenca fundamental entre eles: + Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, esto presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacgio e, portanto, sua conduta seria justa. Ex.: José atira contra seu filho, de madrugada, pois acreditava tratar-se de um ladréo (acreditava que as circunstancias faticas autorizariam agir em legitima defesa). + Erro de proibicéo indireto - O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificagdo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma causa de justificagéo em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico'”. Ex.: José encontra-se num barco que esta a naufragar. Como possui muitos pertences, precisa de dois botes, um para se salvar e outro para salvar seus bens. Contudo, Marcelo também esta no barco e precisa salvar sua vida. José, no entanto, agride Marcelo, impedindo-o de entrar no segundo bote, jé que tinha a intencdo de utiliza-lo para proteger seus bens. Neste caso, José nao representou erroneamente a realidade fatica (sabia exatamente o que estava se passando). José, conduta, errou quanto aos limites da causa de justificag&o (estado de necessidade), que nao autoriza o sacrificio de um bem maior (vida de Marcelo) para proteger um bem menor (pertences de José). 2.5 Descriminante putativa x delito putativo Nao se deve confundir descriminante putativa com delito putativo. As descriminantes putativas s&o quaisquer situagées nas quais o agente incida em erro por acreditar que esté presente uma situacdo que, se de fato existisse, tornaria sua aco legitima (a doutrina majoritdria limita estes casos as excludentes de ilicitude). EXEMPLO: Imagine que 0 agente esté numa casa de festas e ouga gritos de “fogo"! Supondo haver um incéndio, corre atropelando pessoas, agredindo quem esté na frente, para poder se salvar. Na verdade, tudo nao passava de um trote. Nesse caso, o agente agrediu pessoas (moderadamente, é claro), para se salvar, supondo haver uma situag3o que, se existisse (incéndio) justificaria a sua conduta (estado de necessidade). Dessa forma, ha uma descriminante putativa por estado de necessidade putativo (descriminante putativa). No delito putative acontece exatamente o oposto do que ocorre no erro de tipo, no erro de proibigdo e nas descriminantes putativas (seja de que natureza *7 BITENCOURT, Op. ci 524/525 Prof. Renan Araujo 20 de 77 Aula 01 - Pro forem). O agente acredita que esté cometendo o crime, quando, na verdade, esta cometendo um INDIFERENTE PENAL. EXEMPLO: Um cidadao, sem querer, esbarra no carro de um terceiro, causando danos no veiculo. Com medo de ser preso, foge. Na verdade, ele acredita que esta cometendo crime de DANO CULPOSO, mas nao sabe que o CRIME DE DANO CULPOSO NAO EXISTE. Portanto, hd, aqui, DELITO PUTATIVO. DESCRIMINANTES Agente acredita nao estar cometendo crime PUTATIVAS algum, por incidir em erro. Contudo, esta praticando uma conduta tipica e ilicita. DELITO PUTATIVO Agente comete um INDIFERENTE PENAL, mas acredita estar praticando crime. 3 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO PENAL % Arts, 26 a 28 do CP - Tratam da inimputabilidade penal: Inimputdveis Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, 20 tempo da ado ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Reducao de pena Paragrafo tinico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, em virtude de perturbacdo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado néo era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Menores de dezoito anos Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos so penalmente inimputdveis, ficando sujeitos 8s normas estabelecidas na legislacio especial. (Redacéo dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Emogio e paixéo Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redago dada pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) I - a emogio ou a paixéo; (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embriaguez II - 2 embriaguez, voluntéria ou culposa, pelo dlcool ou substéncia de efeitos andlogos.(Redagao dada pela Lei n® 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 77 Aula 01 - Pro § 19 E isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, ao tempo da aca0 ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 2° - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, n&o possula, a0 tempo da acdo ou da omissao, 2 plena capacidade de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984); ’} Arts. 20 e 21 do CP - Tratam do erro (em suas mais variadas formas): Erro sobre elementos do tipo(Reda¢ao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art, 20 - 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite @ punicao por crime culposo, se previsto em lei. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 10 - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situaco de fato que, se existisse, tornaria a aco legitima. No ha isengo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato & punivel como crime culposo.(Redacio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro determinado por terceiro (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 29 - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro, (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a pessoa(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 30 - 0 erro quanto 4 pessoa contra a qual o crime é praticado nao isenta de pena. Nao se consideram, neste caso, as condigées ou qualidades da vitima, seno as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Erro sobre a ilicitude do fato(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitdvel, poderd diminui-la de um sexto a um terco. (Redacéo dada pela Lei n° 7,209, de 11.7.1984) Paragrafo Unico - Considera-se evitével o erro se o agente atua ou se omite sem a consciéncia da ilicitude do fato, quando Ihe era possivel, nas circunstancias, ter ou atingir essa consciéncia. (RedagSo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Samulas do STJ % Samula 74 do STJ - 0 ST) sumulou entendimento no sentido de que o reconhecimento da menoridade penal depende de prova por documento habil (certid’o de nascimento, carteira de identidade, etc.). Uma vez reconhecida a menoridade penal, o processo deve ser anulado e o agente submetido ao regramento especial do ECA. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 220077 ul ‘Sumula 74 do STJ - PARA EFEITOS PENAIS, O RECONHECIMENTO DA MENORIDADE DO. REU REQUER PROVA POR DOCUMENTO HABIL. CULPABILIDADE CONCEITO - Juizo de reprovabilidade acerca da conduta do agente, considerando-se suas circunstancias pessoais. TEORIAS PSICOLOGICA Imputabilidade (pressuposto) + dolo ou culpa PSICOLOGICO- | Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + culpa + NORMATIVA dolo natural (consciéncia e vontade) + dolo normativo (consciéncia da ilicitude) EXTREMADA —Imputabilidade + exigibilidade de conduta diversa + dolo normativo (POTENCIAL consciéncia da ilicitude)"® LIMITADA Mesmos elementos da_teoria, ADOTADA PELO CP extremada + divergéncia quanto ao tratamento das descriminantes putativas decorrentes de erro sobre pressupostos faticos (entende que devem ser tratadas como erro de tipo, e no erro de proibigio). ELEMENTOS IMPUTABILIDADE - Capacidade mental de entender o caréter ilicito da conduta e de comportar-se conforme o Direito. Critérios para afericéo da imputabilidade: BIOLOGIO Basta a existéncia de uma caracteristica biolégica (doenga mental ou determinada idade) para que o agente seja inimputavel. (OBS!: Adotado pelo CP em relacao a inimputabilidade por menoridade penal. *8 0 dolo natural (a mera vontade e consciéncia de praticar a conduta definida como crime) migra, portanto, para o fato tipico, como elemento integrante da conduta Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23.de77 PSICOLOGICO _Sé se pode aferir a imputabilidade (ou n&o), na anélise do caso concreto (se o agente tinha discernimento). BIOPSICOLOGICO Conjuga a presenga de um elemento biolégico (doenca mental ou idade) com a necessidade de se avaliar se 0 agente, no caso concreto, tinha discernimento. (OBS!: Adotado pelo CP em relac&o a inimputabilidade por doenca mental e embriaguez decorrente de caso fortuito ou forca maior. OBS.: Em qualquer caso, a inimputabilidade 6 aferida no momento do fato criminoso. Causas de inimputabilidade penal (exclusao da imputabilidade) Menoridade penal - Sao inimputaveis os menores de 18 anos (critério biolégico) Doenca mental e Desenvolvimento mental incompleto ou retardado - Requisitos: * Que o agente possua a doenca (critério biolégico) + Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) BSE Se, em decorréncia da doenga, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (no afasta a imputabilidade). Neste caso, ha redugdo de pena (um a dois tercos). Embriaguez ~ Requisitos: * Que o agente esteja completamente embriagado (critério biolégico) * Que se trate de embriagues decorrente de caso fortuito ou forca maior * Que o agente seja inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato OU inteiramente incapaz de determinar-se conforme este entendimento (critério psicolégico) (BSH Se, em decorréncia da embriaguez, o agente tinha discernimento PARCIAL (semi-imputabilidade), NAO E ISENTO DE PENA (no afasta a imputabilidade). Neste caso, ha redugiio de pena (um a dois tergos). Esquema: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 77 Teoria e Aula 01 = Pro MENORIOADE OE ean aang INIMPUTAVEIS sem DISCERNIMENTO INIMPUTAVEL "ALGUM DISCERNIMENTO REDUCAO DE PENA (UM al PARCIAL DoIsTERCOS) NAO AFASTA A IMPUTABILIDADE ‘SEM DISCERNIMENTO osscerwmenro | _RFOUCKODERENA PARCAL um POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE - Possibilidade de o agente, de acordo com suas caracteristicas, conhecer o carater ilicito do fato. Quando o agente atua acreditando que sua conduta nao é penalmente ilicita, comete erro de proibigao. "RCIDENTAL INIMPUTAVEL (caso FORTUITO EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA - Nao basta que o agente seja imputavel e que tenha potencial conhecimento da ilicitude do fato, é necessério, ainda, que o agente pudesse agir de outro modo. Nao havendo tal elemento, afastada esta a culpabilidade. Exemplos: = Coacgéo MORAI stivel - Ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar_determinado crime, sob a ameaca de Ihe fazer algum mal grave. A coacéo FISICA irresistivel NAO EXCLUI A CULPABILIDADE. A coacao FISICA irresistivel EXCLUI O FATO T{PICO, por auséncia de vontade (auséncia de conduta). + Obediéncia hierarquica - £ 0 ato cometido por alguém em cumprimento a uma ordem nao manifestamente ilegal proferida por um superior hierarquico. OBS! prevalece que sé se aplica aos funcionarios publicos. ERRO ERRO DE TIPO ESSENCIAL - 0 agente pratica um fato considerado tipico, mas o faz por ter incidido em erro sobre algum de seus elementos. E a representacdo errénea da realidade. O erro de tipo pode ser: = Escusavel - Quando o agente nao poderia conhecer, de fato, a presenca do elemento do tipo. Qualquer pessoa, nas mesmas condicées, cometeria © mesmo erro. 25 de 77 Prof, Renan Araujo + Inescusavel - Ocorre quando o agente incorre em erro sobre elemento essencial do tipo, mas poderia, mediante um esforco mental razoavel, néo ter agido desta forma. OBS# Erro de tipo permissivo - 0 erro de “tipo permissivo” é 0 erro sobre os pressupostos objetivos de uma causa de justificacéio (excludente de ilicitude). ERRO DE TIPO ACIDENTAL - 0 erro de tipo acidental nada mais é que um erro. na execugao do fato criminoso ou um desvio no nexo causal da conduta com o resultado. Pode ser: Etro sobre a pessoa (error in persona) - Aqui o agente pratica o ato contra pessoa diverea da peseoa visada, por GOHFURWEI com pessoa que deveria ser 0 alvo do delito. Nao existe falha na execug&o, mas na escolha da vitima. CONSEQUENCIA - O agente responde como se tivesse praticado o crime CONTRA A PESSOA VISADA (teoria da equivaléncia). Erro sobre o nexo causal - O agente alcanca o resultado efetivamente pretendido, mas em razao de um nexo causal diferente daquele que o agente Planejou. Pode ser de duas espécies: «= Erro sobre o nexo causal em sentido estrito - Com um so ato, provoca © resultado pretendido (mas com nexo causal diferente). * Dolo geral ou aberratio causae - Também chamado de DOLO GERAL OU SUCESSIVO. Ocorre quando o agente, acreditando jé ter ocorrido o resultado pretendido, pratica outro ato, mas ao final verifica que este ultimo foi o que provocou o resultado. CONSEQUENCIA: Responde por apenas um crime (ha posigdes em contrario), pelo crime originalmente previsto (TEORIA UNITARIA ou principio unitario). Responde, ainda, de acordo com 0 nexo causal efetivamente ocorrido. Erro na execugdo (aberratio ictus) - Aqui o agente atinge pessoa diversa daquela que fora visada, nao por confundi-la, mas por ERRAR NA HORA DE EXECUTAR © DELITO. Pode ser de duas espécies: + Erro sobre a execucéo com unidade simples (Aberratio ictus de resultado nico ou em sentido estrito) - 0 agente atinge somente a pessoa diversa daquela visada. + Erro sobre a execucio com unidade complexa (Aberratio ictus de resultado duplo ou em sentido amplo) - 0 agente atinge a vitima nao visada, mas atinge também a vitima originalmente pretendida. Nesse caso, responde pelos dois crimes, em CONCURSO'FORMAL. Erro sobre o crime ou resultado diverso do pretendido (aberratio delicti ou aberratio criminis) - Aqui o agente pretendia cometer um crime, mas, por Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 77 acidente ou erro na execugo, acaba cometendo outro. Aqui ha uma relago de pessoa x coisa (ou coisa x pessoa). Pode ser de duas espécies: = Com unidade simples - O agente atinge apenas o resultado NAO PRETENDIDO. O agente responde apenas por um delito, da seguinte forma: > Pessoa visada, coisa atingida - Responde pelo dolo em relacdo a pessoa (tentativa de homicidio ou lesées corporais). > Coisa visada, pessoa atingida - Responde apenas pelo resultado ocorride em relagéo a pessoa. + Com unidade complexa - 0 agente atinge tanto 0 alvo (coisa ou pessoa) quanto a coisa (ou pessoa) ndo pretendida. Responderé por AMBOS OS CRIMES, em CONCURSO FORMAL. Erro sobre o objeto (error in objecto) - Aqui o agente incide em erro sobre a COISA visada, sobre o objeto material do delito. Prevalece que ndo ha qualquer relevancia para fins de afastamento do do dolo ou da culpa, bem como ndo se afasta a culpabilidade. CONSEQUENCIA: A doutrina majoritaria (ha divergéncia) sustenta que o agente deve responder pela conduta efetivamente praticada (independentemente da coisa visada). ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO - No erro determinado (ou provocado) por terceiro o agente erra porque alguém o induz a isso. Sé responde pelo delito aquele que provoca o erro (modalidade de autoria mediata). ERRO DE PROIBICAO - Quando o agente age acreditando que sua conduta nao é ilicita, comete ERRO DE PROIBICAO (art. 21 do CP). O erro de proibicg&o pode ser: * Escusavel - Qualquer pessoa, nas mesmas condicées, cometeria o mesmo erro. Afasta a culpabilidade (agente fica isento de pena). = Inescusavel - O erro nao é téo perdodvel, pois era possivel, mediante algum esforco, entender que se tratava de conduta penalmente ilicita. Nao afasta a culpabilidade. Hd diminuiggo de pena de um sexto a um terco. BSE Erro de proibicao indireto - ocorre quando o agente atua acreditando que existe uma causa de justificagdo que o ampare. Diferenca entre erro de proibigdo indireto e erro de tipo permissivo: = Erro de tipo permissivo - O agente atua acreditando que, no caso concreto, esto presentes os requisitos faticos que caracterizam a causa de justificacao e, portanto, sua conduta seria justa. Erro de proibic&o indireto - O agente atua acreditando que existe, EM ABSTRATO, alguma descriminante (causa de justificacéo) que autorize sua conduta. Trata-se de erro sobre a existéncia e/ou limites de uma Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 77 causa de justificagdo em abstrato. Erro, portanto, sobre o ordenamento juridico (erro normativo). Bons estudos! Prof. Renan Araujo SNS CY.) 01. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversdrio no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vé, de costas, um jogador com a camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situagao narrada, assinale a opgo que indica o crime cometido por Wellington. A) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro na execucéo. B) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Rodrigo. C) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. D) Tentativa de homicidio contra Ronaldo e homicidio culposo contra Rodrigo. 02. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve inicio uma discussao sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu 0 alvo desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que ambas as vitimas faleceram, inclusive aquela cuja morte nao era querida pelo agente. Para resolver a questo no campo juridico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro: A) erro sobre a pessoa. B) aberratio ictus. C) aberratio criminis. D) erro determinado por terceiro. 03. _(FGV - 2015 - TCM-SP - AGENTE DE FISCALIZAGAO - CIENCIAS JURIDICAS) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, apés uma reuniao cansativa de negécios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo no sendo essa sua intenc&o, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 77 Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substancia psicotrépica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. Apés, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens publicos para proveito préprio. Considerando 0 fato narrado, é correto afirmar que: (A) Ricardo e Bruno sao isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de forga maior; (8) Ricardo deveré responder pelo crime praticado, enquanto Bruno € isento de pena; (C) Ricardo e Bruno deveréo responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; (D) Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderao criminalmente perante a Camara de Vereadores; (E) Ricardo e Bruno sdo isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de forca maior. 04, (FGV - 2015 - TCE-RJ - AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do dlcool pode excluir a culpabilidade quando: a) for preordenada; b) decorrer de forca maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; c) for culposa; d) for patolégica; e) for habitual. 05. (FGV - 2015 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL - PROCURADOR) A doutrina majoritéria brasileira entende que haveré crime diante de uma conduta tipica, ilicita e culpavel. Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta. a) O erro de tipo é causa de excluséo da culpabilidade em seu elemento potencial da ilicitude. b) A conduta em coagio fisica irresistivel, apesar de tipica e ilicita, no enseja punic&o do agente por auséncia de culpabilidade. c) 0 estrito cumprimento do dever legal é tratado pelo Cédigo Penal como causa excludente de culpabilidade. d) A embriaguez culposa completa nao exclui a imputabilidade penal. e) 0 exercicio regular do direito é causa legal de exclusdo da culpabilidade. 06. (FGV - 2015 - OAB - XVI EXAME DE ORDEM) Patricio e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaca de arma de fogo, obriga o ultimo a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 77 Aula 01 - Pro embriagado. A dupla, ent&o, deixou o local, sendo que Patricio conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calcada, Patricio e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a priséo em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrugao, mediante pericia, restou constatado que Patricio era possuidor de doenca mental grave e que, quando da pratica do fato, era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do seu comportamento, situacdo, alids, que permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava completamente embriagado. O Ministério Publico requereu a condenacao dos acusados. N&o havendo duivida com relac&io ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados deveré requerer, nas alegagées finais, A) a absolvig&o dos acusados por forca da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de seguranca para ambos. B) a absolvic&o de Luiz por auséncia de culpabilidade em razéo da embriaguez culposa e a absolvicéo Patricio, com aplicagéo, para este, de medida de seguranga. C) a absolviggo de Luiz por auséncia de culpabilidade em razo da embriaguez completa decorrente de forca maior e a absolvicéo imprépria de Patricio, com aplicago, para este, de medida de seguranca. D) a absolvicdo imprépria de Patricio, com a aplicagéo de medida de seguranca, e a condenagéo de Luiz na pena minima, porque a embriaguez nunca exclui culpabilidade. 07. (FGV - 2015 - OAB - XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituic&o bancéria, Anténio e Francisco, gerentes do estabelecimento, so feitos reféns. Tendo ciéncia da condicao deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, a forca, o dedo de Anténio no local necessario, abrindo, com isso, 0 cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaca de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a priso dos agentes. Analisando as condutas de Anténio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar que A) Anténio_n&o responderé pelo crime por auséncia de tipicidade, enquanto Francisco néo responder por auséncia de ilicitude em sua conduta. B) Anténio no responderé pelo crime por auséncia de ilicitude, enquanto Francisco no responderd por auséncia de culpabilidade em sua conduta. C) Anténio_n&o respondera pelo crime por auséncia de tipicidade, enquanto Francisco néo responder por auséncia de culpabilidade em sua conduta. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro D) Ambos néo responderdo pelo crime por auséncia de culpabilidade em suas condutas. 08. (FGV - 2014 - OAB - XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandés e usudrio de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensdo, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do estadio. Imediatamente, os policiais militares de plant&o o prenderam e o conduziram a Delegacia de Policia. Diante do Delegado de Policia, Eslow, completamente assustado, afirma que ndo sabia que no Brasil a utilizagdo de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu pais, é um habito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a hipétese apresentada, assinale a opc&o que apresenta a principal tese defensiva. a) Eslow esta em erro de tipo essencial escusdvel, razéo pela qual deve ser absolvido. b) Eslow esta em erro de proibicao direto inevitavel, razdo pela qual deve ser isento de pena. c) Eslow esta em erro de tipo permissivo escusavel, razéo pela qual deve ser punido pelo crime culposo. d) Eslow estd em erro de proibig&o, que importa em crime impossivel, razdo pela qual deve ser absolvido. 09. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLiCcIA) Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. a) Para a teoria normativa que surgiu com 0 finalismo, houve a migracéio do dolo e da culpa para a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juizo de valor que se faz sobre a conduta tipica e ilicita. b) No tocante a imputabilidade, o Cédigo Penal adotou o critério biopsicolégico, sendo indispensdvel que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. c) No erro de proibig&io 0 erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando 0 agente ser licito 0 que é ilicito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui o dolo; se 0 erro for vencivel ha crime culposo se previsto em lei. e) A coacio moral irresistivel pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente respondendo o autor da coagao. 10. (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME DE ORDEM) Prof. Renan Araujo 31de77 Teoria e Aula 01 - Pro Para aferi¢&o da inimputabilidade por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica o critério adotado pelo Cédigo Penal vigente. a) Biolégico. b) Psicolégico. c) Psiquiatrico. d) Biopsicolégico. 11. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipdteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. a) Erro de proibig&0; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior; coacéo moral irresistivel. b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doenga mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou forga maior; erro de proibigao; obediéncia hierérquica. 12. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Acerca das causas excludentes de ilicitude e extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta. A) A coagao moral irresistivel exclui a culpabilidade, enquanto que a coagao fisica irresistivel exclui a prépria conduta, de modo que, nesta segunda hipétese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, pois ndo ha conduta penalmente relevante. B) Em um bar, Caio, por notar que Ticio olhava maliciosamente para sua namorada, desfere contra este um soco no rosto. Aturdido, Ticio vai ao chao, levantando-se em seguida, e vai atras de Caio e o interpela quando este jé estava saindo do bar. Ao voltar-se para tras, atendendo ao chamado, Caio é surpreendido com um soco no ventre. Ticio praticou conduta tipica, mas amparada por uma causa excludente de ilicitude. C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu lider religioso e, com o intuito de converter Rufus, permanece na residéncia deste a sua revelia, ou seja, sem o seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo ordem de seu superior € mesmo sendo tal ordem no manifestamente ilegal, pratica crime de violacio de domicilio (Art. 150 do Cédigo Penal), ndo estando amparado pela obediéncia hierérquica. D) 0 consentimento do ofendido n&o foi previsto pelo nosso ordenamento juridico-penal como uma causa de exclusdo da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita, desde que, entre outros requisitos, o ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento recaia sobre bem disponivel 32. de 77 Prof, Renan Araujo Aula 01 - Pro 13. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Jaime, brasileiro, passou a morar em um pais estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por habito sempre levar consigo acessérios de arma de fogo, 0 que nao era proibido, levando-se em conta a legislago vigente & época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal habito foi mantido no pais estrangeiro que, em sua legislag&o, no vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o pais aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias apés sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessério de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depésito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessério ou munig&éo, de uso permitido, sem autorizagéo e em desacordo com determinacdo legal ou regulamentar”. Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipétese de A) erro de proibicdo direto. B) erro de tipo essencial. C) erro de tipo acidental. D) erro sobre as descriminantes putativas. 14, (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 3 - PRIMEIRA FASE (FEV/2011) Joaquim, desejoso de tirar a vida da propria mae, acaba causando a morte de uma tia (por confundi-la com aquela). Tendo como referéncia a situacéio acima, & correto afirmar que Joaquim incorre em erro A) de tipo essencial escusavel - inevitavel - e deveré responder pelo crime de homicidio sem a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (haja vista que a vitima, de fato, ndo era a sua genitora). B) de tipo acidental na modalidade error in persona e deverd responder pelo crime de homicidio com a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a vitima ndo seja, de fato, a sua genitora). C) de proibigdo e devera responder pelo crime de homicidio qualificado pelo fato de ter objetivado atingir ascendente (preserva-se o dolo, independente da identidade da vitima). D) de tipo essencial inescusdvel - evitével -, mas ndo deverd responder pelo crime de homicidio qualificado, uma vez que a pessoa atingida nao era a sua ascendente. 15. (FGV - 2013 - OAB - XII EXAME DE ORDEM) Brdulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em uma casa noturna. Os dois, apés conversarem um pouce, resolvem dirigir-se a um motel e Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33.de77 Teoria e Aula 01 - Pro ali, de forma consentida, o jovem mantém relacdes sexuais com Paula. Apés, Brdulio descobre que a moga, na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente conseguira entrar no show mediante apresentagao de carteira de identidade falsa. A partir da situac&o narrada, assinale a afirmativa correta. A) Brdulio deve responder por estupro de vulnerdvel doloso. B) Braulio deve responder por estupro de vulneravel culposo. C) Braulio ndo praticou crime, pois agiu em hipétese de erro de tipo essencial. D) Bréulio no praticou crime, pois agiu em hipétese de erro de proibic&o direto. 16. (FGV - 2010 - OAB - II EXAME DE ORDEM) Arlete, em estado puerperal, manifesta a inteng&o de matar o préprio filho recém- nascido. Apés receber a crianca no seu quarto para amamenté-la, a crianca é levada para o bercario. Durante a noite, Arlete vai até o bercério, e, apés conferir a identificagdo da crianga, a asfixia, causando a sua morte, Na manha seguinte, € constatada a morte por asfixia de um recém-nascido, que nao era o filho de Arlete. Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mae. (A) Crime de homicidio, pois, 0 erro acidental nao a isenta de reponsabilidade. (B) Crime de homicidio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o préprio filho sob influéncia do estado puerperal, ndo houve preenchimento dos elementos do tipo. (C) Crime de infanticidio, pois houve erro quanto & pessoa. (D) Crime de infanticidio, pois houve erro essencial. 17. (FCC - 2015 - TCM-GO - PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) 0 desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta 0 agente de pena. b) o erro invencivel sobre a ilicitude do fato nao isenta o réu de pena. c) na coacio moral irresistivel o coator responde por dolo e o coacto por culpa. d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediéncia hierdrquica € dispensdvel a existéncia de relagdo de direito publico entre superior e subordinado. 18. (FCC - 2015 - TRE-RR - ANALISTA JUDICIARIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando 0 primeiro semestre. No inicio deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote académico violento e, amarrado, € obrigado a consumir a forga bebida alcodlica e substancia entorpecente. Apés © trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de Prof. Renan Araujo 34de77 Teoria e Aula 01 - Pro droga, desloca-se até uma Delegacia de Policia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de les&o corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Policia para que este nao dé prosseguimento as investigacées. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupgao ativa e terd a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenagio. b) ¢ isento de pena pelo crime cometido nas dependéncias da Delegacia de Policia. c) praticou crime de corrupcdo ativa e ndo terd a pena reduzida no caso de condenagéo pela embriaguez. d) praticou crime de concusséo e nao tera a pena reduzida no caso de condenagao. e) praticou crime de concusséio e terd a pena reduzida de um a dois tergos no caso de condenacéo. 19. (FCC - 2015 - DPE-MA - DEFENSOR PUBLICO) Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funcionério de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitavel. e) erro sobre a ilicitude do fato evitavel. 20. (FCC - 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) A diferenca entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstancia de que a) 0 erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabilidade. b) 0 erro de tipo exclui o dolo, o de fato a culpabilidade. c) 0 erro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, o de fato o elemento do injusto. d) 0 erro de tipo exclui o dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa € 0 que distingue o erro de tipo do erro de fato. 21. (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que a) 0 erro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por nao exigibilidade de conduta diversa Prof. Renan Araujo 35 de 77 Teoria € Aula 01 - Pro b) 0 erro sobre elemento constitutivo do tipo penal ndo exclui a possibilidade de punic&o por crime culposo. c) © erro sobre a ilicitude do fato, se evitavel, isenta de pena. d) 0 erro sobre elemento constitutive do tipo penal exclui a culpabilidade. e) 0 erro quanto a pessoa contra a qual o crime é praticado nao isenta de pena, considerando-se as condigdes ou qualidades da vitima, e ndo as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 22. (FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ) A, cidad&io americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Esta ciente que mesmo em seu pais o consumo da substancia néo é amplamente permitido, mas, como possui cancer em fase avancgada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substancias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de trafico de drogas. Nesta situacao, é possivel alegar que A encontrava-se em situagdo de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. c) proibigao direto. d) proibic&o indireto. e) tipo indireto. 23. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da crianga acido corrosive, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situacdo descrita retrata hipétese tratada no Cédigo Penal como: a) erro de proibigao. b) erro na execugéo. c) estado de necessidade. d) exercicio regular de direito. e) erro de tipo. 24, (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) S&o causas de inimputabilidade previstas no Cédigo Penal, além de doenca mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emogéo € paixéo; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntaria; coacio irresistivel. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior Prof. Renan Araujo 36 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; legitima defesa. €) emogo e paixdo; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. 25. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) O erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) nao isenta de pena o agente. b) exclui o dolo. c) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) no isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentenga. e) 6 um crime impossivel 26. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) O erro inescusavel sobre a) a ilicitude do fato constitui causa de diminuigao da pena. b) elementos do tipo permite a punicgo a titulo de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. 27. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matricula, Maria, caloura, é recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote académico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebida alcodlica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o cardter ilicito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo- se até 0 seu veiculo que estava estacionado em via publica, sem conseguir movimenté-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) teré a pena reduzida de um a dois tercos. (B) estaré isenta de pena. (C) teré a pena reduzida de metade. (D) teré a pena reduzida em 1/6. (E) teré a pena aumentada de 1/3. 28. (FCC - 2014 - TRF4 - OFICIAL DE JUSTICA) Prof. Renan Araujo 370877 Teoria e Aula 01 - Pro No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinag&o por ela, a embriaguez teré, genericamente, o condo de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) n&o preordenada. (8) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) no premeditada. 29. (FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ) Na coagao moral irresistivel, ha exclusdo da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputabilidade. c) culpabilidade, por nao exigibilidade de conduta diversa. d) tipicidade. e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. 30. (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL-SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Ha uma critica doutrinaria bastante conhecida e frequente ao fundamento teérico da punic&o, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetizd-la afirmando que essa punigSo, ao fundar-se na teoria a) da equivaléncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, n&o permitindo uma justa diferenciacéio de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alem&, no considera as diversas situagées subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequéncia, nao propicia a devida diferenciag&o entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, n&o é facilmente extensivel aos casos de embriaguez no preordenada ou mesmo meramente culposa, propiciando-se, eventualmente, situagées de responsabilizagao penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juizo da consciéncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente exigivel e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente nao tivesse condicées ou razées reais para no se embriagar nas circunstancias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situagdes graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limitrofes ao dolo eventual. 31. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR NOTARIAL) 38 de 77 Prof, Renan Araujo A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etaria exclui da conduta a a) tipicidade. b) tipicidade e a antijuridicidade, respectivamente. c) antijuridicidade. d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. e) culpabilidade. 32. (FCC - 2012 - TRF5 - ANALISTA JUDICIARIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de forga maior, a) n&o suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuigo de pena. b) no exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, no operando qualquer efeito na aplicagao da pena. c) & hipétese de eliséio da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensdo, tornando 0 agente isento de pena. d) nao exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstancia agravante. e) embora no suprima a imputabilidade penal, é censurdvel, e serve como circunst4ncia agravante. 33. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Constitui causa de exclusao da culpabilidade A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. B) 0 erro sobre a ilicitude do fato, em decorréncia da nao imputabilidade do agente. C) a doenga mental ou o desenvolvimento mental incomplete ou retardado, em fungao de nao se poder exigir conduta diversa do agente. D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. E) a coacéio moral irresistivel, em funcéio de néo se poder exigir conduta diversa do agente. 34. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato A) exclui o dolo, mas permite a puni¢&o por crime culposo, se previsto em lei. B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. C) exclui o dolo e a culpa. D) reflete na culpabilidade, de modo a exclui-la ou atenué-la Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 77 Aula 01 - Pro E) extingue a punibilidade 35. (FCC - 2008 ~ TCE/AL - PROCURADOR) A coacao moral irresistivel e a obediéncia hierérquica sao causas de exclusdo da A) culpabilidade. B) antijuridicidade. ©) ilicitude. D) tipicidade. E) punibilidade. 36, (FCC - 2010 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de A) tipicidade B) ilicitude C) punibilidade D) antijuridicidade E) culpabilidade 37. (FCC - 2011 - TER/AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, A) a embriaguez voluntéria pelo élcool ou substancia de efeitos andlogos. B) a emogao e a paixéo. C) a embriaguez culposa pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos. D) se o agente, em virtude de perturbagéo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, nao era inteiramente capaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forga maior, se o agente era, ao tempo da acdo ou da omissdo, inteiramente incapaz de entender © cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 38. (FCC - 2011 - TRT 1°RG - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANCA) O erro inevitdvel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na redugéo de um sexto a um terco. C) no isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) no isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacéo da pena. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 77 E) exclui ail 39. (FCC - 2011 - TRT - 12 REGIAO (RJ) - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANGA) O erro inevitdvel sobre a ilicitude do fato A) isenta o réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na reducéio de um sexto a um terco. C) néo isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) ndo isenta o réu de pena, nem possibilita a atenuacéo da pena. E) exclui a ilicitude do fato. 40. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) A dispara seu revélver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipstese é correto afirmar que se trata de A) fato tipico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. B) erro de proibico, que exclui a culpabilidade. C) erro de proibigéo, que gera apenas a diminuicéo da pena, posto que inescusavel. D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusavel. E) erro quanto & existéncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa). 41. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Considere os exemplos abaixo: I. Casar-se com pessoa cujo cénjuge foi declarade morto para os efeitos civis, mas estava vivo. IL. Aplicar no ferimento do filho acido corrosivo, supondo que esta utilizado uma pomada. III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livré-la de mal incurdvel, supondo que a eutandsia é permitida. IV. Ingerir a gestante substancia abortiva, supondo que estava tomando um calmante. Ha erro de tipo nas situagdes indicadas APENAS em A) I, He Ill. B) le Il. C)1, Mew. D) Ie Il. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 41de77 Aula 01 - Pro E) Ile Iv. 42. (FCC - 2009 - TJ/PA - OFICIAL DE JUSTIA) 0 erro de proibigéo quando escusdvel exclui a A) imputabilidade. B) culpabilidade. C) punibilidade. D) antijuridicidade. E) conduta. 43. (FCC - 2012 - DPE-SP - DEFENSOR PUBLICO) Em Direito Penal, 0 erro a) de tipo, se for invencivel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. b) que recai sobre a existéncia de situagdo de fato que justificaria a acdo, tornando-a legitima, é tratado pelo Cédigo Penal como erro de proibico, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. c) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas no a culpa leve. d) de proibigo ¢ irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do caput do art. 21 do Cédigo Penal, "o desconhecimento da lei é inescusdvel". e) de proibicéo exclui a consciéncia da ilicitude, que, desde o advento da teoria finalista, integra 0 dolo e a culpa. 44, (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminur-la. b) exclui o dolo e a culpa. c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. d) extingue a punibilidade. e) exclui o dolo, mas permite a pungéo por crime culposo, se previsto em lei. 45. (FCC - 2006 ~ BCB - PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respectivamente, a) a obediéncia hierdrquica e a embriaguez acidental completa. b) a coag&o moral irresistivel e a doenga mental. c) a desisténcia voluntaria e o desenvolvimento mental incompleto. d) 0 exercicio regular de direito e a menoridade. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 420077 Aula 01 - Pro 46. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) So pressupostos da culpabilidade a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa. b) a imputabilidade, a possibilidade de conhecimento da ilicitude e a falta de cuidado. c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exigibilidade de conduta diversa e a falta de cuidado. e) a imputabilidade, a possibilidade de conhecer a ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa. 47. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) A doenga mental, a perturbaggo de satide mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado a) refletem na culpabilidade, de modo a exclui-la ou a atenué-la. b) excluem a ilicitude da conduta. ¢) isentam sempre de pena. d) extinguem a punibilidade. e) excluem a tipicidade. 48. (FCC - 2008 - PGE/SP - PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorréncia da ndo-imputabilidade, a) a emogao. b) a embriaguez ndo-acidental. c) a coagdo moral irresistivel. d) a menoridade. e) 0 erro sobre a ilicitude do fato. 49. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA) Considere: I. Estado de necessidade. IL. Estrito cumprimento de dever legal II. Obediéncia hierérquica. IV. Exercicio regular de um direito. V. Legitima defesa putativa. ‘So excludentes da culpabilidade SOMENTE 0 que se considera em Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro a)leV. b) Ile Ill. c) Mev. d) I, Helv. e) Il, Ilelv. 50. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ) A coago moral irresistivel e a obediéncia hierérquica excluem a a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente. b) tipicidade. c) culpabilidade. d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente. e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente. 7 _EXERCICIOS COMENTADOS 01. (FGV - 2016 - OAB - XX EXAME DE ORDEM) Wellington pretendia matar Ronaldo, camisa 10 e melhor jogador de futebol do time Bola Cheia, seu adversario no campeonato do bairro. No dia de um jogo do Bola Cheia, Wellington vé, de costas, um jogador com a_camisa 10 do time rival. Acreditando ser Ronaldo, efetua diversos disparos de arma de fogo, mas, na verdade, aquele que vestia a camisa 10 era Rodrigo, adolescente que substituiria Ronaldo naquele jogo. Em virtude dos disparos, Rodrigo faleceu. Considerando a situagdo narrada, assinale a opcao que indica o crime cometido por Wellington. A) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro na execucado. B) Homicidio consumado, considerando-se as caracteristicas de Rodrigo. C) Ho! consumado, considerando-se as caracteristicas de Ronaldo, pois houve erro sobre a pessoa. D) Tentativa de homicidio contra Ronaldo € homicidio culposo contra Rodrigo. COMENTARIOS: No caso em tela, temos 0 fendmeno do erro sobre a pessoa, previsto no art. 20, §3° do CP. Neste caso, o agente responde pelo crime de acordo com as caracteristicas da vitima pretendida, e nao de acordo com as caracteristicas da vitima atingida. Assim, Wellington responder por homicidio doloso consumado, considerando-se as caracteristicas pessoais de Ronaldo, a vitima visada. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA £ A LETRA C. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 44de77 02. (FGV - 2016 - OAB - XIX EXAME DE ORDEM) Pedro e Paulo bebiam em um bar da cidade quando teve inicio uma discuss&o sobre futebol. Pedro, objetivando atingir Paulo, desfere contra ele um disparo que atingiu o alvo desejado e também terceira pessoa que se encontrava no local, certo que ambas as vitimas faleceram, inclusive aquela cuja morte nao era querida pelo agente. Para resolver a questao no campo juridico, deve ser aplicada a seguinte modalidade de erro: A) erro sobre a pessoa. B) aberratio ictus. C) aberratio criminis. D) erro determinado por terceiro. COMENTARIOS: Neste caso ocorreu aberratio ictus, ou erro na execucao, pois em virtude de acidente o agente atingiu pessoa diversa daquela que pretendia atingir (embora também tenha atingido a vitima visada, motivo pelo qual respondera pelos dois delitos em concurso formal, nos termos do art. 73 ¢/c art. 70 do CP). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 03. (FGV - 2015 - TCM-SP - AGENTE DE FISCALIZACAO - CIENCIAS JURIDICAS) Dois prefeitos de cidades vizinhas, Ricardo e Bruno, encontram-se em um bar, apés uma reunido cansativa de negécios. Ricardo bebia doses de whisky e, mesmo nao sendo essa sua intencdo, acabou ficando embriagado. Enquanto isso, Bruno bebia apenas refrigerante, mas foi colocado em seu copo um comprimido de substancia psicotrépica por um eleitor de sua cidade, que também o deixou completamente embriagado. Apos, ainda alterados, cada um volta para a sede de sua prefeitura e apropriam-se de bens publicos para proveito préprio. Considerando o fato narrado, é correto afirmar que: (A) Ricardo e Bruno sdo isentos de pena, pois a embriaguez de ambos decorreu de fora maior; (B) Ricardo deveré responder pelo crime praticado, enquanto Bruno & isento de pena; (C) Ricardo e Bruno deverdo responder pelos crimes praticados, pois a embriaguez nunca exclui a imputabilidade penal; Ricardo e Bruno, caso sejam denunciados, responderéo inalmente perante a Camara de Vereadores; (E) Ricardo e Bruno sao isentos de pena, pois a embriaguez do primeiro foi culposa e do segundo decorreu de forga maior. COMENTARIOS: No caso em tela, apenas Ricardo respondera pelo delito que praticou, pois sua embriaguez decorreu de culpa sua, 0 que ndo afasta a imputabilidade penal. Bruno, por sua vez, nao pode responder pelo crime Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 77 praticado, pois sua embriaguez completa decorreu de forga maior (acao de terceira pessoa), nao tendo ocorrido por culpa de Bruno. Vejamos: Emosio e paixio Art. 28 - N&o excluem a imputabilidade penal: (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) (a) Embriaguez II - a embriaguez, voluntaria ou culposa, pelo dlcool ou substancia de efeitos andlogos.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 1° - Eisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forca maior, era, ao tempo da acéo ou da omisséo, inteiramente incapaz de entender 0 caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 04. (FGV - 2015 - TCE-RJ - AUDITOR) A embriaguez provocada pelo uso do alcool pode excluir a culpabilidade quando: a) for preordenada; b) decorrer de forca maior e diminuir a capacidade de entender a ilicitude do fato; ¢) for culposa; d) for patolégica; e) for habitual. COMENTARIOS: A embriaguez, como regra, n&o exclui a culpabilidade. Assim, a embriaguez preordenada, a embriaguez culposa e a embriaguez habitual néo so capazes de afastar a imputabilidade penal. Com relagio embriaguez decorrente de forca maior, ela sé excluiré a imputabilidade penal quando RETIRAR POR COMPLETO a capacidade de o agente entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Caso apenas diminua essa capacidade (letra B), o agente responderé pelo delito, mas teré sua pena diminuida. Por fim, em relac&o a embriaguez patolégica, ela € equiparada a doenga mental, motivo pelo qual PODE afastar a culpabilidade do agente (nos termos do art. 26 do CP, ndo do art. 28), de forma que a letra D (apesar de incompleta) esta correta. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 05. (FGV - 2015 - ASSEMBLEIA LEGISLATIVA-AL - PROCURADOR) A doutrina majoritaria brasileira entende que havera crime diante de uma conduta tipica, ilicita e culpavel. Sobre a culpabilidade, assinale a afirmativa correta. a) O erro de tipo é causa de exclusdo da culpabilidade em seu elemento Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 77 potencial da b) A conduta em coasio fisica irresistivel, apesar de tipica e enseja punicao do agente por auséncia de culpabilidade. c) © estrito cumprimento do dever legal € tratado pelo Cédigo Penal como causa excludente de culpabilidade. d) A embriaguez culposa completa nao exclui a imputabilidade penal. e) O exercicio regular do direito € causa legal de excluséo da culpabilidade. COMENTARIOS: A) ERRADA: Item errado, pois 0 erro de tipo afasta a tipicidade, n&o a culpabilidade B) ERRADA: Item errado, pois a coagao FISICA irresistivel exclui a conduta. A coacao MORAL irresistivel 6 que exclui a culpabilidade. C) ERRADA: Item errado, pois o estrito cumprimento do dever legal nao atua sobre a culpabilidade, mas sobre a ilicitude do fato. D) CORRETA: Item correto, pois a embriaguez CULPOSA nunca exclui a culpabilidade, ainda que seja completa. E) ERRADA: Item errado, pois 0 exercicio regular do direito no atua sobre a culpabilidade, mas sobre a ilicitude do fato. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. ita, nao 06. (FGV - 2015 - OAB - XVI EXAME DE ORDEM) Patricio e Luiz estavam em um bar, quando o primeiro, mediante ameaca de arma de fogo, obriga o ultimo a beber dois copos de tequila. Luiz ficou inteiramente embriagado. A dupla, ent&o, deixou o local, sendo que Patricio conduzia Luiz, que caminhava com muitas dificuldades. Ao encontrarem Juliana, que caminhava sozinha pela calgada, Patricio e Luiz, se utilizando da arma que era portada pelo primeiro, constrangeram-na a com eles praticar sexo oral, sendo flagrados por populares que passavam ocasionalmente pelo local, ocorrendo a prisao em flagrante. Denunciados pelo crime de estupro, no curso da instrucdo, mediante pericia, restou constatado que Patricio era possuidor de doenca mental grave e que, quando da pratica do fato, era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do seu comportamento, situacao, alias, que permaneceu até o momento do julgamento. Também ficou demonstrado que, no momento do crime, Luiz estava completamente embriagado. O Ministério Pablico requereu a condenacdo dos acusados. Nao havendo diivida com relacao ao injusto, tecnicamente, a defesa técnica dos acusados devera requerer, nas alegacées finais, A) a absolvicio dos acusados por forca da inimputabilidade, aplicando, porém, medida de seguranca para ambos. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 476077 lade em razdéo da embriaguez culposa e a absolvigao Patricio, com aplicacao, para este, de medida de seguranga. C) a absolvicgéo de Luiz por auséncia de culpabilidade em razdo da embriaguez completa decorrente de forca maior e a absolvicdo imprépria de Patricio, com aplicago, para este, de medida de seguranga. D) a absolvicgéo imprépria de Patricio, com a aplicagéo de medida de seguranga, e a condenagao de Luiz na pena minima, porque a embriaguez nunca exclui a culpabilidade. COMENTARIOS: No caso em tela o Juiz deverd absolver Luiz, em razéo da auséncia de culpabilidade, por inimputabilidade decorrente de embriaguez completa proveniente de forga maior, nos termos do art. 28, §1° do CP. Em relacio a Patricio, deveré receber sentenca de absolvicéio imprépria, com aplicacdo de medida de seguranga, nos termos do art. 26 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 07. (FGV - 2015 - OAB - XVII EXAME DE ORDEM) Durante um assalto a uma instituicdo bancdria, Anténio e Francisco, gerentes do estabelecimento, sao feitos reféns. Tendo ciéncia da condicSo deles de gerentes e da necessidade de que suas digitais fossem inseridas em determinado sistema para abertura do cofre, os criminosos colocam, a forga, o dedo de Anténio no local necessario, abrindo, com isso, 0 cofre e subtraindo determinada quantia em dinheiro. Além disso, sob a ameaca de morte da esposa de Francisco, exigem que este saia do banco, levando a sacola de dinheiro juntamente com eles, enquanto apontam uma arma de fogo para os policiais que tentavam efetuar a priséo dos agentes. Analisando as condutas de Anténio e Francisco, com base no conceito tripartido de crime, é correto afirmar que A) Anténio nfo responder pelo crime por auséncia de tipicidade, enquanto Francisco nao respondera por auséncia de ilicitude em sua conduta. B) Anténio nao respondera pelo crime por auséncia de ilicitude, enquanto Francisco nao respondera por auséncia de culpabilidade em sua conduta. C) Anténio nao respondera pelo crime por auséncia de lade, enquanto Francisco néo respondera por auséncia de culpabilidade em sua conduta. D) Ambos no responderao pelo crime por auséncia de culpabilidade em suas condutas. COMENTARIOS: No caso em tela, Anténio foi vitima de coacao FISICA irresistivel (n&o teve vontade alguma, escolha alguma), de forma que fica afastada a prépria configuracao do fato tipico, dada a auséncia de conduta. Francisco, por sua vez, foi vitima de coagdo MORAL irresistivel, de maneira que agiu sem culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 48 de 77 Aula 01 - Pro Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 08. (FGV - 2014 - OAB - XIV EXAME DE ORDEM) Eslow, holandés e usuario de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensdo, fumar um cigarro de maconha nas arquibancadas do estddio. Imediatamente, os policiais itares de plantdo o prenderam e o conduziram a Delegacia de Policia. Diante do Delegado de Policia, Eslow, completamente assustado, afirma que nao sabia que no Brasil a utilizagio de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu pais, 6 um habito assistir a jogos de futebol fumando maconha. Sobre a hipétese apresentada, assinale a op¢do que apresenta a principal tese defensiva. a) Eslow esta em erro de tipo essencial escusavel, razao pela qual deve ser absolvido. b) Eslow esta em erro de proibicdo direto inevitavel, razado pela qual deve ser isento de pena. c) Eslow esta em erro de tipo permissivo escusavel, razao pela qual deve ser punido pelo crime culposo. d) Eslow esta em erro de proibicdo, que importa em crime impossivel, razio pela qual deve ser absolvido. COMENTARIOS: Na hipétese narrada o agente se encontra em ERRO DE PROIBICAO, pois incidiu em erro sobre a existéncia de norma incriminadora. Quanto a ser, ou nao, um erro evitavel, trata-se de uma quest&o mais nebulosa. O enunciado, contudo, tenta deixar claro que o agente, de fato, ndo sabia e nem poderia saber da proibicéo, j4 que é pessoa que nunca viajou para fora da Holanda, etc. Assim, 0 enunciado deixa transparecer que se trata de erro de proibic&o inevitavel e, sendo assim, o agente fica isento de pena, por forca do art. 21 do CP. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA B. 09. (FGV - 2012 - PC-MA - DELEGADO DE POLICIA) Acerca da culpabilidade no estudo da teoria do crime, assinale a afirmativa incorreta. a) Para a teoria normativa que surgiu com o finalismo, houve a migragéo do dolo e da culpa para a tipicidade, passando a culpabilidade a ser um juizo de valor que se faz sobre a conduta tipica e ilicita. b) No tocante a imputabilidade, 0 Cédigo Penal adotou o critério psicolégico, sendo indispensavel que a causa geradora da inimputabilidade esteja presente no momento da conduta. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 49 de 77 Aula 01 - Pro c) No erro de proibigo o erro recai sobre a ilicitude do fato, imaginando o agente ser licito o que ¢ ilicito, podendo atenuar a culpabilidade, nunca, porém, a excluindo. d) Para a teoria limitada da culpabilidade, o erro de tipo permissivo exclui 0 dolo; se o erro for vencivel ha crime culposo se previsto em lei. €) A coacio moral irresistivel pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro, somente respondendo o autor da coacdo. COMENTARIOS: A) CORRETA: A teoria normativa da culpabilidade surgiu para atender a teoria finalista do delito, de forma que 0 dolo e a culpa foram transferidos da culpabilidade para’ o fato tipico, restando a culpabilidade como uma anélise meramente normativa, um ju(zo de valor a respeito da conduta do agente, a luz da norma penal; B) CORRETA: 0 item esta correto, pois o CP adotou o critério biopsicolégico no que tange a imputabilidade penal, devendo, no caso de inimputabilidade por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a causa geradora da inimputabilidade estar presente quando da realizacéo da conduta. Apenas uma ressalva quanto a este item: O CP também adotou o critério meramente biolégico quanto a inimputabilidade, ao determinar que os menores de 18 anos sao inimputaveis; C) ERRADA: 0 item esta errado, pois embora a definigéo de erro de proibicéo esteja correta, o item erra ao afirmar que o erro de proibicdo nunca poderd excluir a culpabilidade, pois o erro de proibigS0, quando inevitavel, exclui a culpabilidade, na forma do art. 21 do CP: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusavel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitavel, isenta de pena; se evitavel, poderd diminui-la de um sexto a um terco, (Redacaio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) D) CORRETA: O item esté correto, pois a teoria limitada da culpabilidade distingue as descriminantes putativas em “de fato” e “de direito”. Esta teoria fora adotada pelo CP. Assim, no erro de tipo permissivo, o agente fica isento de pena, caso se trate de erro inevitavel. Caso se trate de erro evitdvel, o agente responderd pelo delito na forma culposa (como punig&o por sua falta de cuidado), conforme prevé © art. 20 do CP: Erro sobre elementos do tipo(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art, 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui 0 dolo, mas permite a punicao por crime culposo, se previsto em lei. (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 10 - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacao de fato que, se existisse, tornaria a acao legitima. Nao ha isencdo de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punivel como crime culposo.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) E) CORRETA: A coacéo moral irresistivel, que é causa de excluséo da culpabilidade, pode ser exercida diretamente sobre o agente ou sobre um terceiro. O que importa, aqui, € que a coag&o tenha por finalidade atingir o agente, influenciando na sua tomada de decisao. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 50 de 77 , \ Aula 0: PORTANTO, A ALTERNATIVA INCORRETA E A LETRA C. 10, (FGV - 2013 - OAB - XI EXAME DE ORDEM) Para aferiggo da imputabilidade por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, assinale a alternativa que indica 0 critério adotado pelo Cédigo Penal vigente. a) Biolégico. b) Psicolégico. c) Psiquiatrico. d) Biopsicolégico. COMENTARIOS: Para a aferic&o da inimputabilidade o CP adotou os critérios *“meramente biolégico” e “biopsicolégico”. O primeiro foi adotado em relag&o aos menores de idade, ou seja, basta que sejam menores de 18 anos, sem que haja necessidade de qualquer avaliacdo especifica das condigées psicolégicas do agente no caso concreto. O critério biopsicolégico, por sua vez, foi adotado em relacéo aos doentes mentais, nos termos do art. 26 do CP. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 11. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM) Analise as hipéteses abaixo relacionadas e assinale a alternativa que apresenta somente causas excludentes de culpabilidade. a) Erro de proibigéo; embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior; coagao moral irresistivel. b) Embriaguez culposa; erro de tipo permissivo; inimputabilidade por doenca mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado. c) Inimputabilidade por menoridade; estrito cumprimento do dever legal; embriaguez incompleta. d) Embriaguez incompleta proveniente de caso fortuito ou forca maior; erro de proibicgaéo; obediéncia hierarquica. COMENTARIOS: Das alternativas apresentadas a Unica que traz apenas hipoteses de exclusdo da culpabilidade é a letra A, pois tanto o erro de proibicSo quanto a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forga maior e a coacao moral irresistivel sao causas de exclusao da culpabilidade, nos termos dos arts. 21, 22 e 28, §1° do CP. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E£ A LETRA A. 12. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Acerca das causas excludentes di icitude e extintivas de punibilidade, assinale a afirmativa incorreta. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 51 de77 Teoria é A Aula 01 - Pro A) A coacdo moral irresistivel exclui a culpabilidade, enquanto que a coaco fisica irresistivel exclui a prépria conduta, de modo que, nesta segunda hipétese, sequer chegamos a analisar a tipicidade, pois ndo ha conduta penalmente relevante. B) Em um bar, Caio, por notar que Ticio olhava maliciosamente para sua namorada, desfere contra este um soco no rosto. Aturdido, Ticio vai ao ch4o, levantando-se em seguida, e vai atras de Caio e o interpela quando este ja estava saindo do bar. Ao voltar-se para tras, atendendo ao chamado, Caio é surpreendido com um soco no ventre. Ticio praticou conduta tipica, mas amparada por uma causa excludente de ilicitude. C) Mévio, atendendo a ordem dada por seu lider religioso e, com o intuito de converter Rufus, permanece na residéncia deste 4 sua revelia, ou seja, sem 0 seu consentimento. Neste caso, Mévio, mesmo cumprindo ordem de seu superior e mesmo sendo tal ordem nao manifestamente ilegal, pratica crime de violacéo de domicilio (Art. 150 do Cédigo Penal), nao estando amparado pela obediéncia hierarquica. D) O consentimento do ofendido nao foi previsto pelo nosso ordenamento juridico-penal como uma causa de exclusao da ilicitude. Todavia, sua natureza justificante é pacificamente aceita, desde que, entre outros requisitos, 0 ofendido seja capaz de consentir e que tal consentimento recaia sobre bem disponivel. COMENTARIOS: A) O item esté perfeito. A coagio pode ser fisica ou moral. A coacéio fisica exclui a prépria conduta, j4 que hé mero movimento corporal, sem qualquer elemento subjetivo. Portanto, atuando sobre a conduta, exclui-se o fato tipico (tipicidade). A coac&o moral itresistivel, por sua vez, no exclui o fato tipico, mas a culpabilidade, pois o agente pratica conduta (atividade corporal + elemento subjetivo), mas essa conduta esta viciada, j4 que o agente esta sob forte ameaca, de forma que ausente o elemento da culpabilidade consistente na exigibilidade de conduta diversa. O art. 22 do CP trata da situag&o, embora diga apenas “coaco irresistivel”: Coacéo irresistivel e obediéncia hierdrquica (Redagdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coa¢do irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, s6 é punivel o autor da coacao ou da ordem,(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) B) 0 item esté errado. No caso, Ticio nao esté amparado por nenhuma causa de exclusdo da ilicitude. Trata-se, apenas, de vinganca; C) O item esté correto. Nesse caso nao ha possibilidade de se falar em obediéncia hierérquica, primeiro porque esta causa de excluséo da culpabilidade so é admissivel nas relacdes de servico pUblico, e em segundo lugar porque a ordem & manifestamente ilegal; D) O item esta correto. 0 nosso ordenamento previu apenas quatro espécies de causas de exclusdo da ilicitude, néo estando entre elas o consentimento do ofendido. Contudo, a Doutrina entende que o consentimento do ofendido, desde que vélido e em relagéo a bens disponiveis, constitui-se como uma causa de Prof. Renan Araujo 52. de 77 exclusdo da ilicitude, j4 que tornaria a ago legitima, deixando de ser injusta, portanto. Portanto, a ALTERNATIVA ERRADA E A LETRA B. 13. (FGV - IX EXAME UNIFICADO DA OAB) Jaime, brasileiro, passou a morar em um pais estrangeiro no ano de 1999. Assim como seu falecido pai, Jaime tinha por habito sempre levar consigo acessérios de arma de fogo, o que nao era proibido, levando-se em conta a legislacao vigente a época, a saber, a Lei n. 9.437/97. Tal habito foi mantido no pais estrangeiro que, em sua legislacéo, nao vedava a conduta. Todavia, em 2012, Jaime resolve vir de férias ao Brasil. Além de matar as saudades dos familiares, Jaime também queria apresentar o pais aos seus dois filhos, ambos nascidos no estrangeiro. Ocorre que, dois dias apés sua chegada, Jaime foi preso em flagrante por portar ilegalmente acessério de arma de fogo, conduta descrita no Art. 14 da Lei n. 10.826/2003, verbis : “Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depésito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessério ou municao, de uso permitido, sem autorizagéo e em desacordo com determinacao legal ou regulamentar”. Nesse sentido, podemos afirmar que Jaime agiu em hipdtese de A) erro de proibic&o direto. B) erro de tipo essencial. C) erro de tipo acidental. D) erro sobre as descriminantes putativas. COMENTARIOS: Partindo-se da premissa de que, de fato, Jaime ndo sabia que sua conduta era prevista como crime, temos um caso de erro de proibiciio direto, pois recai sobre a potencial consciéncia da ilicitude do fato em abstrato. Nos termos do art. 21 do CP: Art, 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitével, isenta de pena; se evitével, poderd diminui-la de um sexto a um terco, (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 14, (FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 3 - PRIMEIRA FASE (FEV/2011) Joaquim, desejoso de tirar a vida da propria mae, acaba causando a morte de uma tia (por confundi-la com aquela). Tendo como referéncia a situagdo acima, é correto afirmar que Joaquim incorre em erro A) de tipo essencial escus4vel - inevitavel - e devera responder pelo crime de homicidio sem a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (haja vista que a vitima, de fato, ndo era a sua genitora). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 53 de 77 B) de tipo acidental na modalidade error in persona e devera responder pelo crime de homicidio com a incidéncia da agravante relativa ao crime praticado contra ascendente (mesmo que a vitima no seja, de fato, a sua genitora). C) de proibicao e devera responder pelo crime de homicidio qualificado pelo fato de ter objetivado atingir ascendente (preserva-se o dolo, independente da identidade da vitima). D) de tipo essencial inescusavel - evitavel -, mas nao devera responder pelo crime de homicidio qualificado, uma vez que a pessoa atingida néo era a sua ascendente. COMENTARIOS: No caso em tela, Joaquim praticou 0 que se chama de crime por erro sobre a pessoa, na medida em que visualizou mal a vitima, mas acertou na execug&o. Nesse caso, o CP determina que o agente seja punido pelo crime que tentou em relacao a pessoa visada, e nao em relacao a pessoa efetivamente atingida. Vejamos: Art, 20 (...) § 3° - 0 erro quanto 4 pessoa contra a qual 0 crime praticado no isenta de pena Nao se consideram, neste caso, as condicées ou qualidades da vitima, sendo as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11,7.1984) Portanto, a afirmativa CORRETA E A LETRA B. 15. (FGV — 2013 — OAB - XII EXAME DE ORDEM) Braulio, rapaz de 18 anos, conhece Paula em um show de rock, em uma casa noturna. Os dois, apés conversarem um pouco, resolvem dirigir-se aum motel e ali, de forma consentida, o jovem mantém relacées sexuais com Paula. Apés, Braulio descobre que a moga, na verdade, tinha apenas 13 anos e que somente conseguira entrar no show mediante apresentagao de carteira de identidade falsa. A partir da situacdo narrada, assinale a afirmativa correta. A) Braulio deve responder por estupro de vulneravel doloso. B) Braulio deve responder por estupro de vulneravel culposo. C) Brdulio nao praticou crime, pois agiu em hipétese de erro de tipo essencial. D) Braulio ndo praticou crime, pois agiu em hipétese de erro de pr direto, COMENTARIOS: Em tese, Brdulio praticou o delito do art. 217-A do CP (estupro de vulneravel), por ter mantido relagdo sexual com pessoa menor de 14 anos. Contudo, no caso concreto, podemos afirmar que Braulio agiu em erro de tipo essencial, pois representou equivocadamente a realidade (acreditava que Paula tivesse mais de 14 anos), incorrendo em erro sobre um dos elementos que integram o tipo penal (ser a vitima menor de 14 anos), nos termos do art. 20 do cP. io Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 54 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro 16. (FGV - 2010 - OAB - II EXAME DE ORDEM) Arlete, em estado puerperal, manifesta a intencgdo de matar o préprio filho recém-nascido. Apés receber a crianca no seu quarto para amamentaé-la, a crianca é levada para o bercario. Durante a noite, Arlet: vai até o bercdrio, e, apés conferir a identificacaéo da crianca, a asfixia, causando a sua morte. Na manha seguinte, é constatada a morte por asfixia de um recém-nascido, que nao era o filho de Arlete. Diante do caso concreto, assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mae. (A) Crime de homicidio, pois, 0 erro acidental nao a isenta de reponsabilidade. (B) Crime de homicidio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar © préprio filho sob influéncia do estado puerperal, ndo houve preenchimento dos elementos do tipo. (C) Crime de infanticidio, pois houve erro quanto a pessoa. (D) Crime de infan' , pois houve erro ssencial. COMENTARIOS: No caso narrado no enunciado Arlete deveré responder pelo delito de infanticidio, previsto no art. 123 do CP. Isso porque houve o que se chama de ERRO SOBRE A PESSOA, ou seja, Arlete representou equivocadamente a realidade, agindo contra o filho de outra pessoa, acreditando que estava praticando a conduta contra o proprio filho. Em casos tais, o agente responde pelo delito como se tivesse atingido a pessoa que, de fato, pretendia atingir, nos termos do art. 20, §3° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 17. (FCC - 2015 - TCM-GO - PROCURADOR) A respeito das causas excludentes da culpabilidade, é correto afirmar que a) o desconhecimento da lei nos crimes culposos isenta 0 agente de pena. b) 0 erro invencivel sobre itude do fato n&o isenta o réu de pena. c) na coacao moral irresistivel o coator responde por dolo e o coacto por culpa. d) as descriminantes putativas excluem a culpabilidade. e) na obediéncia hierarquica é dispensavel a existéncia de relacdo de direito publico entre superior e subordinado. COMENTARIOS: a) ERRADA: Item errado, pois 0 desconhecimento da lei é inescusdvel. Em havendo erro de proibig&o ESCUSAVEL o agente ficara isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. b) ERRADA: Item errado, pois em havendo erro de proibigéo ESCUSAVEL (invencivel) 0 agente ficard isento de pena, nos termos do art. 21 do CP. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 55 de 77 c) ERRADA: Item errado, pois na coag&o moral irresistivel sé responde o coator, nos termos do art. 22 do CP. d) CORRETA: As descriminantes putativas podem ser de fato ou de direito, ou seja, podem estar relacionadas aos pressupostos objetivos de uma causa de justificagao (erro de fato) ou sobre a existéncia e limites da propria causa de justificagdo (erro de direito). Pela teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo CP, as primeiras recebem tratamento similar ao destinado ao erro de tipo, e as segundas recebem o mesmo tratamento destinado ao erro de proibic&o. Isso no significa, contudo, que as descriminantes putativas por erro de fato sejam SINONIMO de erro de tipo. Nao se trata de erro de tipo, pois o agente nao comete qualquer equivoco quando aos elementos que integram o tipo. Trata-se de erro quando a existéncia fatica de uma excludente de ilicitude, mas que por questées de politica criminal recebe tratamento similar ao destinado ao erro de tipo (o agente fica isento de pena se o erro é escusdvel ou responde na modalidade culposa, se prevista em lei, caso o erro seja inescusdvel). ) ERRADA: Item errado, pois tal relagao ¢ indispensével para a configuracao da obediéncia hierarquica. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 18. (FCC - 2015 - TRE-RR - ANALISTA JUDICIARIO) Paulo é estudante de uma determinada faculdade do Estado de Roraima, cursando o primeiro semestre. No inicio deste ano de 2015 Paulo é submetido a um trote académico violento e, amarrado, é obrigado a consumir a forca bebida alcodlica e substancia entorpecente. Apés o trote, Paulo, completamente embriagado e incapacitado de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento por conta desta embriaguez e do uso de droga, desloca-se até uma Delegacia de Policia da cidade de Boa Vista, onde tramita um inquérito contra ele por crime de leséo corporal dolosa decorrente de uma briga em uma casa noturna, e oferece R$ 10.000,00 em dinheiro ao Delegado de Policia para que este néo dé prosseguimento as investigagées. Paulo acaba preso em flagrante pela Autoridade Policial. No caso hipotético exposto, Paulo a) praticou crime de corrupedo ativa e tera a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenacao. b) é isento de pena pelo crime cometido nas dependéncias da Delegacia de Policia. ©) praticou crime de corrupgio ativa e nao ter4 a pena reduzida no caso de condenagao pela embriaguez. d) praticou crime de concussdo e n4o tera a pena reduzida no caso de condenacao. e) praticou crime de concussdo e tera a pena reduzida de um a dois tercos no caso de condenacao. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 56 de 77 Aula 01 - P: COMENTARIOS: Paulo praticou a conduta tipica prevista no art. 333 do CP, ou seja, em tese teria praticado o delito de corrupsao ativa. Contudo, a questéo deixa claro que ele se encontrava inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento, situacéio decorrente de embriaguez ocasionada por FORCA MAIOR. Assim, Paulo é inimputdvel e, segundo o CP, isento de pena (afasta a culpabilidade), nos termos do art. 28, §1° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 19. (FCC - 2015 - DPE-MA - DEFENSOR PUBLICO) Se o agente oferece propina a um empregado de uma sociedade de economia mista, supondo ser funciondrio de empresa privada com interesse exclusivamente particular, incide em a) erro sobre a pessoa. b) descriminante putativa. c) erro de tipo. d) erro sobre a ilicitude do fato inevitavel. e) erro sobre a ilicitude do fato evitavel. COMENTARIOS: Se 0 agente ignora a condic&o de funciondrio publico do agente, pode-se afirmar que ocorreu, no caso em tela, ERRO DE TIPO (erro sobre um dos elementos que compéem o tipo penal), previsto no art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIAVA CORRETA £ A LETRA C. 20. (FCC - 2015 - TCE-CE - PROCURADOR DE CONTAS) A diferenca entre erro sobre elementos do tipo e erro sobre a ilicitude do fato reside na circunstancia de que a) o erro de tipo exclui a culpabilidade, o de fato a imputabil b) o erro de tipo exclui 0 dolo, o de fato a culpabilidade. ) oerro de tipo exclui a reprovabilidade da conduta, 0 de fato o elemento do injusto. d) o erro de tipo exclui 0 dolo, o de fato a invencibilidade do erro. e) a discriminante putativa é 0 que distingue 0 erro de tipo do erro de fato. COMENTARIOS: 0 erro de tipo escusavel exclui o dolo, afastando-se, portanto, 0 fato tipico (j4 que o dolo é elemento da conduta, que € elemento do fato tipico), nos termos do art. 20 do CP. Em se tratando de erro inescusavel se admite punic&o a titulo de culpa, se houver previséo legal. Em relagio ao erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibigo, caso escusdvel (desculpavel), exclui a culpabilidade do agente. Se inescusdvel, diminui a pena imposta, nos termos do art. 21 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRAB. idade. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 57 de77 Aula 01 - Pro 21. (FCC - 2015 - TJ-PE - JUIZ SUBSTITUTO) Em matéria de erro, correto afirmar que rro sobre a ilicitude do fato exclui a culpabilidade, por néo lade de conduta diversa b) © erro sobre elemento constitutivo do tipo penal nao exclui a possibilidade de punic&o por crime culposo. c) 0 erro sobre a ilicitude do fato, se evitavel, isenta de pena. d) o erro sobre elemento constitutivo do tipo penal exclui a culpab e) 0 erro quanto a pessoa contra a qual o crime é praticado no isenta de pena, considerando-se as condigées ou qualidades da vitima, e nao as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. COMENTARIOS: 0 erro de tipo (erro sobre elemento constitutivo do tipo penal) exclui o dolo, mas permite a punigSo a titulo culposo, caso se trate de erro indesculpavel e o tipo penal admita punicao na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP. erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibicéio) isenta de pena (exclui a culpabilidade pela auséncia de potencial consciéncia da ilicitude, se desculpavel. Em se tratando de erro indesculpavel, o agente no fica isento de pena, mas terd a pena diminuida, nos termos do art. 21 do CP. Por fim, em caso de erro sobre a pessoa o agente NAO fica isento de pena Todavia devem ser consideradas as condigdes pessoais da vitima visada, nao da vitima atingida, nos termos do art. 20, §3° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. jade. 22. (FCC - 2015 - TJ-SE - JUIZ) A, cidadéo americano, vem para o Brasil em férias, trazendo alguns cigarros de maconha. Est4 ciente que mesmo em seu pais o consumo da subst4ncia néo é amplamente permitido, mas, como possui cancer em fase avancada, possui receita médica emitida por especialista americano para utilizar substancias que possuam THC. Ao passar pelo controle policial do aeroporto, é detido pelo crime de trafico de drogas. Nesta situacdo, é possivel alegar que A encontrava-se em situacao de erro de: a) tipo. b) tipo permissivo. ©) proibicdo direto. d) proibicao indireto. e) tipo indireto. COMENTARIOS: Neste caso 0 agente incorreu em erro sobre a existéncia ou limites de uma causa de justificagéio. Trata-se, portanto, de erro NORMATIVO, erro sobre a existéncia (em abstrato) de uma norma permissiva (que existe em seu pais de origem). Trata-se, portanto, de erro de proibic&io indireto. N&o se Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 58 de 77 a conduta, mas acredita que ha outra norma excepcionando o carater criminoso. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 23. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Maria, a fim de cuidar do machucado de seu filho que acabou de cair da bicicleta, aplica sobre o ferimento da crianga Acido corrosivo, pensando tratar-se de uma pomada cicatrizante, vindo a agravar o ferimento. A situagdo descrita retrata hipétese tratada no Cédigo Penal como: a) erro de proibicao. b) erro na execugao. c) estado de necessidade. d) exercicio regular de direito. e) erro de tipo. COMENTARIOS: Neste caso, Maria incidiu em erro de tipo, pois incorreu em erro sobre as circunstancias faticas, de maneira que acabou por causar lesées corporais em seu filho sem que tivesse o dolo de provocar tal resultado. Caso se verifique que se tratou de erro indesculpavel, poder responder por lesdo corporal na forma culposa, nos termos do art. 20 do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 24. (FCC - 2015 - TRT9 - TECNICO JUDICIARIO) Sio causas de inimputabilidade previstas no Cédigo Penal, além de doenca mental e desenvolvimento mental incompleto ou retardado: a) emocao e paixdo; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou for¢ga maior; idade inferior a 18 anos. b) idade inferior a 16 anos; embriaguez voluntaria; coagao irresistivel. c) idade inferior a 18 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou fora maior. d) idade inferior a 21 anos; embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forca maior; legitima defesa. ) emocio e paixdo; idade inferior a 18 anos; embriaguez preordenada. COMENTARIOS: Dentre as alternativas apresentadas, apenas a letra C traz hipéteses de inimputabilidade previstas no CP, pois a idade inferior a 18 anos & causa de inimputabilidade, bem como 0 é a embriaguez completa, decorrente de caso fortuito ou forga maior, nos termos do art. 27 e 28, §1° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 25. (FCC - 2015 - TCE-AM - AUDITOR) 0 erro sobre a pessoa contra a qual o crime é praticado a) nao isenta de pena o agente. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 59 de 77 Teoria € A Aula 01 - Pro b) exclui o dolo. ¢) exclui o dolo, mas prevalece a culpa. d) n&o isenta de pena o agente, porém deve sempre ser considerado na sentenga. e) € um crime impossivel COMENTARIOS: 0 erro sobre a pessoa nao isenta o agente de pena. Neste caso, porém, devem ser consideradas as condigdes pessoais da pessoa visada, e nao as da pessoa efetivamente atingida, nos termos do art. 20, §3° do CP. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 26. (FCC - 2015 - TJ-AL - JUIZ SUBSTITUTO) O erro inescusavel sobre a) a ilicitude do fato consti b) elementos do tipo permite a punicao a titulo de culpa, se acidental. c) elementos do tipo isenta de pena. d) elementos do tipo exclui o dolo e a culpa, se essencial. e) a ilicitude do fato exclui a antijuridicidade da conduta. COMENTARIOS: 0 erro inescusdvel (indesculpavel) sobre a ilicitude do fato NAO isenta o agente de pena, mas é causa de diminuig&o de pena, nos termos do art. 21 do CP. 0 erro inescusdvel sobre elemento constitutivo do tipo penal afasta o dolo, mas permite a punicéio a titulo culposo, nos casos de erro essencial (desde que haja previsSo de punigao a titulo de culpa em relacdo ao tipo penal). Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 27. (FCC - 2015 - TRE-AP - ANALISTA JUDICIARIO) Maria é aprovada no vestibular para uma determinada Universidade Federal. No dia da matricula, Maria, caloura, € recebida pelos alunos veteranos da universidade e submetida a um trote académico violento. Além de outras coisas que foi obrigada a fazer, Maria foi amarrada em uma cadeira de bar e obrigada a ingerir bebi alcodlica até ficar completamente embriagada e sem qualquer possibilidade de entender o carater ilicito de um fato ou de determinar-se de acordo com este entendimento. Maria é liberada do trote e sai do bar, dirigindo-se até o seu veiculo que estava estacionado em via ptblica, sem conseguir movimenta-lo. Abordada por policiais, desacatou-os. Neste caso, no que concerne ao crime de desacato, (A) tera a pena reduzida de um a dois tercos. (B) estara isenta de pena. (C) tera a pena reduzida de metade. (D) tera a pena reduzida em 1/6. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 60 de 77 (E) tera a pena aumentada de 1/3. COMENTARIOS: No caso em tela Maria estar isenta de pena, pois é considerada inimputavel neste caso. A embriaguez completa, desde que proveniente de caso fortuito ou forca maior (como foi o caso), exclui a imputabilidade penal, nos termos do art. 28, §1° do CP, desde que o agente seja, ao tempo da acéio ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 28. (FCC - 2014 - TRF4 - OFICIAL DE JUSTICA) No direito brasileiro legislado, desde que subtraia por completo o entendimento da ilicitude ou a determinagdo por ela, a embriaguez tera, genericamente, o condéo de excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for (A) nao preordenada. (B) oriunda de culpa consciente. (C) oriunda de culpa inconsciente. (D) oriunda de caso fortuito. (E) nao premeditada. COMENTARIOS: A embriaguez somente pode excluir total ou parcialmente a imputabilidade penal quando for oriunda de caso fortuito ou forga maior, nos termos do art. 28, §§1° e 2° do CP: Art. 28 - No excluem a imputabilidade penal: (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 117.1984) Con) § 19 - Eisento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forga maior, era, ao tempo da ago ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o caréter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou forca maior, néo possuia, ao tempo da acdo ou da omissao, a plena capacidade de entender o cardter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 29, (FCC - 2014 - TJ-CE - JUIZ) Na coacéo moral irresistivel, ha exclusdo da a) antijuridicidade. b) culpabilidade, por inimputal! ¢) culpabilidade, por no exigibi d) jade. e) culpabilidade, por impossibilidade de conhecimento da ilicitude. idade. idade de conduta diversa. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 61 de77 Aula 01 - Pro COMENTARIOS: A coacdo MORAL irresistivel exclui a culpabilidade, por inexigibilidade de conduta diversa. Vejamos o art. 22 do CP: Coacao irresistivel e obediéncia hierdérquica (Redag3o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Seo fato é cometido sob coacéo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierarquico, sé é punivel o autor da coacao ou da ordem.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Embora o artigo fale apenas em coacfo irresistivel, somente a coagéo MORAL irresistivel exclui a culpabilidade. A coagao FISICA irresistivel exclui o fato tipico, pois ndo ha um dos elementos, que é a conduta, por auséncia de vontade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 30. (FCC - 2014 - CAMARA MUNICIPAL-SP - PROCURADOR LEGISLATIVO) Ha uma critica doutrindria bastante conhecida e frequente ao fundamento teérico da punicio, no direito brasileiro, dos crimes cometidos em estado de embriaguez. Pode-se sintetiza-la afirmando que essa punicSo, ao fundar-se na teoria a) da equivaléncia dos antecedentes causais, simplesmente equaliza as diversas modalidades de embriaguez, nado permitindo uma justa diferenciagdo de seus variados graus de reprovabilidade. b) objetiva pura alem, n&o considera as diversas situagées subjetivas desencadeantes da embriaguez, e, por consequéncia, nao pro; devida diferenciacéo entre seus variados graus de reprovabilidade. c) da actio libera in causa, nao é facilmente extensivel aos casos de embriaguez n&o preordenada ou mesmo meramente culposa, jando-se, eventualmente, situagées de responsabilizagéo penal estritamente objetiva. d) puramente normativa da culpabilidade (Welzel), esvazia o juizo da consciéncia da ilicitude que, de efetivo e concreto, se torna puramente el e potencial, respondendo o agente indistintamente pelo crime, ainda que compreensivelmente nao tivesse condicées ou razées reais para nao se embriagar nas circunstancias em que o fato se deu. e) monista temperada, acaba comportando situagées graves de impunidade, notadamente nos crimes cometidos com culpa consciente e limitrofes ao dolo eventual. COMENTARIOS: 0 item correto é 0 da letra C. Isso porque o Brasil adotou a teoria da actio libera in causa, segundo a qual o agente deve ser punido pelo crime praticado em estado de embriaguez se ele se colocou livremente nessa situago (ainda que culposamente ou sem intengdo de praticar crimes). Tal teoria prega que embora nao haja imputabilidade no momento do crime, existia livre consciéncia no momento da embriaguez, ou seja, a ac&o era consciente “na causa” (a embriaguez). PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 62de77 Aula 01 - Pro 31. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR NOTARIAL) A inimputabilidade por peculiaridade mental ou etaria exclui da conduta d) antijuridicidade e a culpabilidade, respectivamente. ) culpabilidade. COMENTARIOS: A inimputabilidade por doenga mental ou em razéo da idade gera exclusdo da culpabilidade, por ser a inimputabilidade um elemento da culpabilidade que, por sua vez, é 0 terceiro elemento na divisdo analitica do crime. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 32. (FCC - 2012 - TRF5 - ANALISTA JUDICIARIO) Em matéria penal, a embriaguez incompleta, resultante de caso fortuito ou de forga maior, a) ndo suprime a imputabilidade penal, mas diminui a capacidade de entendimento gerando uma causa geral de diminuicao de pena. b) nao exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, nado operando qualquer efeito na aplicagao da pena. c) € hipétese de eliséo da imputabilidade penal porque afeta a capacidade de compreensdo, tornando o agente isento de pena. d) nao exclui, nem diminui, a imputabilidade penal, servindo como circunstancia agravante. e) embora n4o suprima a imputabilidade penal, é censuravel, e serve como circunstancia agravante. COMENTARIOS: Tal embriaguez NAO exclui a imputabilidade penal, pois nao é completa. Contudo, é causa de diminuicéo de pena. Vejamos: Art, 28 (...) § 20 - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se o agente, por embriaguez, Proveniente de caso fortuito ou forca maior, no possuia, a0 tempo da aco ou da omissao, a plena capacidade de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 33. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Consti causa de exclusdo da culpabilidade A) a embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou forga maior, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 63 de 77 B) 0 erro sobre a ilici do agente. C) a doencga mental ou o desenvolvimento mental incompleto ou retardado, em funcdo de nao se poder exigir conduta diversa do agente. D) a menoridade, em virtude da impossibilidade de o agente conhecer a ilicitude do fato. E) a coacdo moral irresistivel, em fungdo de nao se poder exigir conduta diversa do agente. COMENTARIOS: A) ERRADA: Como vimos no art. 28, § 1° do CP a embriaguez fortuita completa s6 exclui a culpabilidade quando o agente for inteiramente incapaz de compreender 0 caréter ilicito da conduta ou de determinar-se conforme este entendimento, consequéncia esta que é possivel, mas nao inerente 4 embriaguez completa. B) ERRADA: Pois nem sempre o erro sobre a ilicitude exclui a culpabilidade. Esse erro deverd ser escusével. Mais, ainda que exclua a culpabilidade, no seré por falta de imputabilidade, mas por auséncia de potencial consciéncia da ilicitude CUIDADO! C) ERRADA: A simples presenca da doenga nao exclui a culpabilidade. Como vimos, 0 Brasil adotou o critério biopsicolégico, sendo necessdrio que, além da doenga, fique provado que 0 agente nao era capaz de entender o carater ilicito da conduta. D) ERRADA: A menoridade, de fato, exclui a culpabilidade, mas no pela auséncia de potencial consciéncia da ilicitude, como diz a questo, mas por auséncia de imputabilidade, num critério meramente biolégico. E) CORRETA: A coag&o moral irresistivel exclui 2 culpabilidade, pois, nas circunstancias, n&o se podia exigir do agente que se comportasse conforme o Direito. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. ‘itude do fato, em decorréncia da nao imputabilidade 34. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) O erro sobre a il tude do fato A) exclui o dolo, mas permite a punic&éo por crime culposo, se previsto em lei. B) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. C) exclui o dolo ea culpa. D) reflete na culpabilidade, de modo a exclui-la ou atenua-la. E) extingue a punibilidade COMENTARIOS: A) ERRADO: O erro que exclui 0 dolo € 0 erro de tipo, e permite a punig&o por crime culposo se se tratar de erro inescusavel. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 64 de 77 B) ERRADO: Embora reflita na culpabilidade, nem sempre isenta de pena, apenas quando se tratar de erro de proibicéo escusdvel, ou seja, 0 agente néo tinha condigées de entender o carater ilicito de sua conduta. C) ERRADO: 0 erro sobre a ilicitude age na culpabilidade, logo, n&o tem a ver com dolo e culpa, que sdo elementos da conduta e, portanto, do fato tipico. D) CORRETA: 0 erro de proibic&o reflete na culpabilidade, e a exclui quando for erro escusdvel. Quando for erro inescusavel, porém, atenua a culpabilidade do agente e, por consequéncia, a pena aplicdvel. E) ERRADA: A exting&o da punibilidade pressupée a sua existéncia. Desta forma, a alternativa esté errada. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 35. (FCC - 2008 - TCE/AL - PROCURADOR) A coacdo moral irresistivel e a obediéncia hierarquica sdéo causas de exclusdo da A) culpabilidade. B) antijuridicidade. C) ilicitude. D) ti lade. E) punibilidade. COMENTARIOS: A) CORRETA: Trata-se de causas em que néo ha um dos elementos da culpabilidade, que € a inexigibilidade de conduta diversa. Assim, a alternativa esta correta. B) ERRADA: Como vimos, as causas que excluem a ilicitude so: a) estado de necessidade; b) legitima defesa; c) exercicio regular de um direito; d) estrito cumprimento do dever legal. C) ERRADA: A ilicitude sinénimo de antijuridicidade, portanto, esté incorreta, nos termos do comentario a alternativa B. D) ERRADA: A exigibilidade de conduta diversa é um dos elementos da culpabilidade, nao da tipicidade, motivo pelo qual a questao esté incorreta, jé que a tipicidade é meramente o juizo de subsuncao entre o fato cometido e a hipétese legal incriminadora, que faz surgir a presungao de ilicitude. E) ERRADA: Ocorrendo uma dessas circunstancias, a culpabilidade resta afastada, de forma que o crime nao existe (pois a culpabilidade ¢ um de seus elementos). Assim, nao surge o poder de punir do Estado (punibilidade). PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 36. (FCC - 2010 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 65 de77 Desenvolvimento mental incompleto ou retardado, embriaguez decorrente de caso fortuito e menoridade constituem, dentre outras, excludentes de A) tipicidade B) ilicitude C) punibilidade D) antijuridicidade E) culpabilidade COMENTARIOS: A) ERRADA: Constituem hipéteses de exclusdo da culpabilidade, em razdo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. B) ERRADA: Constituem hipsteses de exclusdo da culpabilidade, em razéo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. C) ERRADA: Constituem hipdteses de exclusdo da culpabilidade, em razéo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. D) ERRADA: Constituem hipéteses de exclusao da culpabilidade, em razéo da auséncia de imputabilidade do agente, nos termos dos arts. 26, 27 € 28 do CP. E) CORRETA: Conforme estudamos, se 0 agente se encontrar em uma dessas condigdes, restard excluida a sua culpabilidade, posto que a lei considera que, nestas hipsteses, o agente nao podia entender o carater ilicito de sua conduta e se comportar conforme o Direito. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 37. (FCC - 2011 - TER/AP - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Exclui a imputabilidade penal, nos termos preconizados pelo Cédigo Penal, A) a embriaguez voluntaria pelo 4lcool ou substancia de efeitos analogos. B) a emogio e a paixao. C) a embriaguez culposa pelo alcool ou substancia de efeitos analogos. D) se o agente, em virtude de perturbacdo de satide mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, no era inteiramente capaz de entender o carAter ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. E) a embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou forca maior, se 0 agente era, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. COMENTARIOS: A) ERRADA: A embriaguez voluntaria n&o exclui a culpabilidade, em nenhuma hipétese, nos termos do art. 28, II do CP. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 66 de 77 B) ERRADA: Nos termos do art. 28, I do CP, a emogdo e a paixao também nao excluem a culpabilidade. C) ERRADA: A embriaguez culposa, tal qual a voluntéria, n&o exclui a culpabilidade do agente, nos termos do art. 28, II do CP. D) ERRADA: Se ele no era inteiramente incapaz de entender o carater ilicito do fato, sera considerado semi-imputavel, mas devera ser condenado e sua pena ser diminufda, em raz&o da menor culpabilidade em relagéo aos demais. E) CORRETA: Nos termos do art. 28, § 1° do CP, se o agente estava involuntariamente embriagado, de maneira completa, de forma que nao tinha condigdes de entender o carater ilicito do fato e se comportar conforme o Direito, estard excluida sua culpabilidade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 38. (FCC - 2011 - TRT 1°RG - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANGA) O erro inevitavel sobre a itude do fato A) isenta 0 réu de pena. B) nao isenta o réu de pena, mas implica na redugéo de um sexto a um terco. C) ndo isenta o réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) nao isenta o réu de pena, nem po: ita a atenuacio da pena. E) exclui a ilicitude do fato. COMENTARIOS: A) CORRETA: O erro de proibig&o inevitavel (escusavel) exclui a culpabilidade, pois 0 agente, naquelas circunstancias, no tinha condigées de conhecer o carater ilicito da conduta. B) ERRADA: Essa diminuigo de pena se aplica ao erro de proibigao evitavel (ou inescusdvel), no qual o agente, mediante algum esforco, poderia conhecer o carater ilicito da conduta. C) ERRADA: Como dito acima, presente 0 erro de proibigdo escusdvel, o réu estar isento de pena, por ser excluida a culpabilidade. D) ERRADA: Pois, 0 erro de proibicio inevitavel (escusdvel) exclui a culpabilidade, pois 0 agente, naquelas circunstancias, no tinha condigées de conhecer o carater ilicito da conduta. E) ERRADA: A ilicitude do fato nada tem a ver com as verificagées acerca da culpabilidade do agente, diante de determinado erro sobre a licitude ou nao do fato. A ilicitude esté ligada ao fato criminoso, enquanto o erro de proibicéo se refere potencial consciéncia da ilicitude, que é elemento da culpabilidade. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 67 de 77 39. (FCC - 2011 - TRT - SS Rearko (RJ) - TECNICO JUDICIARIO - SEGURANGA) O erro inevitavel sobre a A) isenta o réu de pena. ®) nao isenta o réu de pena, mas implica na reducdo de um sexto a um ergo. C) nao isenta 0 réu de pena, mas constitui circunstancia atenuante. D) nio isenta o réu de pena, nem po: ita a atenuacdo da pena. E) excluia ide do fato. COMENTARIOS: 0 erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibigao, é 0 fenémeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é penalmente tipica O art. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitavel (ou seja, se mesmo mediante um esforgo intelectual razoavel, ndo fosse realmente possivel saber que era ilicita a conduta), 0 agente estar isento de pena: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusavel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitavel, poderé diminui-la de um sexto a um terco. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. itude do fato 40. (FCC - 2010 - TRE-AL - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) A dispara seu revélver e mata B, acreditando tratar-se de um animal. A respeito dessa hipétese é correto afirmar que se trata de A) fato tipico, pois o dolo abrangeu todos os elementos objetivos do tipo. B) erro de proibicéo, que exclui a culpabilidade. C) erro de proibicéo, que gera apenas a diminuig&éo da pena, posto que inescusavel. D) erro de tipo, que exclui o dolo e a culpa, se escusavel. E) erro quanto a existéncia de excludente de ilicitude (descriminante putativa). COMENTARIOS: Na hipotese, néo se trata de erro de proibig&o, pois o agente n&o cometeu erro quanto a licitude ou ilicitude da conduta (art. 21 do CP), mas cometeu um erro sobre uma circunstancia fatica. Também nao ha que se falar em fato tipico, eis que o agente incidiu em erro sobre elemento constitutivo do tipo penal do art. 121 ("alguém” = pessoa humana). N&o hé, ainda, hipdtese de descriminante putativa, pois 0 agente no imaginou estar diante de uma situacdo que lhe permitisse agir em legitima defesa, estado de necessidade ou qualquer outra excludente de ilicitude (pelo menos a questao nao disse isso). Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 68 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro Assim, trata-se, como ja disse, de erro sobre elemento constitutivo do tipo penal, ou ERRO DE TIPO, que se for inevitavel (ou escusdvel) exclui o dolo e a culpa. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 41. (FCC - 2007 - TRE-MS - ANALISTA JUDICIARIO - AREA ADMINISTRATIVA) Considere os exemplos abaixo: I. Casar-se com pessoa cujo cénjuge foi declarado morto para os efeitos civis, mas estava vivo. ERRADA: Nesse caso nao ha erro de tipo, mas fato atipico, pois se o cénjuge foi declarado morto para efeitos civis, o casamento anterior néo mais existia, de forma que nao ha que se falar em crime de bigamia, art. 235 do CP: Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusio, de dois a seis anos. § 10 - Aquele que, ndo sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstancia, é punido com reclusdo ou detenc3o, de um a trés anos. § 20 - Anulado por qualquer motivo o primeiro casamento, ou o outro por motivo que nao a bigamia, considera-se inexistente o crime. Assim, nao houve pratica da conduta prevista no tipo penal mediante incursao em erro sobre circunstancia fatica. Simplesmente néo foi praticada a conduta prevista no tipo penal. II. Aplicar no ferimento do filho 4cido corrosivo, supondo que esta utilizado uma pomada. CORRETA: Aqui, de fato, ha a pratica da conduta descrita no art. 129 do CP (lesées corporais). No entanto, essa conduta é praticada mediante erro sobre circunstancia fatica (o agente imagina que o dcido é uma pomada). Portanto, é hipotese de erro de tipo. III. Matar pessoa gravemente enferma, a seu pedido, para livra-la de mal incuravel, supondo que a eutandsia é permitida. ERRADA: Aqui temos um caso de erro de proibig&o, pois 0 erro do agente reside no na circunstancia fatica, que é perfeitamente delimitada, mas nas consequéncias penais, pois o agente imagina que sua conduta é permitida pela lei penal, quando nao 0 é. IV. Ingerir a gestante substancia abortiva, supondo que estava tomando um calmante. CORRETA: Nesse caso, embora o agente pratique a conduta descrita no art. 124 do CP, o faz por estar representando erroneamente uma situago fatica (acreditar que esta tomando calmante, quando, na verdade, esta ingerindo substdncia abortiva): Art, 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem Iho provoque: Pena - detencdo, de um a trés anos. Havendo, pois, erro fatico quanto a elemento constitutivo do tipo penal, estamos diante de erro de tipo. Prof. Renan Araujo 69de 77 Ha erro de tipo nas situacées i A) I, Ie III. B) Ie III. C) I, Wlelv. D) Ie III. E) Helv. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. 42. (FCC — 2009 - TJ/PA - OFICIAL DE JUSTICA) O erro de proibic&o quando escusavel exclui a A) imputabilidade. B) culpabilidade. C) punibilidade, D) antijuridicidade. E) conduta. COMENTARIOS: 0 erro sobre a ilicitude do fato, ou erro de proibigdo, é o fenémeno no qual o agente pratica a conduta supondo tratar-se de conduta penalmente admitida, quando, na verdade, a conduta é penalmente tipica. Oart. 21 do CP estabelece que, se esse erro for inevitavel, ou escusdvel (ou seja, se mesmo mediante um esforco intelectual razodvel, ndo fosse realmente possivel saber que era ilicita a conduta), 0 agente estard isento de pena: Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusdvel. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitdvel, isenta de pena; se evitavel, poderd diminui-la de um sexto a um terco, (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Afastando-se, desta forma, a potencial consciéncia da ilicitude, estard ausente um dos elementos da culpabilidade, restando esta afastada. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 43. (FCC - 2012 - DPE-SP - DEFENSOR PUBLICO) Em Direito Penal, 0 erro a) de tipo, se for invencivel, exclui a tipicidade dolosa e a culposa. b) que recai sobre a existéncia de situacdo de fato que justificaria a acdo, tornando-a legitima, é tratado pelo Cédigo Penal como erro de proibicao, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta. 0 dolo e a culpa grave, mas nao a culpa leve. ireito Penal, pois, nos termos "o desconhecimento da lei é do caput do art. 21 do Cédigo Penal, inescusavel". e) de proibi¢do exclui a consciéncia da teoria finalista, integra o dolo ¢ a culpa. itude, que, desde o advento da Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 70 de 77 Aula 01 - Pro COMENTARIOS: A) CORRETA: Esta é a previsdo do art. 20 do CP: Erro sobre elementos do tipo(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punigao por crime culposo, se previsto em lei. (Redac&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Descriminantes putativas(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) § 1° - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situagio de fato que, se existisse, tornaria a agao legitima. Nao hd isencao de pena quando 0 erro deriva de culpa e 0 fato é punivel como crime culposo.(Redag&o dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) B) ERRADA: Esse erro pode ser tratado como erro de tipo, néo como erro de proibicao; C) ERRADA: Nao ha diferenciagéo entre culpa grave e leve, tampouco para fins de caracterizagao do erro de tipo; D) ERRADA: O erro de proibicio é RELEVANTE e, caso escusavel, ISENTA DE PENA; Caso inescusével, gera redugao de pena, nos termos do art. 21 do CP; E) ERRADA: De fato, 0 erro de proibic&o exclui a potencial consciéncia da ilicitude (se escusdvel), mas esse é um elemento da CULPABILIDADE, nao estando dentro do dolo ou da culpa, que so elementos do FATO TIPICO. PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 44. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) O erro sobre a ilicitude do fato a) reflete na culpabilidade, de modo a excluir a pena ou diminui-la. b) exclui o dolo e a culpa. c) reflete na culpabilidade, sempre isentando de pena. d) extingue a punilidade. ©) exclui o dolo, mas permite a puncao por crime culposo, se previsto em lei. COMENTARIOS: O erro sobre a ilicitude do fato, ou ERRO DE PROIBICAO, se caracteriza como a auséncia de conhecimento acerca da proibigéo do conduta que se realiza, afetando diretamente a anélise da culpabilidade do agente. Pode ser um erro desculpavel ou indesculpavel, com consequéncias diversas. Se escusdvel 0 erro (desculpavel) 0 agente fica isento de pena. Se inescusavel (indesculpavel), 0 agente tera a pena reduzida de um sexto a um tergo. Nos termos do art. 21 do CP: O desconhecimento da lei é inescusavel. O erro sobre a ilicitude do fato, se vel, isenta de pena; se evitével, poderd diminui-la de um sexto a um terso. (Redaco dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Prof. Renan Araujo concursos.com.br 71 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro Paragrafo Unico - Considera-se evitavel o erro se o agente atua ou se omite sem 2 consciéncia da ilicitude do fato, quando Ihe era possivel, nas circunstancias, ter ou atingir essa consciéncia. (RedacSo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, vemos que o erro sobre a ilicitude do fato pode isentar de pena ou diminuir a pena do agente, a depender do tipo de erro. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA A. 45. (FCC - 2006 - BCB - PROCURADOR) Excluem a ilicitude e a imputabilidade, respe a) a obediéncia hierarquica e a embriaguez acidental completa. b) a coagéo moral irresistivel e a doencga mental. c) a desisténcia voluntaria e o desenvolvimento mental incompleto. d) o exercicio regular de direito e a menoridade. COMENTARIOS: As causas de exclusdo da ilicitude esto previstas no art. 23 do CP. Vejamos: Art, 23 - Nao ha crime quando o agente pratica o fato: (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) I- em estado de necessidade; (Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Ir- em legitima defesa;(Incluido pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) IIT - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercicio regular de direito.(Incluido pela Lei n? 7.209, de 11.7.1984) Ja as causas legais de exclusdo da culpabilidade estéo previstas no art. 22 do CP, que determina a excluséo da culpabilidade do agente que pratica o fato sob coacao moral irresistivel ou em cumprimento a ordem n&o manifestamente ilegal de superior hierdrquico. Vejamos: Art, 22 - Se o fato cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierérquico, sé € punivel o autor da coacao ou da ordem. (Redagio dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) No entanto, a menoridade também é€ considerada causa de excluséo da culpabilidade, pois gera a inimputabilidade do agente. Vejamos: Art, 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos séo penalmente inimputaveis, ficando sujeitos 4s normas estabelecidas na legislacdo especial. (Redagao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Assim, a afirmativa que traz respectivamente uma causa de exclus&o da ilicitude uma causa de exclusdo da imputabilidade é a letra D. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 46. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) So pressupostos da culpabilidade a) a falta de cuidado, a previsibilidade do resultado e a exigibilidade de conduta diversa. Prof. Renan Araujo 72.4877 Teoria e Aula 01 - Pro idade de conhecimento da ilicitude ea falta b) a imputabilidade, a possil de cuidado. c) a previsibilidade do resultado, a imputabilidade e a falta de cuidado. d) a possibilidade de conhecer a ilicitude, a exii idade de conduta diversa e a falta de cuidado. e) a imputabilidade, a possi exigibilidade de conduta diversa. COMENTARIOS: A culpabilidade é um juizo acerca das condigdes pessoais do agente, de forma a aferir se a este pode ser imputado 0 fato tipico e ilicito. ‘A Doutrina moderna elenca trés elementos para a culpabilidade: Imputabilidade - 0 agente deve ser penalmente imputavel (Maior de 18 anos e mentalmente sao); Potencial consciéncia da ilicitude - Deve ser analisado se aquela pessoa, naquelas circunstancias, tinha condigdes de entender que sua conduta era contraria ao Direito; Exigibilidade de conduta diversa - Devem ser analisadas as circunstancias pessoais e faticas para se saber se a pessoa que praticou 0 fato tipico e ilicito se. encontrava em condigdes de agir de outra maneira ou se no era possivel exigir desta pessoa que agisse conforme 0 Direito. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA E. lade de conhecer a ilicitude e a 47. (FCC - 2007 - ISS/SP - AUDITOR-FISCAL TRIBUTARIO MUNICIPAL) A doenca mental, a perturbagao de satide mental e o desenvolvimento mental incompleto ou retardado a) refletem na culpabilidade, de modo a exclui-la ou a atenué-la. b) excluem a ilicitude da conduta. c) isentam sempre de pena. d) extinguem a punibilidade. e) excluem a tipicidade. COMENTARIOS: Todos estes fatores (doenca mental, perturbacdo mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado) interferem diretamente na culpabilidade do agente, e podem levar a inimputabilidade (excluindo a culpabilidade) ou a semi-imputabilidade (atenuando a pena). Vejamos: Inimputaveis Art. 26 - E isento de pena o agente que, por doenca mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da aco ou da omissao, inteiramente incapaz de entender 0 carater ilicito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Redugio de pena Pardgrafo Unico - A pena pode ser reduzida de um a dois tercos, se 0 agente, em Virtude de perturbacao de saude mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado nao era inteiramente capaz de entender o carter ilicito do fato ou de Prof. Renan Araujo 73: de 77 determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, 11.7.1984) ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA £ A LETRA A. 48. (FCC - 2008 - PGE/SP - PROCURADOR) Exclui a culpabilidade, em decorréncia da naéo-imputabilidade, a) a emocio. b) a embriaguez nao-acidental. c) a coagdo moral irresistivel. d) a menoridade. e) 0 erro sobre a ilicitude do fato. COMENTARIOS: A culpabilidade 6 0 Juizo de reprovabilidade acerca do fato praticado pelo agente. Temos como elemento da culpabilidade: IMPUTABILIDADE;, POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE; EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA. Dentre as afirmativas a disposig&o, a tinica que contempla uma causa que exclui a IMPUTABILIDADE é a letra D, que trata da menoridade. Vejamos: Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos sao penalmente inimputaveis, ficando sujeitos 4s normas estabelecidas na legislacdo especial. (Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) Embora a coacao moral irresistivel exclua a culpabilidade, nos termos do art. 22 do CP, nao o faz sobre a imputabilidade, mas sobre a exigibilidade de conduta diversa. O erro sobre a ilicitude do fato também PODE excluir a culpabilidade, mas néo age sobre a imputabilidade, mas sobre a potencial consciéncia da ilicitude, nos termos do art. 21 do CP. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 49. (FCC — 2007 - MPU - ANALISTA) Considere: I, Estado de necessidade. II. Estrito cumprimento de dever legal. III. Obediéncia hierarquica. IV. Exercicio regular de um direito. V. Legitima defesa putativa. S&o excludentes da culpabilidade SOMENTE 0 que se considera em a)Iev. b) Ile III. c)IIlev. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 74 de 77 Teoria e Aula 01 - Pro d) I, Ielv. e) Il, Ulelv. COMENTARIOS: As causas excludentes de culpabilidade est&o previstas no art. 22 do CP. Vejamos: Coagéo irresistivel e obediéncia hierdrquica (Redagéo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Art. 22 - Se o fato & cometido sob coacdo irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, nao manifestamente ilegal, de superior hierérquico, sé é punivel o autor da coacdo ou da ordem.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) No entanto, a legitima defesa putativa também é considerada causa de excluso de culpabilidade (embora parte da Doutrina entenda que se trate de exclusdo da ilicitude). A legitima defesa putativa é a conduta na qual o agente pratica o ato acreditando que esta acobertado por uma situac&o de legitima defesa, quando, na verdade, nao esta. Vejamos o que diz o art. 20, §1° do CP: Art. 20 - (...) § 1° - E isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstancias, supée situacdo de fato que, se existisse, tornaria a aco legitima. Nao ha isencéo de pena quando 0 erro deriva de culpa e o fato é punivel como crime culposo.(Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 50. (FCC - 2013 - TJ-PE - JUIZ) A coagio moral irresistivel e a obediéncia hierarquica excluem a a) tipicidade e a culpabilidade, respectivamente. b) tipicidade. c) culpabilidade. d) culpabilidade e a tipicidade, respectivamente. e) punibilidade e a ilicitude, respectivamente. COMENTARIOS: Tanto a coacdo MORAL irresistivel quanto a obediéncia hierérquica excluem a culpabilidade, conforme prevé o art. 22 do CP: Art. 22 - Se o fato é cometido sob coacao irresistivel ou em estrita obediéncia a ordem, no manifestamente ilegal, de superior hierarquico, $6 é punivel o autor da coacso ou da ordem.(Redacao dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA C. 8 GABARITO PF Reabarito 1. ALTERNATIVAC 2. ALTERNATIVAB 3. ALTERNATIVAB Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 75 de 77 38. 39. 40. ‘ Aula 01 - Pro ALTERNATIVA D ALTERNATIVA D ALTERNATIVA C ALTERNATIVA C ALTERNATIVA B ALTERNATIVA C ALTERNATIVA D ALTERNATIVA A . ALTERNATIVA B ALTERNATIVA A ALTERNATIVA B ALTERNATIVA C ALTERNATIVA C . ALTERNATIVA D ALTERNATIVA B . ALTERNATIVA C ALTERNATIVA B ALTERNATIVA B . ALTERNATIVA D ALTERNATIVA E ALTERNATIVA C . ALTERNATIVA A ALTERNATIVAA . ALTERNATIVA B ALTERNATIVA D . ALTERNATIVA C . ALTERNATIVA C . ALTERNATIVA E . ALTERNATIVA A ALTERNATIVA E . ALTERNATIVA D . ALTERNATIVA A ALTERNATIVA E . ALTERNATIVA E ALTERNATIVA A ALTERNATIVA A ALTERNATIVA D Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 76 de 77 Aula 01 - Pro 41. ALTERNATIVA E 42. ALTERNATIVAB 43. ALTERNATIVAA 44, ALTERNATIVAA 45. ALTERNATIVA D 46. ALTERNATIVA E 47. ALTERNATIVAA 48. ALTERNATIVA D 49. ALTERNATIVA C 50. ALTERNATIVA C Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 77 de77

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