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XIV A PULSAO PARCIAL E SEU CIRCUITO Die ganze Sexualstrebung Toda pulvio parcial. A pul, 0 sexo ¢ a morte. Os pretensos estdgios. A Schaulust Sado-Masoquismo 1 T6EW Svopo Bloc Epyov 5é Odvatoc Herdelito. B48, Quando leio no Prychoanalytic Quarterly um artigo como o do Senhor Eduardo Glover, intitulado Freudian or Neo-Freudian, inteiramente dirigido contra as construgées do Senhor Alexander, sinto ali um sérdi- do odor de fechamento, ao ver rebatida, em nome de critérios desus dos, uma construgdo com a do Senhor Alexander. Meu Deus, eu nao hesitei em atacé-lo da maneira mais formal, hé j4 quatorze anos, no congresso de Psiquiatria de 1950, mas enfim, é uma construgao de ho- mem de grande talento, quando vejo em que nivel essa construgio ¢ discutida, eu me fago essa justiga de que através de rodos os atares ae meu discurso encontra, aqui mesmo e alhures ae re 4 1€ analise zer que esse discurso faz obstdculo a que a ee a at i in i izante. seja transmitida de maneira absolutamente cretini . i re a pulsio. Fui levado a + dat, meu discurso sobre a puls ee ue a transferéncia € aquilo que mai i no que ela jade do inconsciente, ; afirmagio Retomo, a patti abordé-lo apés ter colocado 4 ease oot na experiéncia a atualizagao da real eae é sexualidade. Encontro-me parado no 4) mesma. m EE UC” A-TRANSFERENCIA E A PULSAO, Se estamos certos de que a sexualidade est Presence en | transferencia, é1na medida em que em cettos momentos | A‘TRANSEERENCIA EA PULSAO 174 Desde os Tiés Ensaios sobre @ Teoria da Sexualidade, Frew a sextalidade co mo essencialmente polimorfa, aberrante vec, sa inocéncia infantil foi rompido. Essa i hey por se impor tao cedo, eu quase dria cedo demais, nos fer li pressa demais pelo exame do que ela representa em sua esséncia, ar ber, que em relagdo 4 instdncia da sexualidade, todos 05 suj adulto — que eles s6 tém a ver co, em igualdade, desde a crianga ate 0 -des da constituigao subjer va, aquilo que, da sexualidade, passa para as re para as redes do significance — que 3.8 lidade 56 se realiza pela open, relagioa f. clas sio puls6es parcial car to de uma preten tk. 4% 10S esti cao das pulsoes, no qu Tidade biolégica da sexualidade. o ase eey sexualidade a dialética do desejo passa pelo jogs ‘A integfacao da sexu: daquilo que, no Corpo» merecerd que designemos como 0 termo de aparelho — se voces quiserem mesmo entender com isso aquilo com ee en elagfo 3 sexualiade, o.compo pode aparelhar-se, ase distin quit daquilo com que 0s corpos se podem emparelhar. aa embrulhado na discussao das pulsOes sexuais ¢ porque nd se ve que a pulsdo sem divida que representa, mas dpen repre ‘0 da sexualidade no ser genta, ¢ parcialmente, a curva da terminaca ‘0 termo seja a morte? Pois quea vivo. Como espantar-se que seu tiltim presenga do sexo esté ligada & morte. - Fago hoje reproduzir no quadro um fragmento de Herdclito, reco- Ihido na obra monumental em que Diels ajuntou o que nos rests & parso da época pré-socratica. Bios, escreve ele, ¢ isto nos emerg 0 anus ligdes de sabedoria, das quais se pode dizer que, antes de qual- quer citcuito de elaboragao cientifica, elas vao ao ponto, ¢ direranel- seen anca éado o nome da vida — Bios, o acento é na primeira silaba~ e sua obra, éa morte. ae as ruta nee de safda em toda a sua ex ; smo do arco e da flecha. Por tuar seu lugar na economia psiquic isténcia, € ume af, podemos s+ 2 ais, far tando gills ‘ilu Freud nos introduz Saas inodu agora pulsdo numa via das mais tradicion: em se fundar em algo que 38 dos recursos de Iingua, ¢ nao hesi FC ThmD—CQ sistemas lin; ao! Devemos vet que tea Ge ee reflexivas. Mas é apenas um inv que uma coisa é essa reversao significance, outra ois! ye APULSAO PARCIAL E SEU CIRCUITO 175 isso com que ele a veste. O que é fundamental, no nfvel de cada ee em que ela se estrutura. = “Youre " * notivel que Freud nao possa designar dois Pélos senao usando desse algo que €¢ 0 verbo. Beschauen und beschaut werden, ver € ser vis- co, giialen e geqiialt werden, atormentat e ser atormentado. E que, des- deo comego, Freud nos apresenta como assentado q pul- jue parte alguma desse percurso pode ser separada de seu vaivém, de sua teversao funda- mental, do cardter circular do percurso da pulsao. Do mesmo modo, é notével que, para ilustrar a dimensio dessa Verkebrung, ele escolhesse a Schaulust, a alegria de ver, e 0 que ele nao pode designar de outro modo senao pela colagem de dois termos, 0 sa- do-masoquismo. Quando ele falar dessas duas Pulsées, e mais especi- almente do masoquismo, ele se aterd a bem marcar que nao hé dois rermos nessas pulsdes, mas trés. E preciso bem distinguir a volta em siteuito de uma puso do que aparece — mas também (por nito apare- “e —num terceiro tempo. Isto é, 0 aparecimento de ein neues Subjekt ate € preciso entender assim — nao que ali jf houvesse um, a saber, o sujeito da pulsio, mas que & novo ver aparecer um sujeito, Esse sujei- ‘©: que € propriamente o outro, aparece no que a pulsio pode fechar Seu curso circular. E somente com sua aparicao no nivel do outro que Pode ser realizado 0 que é da funcio da pulsio. git 1 \eque se poderia chamar uma boca flechada? — uma boca cosida, em que 2 A TRANSFERENCIA E A PULSAO 176 F para isto que eu quero chamar a atengao de vocés, Voce aqui, no quadro, desenhado um circuito pela curva dessa fly sobe ¢ torna a descer, que atravessa, Drang que ela é na Otigem, 2 due perficie constituida pelo que Ihes defini da ultima vez come : pan fue € considerada na teoria como a fonte, a Quelle, quer dizer 5 ao é Ta 10) dita erdgena na pulsio. A tensio é sempre um fecho, ¢ nao pos, dissolidarizada de seu retorno sobre a zona erdgena. = Aqui vai se esclarecer 0 mistério do zielgehemmt, dessa forma a pode tornar a pulsao, por atingir sua satisfagao sem atingir seu aly _ ho que ele seré definido pela fungao biolégica, pela realizacio do em, parelhamento reprodutivo. Pois nao € esse 0 alvo da pulsao parca, Qual é ele? ~ Suspendamos ainda a resposta, mas debrucemo-nos sobre esse te ma do alvo e sobre os dois sentidos que ele pode apresentar. Para dife- rencié-los, escolhi noté-los aqui numa lingua em que sao particular mente expressivos, o inglés. Aim —alguém que vocés encarreguem de uma missdo, isso nao quer dizer o que ele deve levar, isto quer dizer por qual caminho deve passar. The aim, é 0 trajeto. O alvo tem uma outra forma, que é 0 goal. O goal, isto nao é também; no langamento com arco ¢ flecha, 0 alvo, nao é a ave que vocés abatem, é ter acertado 0 tiro e, assim, atingido 0 alvo de vocés. Sea pulsao pode ser satisfeita sem ter atingido aquilo que, em rela- cio a uma totalizacao biolégica da funcao, seria a satisfagao ao seu fim de reprodugao, é que ela é pulsdo parcial, e que seu alvo nao é outra coisa senao esse retorno em circuito. Esta teoria estd presente em Freud. Ele nos diz em algum lugar que © modelo ideal que poderia ser dado de auto-erotismo, € 0 de uma s6 boca que se beijaria a si mesma — metéfora luminosa, resplandecente mesmo, como tudo que se encontra em sua pena, € que s6 exige set completada por uma questo. Seré que, na pulsao, essa boca nao ¢ 0 pura da ese irealanea maximo em certos siléncios, a instinct . E » fechando-se sobre sua satisfacao. ; ples cee gue forsaa distinguir essa satisagio do puro sin este objeto, que de fog a adllo sobre © que a pulsto se rene octBavel hon dis Pence ena # presenga de um cavoy de wm wri 86 conhecemos | fi a importa que objeto, ¢ cuja instant na de objeto perdido, a mintisculo. O objeto a A PULSAO PARCIAL E SEU CIRCUITO fe go é origem da pulsio oral. Ele nao é introduzido a tieu-

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