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A INDIVIDUALIZAO DA CRIANA
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A partir do sc. XV na cidade que aparece a famlia moderna, reduzida ao casal e
aos filhos. Na cidade do Renascimento a relao com a terra-me tende a desaparecer.
Enfraquece a referncia aos antepassados. O recolhimento sobre a famlia nuclear conduz a um
espao domstico mais ntimo.
As cidades Italianas (Florena) iniciaram uma evoluo neste sentido a partir do sc.
XIV, no sc. XV e sobretudo no sc. XVI, a Inglaterra, a Flandres e a Frana vo segui-la.
As novas relaes que os novos pais estabelecem com os filhos influenciam os
comportamentos destes. Os textos do sc. XVI e XVII fazem eco de uma nova criana, mais
esperta, mais amadurecida. ento que os moralistas comeam a denunciar a complacncia
dos pais para com os seus filhos, que ao mim-los ou ao brincar com eles no os saibam
educar.
A privatizao da educao no condenada, o que se receia que tenha
consequncias nefastas para a criana. Os mimos so causa de muitas fraquezas.
Para lutar contra tais excessos que no decurso do sc.XVII se impe regras de
comportamento conformes com a decncia A educao privada passa a ser contestada,
aparecendo ento a Igreja e o Estado como detentores da educao. Esta deslocao do
privado para o pblico coincide de facto com a vontade de controlo da sociedade pelo poder
poltico e religioso. Os colgios rapidamente ganham adeso dos pais. Pr os filhos na escola
retir-los natureza. A nova educao tem sucesso porque tambm molda os espritos,
respondendo s exigncias de um individualismo que cresce sem cessar. Uma nova conscincia
da vida que pretende valorizar o indivduo obriga a que se voltem para terceiros, preceptores e
directores de estudo, que tm por misso ensinar criana novos conhecimentos que no
poderiam receber dos seus pais.
A igreja e o Estado representam um papel importante nesta mudana. Assim, a
afirmao do sentimento da infncia por volta de 1550 foi acompanhada por uma srie de
disposies legais que respondiam ao mesmo tempo s preocupaes de moral religiosa e s
preocupaes de ordem pblica. Esta legislao testemunha tambm o primeiro balbuciar de
uma poltica de proteco da primeira infncia, premissa de uma interveno mais alargada do
Estado nas questes demogrficas.
Ao modelo rural sucede um modelo urbano e o desejo de ter filhos no mais para
assegurar a permanncia do ciclo, mas simplesmente para os amar e ser amado por eles.