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: Fernando Barreto Gallas 2007

Carta a des Billettes (04.dez.1696)


G. W. Leibniz
Fonte: G. VII, 451-52

[...] Meu sistema, do qual ests vido por notcias, no constitui um corpo filosfico
completo e certamente eu no pretendo explicar tudo quanto outros j reivindicaram
esclarecer. Pequenos passos so a base para uma jornada segura. Parto de princpios e
espero ser capaz de responder maioria das dvidas do tipo que inquietavam o falecido
senhor Bernier.
Creio que tudo na natureza de fato acontece mecanicamente e pode ser explicado
por causas eficientes, mas tambm que, ao mesmo tempo, tudo acontece moralmente, por
assim dizer, e pode ser explicado por causas finais. E estes dois reinos, o reino moral das
mentes e almas e o reino mecnico dos corpos esto entrelaados e em perfeita
concordncia por meio do Criador das coisas, aquele que simultaneamente tanto a
primeira causa eficiente como a ltima causa final.
Afirmo, ento, que assim como no h vcuo entre os corpos, no h vcuo entre as
almas ou seja, h almas em toda parte e que, uma vez existentes, no podem perecer. Os
corpos so multiplicidades; as almas, unidades. Porm, unidades que expressam ou
representam em si mesmas uma multiplicidade. Cada alma um espelho do mundo inteiro,
a partir de seu prprio ponto de vista. Mas as mentes so almas de primeira ordem ou da
mais alta classe que representam no apenas o mundo, mas tambm Deus no mundo.
Assim, no s so elas imortais, mas tambm sempre retm suas qualidades morais como
cidads da repblica do universo, no qual nada falta, desde que Deus quem o governa.
Minha explicao da unio entre alma e corpo encontra-se na edio n 38 do Journal des
Savants, de 12 de setembro de 1695.

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