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Aguas Pluviais Quantificacao de Parametros Hidroldogicos em Campo Rede Nacional de Capacitacéi ¢ Extensao Tecnolgice em Saneamento Ambiental - RECESA E impossivel haver desenvolvimento saudavel ‘sem uma populagao saudavel (...) Atengao especial deve ser dedicada (..) a politicas abrangentes e sustentaveis de abastecimento de agua, que garantam agua potavel segura ¢ um saneamento que impega tanto a contaminagao microbiana como quimica Agenda 21, Capitulo 6 Promogao Rede de Capectagao e Extensa Tecnoligica em Saneamento Ambiental - ReCESA, Realizagao Nicloo Contro-Ooste de Capaciagio ¢ Extenséo Tecnoligica em Sancamenio Ambiental -NuReCO Instituigées Integrantes do NuReCO Universidade de Brasla (Lider) | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul | Universidade Federale Goiés Financiamento Financiadora de Estudos o Projtos/CT-Hidro do Miistrio da Ciéncia © Tecnologia | Furdago Nacional de ‘Sade do Ministério da Saide | Socrotaia Nacional de Saneamenio Arrbiental do Mnistéro das Cidades ‘Apolo Organizacional Programa de Moderizagio do Setor de Saneamento - PSS. Comité Gestor da ReCESA -Mirstéio das Cidades -Mirstéio da Ciéncia e Tecnologia -Mirstéio do Melo Ambiente -Miristéio da Educagao - Mirstério da Integragdo Nacional -Mrvstéio da Satie Banoo Nacional de Desenvolvimento Econéenice e Social (BNDES) Caixa Ezonémica Federal (CAIXA) Parceiros do NuReCO Comité Consultive da ReCESA -Associagio Braslora de Captago e Manejo de Aguas de Chuvas ~ ABCMAC -Associagio Braslera de Engenharia Santéria e Ambiertal~ ABES “Associagao Braslera de Recursos Hidcos - ABRH -Associagio Braslera de Residuos Sélidos e Lmpeza Pébiica— ABLP -Associagao das Empresas de Saneamento Basioo Estaduals— AESBE -Associagio Nacional dos Servigas Municipals de Saneamento — ASSEMAE -Conselho de Diigertes dos Ceriros Federis de Edunagao Teancégica - Cancel ~Conselno Federal de Engenharia Arquitetura © Agronamia—CONFEA - Federagao de Orgaos para a Assisténcia Social e Edvcacional— FASE -Federagdo Naconal dos Urbaritérios— NU - Férum Nacional dos Comtés de Bacias Hidrogrticas —Fncbhs - Frum Nacional de Pré-Relores de Extenso das Universitades Poblicas Brasleiras - Forroex -Férum Nacional de Lio Cidadania - Frente Nacional pelo Saneamento Amiental—FNSA -Insiuto Brasleio de Adminisragao Municipal —IBAM = Organizagao Pan-Americana de Satide—OPAS - Programa Nasionalde Conservagéo de Energia - PROCEL, ~ Rede Nacional de Capactagso om Recursos Hiticos —Cap-Net Bras ~ CAESB - Compania de Saneamento Ambiental do cist Federal - EEC. URG-- Escola de Engentata Civ da Universidade Federal de Goi. - SEMADES - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvelvrnento Sustentavel - NOVACAP .. Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil “ SANESUL - Empresa de Saneamento de Mato Grosso do SU SA, - SANEAGO - Saneamerto de Goids S.A, = SANECAP - Companhia de Saneamento da Capita AGUAS DE GUARIROBA Quantificacdo de Parametros Hidrolégicos em Campo: nivel 3; Koide, Sérgio. ReCESA 2008 85p. il; Nota: Realizacio do NuReCO: Niicleo Regional Centro-Oeste de Capa- citagdo e Extensio Tecnologica em Saneamento Ambiental e coorde- rnagdo de José Goes Vasconcelos Neto, Carlos Nobuyoshi Ide e Eduar- do Queija de Siqueira 1. Precipitacio; 2. Medico; 3. Umidade; 4. Vazio Conselho Editorial Tematico Professor Nestor Aldo Campana - UnB Professor Jorge Luiz Steffen - UFMS Professor Klebber Teodomiro M. Formiga - UF Elaboracao deste guia Professor Dr. Sérgio Koide Professor Responsavel Professor José Goes Vasconcelos Neto Projeto Grafico - NUCASE / ReCESA Diagramacao - NuReCO / ReCESA APRESENTAGAO DA RECESA E Impossivel haver dosenvelvimente saudivel ‘sem uma populacdo saudavel,(.) Atencao espe- clal deve sor dedicada (..)a polticas abrangontes © sustentavels de abastecimento de agua, que garantam 4gua potavel segura e um saneamento ue Impeca tanto a contaminagse microbiana come quimica Ager 21, Capitule 6 ‘A Rede Nacional de Capacitagio e Extensio Tecnolégi ca em Saneamento Ambiental - ReCESA ~ tem 0 pro- pésito de reunir, articular e integrar um conjunto de Instituigdes e entidades com o objetivo de promover 0 desenvolvimento institucional do setor mediante solu Ges de capacitacio, intercimbio técnico e extensio tecnol6gica, 'ARRECESA rede estruturou-se em Nacleos Regionals em cada uma das regides brasileira, consttuidos confor me as orlentacdes ¢ diterizes da Chamada Publica MCT/FINEP/CT-HIDRO - CAPACITAGAO ~ 01/2005 Essa inciatva fol financiada com recursos da Financia dora de Estudos ¢ Projetos do Ministerio da Ciéncia e Tecnologia (CTHIDRO), da Secretaria Nacional de Sa rneamento Ambiental do Ministério das Cidades e da Fundacdo Nacional de Satide do Ministério da Saide. Cada Nacleo Regional foi estruturado a partir da par ceria com operadoras de servigos de saneamento ¢ outras entidades do setor que trabalhando em conjun to buscam desenvoler atividades na area da capacia (0, mantendo um enfoque mutidiscipinare integra do no conjunto das tematicas que integram 0 campo do saneamento, a saber: abastecimento de Agua, esgo- tamento santario, gestio integrada dos residuos séli dos e manejo integrado das aguas pluvais urbanas. Para que a atuacio dos nticleos regionais esteja em sintonia com os principios da rede, estes devern ter abrangéncia temitica e capilaridade regional, atuando em todas as frentes das ages de saneamento, cons- derandose as politicas e técnicas de manejo, trata: mento e disposicao especificas para cada tema e apro- priadas para cada regiao. Dessa forma, os Nucleos Regionais buscam promover a formacao ® a capacita- 20 dos profissionals que atuam no setor, assim como as polticas piiblicas que disciplinam a intervengao de todos os agentes envalvidos nos diferentes componen: tes do saneamento. A constituigao dos niicleos regionals foi a primeira ‘etapa de um processo continuado de estruturagio da ReCESA, que deve ser gradativamente ampliada para adesio ‘de outras instituigdes e entidades, inclusive aquelas de atuagdo nacional, E objetivo geral da rede desenvolver todas as tematicas relacionadas & gestio e ‘operacao dos servicos de saneamento por melo de ‘acées destinadas a: ‘+ Mobilizar e articular entidades gestoras, presta- dores de servicos, instituigdes de ensino, pes quisadores, técricos e organizaces especificas do setor; ‘+ Promover a capacitagao dos agentes envovidos nas atividades de saneamento; ‘+ Apolar o desenvolvimento e faciltar a difusdo e © intercémbio de politcas, boas praticas e técni- (as apropriadas; ‘+ Apolar a producio, a disseminacio e o inter- ‘Cambio de conhecimento, integrando pessoas e instituigBes através de comunidades virtuais; “+ Apolar a implantacao de polticas piiblicas supe- radoras dos problemas de saneamento. A retomada dos investimentos no setor € 0 estabeleci- mento de regras claras para 0 saneamento sé com ppromissos assumidos pelo governo federal para atingir ‘a universalzacio do acesso e a melhoria da qualidade dda prestagio dos servicos. Para isso, sera fundamental © investimento em capacttacio dos gestores, regulado- res, prestadores de servicos e dos préprios usuarios, Da-se um enfoque especial das atividades sera nos prestadores de servicos pela caréncia de inicativas de ‘capacitacao para esse segmento de trabalhadores, a despeito da grande importancia que os mesmos tém ‘no universo do saneamento, ‘Texto baseado na “Concepeio Geral da Rede Nacional de Capacitacio e Extensio Tecnologica em Saneamento Ambiental" DDocumento do GT - Capacitagdo O NuRECO © NuReCO - Niicleo Regional Centro-Oeste de Capacitacao e Extensdo Tecnolégica em Sane- amento Ambiental - tem por objetivo 0 desen- volvimento de atividades de capacitagao de pro- fissionais da area de saneamento nas unidades da federacao que compée a regio centro-oeste brasileira, ‘As metas que o NuReCO busca atingi sio Diagnosticar 0 piblico-aho, oferta e demanda de atividades de capacitagéo ¢ de extensio tecnolé- gica em saneamento na regio Centro-Oeste, 2. Realizar atividades de capacitagéo ¢ de extensio tecnolégica em saneamento 3. Construir uma proposta/plano de capactacio certificagdo de operadores. 4. Desenvolvimento e producao de material dditico. 5. Desenvolvimento preliminar de instrumento para avaliacio das atividades de capactacio. 6, Elaborar ferramentas institucionais para divulga- ‘fo das atividades de capacitagao do ndcleo. © NuReCO é coordenado pela Universidade de Brasilia - Un8 - tendo como instituigées co executoras a Universidade Federal de Mato Gros- so do Sul e a Universidade Federal de Goids. ‘Atendendo os quesitos de abrangéncia temiatica € de capilaridade regional, as universidades que integram 0 NuReCO tém como parceiros presta- dores de servicos de saneamento e entidades especificas do setor. CCoordenagio institucional do NuReCO Os GUIAS A coletanea de materiais didéticos produzidos e apresentados pelo NuReCO é composta por 32 uias que serdo utilizados em oficinas de capaci- taco em saneamento. Sdo dez guias relaciona- dos a area de abastecimento de gua, cinco tra- tando de temas em sistemas de esgotamento sanitario, oito materiais didaticos na area de manejo de aguas pluviais, sete versando sobre 0 tema de manejo de residuos solidos e dois sobre temas que perpassam diversas dimensdes do saneamento, denominados temas transversais. Dentre as diversas metas estabelecidas pelo NuReCO, o desenvolvimento de matérias didati- cos no formato de Guias para Profissionais em Treinamento merece destaque. Tais materiais didaticos objetivam ser 0 apoio as oficinas de ‘capacitagao em saneamento para trabalhadores ‘que com niveis de escolaridade desde o primeira rau incompleto até o nivel superior. Cabe aqui ressaltar 0 papel do Nacleo Sudeste de Capacita- ‘gdo de Extensdo Tecnolégica em Saneamento - NUCASE - no desenvolvimento de uma identida- de visual e abordagens pedagégicas que sio adotadas nos guias utiizados pelo NuReCO. ‘Como resultado, busca-se estabelecer um didlo: go e troca de conhecimentos entre profissionais em treinamento e instrutores. Para isso, cuidados ‘especiais foram tomados com a forma de abor: dagem de contetidos, tipos de linguagem e re- Coordenagao institucional do NuReCO Sumario. CAPITULO 1 - INFILTRAGAO. ConcEITo .. MEDIGAO DA UMIDADE (6)... LEVANTAMENTO DA GURVA DE TENSAO DA AGUA NO SOLO (y) EM RELAGAO A UMIDADE 8 FATORES QUE AFETAM A INFILTRAGAO. 10 (GRANDEZAS CARACTERISTICAS DETERMINAGAO DA INFILTRAGAO .. METODOS DE INFILTRAGAO EM VALAS OU SULCOS COEFICIENTES UTILIZADOS PARA DETERMINACAO DE VOLUME DE ESCOAMENTO SUPERFICIAL EM BaciAs.. sesotasotanstanstseetsaeesteenseessanssanesanesonesonastsotanetanenseensien 20 CAPITULO 2 - MEDIDAS CLIMATOLOGICAS. 2 OBTENCAO DOS DADOS..... 221 PRECIPITAGAO severe tnt natinistvinensinstesinniatesteraeranestsiiesiesnetsee 221 TEMPERATURA 26 VeNTo. 29 PRESSAO ATMOSFERICA .ssssensessamivenstesietiatnetssiasintnieesiasininetsee 134 Umioabe 35 RADIAGAO SOLAR... 39 EVAPORAGAO E TRANSPIRACAO ... 43 EstagOes REDEs 47 CAPITULO 3-FLUVIOMETRIA. 48 Concelro . 48 IntRoDUGAO. 48 ESTAGAO FLUVIOMETRICA... 49 MEDIGAO DE VELOCIDADE 55 METODOS DE MEDIGAO DE VELOCIDADE. 56 59 61 MEDIDORES DE VELOCIDADE TIPO: ADV E ADCP. 66 MEDIGAO DA AREA DA SEGAO RETA DE UM Curso D’AauA.... MEDIDOR DE VELOCIDADE TIPO: MOLINETE..... ‘Aguas Pluvials Urbanas - Quantficagdo do Paramotros Hdrlégicos om Campo {Guia do profesional em rsinamento- ReCESA ERROS E LIMITACOES NAS MEDIGOES DE VELOCIDADE (CETESB, 1978)... MEDICAO DE VAZGES UTILIZANDO FLUTUADORES (CETESB, 1978)..... CURVA-CHAVE OU CURVA CoTA-DESCARGA. ESTABELECIMENTO DA CURVA DE DESCARGA DETERMINAGAO DA EQUAGAO DA CURVA... EXTRAPOLAGAO DAS CURVAS-CHAVES (DNAEE, 1978) BIBLIOGRAFIA.... ‘Aguas Pluviais Urbanas - QuantficagSo Guia do profesional erm ardmotros Hirolégicos om Campo inamento- ReCESA 2 70 70 73 78 279 82 APRESENTAGAO Esse caderno tem como objetivo apresentar ao profissional, conceitos fundamentais sobre quantificagao de parametros hidrolégicos em campo, incluindo capitulos sobre os temas: + Infiltragao + Medidas Climatolégicas © Fluviometria ‘Aguas Pluvials Urbanas - Quantficagdo do Paramotros Hdrlégicos om Campo {Guia do profesional em rsinamento- ReCESA Capitulo 1 - INFILTRAGAO Conceito A infitracao ¢ a passagem da agua da superficie para o interior do solo, Parte da agua infltrada é armazenada no solo se ele ndo estiver saturado e parte é transmitida para camadas inferiores do solo. Se howver disponibilidade de agua sobre a superficie em excesso, tal que se forme uma lamina de agua sobre o solo, a infitracao se dard taxa maxima, chamada de capacidade de infitracao (f). A capacidade de inftragao decresce com o tempo @ medida que o armazenamento da agua no solo vai preenchendo os seus vazios. No entanto, como parte da agua a transmitida, seu valor tende a se tomar constante, Medigao da Umidade (6) ‘© método padrao de determinagiio da umidade do solo é a verificagéo da perda de peso de amostra aps secagem (em solos com matéria organica sao necessérios cuidados especiais). * Método Gravimétrico (destrutivo) No local em que se quer medir a umidade, apés desbastar ¢ horizontalizar o solo, retira-se ‘a amostra escavando-se a amostra com cuidado para nao comprimir 0 solo nas paredes do furo, 0 Material retirado deve ser colocado em embalagem para ser pesado e sofrer secagem em laboratério, © furo de onde foi retirada a amostra deve ser preenchida com areia seca para se cubar 0 volume original da amostra. A areia para tal deve ser de granulometria uniforme e em geral é levada a campo em um frasco graduado de modo a permitir avaliar 0 volume de areia derramado no furo. A quantidade de agua na amostra calculada pela diferenca do peso da amostra natural e da amostra apés secagem. Como 0 volume de solo retirado foi medido, pode-se calcular a umidade do solo, * Sonda de Néutrons A sonda de néutrons deve ser inserida em um orificio sem revestimento ou revestido com tubo de aluminio ou PVC. A sonda emite néutrons que, quando se chocam com moléculas de baixo peso molecular como a agua, sofrem amortecimento e podem ser detectados por sensores de néutrons de baixa energia. O equipamento precisa ser calibrado para diferentes solos e ha que tomar cuidado especial nas medigSes préximas a supericie Apesar do pequeno alcance e baixa radioatividade € importante que se tome culdados no ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo e ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Figura 1.1- Componentes de uma sonda de néutrons portati Figura 1.2 - Sonda de néutrons e equipamento de controle + TDR (Time Domain Reflectometry) Nos ltimos anos equipamentos que utilizam a reflectometria no dominio do tempo (TDR) ou da freqléncia tem sido muito utlizados, apesar do prego ainda alto. Os fabricantes alegam que, em teoria, ndo hd necessidade de calibragdo do equipamento para os diferentes tipos de solo, a0 contrério dos demais equipamentos. Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Figura 1.3 - Componentes essencias de um sistema de TDR Figura 1.4 - Sondas TDR convencionais (esquerda e centro) e sonda Delta-T Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA * Blocos de Gesso ou Resina © sensor consiste de um bloco de gesso ou resina com um par de eletrodos montados no seu interior. Os blocos s4o enterrados as profundidades que se quer medir a umidade do solo. Como o bloco esta em permanente contato com 0 solo, sua umidade esta em equilibrio com a umidade do solo, Assim, a partir de uma curva de calibrago fornecida pelo fabricante pode-se correlacionar a resisténcia medida com a umidade do solo. Fig Tow coat mairis potential sensors KS-O1 ntermmar sum Block ‘Meter Readings vs. Sol Moisture Tension and ear creer ee Se ice enone need eaecmnes sean foeeccare | {stant opt nts nan yt tat Fehon Ae Sc ot an aaa ae eg [Eemparson of matric potential ranges 2 i Figura 1.5 - Curva de transformacao da resisténcia em umidade e 0 equipamento de leitura de resisténcia. (Fonte: manual da Delmhorst) Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo e undo poiesoaleyvosarent-ReSESA * Leitura da tenso da agua no solo A Agua no solo nao saturado apresenta uma tenséo sub-atmosférica provocada pela tensao superficial. Existe uma correlagao entre a umidade do solo @ essa tensao para cada tipo de solo, em fungo das dimensdes dos espacos intergranulares e os meniscos formados entre as paredes dos gréos. Essa correlagao é histerética em relagao aos processas de umedecimento e secagem do solo, o que provoca erros na determinagao da umidade a partir da medigéo da tensdo. No entanto, apesar desse erro, é uma das formas mais utilizadas para determinacao indireta da umidade do solo. Sucgio Solo compactado Solo argiloso Slo natural Umidade Sucgio Secagem Umidade Figura 1.6 - Curvas de correlagao entre a umidade do solo e a tensao para cada tipo de solo A tensao da agua no solo pode ser medida por tensiémetros, que so hastes ocas hermeticamente fechadas na extremidade superior com uma ponta de ceramica porosa na extrernidade inferior, Na haste é instalado um vacuémetro que mede a tensdo na agua em seu interior. O ar é impedido de entrar na ceramica pela tensao superficial. A ceramica & enterrada e a Agua no solo entra em contato com a agua na cerdmica eliminando a tensao superficial e permitindo que a tensao da 4gua no interior do tensiémetro se iguale & tensdo da Agua no solo. onsdoe tersiometes ‘itensemotrs Figura 1.8 - Tensidmetros instalados em campo Aguas Pluvials Urbanas ~ Quantificagto de Parsmotros Hidrolégices om Campo ‘Guia oo profesional em enamanto - ReCESA Levantamento da curva de tensdéo da agua no solo (w) em relagao a umidade A curva de correlagao (y-8) pode ser feita variando-se a tenso de succao na amostra e esperando-se algum tempo para que a umidade da amostra atinja equilibrio em fungaio da variagéo de sucgéo. Usualmente inicia-se com as amostras saturadas. Caixas de Areia ‘A sucgo sobre a amostra pode ser aplicada colocando-se a amostra em contato com areia saturada com granulometria especialmente selecionada para essa finalidade e que do permita a entrada de ar na areia mesmo a tensdes de succao de alguns metros. Aplica-se a sucgao na amostra e aguarda-se que 0 equilibrio seja atendido antes de se medir 0 novo peso da amostra, O mesmo aparato pode ser feito utilizando-se uma placa de pressao no lugar da areia. Figura 1.9- Conjunto de placa de tensao para equilbrio de solo Células de Pressao Quando se deseja valores da curva (y-6) até valores de sucgao de algumas atmosferas, utiizam-se células de presso, que trabalha sob o mesmo principio, mas ao invés de aplicar uma succao na amostra, aplica-se uma presso sobre ela e se mantém a presséo atmosférica na placa porosa. ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo e ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA © aparato experimental para realizar essas medidas pode ser uma “panela de presséo para diversas amostras simultdneas ou entao células individuais de pressao. Porous pate Soil sample S Figura 1.11 - Célula individual para cada amostra Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Centritugagao A forma mais prética de se levantar a curva (y-6) é utilizando-se uma centrifuga apropriada que expulsa a agua por centrifugagao. Esse método é muito prético e permite 0 levantamento da curva em muito menos tempo que utllizando-se as células de presséo. Figura 1.12 - Modelo de centrifuga Fatores que afetam a infiltragado Permeabilidade do solo (K) A permeabilidade do solo nas diversas camadas 6 um dos fatores mais importantes no controle da quantidade de gua inftrada. Umidade do solo Hé dois conceitos muito utilizados em agricultura que é 0 de capacidade de campo e ponto de murchamento. ‘A capacidade de campo 6 a quantidade maxima de agua que um solo consegue reter contra a gravidade. Essa caracteristica, que depende de muitos fatores, ¢ muito importante pois define a maxima quantidade de agua que se pode manter no solo (em especial na zona das raizes da cultura) sem que se tenha perdas de agua para solos mais profundos. Esse conceito néo & completamente valido pois com a agua se desloca de Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA maiores potenciais para menores potenciais, o solo pode perder Agua por diferengas de umidade. © ponto de murchamento corresponde @ umidade critica em que a cultura murcha permanentemente por nao conseguir retirar agua do solo, O ponto de murchamento representa o equilbrio entre a forga de coesao exercida pelas particulas do solo sobre a pelicula liquida aderente 4s mesmas, e a forga de "sucgdo" exercida pelas raizes das plantas - ainda existe Agua, mas que néo mais pode ser aproveitada pela planta (pode ser representada por uma pressao determinada por tensiémetro). Esse valor depende do tipo de cultura e indica 0 momento critico em termos da necessidade de irrigagao. Porosidade e Fissuragao A porosidade e fissuragdo so muito importantes para a infltragéo pela capacidade de ‘armazenamento do solo e pela maior ou menor facilidade com @ agua se desloca pelo solo. (2) Dry state Fig. B4.1. Selt-mixing ina vertso, Packing of porspese paris pet, @ Figura 1.13 - Tipo de vertissolos e particulas de dispersao do solo ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Compactagéo (© trafego de animais e veiculos, a chuva ou @ forma de pratica agricola (arado ou plantio direto) podem ser determinantes para a compactagao do solo e consequentemente para o processo de infitragao, Declividade dos terrenos Declividades acentuadas tendem a dificultar 0 contato da agua com o solo em condigées naturais, Temperatura A temperatura afeta a viscosidade da gua e assim altera a permeabilidade da agua no solo. Caracteristicas da agua Caracteristicas da agua como a turbidez e sais dissolvides podem alterar as caracteristicas da superficie ou do solo (selamento superficial, desestabilizagdo de coldides, etc.) afetando assim a infiltragao, \Vegetacio A cobertura vegetal é um dos fatores mais importantes para a manuteng&o da capacidade de infitragdo de um solo pois evita a compactagao da superficie, quebra a estrutura dos solos e pode dar abrigo a animais que favoregam pé aparecimento de macroporos, ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Grandezas Caracteristicas Capacidade de infiltragao Razo maxima com que um solo, sob uma dada condigéo, é capaz de absorver agua na unidade de tempo, por uma area horizontal (mmfh, cri). Horton (1933) propés a equacao SHLAA Onde fo: 8 0 Valor inicial (variével com as condigées inicias); J_ & 0 valor final para o qual f tende assintoticamente apés algum tempo (em geral de 1 a horas). Fe fet Gato Infiltration rate f (a) Variation ofthe parameter k () Infiltration rate and cumulative infiltration, Figura 1.14- Curvas das variagdes de infiltragées Experimentalmente pode-se determinar os valores dos parametros. Se o experimento for suficientemente longo, o valor de fe pode ser extrapolado diretamente da curva f x. E possivel linearizar a equagao por anamorfose logaritmica: log(f - f.) =log(f, —f,)-ktloge ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Isolando t tem-se: 1 og =f.) Hoge Tioge log’ f,-f.) mX+C emque X=log(f—f) Plotando-se, em papel monolog, tx (ff), com tno eixo linear e (f-,) no eixo logaritmico 1 Toge tem-se uma reta cuja tangente 6 Com os valores de k € f. determina-se o valor de fo, Berthelot, em 1970, propds um algoritmo que permite calcular a capacidade de infitragao ‘a qualquer tempo, inclusive em periodos sem precipitacao e com precipitagao inferior & capacidade de inftrago (sem acumulo de agua na superficie (ver Tucci, 1993). Philip (1957) propés outra férmula para a inftragéo: f=B+Aar fem que B é a constante de transmisséo da 4gua pelo solo e Aa constante de difusdo do solo. Apés longo tempo de chuva, f se aproxima de B. Green @ Ampt propuseram outra forma para a infitra¢ao, considerando que ela se processa de forma que a frente de molhamento se da em forma de degrau. Figura 1.15 Frente de umidade no modelo Green-Ampt ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Determinago da Infiltragao Determinacao Experimental - Infitrémetros - clindricos, de anel Gnico ou de anéis concéntricos © infiltrémetro em geral tem cerca de 30 cm de diémetro e até 60 cm de altura. O cilindro (ou 0s 2 em caso de anéis concéntricos) é cravado deixando-se cerca de 10 cm da altura acima do solo, Coloca-se e se mantém agua no interior do(s) cilindro(s), mantendo-se uma lamina de 2 a 5 cm, em fungao da existéncia de vegetacao ou irregularidades. Mede-se o volume de agua adicionado em intervalos de tempo. O experimento é mantido usualmente por duas ou trés horas, até que a taxa de infiltragao se estabilize, Como nos primeiros instantes a taxa de infitragdo em geral é maior, é usual se medir o volume adicionado em intervalos mais freqiientes no inicio do experimento. A estrutura do solo é muito afetada pelo cravamento dos anéis. O efeito de compactacao da chuva nao é considerado em, fungao da forma com que a agua é adicionada ‘no ‘equipamento. Se a umidade do solo adjacente for baixa, ela também pode afetar a taxa de infitragdo, Esse efeito pode ser reduzido com a utilizacao do infitrémetro de anel duplo. Figura 1.16 - Equipamento para medigao de infitragao em campo ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Exemplo de experimento utiizando um infiltrémetro de 35cm de diametro (area de 962 cm’) Tempo At Vol pada f Tempo | pemeio | th) | acum. | tit.) AF Lem) (crny vii do (2) | (ems) al 8) (6) intervalo|aay+60| (3) | a Sarea | “| @+@ 3 ° 0,000 2 7 [0033 [278 [0.288 8.87 5 3.5 _|0.050_| 65 | 0.684 7.90 10_| 75 | 0.083 _[1173_[_1.218 6.42 20 18 | 0.167 _| 1924 | 2,000 4.68 30_| 26 | 0.167 | 2500 | 2.589 3.59 0 45 | 000 | a345_| 9.477 1.76 30 75 [0500 | 3875 | 4.028 1.10 150_| 120] 1,000 | 4598 | 4.777 0.76 Capacidade de inftragio 10.00 2.00 00 7.00 00 ~ bo £00 300 200 ‘0 ove 0 wD 0 tempo (in) =o int gua Povale tones ~Cuntente de Parkmotes Holle om Camps @ (Guia ¢o pratissional om trenamenio - ReCESA Tempo | Tem ‘At(h) | Altura Infilt oF i (many | ono | Oe | ery ee (1) | Meio do fac) +60} (4) | aay | (8) +) 0 0,000 s_ | 25 [008s | 0810 [eto | 972 10 | 75 | 0.083 | 1.470 [660 | 7.92 15 | 125 [0.083 | 1.840 [070 [444 20 [175 | 0.083 [2.200 [0.450 | 5.40, 25 [22.5 | 0.083 | 2.550 [o260| 3.12, 30 [275 | 0.088 [2.750 [0.200 | 2.40 as [32.5 | 0.083 | 2.900 fo240 | 208 40 [375 | 0.083 | 9.330 [0.240 | 408 45 [42.5 | 0.083 | 9.540 fo2to | 2.52 50 [475 | 0.083 [3.720 [ote | 2.16 55 | s25 | 0.083 | 4,080 | 0380 | 3.96 0|s7s | 008s | 4200 |0.170 | 2.04 1 calculado pelas dlferencas # (em) 2 50 ey n tempo (rin) © valor de f calculado diretamente dividindo-se a altura infilrada em um intervalo de tempo por esse tempo pode levar a oscilagdes no valor de f. Nesses casos, pode ser mais interessante fazer o grafico da altura infitrada acumulada (F) e determinar a capacidade de infitraco interpolando-se a curva F x t e determinando-se os valores de f pelas tangentes & curva. ‘Atura acumulada de intittragao (F) tempo (min Aas Pvt Uianae—cuarifoxpo de Parnas ligss om Campo @ int coat reece ee Figura 1. 17 - Simuladores de chuva Métodos de Infiltragao em Valas ou Sulcos A capacidade de inftrago pode ser medida utiizando-se o permeametro de Guelph, que 6 um aparato com o qual se faz o teste de infiltrago em um buraco escavado no solo com equipamento especial de escavacao e preparo da superficie, O equipamento requer muito menos agua que o infltémetro convencional, No entanto esse equipamento multas vezes leva a valores de infiltracao discrepantes com os obtidos com os infllrémetros. Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Figura 1.18- Permeametro de Guelph A infitracao pode, ainda, ser medida diretamente em sulcos, valas ou cavas, em funcao do uso do solo, Os sulcos e valas sao comumente usados em estudos de infiltragao em reas agricolas que utiizam irrigagéo por sulcos ou valas. Os testes em cavas sao recomendados pela ABNT para projetos de inftragdo de efluentes de fossas sépticas no solo. Coeficientes Utilizados para Determinagéo de Volume de Escoamento Superficial em Bacias Indices ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA CAPITULO 2 - MEDIDAS CLIMATOLOGICAS Obtengao dos Dados Para a obtencao dos dados climatolégicos faz-se necessaria a utilzagéo de diversos instrumentos ¢ aparelhos, e, em alguns casos, calculos para sua obtengao indireta, Precipitagaéo Provavelmente a chuva foi o primeiro fendmeno meteorolégico medido pelo homem. Ha evidéncias de que tais medidas eram efetuadas na India no séc. IV A.C. Dentre os diversos tipos de precipitacao que podem ocorrer (chuva, granizo, neve, geada, orvaiho, neblina) estudaremos as mediges de chuva, que no Brasil, em termos de qualidade de agua, é 0 unico evento significativo. Alguns tipos de precipitagao tém importancia em outros estudos, como os relacionados agricuura (orvalho, geada, granizo). As Medidas de Interesse so: a) Altura Espessura do volume de chuva precipitado sobre uma area horizontal (paredes verticais bordo horizontal), em um determinado periodo de tempo, dia, més ou ano, ¢ 6 expressa b) Intensidade Por definigao ¢ a altura precipitada na unidade de tempo (mmih, mm/min) ‘Como nao ha meios de determinar o volume precipitado sobre grandes éreas, a medigao 6 feita por amostragem da qual se extrapola para a area. Para efetuar medidas de precipitacao em geral séo utiizados 0 pluviémetro e/ou pluviégrafo. Em certos casos o radar pode ser utilizado, pratica que tem se desenvolvido enormemente. © pluviémetro 6 um instrumento bastante simples, constituido de uma bacia de recepsio, um reservatério da cumulagéo com uma proveta graduada para as leituras da altura precipitada, No Brasil o tipo mais utilzado 6 0 "Ville de Paris" com bacia de 400 cm’, com a borda superior instalada a 1,50m de altura, A proveta de leitura 6 graduada de tal forma que faz-se direto a leitura em décimos de milimetros, ja considerando-se a relagao entre as areas do pluviémetro e da proveta. A preciso adotada em pluviometria é de décimo de mm, desprezando-se chuvas com alturas inferiores, Em geral so feitas 1 ou 2 lelturas por dia, ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Figura 2.1 - Pluviémetro tipo Ville de Paris, Em locais de dificil acesso e em areas onde & necessario conhecer-se a intensidade de precipitaco, o pluvidgrafo é indispensavel. O pluviégrafo serve também para verificagao da exatidao das leituras de pluviémetro. Existem pluvidgrafos com diferentes modos de funcionamento: pluvidgrafo de flutuador, de balenca, basculante, etc. Os de balanga pesam a agua captada e registram através de mecanismo de relojoaria. No pluviégrafo basculante um mecanismo registra o n® de vezes, ao longo do tempo, em que as cubas foram preenchidas (Em uma chuva intensa, de 150 mm/h, as cubas basculam a cada 6 a7 segundos) (Muito utiizado em sistemas de tolomettia @ sistemas digitais). No Brasil o tipo mais utiizado é 0 de flutuador (Hellmann), com bacia de 200 cm? de area. A agua coletada 6 conduzida ao recipiente. Ao atingir determinado nivel ocorre a escorva do sifao, que provoca o esvaziamento rapido do recipiente, © pluviograma é movido a velocidade constante na horizontal por um mecanismo de relojoaria, A pena pode sofrer deslocamentos verticais em fungao de ocorréncia de chuvas. Figura 2.2 - Pluvidgrafo de béia tipo Hellman Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo r) undo poiesoaleyvosarent-ReSESA i i i Figura 2.3 - Pluviograma tragado por pluvidgrafo de béia Os pluvidgrafos basculantes atualmente so os de uso mals difundidos devido ao seu baixo custo e pouca necessidade de manutengo, apesar de que ha estudos mostrando que, sem manutenco eles podem levar a erros significativos. H& modelos comerciais fextremamente compactos em que o registrador esta instalado dentro do corpo do pluviégrafo. O registro do movimento da peca basculante, que equivale a uma certa altura de precipitacao, pode ser feito por intervalo de tempo (por ex. a cada 5 minutos) ou por registro do tempo em que o movimento ocorreu, Figura 2.4 - Pluviégrafo de bascula Em qualquer medigdio 6 necessério tomar cuidado com os erros acidentais ou sistematicos que podem ser cometidos. Alguns erros de leitura ou anotagdes desde que eventuais, tern pouca importancia. Exemplos de erros cometides pelo observador: ndo esvaziar totalmente o reservatério do pluviémetro; leltura com proveta inclinada; desonestidade do observador. Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo r) undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Exemplos de erros devidos instalagéio e manutengao do aparelho: no horizontalidade da bacia de recepgéo; altura inadequada do aparelho; proximidade de obstaculos (0 DNAEE recomenda o afastamento de obstaculos, tais como arvores, edificagées, etc. de 4 vezes a altura dos mesmos, 0 que muitas vezes nao é possivel; Dingman recomenda no minimo um cone de 45°); vazamentos; entupimentos; falta de tinta em pluvidgrafos, otc. Erros sistematicos so os mais danosos em termos de qualidade dos dados, pois so cumulativos. Aiguns erros so impossiveis de se evitar, Estima-se (Linsley, 1975) que cerca de 0,2 mm de cada chuva medida com o aparelho seco sejam gastos para molhar as superficies Essas perdas podem facilmente atingir 25 mmiano em certas areas. Em chuvas muito intensas, o sifonamento do reservatério pode no ser rapido o suficiente, provocando um erro de medida ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Exercicios: a) Determinar as méximas intensidades de precipitagéo com durago de 30,60 min, 2 ¢ 4 horas, para os dias acima. Determinar a altura total precipitada em cada dia. Considerar que nao houve precipitacao fora do horario acima, b) Considere que a altura precipitada no dia 16/12/80 6 a altura média precipitada sobre uma bacia de 120 ha, Calcule o volume de Agua precipitado sobre a bacia, ¢) Voc’ & 0 operador de um pluviémetro e, desastradamente, quebrou a nica proveta pluviométrica disponivel. Sabendo-se que o pluviémetro & do tipo "Ville de Paris" © que vocé dispde de uma proveta graduada a cada ml, determinar 0 fator o fator de conversao de ml para mm de precipitagao, Atualmente a distribuigdio espacial da chuva esta sendo estimada pela imagem de radares meteorolégicos Figura 2.5 - Sistema de captacao e processamento da imagem ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Figura 2.6 - Imagem de radar para estimativa de alturas de chuva. Temperatura Interessa-nos medir a temperatura do ar, do solo e da agua. a) Temperatura da agua - de grande importancia no estudo da evaporagéo dos corpos d'égua e da qualidade da agua. Utilizam-se diversos tipos de tetmémetros para medigao ‘em profundidade, entre eles termémetros elétricos, reversiveis e de pogo. Os termémetros elétricos baseiam- se na variacao das propriedades de termopares com a temperatura. Os termémetros reversiveis sao montados de tal forma que, na profundidade de medida, sao invertidos e uma quantidade de mercirio, proporcional temperatura, 6 guardada em um capilar especial, Apds trazer 0 termémetro a superficie esta quantidade de mercirio fornece a temperatura, Os termOmetros de recipiente ou poco trazem Agua a superficie, @ a leitura da temperatura da agua a profundidade em estudo é conseguida em funcao da inércia térmica. Em fungo do prego, praticamente todos os termémetros atualmente sao baseados em termopares. Assim, 0 termémetro deve ser de facil leitura para permitir uma répida leitura, evitando-se uma variago significativa da temperatura. b) Temperatura do ar - A medi¢ao da temperatura do ar pode ser feita por termémetros ou termégrafos. Os termémetros em geral so de termopares, de mercirio ou de alcool (estes s4o utlizados principalmente em climas fries devido ao ponto de congelamento mais baixo). Os termégrafos sdo baseados em tiras bimetdlicas com diferentes coeficientes de dilatacao ou em tubo metalico cheio de alcool ou Hg, que sao acoplados a ‘mecanismo registrador. Interessa-nos também os termémetros de maxima e de minima. O termémetro de maxima 6 semelhante ao termémetro clinico, possuindo junto a0 bulbo de Hg um estrangulamento no tubo capilar. Assim, em caso de resfriamento a coluna rompe-se, registrando a temperatura maxima. O retorno da coluna é conseguido com movimento brusco do termémetro. O termémetro de minima de alcool possui em seu interior uma pequena haste imersa no alcool. Quando a temperatura aumenta, o alcool escoa livremente ao redor da haste; porém se a temperatura cai, o menisco formado no tubo arrasta a haste, mantendo Sua ponta sempre a temperatura minima, Existe ainda termometro de maxima e minima, de mercurio e alcool, indicando simultaneamente os dois valores. Os termémetros de maxima e de minima convencionais devem ser instalados na horizontal, e ao abrigo do sol, em local ventilado para medir a temperatura do ar circulante. O abrigo segundo o DNAEE, deve ser construido com paredes de venezianas duplas, fundo em tela e teto inteirigo, e devem ser pintados de branco. Dentro do abrigo so guardados também instrumentos para medigéo de umidade relativa e evaporacéo. ea Ser - Figura 2.7 - Termémetro de maxima (de mercério) e de minima (de élcool) Um dado importante 6 a temperatura média didria, Ela pode ser obtida da integracao do grafico de termografo, ou da média de temperaturas hordrias. Resultados razoaveis poder ser obtidos com espagamentos maiores entre medidas (3 ou 6 h). Um valor muito utlizado & a média entre a maxima e a minima. Essa média leva normalmente a um valor menos de um grau acima do valor médio real (Linsley, 1975). Outras formas de se calcular ‘a temperatura média so utllizadas. No Brasil utiliza-se a férmula plow t ayy + hae + bin 5 ned ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Outra formula comumente utiizada & Figura 2.8 - Abrigo termomeétrico Das temperaturas médias didrias calcula-se a temperatura média mensal e anual A temperatura varia com a altitude (redugao de 0,6%C por 100m de elevagao), com a latitude e com a localizagao no continente, Os oceanos tendem a suavizar a variacao de temperatura, e assim, no interior do continente ocorrem maiores amplitudes térmicas anuais (diferenga entre as temperaturas médias dos meses mais quente e mais frio) que ‘em pontos do ltoral com mesma latitude. ¢) Temperatura do solo - 0 aquecimento ¢ resfriamento do solo se da as custas do balango de radiagao através da superficie. Assim, ha uma redugao do gradiente de temperatura & medida que se aumenta a profundidade. Normaimente a medigo da temperatura do solo é feita por termémetros de mercurio ou termégrafos. As profundidades em que as leituras sao feitas em geral sao: 2, 5, 10, 20, 30, 50 © 100 cm. Usualmente os termometros de 50 e 100cm sAo retos e instalados através de um tubo de acesso, e s&o retirados para leitura. Os de menor profundidade em geral sao instalados fixos ¢ tem a escala de leitura em trecho inclinado para permitir a leitura, Atualmente todos esses equipamentos tém sido substituidos por termopares. Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo r) undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Figura 2.9 - Termémetros de solo fixos (esquerda) e méveis (direita) ‘temperatura (°C) 6 12 18 tempo (hs) Figura 2.10 - Variaco da temperatura do solo a diversas profundidades durante o dia Vento © vento @ 0 movimento do ar em relacéo a superficie terrestre. & provocado por diferencas de pressao atmostérica, mas 6 modificado pelo movimento de rotagao da terra (forca de Coriolis), pela forca centrifuga ao seu movimento, e pelo atrito com a superficie terrestre, © vento é caracterizado por sua velocidade, em médulo, direcao e sentido. A velocidade em geral é expressa em mis, km/h, kmidia; e a diregdo e sentido, indicados pelos pontos cardeais em 8 subdivisdes, e determinado pelo ponto de onde vem o vento. (N, NE, E, SE, S, SW, W, NW). Em alguns paises utilizam-se 16 subdivisdes. AA direco e sentido do vento podem ser determinados por um catavento ou uma biruta. A velocidade @ comumente medida através do catavento tipo Wild (em desuso), ‘anemémetro de canecas @ anemégrafo, A velocidade do vento pode também ser estimada a partir de observagdes da agitagao dos elementos ao vento, pela escala de Beaufort, Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo r) undo poiesoaleyvosarent-ReSESA © catavento tipo Wild associa a deflexdo de uma placa voltada contra o vento com a velocidade. O instrumento é instalado a 6m de altura. Pino ne 12 3 4 5 6 7 8 Velocidade (m/s) o 2 4 6 8 1 4 2 Forga do vento (Beaufort) o 2 3 4 6 6 7 9 © anemémetro totalizador de canecas (fig. & esquerda) ¢ 0 instrumento mais utiizado na determinagao da velocidade média do vento. £ constituido de 3 a 4 canecas fixadas em tomo de um eixo vertical, ligado a um odémetro, A velocidade média de vento entre dois instantes 6 determinada pola diferenca das leituras da distancia acumulads, dividida pelo intervalo de tempo. Normalmente o aparelho 6 instalado a 0,5m ou a 2m de altura Figura 2.12 - Anemometro de canecas (esquerda) @ anemégrafo universal (direita) Aguas Phils Unanas — Quartus de Pakotos Helos om Capo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA © anemégrafo fornece um registro da diregao, velocidade instanténea e distancia percorrida pelo vento. (Os aparelhos de canecas (ou conchas) tendem a registrar uma distancia maior que a real sob ventos variaveis, pois as conchas sao aceleradas mais rapidamente do que desaceleradas. Outra fonte de orros que correntes verticals provocam rotacao (@ portanto, um aumento de registro) quando o aparelho teoricamente deveria registrar ventos horizontais, A maioria dos anemémetros nao registra ventos inferiores a 2 a 3 km/h (Linsley, 1975}. Existem ainda anemémetros que operam pelo principio do tubo de Pitot, por efeito doppler (es mais precisos), a fio quente etc. Freglientemente tem-se a velocidade do vento a uma altura e deseja-se a outra. Para isso hd duas formulas, com resultados aceitaveis, dentro do grau de preciso dos aparelhos de medigao usuais: Equagio logaritmica: ( nf +1) Lz (z,\ In) 241] oo) fem que Z) 6 0 comprimento de rugosidade, variavel com o tipo de superficie. Assim, Z=0,001cm para terrenos completamente nus e isos; 0,7m para vegetagao espessa com até 10cm de altura; e 9cm para vegetagdo espessa com até 50cm de altura Equagio de poténcia Tubelis indica para k 0 valor 1/7 A direcdo predominante do vento 6 outro dado importante, principalmente para a localizacao de obras como aeroportos, estagdes de tratamento de esgotos ¢ lixo, lagoas de estabilizagao e indiistrias poluidoras de ar. ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Se Exercicios: 1) Vocé foi informado que a diregéo predominante do vento em um ponto onde esté instalada uma fonte de poluico atmosférica 6 NE. Em que dire¢do vocé espera haver deposigao do poluente? 2) Um anemémetro totalizador, instalado a 2m de altura registrava 32125 as 10 horas e 32305 as 12 horas. A leitura do instrumento é em centenas de metros. Determinar a velocidade média no periodo. Histérico Sir Francis Beaufort (1774-1857), almirante Briténico, criou uma escala, de 0 a 12, observando 0 que acontecia no aspecto do mar (superficie e ondas), em consequéncia da velocidade dos ventos. Posteriormente, esta labela foi adaplada para a terra Em 1903 a equivaléncia entre os numeros da escala eo vento foi estabelecida pela formula 1.878" onde U 6 a velocidade do vento om mithas néuticas por segundo e B é o nimero Beaufort Tabela 2.1- Escala Beaufort de forca dos ventos Velocidade \Forca| Designacao Aspecto do Mar Influéncia em Terra fawn nbs 0 | catmania | 001 Joat Espelhado A fumaga s0be 1 encrespado em pequenas rugas, |, diresdo da bafagem & 1 | paracem | 206 | 203 |Merencrospado om pequenas M926, |ingicada peta fumaga, mas & ” grimpa ainda nao reage. Sontose 9 vorio no Tost, Ligeiras ondulagées de 30 cm (1 pé),| _movem-se as folhas das 2 ARAGEM 712 | 426 com cristas, mas sem arrebentacao, |arvores e a grimpa comeca a| funcioner “andes ondulagbes de 60am GO | ps has dan Envores ce 3 FRACO 13.4 18|7a10 principio de arrebentagao. agitam e as bandeiras se Alguns “cameiros", desfraldam. Aguas Phas Urbanas —avarnfcaio ae Partmotos Hiolses om Cano @ (Guia ¢o pratissional om trenamenio - ReCESA Poeira 6 pequenos pape JPequenes vagas, mais ingas, de 1,5| . solos sa0 levantados 4 | MODERADO /19.226 [11.8 16/1 com freqdentes "cameiros” Movem-se os galhos das Vegas moderades de forma nga de| Movem-se 8s pequenes 5 FRESCO 27.435 |17a21 uns 2,4 m. Muitos "carneiros”. Nos k arvores. Possibilidade de alguns borrifos. | NOS lagos @ agua comega a ‘onl. ‘ssobios na faglo aérea Grandes vagas de até 3,6 m. muitas Movem-se os maiores & MUITO FRESCO| 36 244 f22 227] -cistas brancas, Probablidade de |galhos das arvores, Guarde- borifos, Chuva usado com difculdade, Mar gfoss, Vagas de alo ET | Mover se as grandes 7 | Fore |4s054 20299) sapomucse eu arent vos AMOS € fil andar cnt dis eapumma WagalhGos regulares de a7 5m de | Guebray-ee os galhos das 8 | MUITO FORTE |55 a 65 [34 a 40|altura, com faixas de espuma branca jarvores. E dificil andar contra e franca arrebentacao, vento, Vagalhoes de 75m com faias do Danos nas panos salortes 9 | puro — |ssa77|s1247Jespuma densa, O mar rola. O boro | das drvores, Impossivel omega a afetara visibiidade, | andar contra o vento, jentoaranes asa do espume:o| Aanca arvorese causa 10 | murro cure 78.80 hea sssomoaanc as fn. spurs c| dance na esata dos visibilidade é afetada. Prédios. Vegalhoes axcepannalinenta 11 hempesuosolt a 1o4les a eg [arandes, de até 13,5 m. A visbildade| Muito raramente observado é muito afetada. Navios de tamanho em terra. mécio somem no cavado das vagas. : War todo de expuma, Espuma.e 12 | FURACAO |105a.,|66.a..|respingos saturam oar, A visibildade| Grandes estragos. @ seriamente afetada, ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantiieagto de Parkmetros Hatolgices om Campo (Guia ¢o pratissional om trenamenio - ReCESA Pressdo Atmosférica (Os aparelhos devem ser instalados em abrigo de alvenaria, evitando as paredes de leste ou oeste, para evitar variagGes bruscas de temperatura. As unidades de pressao usualmente utilizadas so milimetro de mercirio (mmHg) e milibar (mb) mb = 100N/m? = 0,75mmHg. (1 atm = 760mmHg = 101,3kPa = 14, 7psi). Torricelli, em 1643, mostrou que ao nivel do mar, sob gravidade normal e a 08C, uma coluna cheia de Hg emborcada sobre uma cuba também com Hg, estabiliza-se com uma altura de 760mm, Os barémetros de Hg funcionam sob o mesmo principio. A leitura, feita sobre o topo do menisco, ¢ chamada de presséo aparente (Pap), porque ela contém distorgdes a serem cortigidas. Assim, a presséo na estacdo (Pn) é dada por: Pn=Pap + Ct+ Cga + Cgl+ Ci Ct- devido a diletacao linear do lato do aparelho @ & variagdo de densidade do Hg, a leitura deveria ser feita & uma temperatura padrao (0°C). Assim, solidario 20 bardmetro oxiste um termémetro, que fornecera a temperatura para a correcdo. SetOH-Ct. Clef (Pap), tabelado Cga - A gravidade varia com a altitude. Corrige-se para o nivel do mar. Assim, se allude <0,0m —+ +Cga ; se aitude >0,0m—+-Cga_Cga-f (Alt,Pap), tabelado Cql- A gravidade também varia com a latitude, e corrigida para 45°, onde g=9,8062m/s* a0 nivel do mar. Para Lat>45®++Cgl e para Lat.<45-Cgl gif (Lat., Pat), tabelado. Gi- Corregao instrumental. Para um bom barémetro Ii < 0,1SmmHg Figura 2.13 - Representacao esquematica de um bardmetro e bardmetro comercial Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Para serem utilizadas em cartas do tempo, todas as pressées so corrigidas para o nivel do mar e entao lancadas em mapas onde séo tragadas as isdbaras, que servem para prever direcéo e velocidade dos ventos, deslocamento de frentes, etc. Po= Pn + Ch Onde Ch é a corregao aditiva devida a coluna atmosférica de h metros. Ch=! (uh), tabelado. Outros aparethos para medigao de pressdo sao 0 barémetro @ 0 barégrafo anerdides. O principio de funcionamento baseia-se em uma capsula flexivel, selada e com vacuo parcial no interior, Uma mola interna impede o esmagamento de capsula e responde as variacoes de pressao com alteragao de sua dimensao, Umidade a) Umidade do ar - A umidade do ar 6 proveniente da evaporago das superficies da Agua, neve e gelo, do solo e da transpiracao dos animais @ vegetais. Sua concentragéo maxima no ar é de 4% em volume, porém extremamente varidvel, e depende da presso e da temperatura. A concentragao de vapor de agua no ar pode ser expressa pela sua pressao parcial, que é chamada de tensao de vapor d’égua no ar (E). Em condigdes de saturagao @ chamada de tensao de saturacao de vapor d'agua no ar (Es), que é um valor tabelado para a presséo atmosférica normal. BOSEN, 1960 apresentou uma formula que dé seu valor com aproximagao de 1% no intervalo de -50 a + 55°C, Es 5 4[(0,00738 t+ 0,8072)8 -0,000019(1,8 t+ 48)+0,001316] Em que Es (mma) tec) Uma outra expressio para E, é dada por: F, =0,6108e 5" Em que: 10°C) E, (kPa) Outra forma de expressar a concentragao de vapor d’agua no ar é através da umidade absoluta (Ua), que é a massa de vapor dagua na unidade de volume de ar. 288E (4273) Onde: Ua (g/m) E (rnmHg) t (°C) ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantficagto de Partmotros Hiaroligices om Campo @ (Guia ¢o pratissional om trenamenio - ReCESA Porém a grandeza mais conhecida 6 a umidade relativa, que é 0 quociente (em %) entre @ tensdo de vapor real e a de saturacao para aquela temperatura: UR 100 E, A determinacao da umidade do ar usualmente ¢ feita a partir da determinagdo indireta da umidade relative. Os instrumentos mais usados séo 0 psicrémetro e o higrémetrofhigrografo. Os higrémetros e higrégrafos baseiam-se no fato de que o comprimento dos cabelos aumenta com a umidade relativa. 0 psicrometro consiste de dois termémetros, sendo um com o bulbo recoberto por gaze, que deve ser umedecida com agua destilada. A evaporacao da agua retira calor do bulbo timido, que registrara uma temperatura inferior ao termémetro do bulbo seco, que esta registrando a temperatura do ar. Essa diferenga de temperatura (to) 6 denominada depressao psicrométrica, e ¢ proporcional 4 quantidade de evaporacao, e inversamente proporcional & UR. Se o ar estiver saturado, nao haveré evaporagao € portanto nao havera depressao psicrométrica. A tens&o do vapor d'agua pode ser determinada por: E=Esu-Api(t-tu) Onde: E (mmHg); Esu = tensdo de saturagao do vapor dégua na temperatura do bulbo umido (mmHg); A= constante psicrométrica (@C") _A=0,00067 °C” (com aspiragao) ‘A=0,00080 °C" (sem aspiragao) p= presso atmosférica (mmHg) temperatura do ar, lida no termmetro de bulbo seco (°C) tu= temperatura no termémetro de bulbo umido (2C). (Os termémetros devem ter, no minimo, leitura para cada 0,2°C). ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA Figura 2.14 - Psicrdmetro sem aspiragao Como a evaporagao & fungao também de renovacao do ar em contato com a superficie molhada, os melhores psicrémetros sao aqueles que provocam uma corrente constante de ar em torno dos bulbos dos termémetros, até a estabilizacao das temperaturas, Isso pode ser feito por aspiracdo mecanica do ar (psicrémetro de Assmann), ou por rotacao dos termémetros, montados sobre um suporte adequado. Pode-se ainda montar o psicrometro sem ventilacao forgada, com os termémetros fixados em suporte. Unindo as férmulas, obtém-se: r= 100Ea2ARt ty) Os valores de E., e E, podem ser obtidos da equagao proposta por BOSEN, entrando-se respectivamente com tue t. Aguas Plavai Utbanas ~ Quastcago de Parkas Helis om Campo @ undo poiesoaleyvosarent-ReSESA Exercicios: Faca um programa em planilha eletrénica para célculo da umidade relativa a partir dos dados de temperaturas dos bulbos Umido e seco e da pressao, Dados para teste: {= 18°C; tu=16,2°C e p=720mmHg; Resp: UR=83,6% (psicrémetro aspirado) 1=22,8°C; tu=19,0°C; p=750mmHg; Resp: UR=68,2% (psicrémetro sem aspiragéo) Existem tabelas que fornecem a UR a partir de te tu. Nestes casos, a correcdo de presséo 6 felta a partir da aitude. A medi¢ao da umidade & provavelmente um dos procedimentos instrumentals menos acurados em meteorologia. Os psicrémetros so sujeitos a varios erros de observacao. Erros de leitura de poucos décimos de graus podem levar a grandes erros, e, a baixas temperatures, 2 resultados absurdos. Os termémetros podem ainda néo estar suficientemente ventilados, o termémetro Umido ainda néo ter atingido a temperatura minima, a gaze pode ser muito grossa ou estar muito suja, e a agua ser impura (Linsley, 1975), Os higrometros/higrégrafos de cabelo também so sujeltos a erros aprecidveis, O cabelo expande com a temperatura; sua resposta a variagdo de umidade é lenta Existem outros equipamentos mais precisos, como os higrémetros de ponto de orvalho, higrdmetros espectrais ¢ higrémetros elétricos que usam outros elementos indicadores de umidade, como 0 carbono (vide Linsley, 1975). Porém esses equipamentos sao em geral ‘menos acessiveis em termos de prego. Com o avanco da eletrénica a maior parte dos sensores hidrometeorolégicos vern tendo seu prego drasticamente reduzido e em curto espago de tempo os equipamentos eletrénicos substituiréo todos os demais equipamentos. Figura 2.15 - Esquema de funcionamento de um higrégrafo de cabelo ‘Aguas Pluvials Urbanas — Quantifeagto de Pardmetvos Hidrolégieos em Campo @ ‘Gua do profasonal om veramenta -ReCESA

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