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ESTADO DO PARANA RELATORIO APRESENTADO OA Came. SH &.. Seretawis Saal de Clade PBLO Shofaston Cosae Kets Abastines, INSPECTOR GERAL DO ENSINO ..” 1920 10 yp @ Panda & meals Bowe. Sia. Dr. cflarins Aes be Cama 'D, D, Searctaric Gaal te Gs Tive a hona de ser o escolhido dentcd professores do meu Estado para desempenhar nese Prospero Parand o cargo, em commisséo, de Inspector Ge- ral do Ensino, com_o fim especial de remodelar o apparelho X escolar existente,| Nao sou extranho ao magisterio; pois na carrei- ta de professor, vae para vinte annos, tenko empenhado as minhas. énergias, ja estudande todos os problemas que a ‘modetna Pedagogia procura resolver, jd empreganda uma actividade constante e fazendo da pratica o verdadeiro cam- po da experiencia onde as conviegées melhor se solidificam € os iructos apparecem com a feicdo real que determina, precisamente, os passos que se devem dar no futuro. As obras de onde bebi os ensinamentos que consti- tuem a Sciencia da Educagéo offereceram-me conhecimen- to e orientagao. Indagando das diferentes organisacdes pe- dagogicas que caracterisam og povos mais em evidencia no brilhante scenario da. civilisagdo constatei que o nosso paiz, com os recursos de que dispde, pede aperfeigoar o seu ap- parelhamento escolar e delie collier resultados que outros bovos, muito mais velhos, ainda nfio conseguiram, Si nos paizes novos, em virtude de innumerds facto- res e sobretudo das licdes que a experiencia dos poves an- tigos proporciona, o progresso segue 0 seu percursp veloz- mente e as ideas germinam e proj m-se com extraordi- naria facilidade, a instruccaéo popular pode e deve acompa- nhar essa _ascencéo, deixando a antiga rotina e tancando mao de outros meios efficazes que chegam a resultados ex- plendides com economia de tempo e sem necessidade de gastos excessivos. . Sendo o ideal das democracias levar a instruccia a todas as camadas sociaes, é¢ mistér que esse ideal se cum- ~ 4 pra sem prejuizo de outros problemas que envolvem 0 fatu- To do paiz. Para isso devemos conjugar todos os esforcos, procurando encarar a questito pelo lado que mais nos inte- Tessa e que de melhor modo pode aitingic o fim atmejado. Os povos que yenceram nao foram aquelles que’ t- yeram em suas maos fabulosas riquezas, mas os que soube- tam tirar partido dos thezouros de suas enetgias intelligen~ temente applicadas. A historia dos nossos dias confirma se ‘dade. Paizes fidalgamente aquinhoados pela Nature- fio :nyorslmente-pobres e deixam-se explorar, servindo le motivo-4,riqueza e ao poderio de outras nagdes. Oo Brasll ¢ ainda um paiz pobre porque os seus or- camentos estfd' muito aquem das suas necessidades. O que se di com a;Upiao verilica-se de Estado para Estado ec isso serve de pray to para que se diga que, por falta de dinhei- ro, ndo podéniés alphabetizar dois tercos da populagao que vive na obg¢etiridade, . . Com ds recursos naturaes. que possuimos podemos, entretanto, levar 0 ensino a toda parte, Os benelicios auferidos por essa medida sao incalculaveis, De pobres que ainda somos : ehegaremos a ricos porque cada citladéo alphabetizado pro- duzird muito mais e entéo os thezouros de que dispomos , serao realmente nossos- Para colher é preciso semear. Gomo podemos, pois, chegar a um fim si néo bus- camos o caminho? Donde vem a receita? Dos impostos tributaos aos que produzem. Quanto mator foro numero de productores e o valor de seus pro- ductos, tanto-mais elevada serd a somma arrecadada. Ora, a producgaio depende da capacidade.do produc- tor eo ignorante pouco ou quasi nada produz. . Sendo: o Brazil um paiz com cerea de 20.000.000 de analphabetos é claro que pouco pode produzir em relagio 4 uberdade e ri- queza de seu solo. Nessa situagdo muaca’ poderemos ser um paiz rico. Que nos resta, entéo, fazer ? Instruir 0 povo; e para isso devemos fazer da esco- Ja publica primaria e gratuita o instrumento que nos deve dar a felicidade almejada. . ‘Nas linhas que se seguem terei opportunidade de export. as ideias que julgo aproveitaveis. Fol por esse motivo, isto é pela necessidade que reputo inadiavel de se moditicar o ensino em quasi todos os Estados, que acceitel esta dificil ineumbencidg itnado peranca pela firmeza de minhas idelas e confortado pela’ de triumphar, deixei Sao Paulo em demanda dos pinheiraes. 5 Terei sempre na Iembranea a paizagem que meus othos viram com emocdo indescriptivel. Oxald em annos proximos toda essa riqueza que a locomotiva corta em cen- tenares de leguas n@o povoadas, possa servir ap. Brasil e attestar o valor de seus fithos educados na nova escola, eminentemente nacional, que os soube formar para 2 prospe- tidade ‘material e espiritual. No dia 8 de Abtil tive a honra de ser apresentado a V. Ex. ¢ fol nesse dia para mim memoravel que trocamas “as primeizas ideas e accordamos as medidas preliminares. Sao decorridos 9 mezes e 0 programma que delinea- mos vae seguindo, regularmente, as diflerentes etapas. An- tevejo, com absoluta certeza, o dia promissor do futuro. Tenho « meu favor o indispensavel e precioso -concurso de V. Ex. sempre solicito em altender sos meus pedides e sempre prompto a ouvit-me todas as vezes que preciso de apoio. Por outro Jado, a_orientaggo administrativa do Exm?, Snr. Dr. Presidente do Estado proporciona-mée os meios de que careco para jevar a bom termo a minha missdo e desse modo satislazer os seus pairioticos desejos em relagdo 20 ensino publico do Parana. Seria muito commodo para mim desempenhar uni- camente a parte technica do ensino, pois é sabido que a administracdo, alem de tomar tempo e energias, acarreta sempre dissabores que raramente se podem evitar,. Desde 44, porem, confesso a V. Ex. que n&o sou experimentado nesse posto € que, como é natural, devo ter errado, deixando de usultuir a parte burocratica da minha reparticao o cu- nho que caracterisa esses departamentos do Estado. Relevard, pois, V. Ex. as faltas que involuntaria- mente ou por ‘ignorancia pratiquei, compromettendo-me, po- rem, aumesforco para melhorar esse servigo. Antes de tomar qualquer medida em relacdo 4 refor- ma, trate: de conhecer 0 que existia e depois de me orientar com seguranca, no que fui muito coadjuvade por V. Ex., assentef a directriz que devia servir de ponto de partida para attingir os fins desejados. Tive sempre em mira atacar o problema pelos pontos que mais prompta solugdo exigiam. Adoptei como. norma de conducta em todas as inno-. vacées implantadas ouvir sempre o parecer de V, Ex, e posso Constatar com satisincdo e prazer a perleita harmonia de vistas existente entre o modo de pensar do Governo e 0 meu modo de agir. Verifiquei, mais de uma vez, que a minha accdo ti- nha de se desenvolver ndo s6 quanto A modificagdo do en- sino, mas ainda em relacdo 4 parte administrativa e gue en- x a tre ambas havia necessidade de uma accdo conjincia, pois que do perfeito iunccionamento de uma dependia a elf ciencia da outra. Nao resta a menor duvida- que os methodos, bem processados, representam a que de melhor pode ter um: ap- parelto escolar, mas do funccionamento desse apparelho ¢ que dependem os fructos que taes methodos promettem produzic. Parece-nog até que em primeiro plano esta o func- cionamento das escolas, orgams desse apparelho, pois ellas sAo o terreno em que tem de germinar a semente e alimen- tar-se a futura planta que ha de cumprir o seu destino. A semente pode ser béa mas sia terra nao tiver forcas nem bragos que a cuidem fenecera ou produzira fru- ctos mixrados. Tem-se dito muito sobre a reforma de methedos ¢ programmias de ensino, Em todas as discussdes sobre 0 palpitante problema.da Instrucgao Publica vem sempre 4 baila’d questfio dos methodos e dos programmes, conjuncta- “mente com o preparo do professor, Entretanto, esquece-se ; sempre do valor que encerra a acco larga da escola prima- 4. sia pelo seu regular funccionamento. . Repito aqui o que disse nas instrucgées recentes aos snts, -professores: «Nao é do numero de escolas que de- pende unicamente a disseminacaéo do alphabeto, mas sobre tudo da efficiencia das escolas ¢, portanto, dos mesires >. ja 6 um habito enraigado faltar 4s aulas aquelle que tem a incumbencia de formar o espirito e 0 coragdo de seus alamnos. Por qualquer motivo.ou mesmo sem motivo o professor, semanalmente, deixa de leccionar, dando de tem- pos em tempos uma fugida pata visitar os parentes ou para assistir 48 festas da sua devocdo, sem se falar na_interrup- cio dos trabalhos antes da hora regulamentar. Um outro frabito de resultados prejudiciaes ¢ 0 que se tefere 4s cons- tantes licencas, as mais das vezes prorogadas, requetidas: no iniclo dos trabalhos ou no fim do anno; e um outro peior ainda ¢ o das remocées. Sem estabilidade nos logares pata onde sao designados, pedem a cada passo a sua transferencia quando sao obri- gados a permanecer cm um logar por mais tempo do com- *mum, soffrem com isso e dahi o fazerem pedidos repetidos e empenlios de toda sorte. © resultade de tudo isso @ facil de se avaliar. Pe- quenas localidades com pouco mais de 50 creangas em edade escolar, servidas por uma escola constantemente provida du- rantée muitos annos, contam ainda em seu seio uma porcen- tagem assustadora de menores ¢ de adultos que nao sabem ér! z Neste caso nao foram os methodos, os processos, os Prograromas, os livros ¢ 08 horatios que influiram para a ancarrota do ensino, mas to sémente o mde funcciona~ mento do apparelho escolar que ndo teve maos a medir has remocées, licengas e permutas. , E’ esta uma grande verdade que parece indifferente aos congresses de Pedagogia, 4s ligas coutra o analphabe- tismo e aos doutrinadores de jornaes. E ainda se pensa que 0 maior mal deste paizé a falta de obrigatoriedade do ensino! Quem se der ao trabalho de indagar, verificard que o nosso caboclo, como o nosso colono, quando quer um fa- vot dos politicos, em troca de uns. votos, pede uma escola para o seu hairre ou entéo reclama a permanencia di professor. : Si tendo escola nédo manda o filho é porque 0 pro- fessor, sendo um indifferente, cuida de tudo menos de seus alumnos. Neste caso, prefere empregal-o na roca para yue se de Affonso Celso e «Saudade» de Thales de ndrade. ‘ ig PROGRAMMAS DE ENSINO Somente os grupos escolares remodeladés tinham um programma official. Nas escolas isotadas cada professora guiava-se como bem entendia e dava a materia que mais facil e commoda lhe parecia. o Um dos principaes cuidades, pois, foi organisar um Be. programma para o 1° 2° e 3° anno das escalas, programma = ¢ submettido 4 apreciacio de 'V. Exe. Alem do program- al ja, organisei instrucgdes resumidas sobre.o ensino. : “ Os grupos escolares tiveram um programma, a titu. lo de experiencia para ser definitivamente adoptado depois dos consellios que a pratica dictar. . : . DO HORARIO ESCOLAR cee t Foi adoptado em todo 0 Estado o horario escolar das 12 as 16's horas, podendo observat-se o horatio das 8 as 12 todas As vezes que houver conveniencia para'a po- pulacdo infantil, tendo-se sempre em vista as necessidades locaes. , DO REGIMEM DOS GRUPOS ESCOLARES Os grupos escolares achavam-se directamente subor- dinados aos Inspectores locaes. Disso resultayam graves inconvenientes, como é facil de avaliar. " Havendo nesses estabelecimentos um funccionario ‘. teehnico encarregado de dirigil-o, n&o se comprehkende que | a_um leigo coubesse a sua inspeccdo. Demais, as conces- +8des ou exigencias do Inspector punham o director e profes- ‘sores em conilicto, sendo que o director nem podia exercer influencia administrativa ou pedagogica, uma vez que via suas ordens submettidas 4 censura de ouira autoridade. O inconveniente mais grave, Porem, consistia em tor- nat os grupos inteiramente alheios A Inspectoria, pois os directores communicavam-se exclusivamente com os seus inspectores, Logo que'os grupos passaram a um regimem de in- teira independencta, bem diferente fol a feig&o que tomaram. Estao todos ahi, salvo raras excepcées, a patentear os be- neficios que auferiram e que seria longo ennumerar. De accordo com a orientacdo adoptada, taes estabe- lecimentos passaram a funccionar com mais regularidade, dis- tribuindo melhor o tempo, organisando com mais criteria as suas classes € entregando-as aos - professores de. accordo 15 com as exigencias -pedagogicas. Usufruiram essas vanta- ‘ens todos os grupos da Capital, os de Paranagud, Campo rgo, Lapa'e Rio Negro. . DOS. GRUPOS DA’ CAPITAL No fim do anno, em virtude de obras realigadas, hou- ve 0. seguinte accréscime de salas de aula nos grupos da capital. . Grupo «19 de Dezembroe , “" sRio Brancom . . * eTiradentess . , . , © sCons. Zachatias> * “«Prof, Brando» . 2. . Oliveira Bello e Carvalho» eannexo 4 Escola Normal» Total. . . . . . 19 salas com Cty 4 a 2 2 2 4 pacidade para 945 alumnos. O grupo “ Xavier da Silva”, com as obras auctortsa- das, passara a ter mais 5 salas de aula, podendo receber 675 creangas em um unico periodo lectivo. . A capacidade total dos grupos da capital sera pois, de 2745 creangas, dando-se para cada sala45 alumnos de ma- tricula, que é a lotag&o geralmente adoptada, . E’ indispensavel o | augmento de salas nos grupos “ Presidente Pedrosa” ¢ “Professor Cleto”, para se atten- der 4 populacdo por elles servida ea construccéo de um e- dificio no Prado, onde é avultado o numero de creangas em edade escolar. DA ESCOLA NORMAL Uma das primeiras medidas postas em pratica logo apés o inicio da minha gestao, fot-a separagdo do curso da Escola Normal do Gymnasto. ne Os lentes, accumulando as funccdes de cathedraticos de ambos os estabelecimentos, passaram a receber uma grati- ficacdo de 1508000 mensaes. Escusado é encarecer o gran- de aleance que disso resulta. pois sendo differente a misséo de cada estabelecimento, com programma diverso, ndo se justificava que as aulas fossenr dadas em conjuncto. Qs actuaes programmas exigem maodilicacdo, de ac- cordo com as necessidades da Escola, principalmente os das cadeiras de Pedagogia. Foram extendidas ao 3° ¢ 4° anno varias materias, ten- do-se em vista melhorar, tanto quanto possivel, o preparo dos futuros professores. 16 O programma de Pedagogia passou, a titulo de, ex- periencia, por uma completa reforma e¢ comprehende: “" a) Anthropologia, Pedagogica, no 2° anno; b) Psychologia infantil applicada 4 educaco, no 3° anne; ©) Methodologia Gerat e Historia da Pedagogia, no. 4° anno, No segundo anno sao ministrados todos os conhect- . mentos capazes de fazer conhecer ao professor a natureza - S<+,-;, infantil e os caracteristicos somaticos segundo os quaes 0 e- “~ducando € reconhecido ¢ classificado pane receber do prece- tor os cuidados pela sua natureza. No terceiro anno a Psy+ hologia completa 9 estudo e fornece ao educador todos os lados de que necessita para encaminhar o seu trabalho, vi- * ~sando a formacéo physica, intellectual e moral dos alumnos, 0 »,verdadeiro programma da Educagao. No 4° anno a methodolo- ., gla geral estuda a natureza dos methodos em sie a methodolo- ~)>"\gia applicada mostra como se deve ensinat cada mate- . pee a, em todas as classes, desde os casos geraes aos patticu- Tares. Tendo solicitado licénga o cathedratico dr. Francisco Ribeiro de Azevedo Macedo, fui nomeado para substituit-of" >| tendo, entrade em exercicio nos ultimos dias de Abril. ' Muito espero dos alumnos que compée a’turma do actual anno lective, Ser&o elles, sem duvida, os pioneiros da geragdo nova a quem caberd proseguir: no caminho que tivemos a honra de encetar. DO GRUPO ESCOLAR ANNEXO A ESCOLA NORMAL Com a creac&o do grupo annexo 4 Escola Normal, conseguitnos realisar a pratica pedagogica pelos moldes das escolas paulistas. peramos com a introduccdo desse importante me- Jhoramento proporcionar aos professores og melos de que necessitam para poderem, quando nomeados, exercer com proveito a sua misséo, DO NOVO EDIFICIO DA ESCOLA NORMAL Sendo a Escola Normal a base solida de toda refor- ma racional na instruc¢é¢ publica primaria, claro é que de- ve merecer o maximo cuidado por parte dos governos. A organisagao desse instituto eminentemente profis- sional determina forcosamente o bom ou:mau exito de todo © apparelho escolar, pois fornece o material mais importante, que é o professor. Os cuidados relativos a tio magao assumpto co- megam pelo edificio. Ww A construcgdo que se vae iniciar sera um grande pas- S80 pata a Instrucc#o publica do Paranda e attestaré ofirme proposito que animon o espirito do Exmo. Snr. Dr. Presi- dente do Estado em prestar 4 sua terra servicos. reievantes. No sumptuoso edificio funccionaréo, alem das aulas da Normal, 0 grupo modefo annex, o curso intermediario e duas estolas isoladas, modeladas pelo padrao que deve for- mar os demais estabelecimentos desse genero. O projecto obedece a iodos os rigores da Hygiene ¢ da Pedagogia, podendo set considerado como um ‘traba-¢ Tho completo. ‘DO ENSINO DA MUSICA Entre as disciplinas que compdem o programma @ escola primaria, merece a musica um posto de relevancia pel oderosa influencia que exerce sobre os educandos come ctor de aperfeigoamento moral, intellectual e physico. Sob varios aspectos podem ser estudades os beveficios resultan- tes de um racional ensino dessa materia, sendo de mencionar, entre outros, os intes: 1¢) da infuencia sobre o desenvol- vimento do apparelho respiratorio ¢ aperfeigoamento do appa- relho auditivo ; 2°) da influencia pedagogica, facilitando a dis- ciplina e inspirando amor pela causa de instruccéo ; 3°) da in- Huencia sobre o intellecto, pela aprendizagem da leitura mu- sical; 4) da influencia na formacao do civismo, pelo enthusi- asmo que despertam as cancdes patrioticas ; 5°) da influencia sobre o moral, provocando o apparecimento e reforco das boas inclinacées, dulcificando 0 caracter. predispondo para_o aifecto, attenuando os instinctos méus. Sobre tantas e tio consideraveis vantagens, actua de maneita preponderante na formagiio do sentimento esthetico. Pode-se mesmo asse- verar, consoante Compayré, que nella se resume a educagéo puramente artistica da escola primaria. E sendo um dos conceitos da educacio elevar o homem ao mais alio grau. da perfeicdo que sua natureza com- porta, bem facil é comprehender-se o papel ‘importante que sob este ponto de vista os sentimentos moraes e artisticos representam. Sendo a musica a materia principal que visa o desen- volyimento artistico, bem merece um especial carinho. Ensinada, porem,sem criterio, desvirtua-se por completo, e em logar de bem, faz mal. Tal é infelizmente, 0 que vem succedendo em nossas escolas. Pondo de parte oensino da theoria musical, de importan- cia menor, ¢ considerando apenas 6s cantos, ¢ forga confessar a md comprehensdo dese ensinoem todas as escolas: ha is. falta absolata de harmonia, de suavidade, de rythmo, de gosto na escolha dos bymnos, de adaptacéio da letra a musica. Isto concorre para tornar prejudicial-um ensino do qual se devéra tirar magnificos resultados. O canto em voz excessivamente forte é grandemente nocivo ds creangas e eu- jo apparelho de phonacao ainda evolue, e para as que atra~ vessam crises de crescimento é mais nocive ainda : ndo deve passar de um exercicio moderado que sitva para fitmar a _ ¥ov, alinal-a e tonificar os pulmdes. Por isso, nado pdéde ir -alem das forcas naturaes, quer na intensidade, quer na. altura ; €, para isso o canto necessita ser mavioso e nado -exceder le uma oitava. 5 S6 um profissional poderia imprimir ao ensino dessa disciplina uma execucdo verdadeira, pelogue proponho a V. Ex. .-8éja contratado para os grupos da capital um professor de musica, * ' __ Encarregado um competente de tomar a si a incum- ‘bencia do canto nas escolas, facil sera a organisacao do or- pheon escolar, instituiggo grandiosa para o aperfelcoamento da instruceao infantil. : CURSO 'INTERMEDIARIO Cofsiderando que o programma do Curso Intermediario nao correspondia ao fim a que se destina, resolvemos moditical-o a titulo de experiencia, ficando assim organisado ; 19 ANNO Portuguez, Francez, Arithmetica ¢ Algebra, Geogra- phia Geral e'do Brasil, Desenho, Gymnastica’ e Trabalhos anuaes, 2 ANNO Portuguer, Francez, Atithmetica, Algebra e Geometria, His- toria do Brasil, Auatomia e Physiologia Humanas, Rudimentos de Sciencia Physicas e Naturaes, Musica, Desenho, Gymnas- ticas ¢ Trabalhos. Manuaes. . Considerando ainda que esses estabelecimentos tem come fim principal fornecer 4 Escolas Normaes 0s candidatos ao primeiro anno, V. Ex. collocou-o sob a direcgiio do direc- tor do Gymnasio e Escola Normal. Durante o 2° semestre lective tivemos opportunidade de leccionar linguagem a ambas as classes e 0 director da Escola Normal aulas de mathematica, Os exames finaes ~ revelatam optimo aproveitamento. 19 DA ESCOLA PROFISSIONAL Officialisada a antiga escola de Bellas Artes, passou a servir como escola profissional feinina, proporcionando 4s mocas os mefos para empregarem @ sua actividade. A priacipio, segundo nos fnlormaram, o estabelecimen- to tomou rumo. - . . Ultimamente, porem, devido a multipios factores, acha- va-se desvirtuada do seu fim pelos motivos que passo a expor. Nao dispondo a escola de recursos, havia completa fal- ta de materia prima para _o trabalho, néio podendo, portanto, serexecutado o prograinma de cada especialisacao. + Por outro lado, o estabelecimento acceitava alumnas que pagavam mensalidades e estas, trazendo o material da casa, trabalhavam parasi, com intuitos commerciaes ou pa completar enzovaes de seu uso particular. Emquanto est: eam attendidas,.as demais, isto ¢, as pobres, permanecia| indifferentes 4 actividade que deve caracterisar uma casa mo egsa, raz&o porque, a grande maioria desertou, por vel cerrada a porta que se abrira para recebel-a. Avaliando 0 concurso que essas escolas podem pres- tar 4 collectividade, entendemo-nos com V. Ex. e coni o Exmo. Snr Dr. Presidente do Estada e depois de expormos as condicgées em que se achava a Escola Profissional ficou combinado que se puzessem em pratica medidas tendentes a reerguel-a para outrés resultados, Estabelecen-se entdo que o Estado Ihe abriria uma conta corrente, debitando-se-Ihe -o material fornecide e cre- ditando-se-lhe as importancias recolhidas ao Thesouro, prove- nientes dos objectos confeccionados e vendidos. Encerrado o anno economico, verilicar-se-ia 0 saldo existente para ser repartido pelas alumnas, proporcionalmente ao seu merito. , Ficou ainda assentado que 4s alumnas que concluissem o curso poder-se-ja dar trabalho, de accordo com as encom- mendas, calculando-se a m&o de obra e pagando-se, perio- dicsinente, o que competisse a cada uma: Desse modo nao havetia necessidade de augmentar a despeza, augmentando-se comtudo’ a capacidade productiva @ educadora, 0 que concorreré, cada vez mais, pata o progres- so do estabelecimento, o qual.em annos proximos, se pode- tA manter com os seus proprios recursos,’ bastando apenas ao Estado proporcionar-lhe o apoio que ¢ tadispensavel, artir de julho, epocha em que teve inicio esta phase da Escola, a frequencia augmentou consideravelmente @ os seus trabalhos encottraram franco acolhimento por parte do publico. Para favorecer ainda mais a educagio de suas alum- nas, a Escola abriu um ‘curso de dactylographia, intelramen- * 20 te gratuita, que forneceu no fim do anno diplomas a sete de suas frequentadoras. . A construccao de um predio espectatmente para nelle funccionar a Escola traria, como é bem de ver, immensas van- tagens. O progresso paranaense esta a exigir esse inadia- vel melhoramento, DOS PROFESSORES E SUAS CATEGORIAS + Qs professores das escolas primarlas do Estado per- tencem atrez categorias: normalista, effectivos ¢ subvencio- nados federaes e estadoaes. Os unicos que satisiasem as cou- digdes. exigidas sio os cormalistas, por isso mesmo que tem um-curso regular e espectalisado. O magisterto, nem por ser preliminar dispeasa prepato' e largueza de vistas. O program- ma a cumprir é facil mas .para bem cumpril-o énecessario ter um estudo geral e, tanto quanto possivel, completo das ma- terlas a_ensinar, Lo . Do contrario o ‘ensirio ficaré truncado e unilateral, 2""g que nao se justifica. Eo que se dé com as duas ultimas . «Categorias de prolessores mencionados ¢ 0 que explica a » inegavel superioridade dos normalistas sobre os mesmos. - Alem dé que, n&o se comprehende educador sem *, “sctencla da educacéo. Para chegat a um ponto ¢ preciso visal-o e conhe- cer o caminho que a elle conduz: aésim-tambem, para educar, é indispensavel firmar o conceito do ideal’ da educagdo e pao ignorar os methodos € processos capazes dé nos levar- ao seu alcance. Fis a vantagém capital dos professores di- plomados ‘pela Escola Normal sobre os demais ; escola des- tinadaa formar preceptores, nella sé trata com especial cari- nho. da sciencia, da difficile delicada sciencia da_educacao. Tres annos sao consagrados'ao estudo da Pedagogia, comptehendendo esse estudoas fatuldades da alma, as relacdes entre as mesmas, 0 apparecimentoe desenvolvimento de cada ‘uma, aslets que regula sua evolugao, as anomalias, os meiosde influir sobre esta ou aquella, os methodos para.conseguit'o ‘ treimamento de todas, de modo geral e harmonioso, o que se: deve € oque se mao deve fazer, os cuidados a ter € os perigos a evitar,o porque das praticas aconselhaveis, em fim, tudo quanto possa concorrer para dar ao futuro mestre a firmeza de pagso e consciencia de seus actos. ot Sem esse longo preparo preliminar seriam frequentes os desvios-e quedas no trabalho: educative ¢, sobretudo, inevi- taveis as incoherencias e desacertos . . O lavrador devé conhecer a tetra que amanha € o professor os detalhes do espirito que educa, O que nao for ‘sto 6 caminhar 4s apalpadelas, ao sabor do azar, errando at e cahindd como erram e cahem os que trilham rota escura e desconhecida. E verdade que esses e outros mais conheci- mentos ainda -ndo bastam, 86 por si, para formar o educador, desde que nao exista amor pela profissiio; mas néo ¢ me~ nos verdade que a mais acentuada inclinacéo natural seria pouco aproveitada, ausente 0 concurso da sciencia. : O bom éducador, o educador completo, vaquelie que tem mais probalidades de vencer € 0 -que allia ambos os elementos: a sciencia e o gosto de ensinar. Ninguem melhor do que Claparéde yersou esta questéo, demonstrando cabal- mente a importancia enorme dos estudos p ogicas para 0 mestre, com especialidade o mestre primacio. A escola anti- ga, entregue ao empirismo. cuidava apenas dos programmas, jsto ¢, do que se devia ensinar : era esse todo o Seu erro. Suc- cediam-se as escolas philosoficas, madavam as ideias huma- nas e com aquelias e estas evoluiamie modilicavam-se 0S programmas. © . : Pouce importava a capacidade do educando si este e i, escravo dos seus algozes, appelidados mestres. Escolhid: distribuidas e dosadas as materias, ao arbitrio do educadoy, era impol-as ds faculdades ‘mnemonicas mal ou de nenhut modo assimiladas,e estava finda a tarela escolar Hoje € bem diverso 0 modo de entender 6 executar 0 ensino. Relegov-sé para segundo plano o armazenamento pre-" maturo de conhecimentos, buscando-se antes. conseguir a ampliacdo das faculdades que ‘so modalidades de energia cerebral, intensificando-se o poder . de accdo de cadauma e preparancdo-se-as todas para uma elevada potencia de assimila- cho. As nogées vem a seu tempo €.as ideias irdo sendo se- teadas 4 proporeao que o terreno fér sendo preparado, A accao do mestre, orlentada aluz de principios estatuidos pe- jos preceitos e- revelacées da sciencia da creanga ¢ mais se- gura porque € consciente ¢ mais efficaz porque ¢ consaiente € segura. O- trabalho dos professores normalisias, pelos mo- tives acima. expostos, déo melhores fructos- 1 + Geria ideal que somente og portadores de diploma pudessem leccionar. Entre tanto, a unica Escola Normal que pussulmos nao é bastante para fornecer professores .ao Ls- tado.-Dahi a contingencia de se recorrer a outros elementos menos capazes e menos aptos porque Thes falta cultura ge- ral, e, sobre tudo, cultura eedagoptet. . _. De duas fontes nos soccorremos para preencher os cla- ros do magisterio : ~ : - . @) Concedendo subvencio ds escolas de iniciativa particular i. » . a? ‘ 5b) Submettendo a exame os candidates a profes- sores elfectivos. oe 22 Ainda este anno apresentaram-se 97 candidatos, ‘dos quaes 82 obtiveram certificado de approvacdo. A necessidade de prover cadeiras vagas no interior tem motivade a facilitacdo das provas e dade ingresso no mMagisterio a pessoas de insignificante competencia. Nao resta duvida que algum servico todos prestatam, mas tambem re- conhecemos que a elfficiencia de taes escolas esta na razio directa do modesto. preparo dos que as regem. Nem se pode exigir que alguem dé o que nao possue. As provas deste anno ja nfo foram tdo facels quanto as dos annos precedentes, embora ainda estivessem longe do que sero as futuras. . Confessamos, entretanto que nas condicdes actuaes do nosso mechanisme escolar og professores elfectivose su- bvencionados séo de vantagem e merecedores degconsideracio. Nas zonas longinquas para onde nao, 9s norma- listas pela falta de recursos, taes funccionariog yeni prestando “ acu modesta contribuigde para a obra da nalphabetisa- Vivem nos bairros, nas aldeiolas de pleno sertdo e nas @blonias e sugeitam-se 4 falta de conforto peculiar desses écantos : merecem antes louvor do que censura, porque se mais “gs tide fazem é pela carencia de recursos da sua intelligencia : @ do logar. ‘Conserval-os 6 um bem e substituil-os na medida do possivel por elementos mais capazes 6 um bem maior. DA CREACAO DE DUAS NORMAES. Para alcancar este resultado precisarlamos de mats duas Escolas Normaes, cuja creacéo proponho a V. Ex, uma em Ponta Grossa, em substituicdo 4 escola intermediaria e outra no littoral, em Paranagua. . A primeira serviria a uma grande zona consideravel- mente povoada, abrangendo todo o norte do Estado ¢ a segun- da receberia a juventude de toda a faixa maritima. A creacdo- desses: estabelecimentos viria facilitar extraordinariamente a‘ de formar professores em numero sufliciente. DA LUCTA CONTRA O ANALPHABETISMO Na medida do possivel empregamos esforgog para que a escola publica do Parana seja um elemento-dé comba- te firme contra o analphabetismo. Para isso, temos dado instrucgdes que nos parecem cabaes, tanto‘’nas palesttas como em nossas circulares e of- ficios. 2 _ No nosso modo de pensar a lucta contra o analpha- betismo tert @ sua victoria quaade cada escola souber ser uma verdadetra escola, E claro que a.simples leitura nfo deve representar © nosso ideal em relagdo 4 instrucgéo popular, I sabido que em muitos casos, -o individuo que apenas sabe. ler, mas que ¢ incapaz de distinguir:a verdade do erro, tendo até, co- mo énalural, mais propensdo para acceilar o erro porque é e- lastico, tem facilidade para’ beber o veneno das més leituras. Nd&o nos sendo possivel, porem, levar a todos os pon- tos uma instruccdo completa, consigamos aco menos ensinar a ler a escrever é a contar, onde nfo pudermos fazer mais. Somos contrarios 4 idea de sereduzirem as series de ensino, pois quanto mais pudermos ensinar, tanto melhor para o futuro das nossas geragdes. Nos grandes centros, onde nos é mais facil manter e fiscalisar escolas, o povo deverd ser contemplado com uma instrucgio inteiramente gratuita. . Nos pequenos, onde as difficuldades de toda a espe- cie se avolumam, podemos simplificar’ os cursos. Nem po: isso deixamos de prestar bons servicos e ir em soccorro des: $a gente. Finalmente, nos logares de populacdo rarefelta, nao po\\ dendo manter escolas porque seriam mal frequentadas, xdjare- mos para melhores tempos, 0 auxilio que actualmente nao nos é possivel _prestar. - ‘elizmente contamos com og dados do recenseamen- . to escolar e por elles sabemos positivamente do numero das creancas analphabetas de cada localidade, seus nomes ¢ e- dades, Facil se torna assim distribuir as escolas. As populacées infantis das lpcalidades decadentes ou delentaformacdo poderao ser alphabetisadas dentro de poucos annes, e 4 medida que forem escasseando os analphabefos serao transplantadas as escolas para logares que dellas mais necessitem. DAS ESCOLAS EXTRANGEIRAS Funccionam em todo o Estado innumeras escolas ex- trangeiras e, forcoso é confessar, a grande maioria ¢ sobre- modo. prejudicial porque desnacionalisa a infancia. Municipios ha que contam dezenas de escolas onde se ignora por completo a existencia do Brasil, como se func- cionassem em territorio extrangeiro. A lingua falada € a poloneza, a allem ou a italiana. O nosso idioma ¢ inteiramente desconhecido por essas populagées, cujos filnos aqui nasceram. oa Julgamos indispensavel uma campanha nesse_senti- do. Emi primeiro logar. por meio de uma propaganda effi- caz, devemos convencer as.colonos que seus filhos, nasci+ dos no Brasil devem ser brasileiros de corpo e alma, advin- do disso vanfagens unicamente pata si proprios e para a terta que tao geherosamente.os hospede e 08 torna felizes. Em segundo logar, mandando, fechar essas escolas porque sao nocivas.uma vez que nao se sugeitam ao regi- men legal. ' ae ° "DA'INSPECCAO MEDICO-ESCOLAR Considerando que a inspecgdo medico-escolar presta inestimaveis ‘servicos 4 satide dos alumnos e professores, proponho a V. Ex. que seja creado esse service. Caberd 4 Inspeccdo medico-escolar, que funceionaré subordinada ‘A Inspectoria Geral, a visita 4s escolas e grupos, pxaminando a metido seus alumnos e professores- ' Toros os paizes da Europa, quasi todos os da Ame- rica e com vantagem o Japao que no anno de 1910 contava 2.000.medicos inspectores, cuidam desse problema de capi- tal importancia. + -E .patente a influencia que a vida escolar exerce 50- bre a saiide.das creancas, # porque no numero. dos alum- nos haja alguem portador de doengas, j4 porque o proprio professor, contaminado, é um excellente meio de propagacio, Sendo a escola, um -centro de reunido diaria, claro esta que se converte:em féco contaminador e dos peiores, razio porque devemos. por em pratica medidas tendentes a © evitar esse mal. 6 Lea . Além disso, cuidaremos, com esse servico de prote- ger a inlancia em relacdo, a0 seu..desenvelvimento physico. Proponho tansbem a V. Ex. que se subvencione o Zervico de asistencia dentarix escolar que f6r mantido por associacdes philantropicas. . A cdtie dentaria, a hypertrophia das amygdalas, © as vegetagdes adenoides prejudicam o desenvolvimento hy sico quando néo compromettem a existencia.. Além isso causam soffrimentos que devem ser evitados. . “DAS REMOGOES As remogdes durante o anno sao tao prejudiciacs” como as reteiradas licengas ou mais, talvez. +. 0 i+ ’ O professor removido, valendo-se dos prazos exces- sivamente grandes que the faculta o:nosso Codigo, abando- ha immediatamente o trabalho na escola em que estava € muitas semanas depois ou mezes 6 que vae reencetal-o no ; . 25 nove posto.. Durante esse tempo continua ganhando com prejuizo da populagao infantil: Recomecada a tarefa em outras escolas passa-se mals um mez para ter o conheci- mento da classe ¢ esta o mesmo tempo para adaptar-se 4 nova orientacao do mestre. O-tempo-escoa inutil para as classes € oneroso para o Estado, “Chega o fim o anno ¢ nada se fez. ve ~ Para evitar taes prejuizes, ‘proponhe a V. Ex. que as remocdes se facam apenas no fim do anno, durante o periode das férias e seja diminuido o prazo para a posse dos removidos. DAS NOMEACORS PARA-A CAPITAL Vir para a Capital é 0 desejo ardente de todos os} professores, alids natural, porque a vida dos grandes centros ofierece conlorto e vantagens impossiveis de serem encon- tradas no interior, principalmente nos logares’ pequenos ¢ Tonginquos onde tudo falta. .Os que teem familia ¢ filhos para educar, sobretudo, anceiam por obter cadeira no peri metro ou atredores de Curityba onde+ méninos- ¢ -meninas podem facilmente completar a sua ‘educacao, aprender * um officio ou Iniciar-se numa carreira qualquer. Os. pedidos suc-. cedem-se num crescendo continuo acompanhando cada um, como credencial, a somma de servicos prestados, 0 tempo de magisterio, os direitos adquiridos por fonga permanencia em municipios retirados: oe ‘ Para que se evitem reclamagées e ao mesmo tempo para que haja uma selecgdo -real e criteriosa, ¢ con veniente a instituigdo de concursos annuaes para preenchi- mentos das vagas verificadas durante 0 anzo. Por esse pro- cesso caberiam as cadeiras da Capital aos mais habilitados.” Propondo a V. Exc. a creagdo dessas provas julgo ser esse co methor criterio para se conseguir uma perleita se- Jeccdo de valores. Os exames poderdo constat do « seguin- te: uma prova de pedagogia pratica, outra escripta de portu- guez e outra escripta de pedagogia psychologia. Para 0° calculo da média computarseiam: 1.° as notas dos. exames. escriptos; 2° a da aula; 3° a-média geral do curso na Escola Normal. Feita a apuracdo, sertam Nomeados para as vagas existentes os que obtivessem 03 matores totaes, ficando os demais approvados com direito as que faturamente se fossem verificando. RECENSEAMENTO ESCOLAR - | Aproveitande o-servico nacional de recenseamento € a béa vontade do Dr. Delegado neste Estado, a Inspectoria 26 do Ensino conseguio fazer o recenseamento escolar de todos os districtos judiciarios sem despeza, a nfo ser com o ma- terial necessario. Sao dignos de louvor os inspectores districtaes ¢, sobretudo, os professores que tiveram a seu cafgo esse ser- vico, pots sem prejuizo das aulas, cooperaram de modo bri- Ihante para que fosse realisado um servigo de tao gtande yalor. O recenseamento escolar de 1920 nos guiard pata ‘melhor localisarmos e.distribuirmos as escolas, CODIGO DE ENSINO As necessidades de épocas successivas, acompa- nhando a marcha dos factos, requerem de continuo novas leis, regulamentos diversos, a instituigéo de novos direitos e deveres que nao existiam. O Codigo do Ensino do Estado, feito para as condigces de hontem, exige agora accrescimos e suppressées que o adaptem ao estado actual. do appate- “Ihamento escolar e 4 orlentacdo escolar que vem sendo “-imprimida. “Peco a V. Ex, que seja apresentado ao Congresso ; Py utn projecto de lei para‘ novo Codigo, de aecordo com as Wf‘ idéas que presidem a reforma do Ensino. DA INSPECCAO ESCOLAR Apezar de ter sido iniciada a inspeccéo em mela- . dos de Julho, .esta se estendeu a diversas pontos do Estado, abrangendo grupos que nunca foram visitados por autorida- des do Ensino, como os de: Palmeira, Lapa, Tibagy, Jagua- riahyva. Pelo stib-Inspector. Manoel Mendes Cordeiro foram inspeccionados os seguintes districtos: Guarapuava, Palmei- tinha, Sao Miguel, Conchas, Imbituva, Bom Jardim, Entre- Rios, Teixeira Soares, Iraty, Roxo Roiz, Sao Jodo do Tri- umpho, Marechal Mailet, Paulo de Frontim, Paula Freitas, Vera-Guarany, Rio Claro, Unido da Victoria, (cidade), Ypi- tanga, Prudentopoiis e Araucaria. O sub-Inspector Dr. Candi- do Natividade da Silva visitou todas as escolas situadas na zona do littoral: do Estado, comprehendendo os districtos de Antonina, Morretes, Porto de Cima, Guarakessaba (inclusi- vel Ararapira)}e Guaratuba; Pelo mesmo sub-Inspector fo- ram inspeccionadas ainda algumas escolas publicas primarias dos districtos de Deodoro, Ponta Grossa, Castro, Pirahy ¢ Jaguariahyva. Pelo sub-Inspector Rubens de Carvalho, cujo exerci- cio comegou a 27 de Outubro foram inspeccionados os segui- tes districtos : Rio Negro, Lapa e Ponta Grossa. PREDIOS ESCOLARES Os predios escolares do Estado afastam-se dos pre- celtos pedagogicos modernos. Nas construccdes escolares nem mesmo os detalhes: podem ser menosprezados para que possam alliar commodidade e conforto, economia e condicdes gienicas. Uma sala de aula deve ter o espago necessario para 25 carteiras duplas, a mega do professor ¢ uma area entre esta € a primeira fila de catteiras, para que a turma de alumnos chamados ao quadro possa ficar, sem aperto, distri- buida em arco de -circulo ; a illuminagdo sera unilateral ou bilateral, sempre harmonica e de sorte que a classe, conve- nientemente disposta, possa recebel-a da esquerda somente, ou da egquerda e de cima, ou ainda da esquerda eda frente. . Cada sala deve ter sahida para um cortedor. espa- ¢oso, onde as classes possam mover-se desembaragadamente, e esses corredores farao communicar todas as salas entre si. Taes preceitos da architectura escolat,. facilmente ob servaveis, foram olvidados nas nossas construccées, tornan, do-as deféituosas sob todos os pontos de vista e inadaptaday para os fins a que se destinam. Peccam quasi todas peld| tamanho, formato ¢ disposigao das salas, pela distribuicda\ inconveniente da fiz, pela falta de communicacdes internas. «As salas com 10 e 12 metros de comprimento sao em parte inaproveitaveis e, em certos logares, 0 que é mui- to pelor, servem para duas professoras regendo classes dif- ferentes. Como € natural, esta pratica d4 pessimos resultados pela quebra constante ‘da. disciplina, e difficulta sobre- maneira o trabalho de cada professor. A divisiéo desses saloes Iéita em varios grupos, deu resultados bons, permittindo que cada classe tivesse a sua sala independente. © formato das sales existentes no ¢ tambem recommendavel ; predominam as rectangulares, estrei- tas e compridas. A distancia muito grande entre os alumnos da_ ultima fileira de carteiras e 0 quadro negro obriga-os a um esforgo prejudicial, A divisao interna dos predios ndo € boa; em certos grupos a communicacdo entre as salas se fax pe- lo quintal ¢ em outros ellas sio passagem forgada, como nos de Rio Negro, Paranagud, Ponta Grossa e Tiradentes, Westa capital, pela nao existencia decorredores. Qualquer desses efeitos ¢ nocivo 4 boa marcha dos trabalhos escolares. Al- gumas pequenas obras de adaptacdo teem sido feitas, res- tando ainda outras por fazer, nao menos urgentes e im- prescindiveis. Ealem de obras de adaptacéo, muitos predios reclamam concertos e reformas. Sao constantes as recla- macées vindas de toda a parte que gotteiras espalhadus pela cobertura do edificio estragam os moveis e tornam qua- si impossivel o funccionamento das classes em dias chuvo- 8 sds. Sobre esse ponto de vista setia inestimavel o concurso des camaras municipaes, Com menores despezas que o Go- verno, ellas se poderiam encarregar da conservacdo e de'li- geiros.reparos nos edificios escolares. Cidades importantes do Estado reclamam um predio proprio para o funccionamento do grupo escolar. Entre ou- tras, estao nessas condicées Ribeirao Claro, Thomazina, San- to Antonio da Platina, Jacarézinho e Sdo Mathens. Paranagua possue dois predios escolares improprios, inadaptados e pequenos. Cidade maritima e das mais im- portantes do Estado, onde primeiro. vem poisar as vistas do viajante, necessita de um bom grupo, com 10 ov 12 salas. A construceao de grandes grupos, nas cidades popu- losas € medida que offerece multiplas vantagens de ordem ~ ‘ve, 9 pedagogica como de ordem economica, pois uma mesma di- reccdo0 aproveita ao ensino de centenas de creancgas alem de “\tornar possivel.formagéo de classes homogeneas. i } OBRAS REALISADAS NOS GRUPOS ESCOLARES y Durante o anno foram realizadas obras de aday tagao @ Teparo. nas seguintes grupos escolares: * 19 de Dezem- 5 bro,« “Rio Branco,, *Tiradentes,, ‘Oliveira Bello e *, Carvalho,“ Conselheiro Zacharias, ,, “ Professor Brandao ¢ * Presidente Pedrosa, ,, todos da Capital, O edificio da “ Humanitaria Paranaense , passou por. completa reforma, tendo havido accrescimo de duas salas, Foi tambem modificado o predio escolar * Silveira . .da Motta, de S. José dos Pinhaes ¢ reparados os de Pru- dentopolis, Unido da Victoria e Palmeira, DAS CAIKAS ESCOLARES A sympathica instituicfo nascida na Suissa e ue, de muitos annos para cé, vem se eSpalhando nog Ss cultos, firmando suas raizes e ampliando o seu programma em toda parte, merece os nossos cuidados pelos heneficios que traz, os obices que remove € a siguificacdo que tem. E’ antes de tudo uma lidima expressio de cultura, pois sao proprias somente das sociedades evoluidas as associacées eneficientes de toda a especie, formadas pela coadjuvacdo. dos que podem para minorar os tevezes dos menos ditosos. Ja entre nés, em varias escolas, existem caixas escolares 5 tas so poucas ainda e precisam ser creadas na totalidade das escolas, isoladas ou grupos, nas cidades e villas, colo- nias e sertées. Sem aspiragdo de grandeza, esta bella ins- tituigdo pode medrar na mais humilde casa de instruccdo, Prestando sempre reaes ¢ bons servicos. Concorrerfio para as caixas todos os que quizerem, arbitrando o professor ou o proprio contribuinte a mensa- lidade ou anouidade a pagar. : Tambem as creancas trardo de vez em quando o seu humilde e significative tostio para auxilio aos proprios colleguinhas, E’ uma ligdo estupenda de affecto aquelles coragdes que entre-desabrocham para a vida, licdo que nao serdé nun- ca olvidada e se constituiré factor preponderante na formacdo do caracter do futuro individuo. professor que souber ti- rar partido das occasides que a instituicéo da caixa escolar olferece influira na alma do povo e da. infancia, dispoudo-a para as obras de, benemerencia, pata o. culto_e incondicional apoie de todos os emprehendimentos sfios. E’ tambem mo- tive para atirahir 4 escola as vistas dos indifferentes, fazen- do-os tollaboradores interessados da campanha pela instruccdo. Com o rendimento das caixas os professores prove- Fao de material ou mesmo de roupas os alumnos reconhe- cidamente pobres, evitando que pela falta de recursos cres~ gam analphabetos. Peco a V. Ex.,- como estimulo para a creagéo das caixas escolares a pequena contribuicéo de 2008000 annuaes 4s que se organisarem reguiarmente, ficando todas sob a fiscalizagdo da Inspectoria Geral do Ensino, que as regula. mentara, {f DOS SUB-INSPECTORES Na fiscalisagéio ¢ inspeccéo das escolas publicas|\ ea particulares do Estado, trabalharam durante o anno: di , sub-inspectores : Dr. Candido Natividade da Silva e profeX iy sor Manoel Mendes Cordeiro. Im 8 de Outubro exonerou GY se o sub-inspector Manoel Mendes Cordeiro c, para substi: tuil-o, foi addido & Inspectoria o proiessor Rubens’ de Cat- valho, pe de cargo se empossou a 27 de Outubro. ” jd consideravel o numero das escolas publicas pri- marias do Estado e¢ enormes as distancias que as separam, principalmente na zona sertaneja, tornando moroso ¢ difficil o servico de inspeccdo, Attendendo 4 necessidade impres- cindivel de visitar a todas as escolas, nao sémente para constatar a marcha dos trabalhos, como tambem para impri- mir-thes fei¢do que corresponda aos idéses da moderna orien- tacéo pedagogica, seria de toda a conveniencia que se cre- assem mais dois cargos de sub-inspector. Desse modo te- riamos um elemento a mais para nos coadjuvar na impor tante e espinhosa tarefa que desempenhamos e a certeza de a que as escolas funccionariam com mais regularidade, © que infelizmente ainda ndo se dé, justamente por falta de visitas Ss] FAQ. wy dy.matertal escolar adqutrido ¢ encommendado Gurante o anno de 1920. » MOVEIS E UTENSILIOS “carteiras de pinho typo especial armarios de imbuia e pinho bureaux “ para professores mezas para estudo de arithmetica * “ professores cadeiras de embuia <"" © pinho telogios de parede estantes de pinho banquetas para talhas cabides piano de cauda capachos de céco limpa-pés de ferro baldes de zinco escarradeiras hygienicas ambulaneias para escolas talhas de barre para agua moringues vassouras escovas para lavar casa bandeiras nacionaes mastro para bandeira duzias de toalhas . LIVROS ESCOLARES 9.866 Cartilhas Ensino Rapido de Mariano Oliveira nok SRS 4.290 Paginas Inlantis 4.440 com 10 classes < «Rio Branco ». « « « « Tiradentes > « «° «Oliveira Bello e Carvalho > «Prof, Brandao» « Cons. Zacharias» «Prof. Cleto » «Cruz Machado » «Annexo 4 Esco- la Normal » « * «Presid, Pedrosa» « Ae Aa Aae Aeanan anaan « « AR DEWWE 70 Escolas isoladas, sendo 9 subvencionadas federaes. Deodoro—i0 escolas isoladas,.senda 1 subvencionada federal ¢ 1 subvencionada pelo Estado. Entre-Rios—-5 escolas isolad: sendo 4 subvencio- nada federal e 1 subvencionada pelo. Estado, Foz do Iguassi—2 escolas isoladas. Guarakessaba— 3 escolas isoladas sendo 1 sub- vencionada pelo Estado, Guarapuava--1 grupo com 4 classes—10 escolas iso- ‘ladas, sendo 6 subvencionadas pelo Estado e 2-subvencto~ nadas federacs, Guaratuba--5 escolas isoladas, sendo uma subven- cionada_pelo Estado. Traty—9 escolas isoladas, sendo 3 subvencionadas lederaes, jacarézinho—4- escolas reunidas. . eguariahyvas grupo com 4 classes—é escolas iso- ladas, sendo 2-subvencionadas pelo Estado e 1 subvenciona- da federal. Lapa—i grupo com 4. classes-—16 escolas isoladas, gendg 8 subvencionadas fedcraes-e 3 subvencionadas pelo tado. . . Morretes—1 grupo com 4 classes--8 escolas isoladas, gendo 2 subvencionadas federaes e { subvencionada pelo ta | Palmas—-9 escolas isoladas, sendo 5 subvencionada: pelo Estado. Paltneira— grupo com 4 classes—26 escolas iso! das, sendo 11° subvencionadas pelo Estado e 6 subvencion| das: federaes. ‘ : Palmyra-~4 escolas tsoladas, sendo 1 subvenciona pelo Estado @ 1 subvencionada federal. Paranagué—2 grupos com 8 classes—12 escolas isola~ gas, sendo 4 subvencionadas federaes e1 subvencionada pelo stado. ' Pirahy—6 escolas isoladas, sendo 2 subvencionadas pelo Estado. Ponta-Grossa~1 grupo com 8 classes—i4 escolas isoladas, sendo 3 subyencionadas federaes e 1 subvenciona- da pelo Estado. Porto de Cima—4 es¢olas isoladas, sendo 2 subven- cionadas pelo Estado. Prudentopolis—12 escolas isoladas, sendo 6 subven- cionadas federaes e 3 subvencionadas pelo Estado. Ribeiréo Claro—2 escolas isoladas. Roxo-Raiz ( Marumby )—3 escolas isoladas. Rio Branco—14 escolas isoladas, sendo 6 subvencio- nadas federaes. Rio Negro--1 grapo com 6 classes—7 escolas isola- das, sendo 3 subvencionadas pelo Estado. Serro-Azul—4 escolas isoladas, sendo’1 subvencions- da federal e 1 subvencionada pelo Estado. S. Anionio do Imbituya--19 escolas isoladas, sendo 6 subvencionadas federaes ¢ 5 subvencionadas pelo Estado cy S. Antonio da Platina—3 escolas isoladas, sendo 1 subvencionada pelo’ Estado. S. Joao do Triumpho—10 escolas Isoladas, sendo 4 subvenciqnadas pelo Estado. . S, José da Boa Vista—o escolas isoladas, sendo 2 subvencionadas pelo Estado e 1 subvencionada federal. S. José dos Pinbaes—1 grupo com 4 classes—4i escolas isoladas, sendo 15 subvencionadas federaes e 13 subvencionadas pelo Estado. S, Matheus—10 escolas isoladas, sendo 3 subvencio- nadas federaes. © - S. Pedro de Mallet—4 escolas isoladas, sendo t sub- vencionada federal e 1 subvencionada pelo Estado. Teixeira Soares—5 escolas isoladas, sendo 1 subven- cionada pelo Estado. Thomazina—10 escolas isoladas, sendo 5 subvencio- nadas pelo Estad ‘ Tamandaré—24 escolas isoladas, sendo 4 subvencio- nadas, federaes” é 3 subvencionadas pelo Estado. “ Tibiégy—1 grapo com 4 classes e 4 profeasores—12 éscolas isoladas, sendo 5 subvencionadas federaes e 5 sub- vencionadas pelo Estado. __,Uni&o da Victoria—1 grupo com 4 classes 6 esco- lag isoladas, sendo 3 subvencionadas pelo Estado e 14 subvencionada federal. . Ypiranga—22 escolas isoladas, sende {f subvencio- nadas federacs e 4 subvencionadas pelo Estado. RESUMO Funccionaram regularmente em 1920: Classes em grupos . . 2... e415 « « escolas isoladas. . . . S54 669 “A matricula total do fim do anno de 1920 foi a seguinte: Grupos 2... » 3.928 _ wie ee eee . 18.583 17.511 Escolas isoladas Taes _sdo, ent resumo, os trabathos executados pela Inspectoria Geral nos oito mezes de minha gestéio. Pouco se lez durante esse tempo e nem. podia ser de outro modo uma vez que todo meu esforco teve de ser empregado na modificagao de praticas e systemas. 35, Confio em que, no proximo anno, hao de ser colhi- dos.os resultados desse esforgo, Sirvo-me da opportunidade para agradecer a V. Exc. © prestigio que sempre me dispensou, € para apresentar os protestos de meu profunda respeito. Cesar Prieto Martinez. Inspector Geral do Ensino, Curityba, 15 de Janeiro de 1921.

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