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SÍNTESE - JONATHAN EDWARDS

(Lorena Serpa de S. Ribeiro)

Introdução

• Jonathan Edwards, um pastor congregacional que viveu no século XVIII, é hoje considerado
pelos historiadores um dos maiores teólogos e pensadores da história dos Estados Unidos. Ele
foi não somente um dos instrumentos do primeiro grande reavivamento ocorrido naquele país,
mas o maior estudioso e intérprete desse fenômeno.
• Foi um crítico severo dos desvios, exageros e impropriedades que ocorreram. Suas principais
preocupações foi mostrar quais os critérios pelos quais se pode reconhecer a autenticidade de
uma experiência religiosa.

1. Contexto Religioso

• Os puritanos (colonizadores) 1629-30 procuraram edificar uma comunidade verdadeiramente


cristã e uma igreja composta de pessoas convertidas e consagradas a Deus.
• A maioria das pessoas pertencia à classe média e quase não havia pobreza. O nível
educacional era relativamente alto.
• Todo esse progresso havia sido alcançado por causa dos valores religiosos e éticos dos
puritanos, como o seu amor ao trabalho, sua disciplina de vida, sua rejeição de vícios e a
preocupação em serem bons mordomos das bênçãos de Deus.
• Juntamente com a prosperidade material, ocorreu um declínio no fervor religioso entre as
novas gerações. O cristianismo de muitos se tornou meramente nominal; o mundanismo e a
apatia espiritual tornaram-se generalizados.
• Nesse ambiente desanimador, pastores e membros das igrejas oravam por um reavivamento.
Grande Despertamento (1720s-40s).

1. Jonathan Edwards

• Jonathan Edwards nasceu em 1703, sendo filho de um consagrado ministro congregacional


• Edwards obteve o seu grau de bacharel no Colégio de Yale em 1720, onde continuou seus
estudos teológicos e trabalhou como professor assistente por algum tempo. Após um breve
pastorado numa igreja presbiteriana de Nova York, em 1726, aos 23 anos de idade, foi
auxiliar o seu avô, Salomão Stoddard, o famoso pastor da igreja de Northampton,
Massachusetts.
• No ano seguinte, Jonathan casou-se com Sarah Pierrepont, então com 17 anos de idade, filha
de um pastor bem conhecido e bisneta do primeiro prefeito de Nova York. Os historiadores
destacam a harmonia, amor e companheirismo que sempre caracterizou a vida do casal.
Jonathan e Sarah tiveram 11 filhos, todos os quais chegaram à idade adulta, fato raro naqueles
dias.
• Em 1729, com a morte do seu avô, Jonathan tornou-se o pastor titular da igreja de
Northampton, na qual, através de sua poderosa pregação, ocorreu um grande avivamento
cinco anos mais tarde (1734-35). O Grande Despertamento tivera os seus primórdios alguns
anos entre os presbiterianos e reformados holandeses na Pensilvânia e Nova Jérsei, cresceu
com as pregações de Edwards e atingiu o seu apogeu no ano de 1740.
• Em 1750, após 23 anos de pastorado, Jonathan Edwards foi despedido pela sua igreja, à razão
principal sendo a sua insistência em que somente pessoas convertidas deviam participar da
Ceia do Senhor.
• No ano seguinte, Edwards foi para Stockbridge, uma região remota da colônia de
Massachusetts, onde trabalhou como pastor e missionário entre os índios. Em 1757, a sua
excelência como educador e sua fama como teólogo e filósofo fez com que ele fosse
convidado para ser o presidente do Colégio de Nova Jérsei, a futura Universidade de
Princeton. Um mês após a sua posse, Edwards faleceu devido a complicações resultantes de
uma vacina contra varíola.

1. Jonathan Edwards e o Avivamento

• A maior contribuição de Jonathan Edwards para a igreja evangélica está nos importantes
livros que escreveu como teólogo e intérprete do avivamento. Célebre sermão "Pecadores nas
mãos de um Deus irado," que ele pregou na cidade de Enfield em 1741. A ênfase maior dos
seus escritos e sermões não está na ira de Deus, e sim na sua majestade, glória e graça.
• Além de muitas conversões e santificação de vidas, o Grande Despertamento também
aprofundou uma divisão entre os líderes que eram favoráveis ao avivamento e aqueles que
não eram. Após a obra de pregadores sérios e equilibrados com Edwards e Whitefield,
surgiram imitadores sensacionalistas que manipulavam emocionalmente as pessoas. O Dr.
Lloyd-Jones diz que Edwards lutou em duas frentes: contra os adversários do avivamento e
contra os extremistas; contra o perigo de extinguir o Espírito e contra o perigo de deixar-se
levar pela carne e ser iludido por Satanás.
• Edwards propôs a defender o avivamento como obra do Espírito de Deus, ao mesmo tempo
em que combateu os excessos e desvios que muitas vezes ocorriam. Foi nesse sentido que ele
escreveu vários livros de grande valor, o primeiro deles sendo a Narrativa Fiel da
Surpreendente Obra de Deus (1736-37), em que descreveu o recente Despertamento em sua
cidade e regiões vizinhas. Alguns anos depois, ele escreveu Alguns Pensamentos sobre o
Atual Reavivamento da Religião na Nova Inglaterra (1742).
• Em 1746, Edwards publicou a sua obra mais amadurecida sobre o assunto, o seu Tratado
sobre as Afeições Religiosas (resultou de uma série de sermões sobre 1 Pedro 1:8), no qual
argumentou que o cristianismo verdadeiro não se evidencia pela quantidade ou intensidade
das emoções religiosas, mas por um coração transformado que ama a Deus e busca o seu
prazer.
• Edwards também escreveu algumas obras em defesa das convicções reformadas acerca da
incapacidade moral e espiritual dos seres humanos e sua profunda necessidade da graça
transformadora de Deus: A Liberdade da Vontade (1754) e O Pecado Original (1758).

1. A Genuína Experiência Religiosa

• O ponto de partida da sua pregação e da sua teologia foi o Deus soberano, em sua majestade,
graça e glória. Esse Deus criou o universo e o ser humano para manifestar a sua grandeza e o
seu amor. A majestade e a graça de Deus também se revelam de modo supremo no envio de
Cristo para redimir os pecadores.
• Nenhum avivamento ou experiência religiosa é genuíno se não realçar esse Deus sublime em
sua soberania, graça e amor. O critério principal é este: se quem está no centro das atenções é
Deus ou o ser humano.
• Todas as teorias de salvação que dão ênfase às obras humanas ou à capacidade humana só
desmerecem a grandeza do amor de Deus revelado a nós em Cristo Jesus e tornado real em
nossos corações somente pela iluminação do Espírito Santo.
• Edwards crê na necessidade de transformação do ser humano. Fé simplesmente racional ou
intelectual não basta. É preciso que a pessoa se aproxime de Deus não só com o
entendimento, mas com os sentimentos. Cabeça e coração (luz e calor) devem funcionar
juntos na vida conduzida pelo Espírito.
• Edwards advertiu contra dois grandes erros no avivamento. Primeiro, o mero emocionalismo:
os avivalistas podem simplesmente excitar as emoções das pessoas e produzir falsas
conversões. Emoções intensas não é uma evidência clara acerca de uma experiência religiosa.
Edwards delineou cuidadosamente testes bíblicos quanto a uma experiência religiosa genuína;
eles incluíam uma ênfase na obra graciosa de Deus, doutrinas consistentes com a
revelação bíblica, e uma vida marcada pelos frutos do Espírito.
• O segundo erro é dar ênfase não a Deus, mas às respostas humanas. Edwards insistiu em que
a essência da verdadeira espiritualidade é ser dominado pela visão da beleza de Deus, ser
atraído para a glória das suas perfeições, sentir o seu amor irresistível.
• Portanto, na verdadeira experiência cristã, o conhecimento de Deus é algo sensível,
experimental. O cristão, diz Edwards, "não apenas crê racionalmente que Deus é glorioso,
mas tem em seu coração o senso da majestade de Deus."
• Se nossos corações são transformados pelo amor de Deus, assim devem ser transformadas as
nossas ações. Se somos mudados ao contemplarmos a beleza do amor de Deus, então
amaremos de maneira especial todo ato de virtude que reflete o caráter amoroso de Deus.

Fechamento

• Um dos primeiros pontos a ser percebido na história de Jonathan Edwards é a questão dos
valores morais e sociais, que hoje foram perdidos numa sociedade individualista e que tanto
prega o EU, o que eu quero, EU posso conseguir, os valores como: respeito ao próximo, ao
trabalho, disciplina de vida, rejeição de vícios, o exemplo ao outro, e a preocupação em serem
bons mordomos diante de tudo o que Deus tem confiado a cada um de nós.
• Jonathan Edwards acreditava na importância e necessidade do avivamento. Ele viu e entendia
o Grande Despertamento como uma obra do Espírito de Deus, revitalizando e capacitando a
igreja para a sua missão no mundo. Ao mesmo tempo, ele estava consciente de desvios,
excessos e até mesmo atuações satânicas que produziam excentricidades, descontrole
emocional, ostentação e escândalos.
• Os critérios que realmente indicavam se as conversões e o Despertamento eram genuínos ou
não eram os frutos visíveis: convicção de pecado, seriedade nas coisas espirituais,
preocupação suprema com a glória de Deus, apego profundo às Escrituras, mudanças no
comportamento ético, relacionamentos pessoais transformados e influência transformadora na
comunidade.

Fonte:
http://historiacongregacional.blogspot.com/2009/07/jonathan-edwards-grandes-nomes_20.html
MATOS, Alderi Souza.

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