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ENC SB | CIT neato 0 eneajumemo police sersrpr coal lnc atendvincrecenedolharpusdonosomescresionee a Inicio, nde desevolerengehosdae clea ee i ‘ne oato-tlaneiodacidema Dela elepoe vine speigs casosedesetaaum came dccrdiocapan a a tement snp, Exe neo-ecolticmo marta oe comoafiloGncasocoopa pus seidecuiclanerease Nae tants necanvios aa grr oasis pegunicc dsc atari forasoye masioigenives quemnes Ocapsnee aca Ieceismo podeos dese tp, lver wo honeos eat ca ciéncias humanss. Sem ele, o desenvolvimento desss ccncigsestariaene ist 10 + O QUE OS HISTORIADORES DEVEM AKARL MARX? COstrés capes sequins, que inrodcem wna seco sobre controvér- suas histirtcas, abordan especticamente 0 marsismo ea histria. Os dois imeiros separadosporumintervalode quinzeanos, sdotentatvasdeava- Ihara impacto de Marx sobre os historiadorescontemporiineos. O presente ‘usta fo excritoinicialmente para o simposio “O papel de Karl Mars no Uesensolvimento do pensamentocienfico contemportineo”, realizado ¢ rise maio de 1968, com patrocinio da UNESCO. Foi inetuidono volume Jina publicado pelo Consetho Inremacional de Ciéncias Socials, Marx an Contemporary Scientific Though Mar tla pense eientfiqueconterpo- rane (aia e Paris, 1969), pp. 197-211, em Diogenes, 64, pp. 37-5, ecm nas publicacdes. (© século x1, aera da civilizagoburpuesa, tem como crédito diversas ‘calizagies intelectuais importantes, masa discplina académica da hist, que eresceu nese periodo, no € uma dlas. De fato, excetuando-sea téeni- ‘as de psu em tudo ela marcou um nd fecuo em relagao aos ensaios Freqientemente mal documentados, especilativos¢excessivamentegenér- ‘as nos quai os que estemunharam aera mais profundamenterevolucions ria aera das revolugbes francesa industrial —tentavam compreender a transforma das weiedades humana, histria academica,enguantoins Piro pelo ensino ¢exemplo de Leopold von Ranke e pubicada nos peri dicosespecalizados que se desenvolveram na time parte do século, estava ‘orrta em se contrapor a generalizasio baseada em fatos insufcientes, ou respaldada por fates no configveis. Por outro lado, concentrava todos 08 seusesforgos na taefa de estabelecer 0s “fatos"ecom isso contribu pouco para a histri,exceto por um conjunto de crisis empiricos para avaliar ‘eros tpos de evidéncia documenta (como, por exemplo, epitrs manus ass eritos de eventos que envolviam a deviso consciente de individuos intluen tes eas téenicas auiliares necesséras esse intent Raramenteobservava que esses documentos procedimentos apenasse aplicavam a uma classe limitada de fendmenos histéicos, porque acitava acritieamente certosfendmenos como dignos de estudo especial enquanto ‘otros ndo, Assim, no se dispunha a concentrarse na “histria de eventos” =e fato, em alguns paises ela apresentava um ntidoviés institucional — ‘mas sua metodologia se prestava de imediato& narraiva eronolégica, De ‘modoalgumela se confinava integralmente&hisria da politica, da guerrae da diplomacia (ou, na versio simplificada mas no aipica ensinada pelos professors, relativa ares, batalhas ¢tratados), mas sem divida tendia a supor que era essa estrutura central dos eventos que interessavam ao histo- iar. Bias histria no singular. Quando tratados com enudigao e metodo, ‘outros temas podiam dar origem a vras historia, qalificadas por epitetos scritivos (constitucional, econdmica,eclesistica, cultural, a histria da ate, da cigncia ou da filateliae assim por diante). Seu vinculo com 0 corpo Principal da historia era obscuro ou negligenciado, exceto por algumasespe= ‘culagdes: vagus sobre o Zeitgeist. das quai oshistoriadores profissionaispre= Teriam se abster, Em terms filos6ticos e metodolégicos, os historiadores acaémicos ‘endiam a demonsirar uma inocéneia igualmente admiravel. E verdade que 0s resultados dessa inocéncia coincidiam com o que, nas ciéncias naturis, cera uma metodologia consciente, sinda que controversa, © que podemoe, _grosso modo, chamar de positivismo, embora seja duvidoso que muitos his toriadores académicos (Fora dos paises latinos) soubessem que eram posi: vistas. Na maior parte doscasos,eram apenas homens que, asim como acei= ‘vam um dado tema (tal como hst6ria politico-milita-diplomitica)euma dduasrea geosrtica (a Europaocidentaleceniral. porexempla) coma mai importante, também aceitavam, entre outs idées resues, as do pensamento ientfico popularizado de que, por exemplo, as hipteses brotam automati- camente do estudo dos “fatos", a explicagdo consiste de um conjunto de cade de causa efeito, ow os conceitos de determinism, evolugio assim Por diante, Supuntiam que, tal comoacrudigio ciemitica podiaestabelecero texto e sucesso definitives dos documentos que publicavam em séries de volumes sofisticadase valiosssimas, ela também poderia estabelecer a ver- dade exata da historia. A Cambridge Modern History de Lord Acton fo um ‘exemplo taro mas tpico de ais erengas “Memo pelos pailrdes modestos da cgnciashumanase sociaisdoséeu- Jo xix, historia era, portato, uma discipina extremamente — poder se |quase dizer deliberadamente — reteigrada, Suas conribuigdes ao enteni 156 mento da sociedade hua weseoca svonais. Una vez que 0 entendimento da sociedade requerentendimento Istria mais cedo ou mais tarde teriam de ser encontradas maneirasaltema ‘se mais produtivas de investigaro passado humano. O ema deste ensio ‘a comtribuigdo do marxismo paraessa busca. ‘Um século depois de Ranke, Arnaldo Momigliano resumia as mudan ‘os historiografia em quatro situagbes prineipas: |. Aistviapoticae reigiosa hava dectinado vsivelmente, ao passoque"as histriasnacionaispareciam antiquadas. Em toca tinh havido uma nti vel viradaem drego a histria socioecondmica, 2 Nieramaiscomumn,ourealmente fil ilizaras"idéas®comouraexpli- cago da hist 3. As explicagies vigentes agora se davam “em termos de forgas so ‘embor isolevantase, de uma forma maisaguida que no tempo de Ranke, “questo da elagoentrenexpliagiodosacontecimentoshistrcoseaexpl- cago dis ages individu 4 Tornavase agora (194) dif falar em peogresso ou mesmo em desenv0 J. passadae presente, eram insignifc ‘A ttima das observagbes de Momigliano —e o citamos mais como ‘eprter da situago da historiografia que como analista —talvezfosse mais «sperada nos anos 50 que em décadas aneriores.ou posteriores, masa outros ues representam claramente tendéncias muito antigasie consolidadas no wimento anti-rankeano na historia Em 1910 se notava que, apart da imetade do culo xtx, havia se tentado sistematicamente introdzir um ree rencial materalista no lugar de seu referencalidealisa, leyando assim a. um \Jclinio da historia politica e&ascensio da histéria “eéondmica ou sociol6- sem dvida, sob oestimulo cada vez mais premente do“ problema s- ial” que “dominava” a historiografia na segunda metade daquele seculo.” [evidentemente, foi preciso mais tempo para conguistaras Fortalezas univer: sitrias das faculdades e cursos de arquivos do que supunham os entusiasma- dos enciclopedistas, Até 1914, as forgas de atague haviam ocupado poueo ‘mais que os postosremotos a “hist6riaecondmica” eda sociologia de orien tagiohistérica eos deFensores apenas toram forgados a uma retirada plena —embora de modo algum derrotacos — depois da Segunda Guesra Mun- dial! Nao obstante, ocaritr gral eo sucesso do movimento antitankeano sto indiscutives. ‘A questo imediata diane de nés€ até que ponto essa nova orientagio foi devida ainfluéneta marxista, Uma segunda pergunta & em que sentido ‘nfluéncia marxista continua a contibuir para ela 157 Sem divide alguma, a nflugneia do marxismo fo desde inicio, muito conserve. Em termos gers, Gini outra escola ou eorrente de pen ‘wets, visando a reconstrugao da historia e dotada de influeneia no Sécul XIX, er 0 positivismo (grafado ou nfo com matiscula nical) O positivise ‘mo, filhotardio do Hluminismo do século xv, nao conseguiria conguistat ‘nossa admirasio irrestrita no século x1x, Sua maior contribuio historia ‘introdugao de concetos, métodose modelos das ciéncias naturaisnainves- igagd0:0cial, ca aplicagao isa, conform parecessem adequlas day descobertas nas ciéncias naturais. Nao forum realizagGes insignificantes, ‘mas eram limita, ainda mais porque coisa mais parecida com um mode. Jo de mudangs historica, uma teoria da evolugio nos moldes da biologia ov eologia, ¢extraindo tanto estimulo e exemple do darwinismo a parti de 1880, € apenas um guia muito tosco e inadequado para a hiscvia, Conse ‘entemente, foram poucos os historiadoresinspirados por Comte ou Spens er, como Buckle ou mesmo os grandes Taine ou Lamprecht, sua infTuén- cia na historiograia fo limitada e passageira. A fragilidade do positivism (ou Positivism) era que, a despeito da conviego de Comte de que a socio- losiaeraamaiselevadadasciéncas,inha pouceadizersobreor fendmenon ‘que caracterizam a sociedade humana, em comparagao aqueles que pode riam serdiretamente derivadosda influénca de fatoresnao soiais, ou mode- lados pelas ciéneias naturais. As concepgies que ele apresentava sobre 0 carter humano da histriaeram especulativas, quando nao metafisicas, Por conseguinte, o principal fmpeto para a transformagin ca histria ‘eio ds ciéncias sociishistoricamenteorientadas (por exemplo, “escola histrica alemsina economia), mas prineipalmente de Marx, cua influéncia foi reconhecida a ponto de the ser dado crédito para realizagies que nem ele réprio pretendia ter originado, O materialism histérico foi habitualmente Sefinido — as vezes até por marxistas — como “determinismo econémio”, ‘Alem de reeitarinteiramente a expressio, Marx certamente teria também rnegado ser ele o primeito a ressaltar a importincia da base econémiea do desenvolvimento histrico, ou aesereverahistria dahumanidade comoa de ‘uma sucessio de sistemas socioecondmicos. Certamente renunciou 3 rigie nalidade na ntrodugao do conceito de classe lutade classes na hist, mas em vo," Marx haintrogottonelastoriografiail concettodi classe" eserevia Enciclopedia latina, Nao objetivo desteensaio dfiniracontribuigioespecificada influgn- ia marxistana transformagdo da hstoriografia moderna. Evidentemente ela dliferiu de um pais para outro. Dessa form, na Franga, foi relativamente Pequcna, pelo menos até depois da Segunda Guerra Muni, devido a pene {ragio notadamente lena e tardia das dias marxistas em qualquer setor da 138 Vida intelectual daquele pas." Embora as influéncias marist, 0s anos 20 tivessem penetrado até certo ponto 0 campo altamente politico da histo riografia da Revolugio Francesa — mas, como mostra a obra de Jaures & ‘Gorges Lefebvre, associadas com idéias derivadas das tradigdes do pens ‘mento nativo— a principal rerientagao dos historiadore franceses fi con- ia pela escola dos Annales, que cetamente no precisou que Marx cha- ‘masse sua atengao para as dimensdes evondmicas e sociais da histéria, (orem, a 1dentificagio popular do interesse nessas materias no maxis & to forte que o Times Literary Supplement ainda recentemene® ps Fernand uel sob influéneia de Marx.) Inversamente, existem paises na Asia € América Latina nosquaisatransformagao, quand nao criag0, da historo sralia moderna quase pode se identificada’ penetraciodo marxismo. Desde {que se aceite que, eu terns glob, int luemcia fo} consideravel, nao pre ‘isamos leva oassunto mais longe no presente context. Levantamosa questo nio tanto para demonstrar que a influéneia mar- ‘sta desempentiou um papel importante na modernizagio da historiografia. ‘quanto para ilustrar uma grande dificuldade na determinagi de sua conti- Ibuigdoexata. Iso porque, come vimor,ainfluéncia marxisa entre oshisto- ‘adores fo identificada com umas poucas idéias relativamente simples, ainda que vigorosas, que, deum modo ou de oueo, foram associadss a Marx ‘80s movimentos inspirados por seu pensamento, mas que no sio neces sariamente marxistas, ou que, na forma em que foram mais influentes, nfo ‘do necessariamente representativas do pensamento maduta cle Marx. Ch ‘maremos a esse tipo de influéncia de “marxista vulgar" problema cen teal da andlise &separaro componente marxista vulgar do componente mat- xista na andlise istorca ‘Tomemos alguns exemplos. Parece claro que 0 “marxismo vulgar abareava principalmente os seguntes elementos |.Ainerpretago econdmica da histria”, o sj, a crenga de que “ofator conimico 0 fato Fundamental do qual depend os demas" (para sara frase dR Stamler), mas especificamente, do qual dependiam fendme nosaté enlondoconsideradox com naitarelagdo com questeseonimicas. [Ness sentido essa interpretago se soperpanka a0 Modelo da base esuperestrutura”(uilzado mais amplament para explicar histria das dias). A despeit ds prpias averténcis de Mare Engels € das observagdes sofistieadas de alguns maxis inciais como Labriola, esse modelo era usualment jterpetade como ui simples relagio de ‘domininciae dependénciaentreabaseeconbmica ea"supererutr”.na tmaioria das vezes media pelo “Inerese de classe e uta de classes", Tema impress de qe dversos historiadores marist vlzares do Fam muito alm da primeira pina do 159 Manifesto Comonista eda rae“ histri [esrita] de tas as ociedades até agora exitentes a histradasltas decane 44 "Leshiticaemeviiabilidide hstorca” Acreatava-se,acertaamente, «que Marx inssira sobre um desenvolvimento sistema enecessri dt sociedde humana na historia, a partir do qual o contingents era em grande parte excuido, de qualquer maneia, a0 nivel de gneralizasio sobre of ‘movimentosde longo prazo. Daf aconstante prencupagdo nos excitos his cos dos primeiros marisa com problemas como pape do individ ot \doacdentenahistria Por outro lado, iso podiaser —eem rande pat crt ~ inerpetado como uma regulridde igdae impos, como, por exem- lo.nasicessodasformagbes socioeeoimies, ot mesmo como ut delet mismo meeénico ques vezesseaproximava da sugestiodeque io havia akerativas nist. 5. Temas especficne de investiga histricusdeivavam dos piprios inte ressesde Mar, porexemplo,naistriado desenvolvimentocaptalistacda industrializag, mas também, por vezes, de comentiios mai ou menos (6. Temas especificos de investzagao no derivavam tanta de Marx quanto do imeresse dos movimentos astciados asta tora, por exerplo, mas gta ses das clases upinid capes, operon ot mas evo ves 7. Vira observages sobre anatureraelnites da historiografia drivavam principalmente do elementonimero 2 serviam parnexpliearas motivagdes €métoosdehistriadores que afirmavan no estarem farendo mais que a busca imparcial da verdadee se ompulhavam de smplesmente estabeecet wees eigentlich gewesen, Desde logo fica evidente que isso representava, na melhor ds hipste- ‘ses uma selego das concepgdes de Marx sobre istria ena pior (como tame ‘as vezes aconteceu com Kautsky),uma.asimilao das mesmasa concepgses ontemporineas no marxistas — por exemplo, a evolucionistase positivis: 3s. Ficard também evidente que alguns desses elementos absnbutament no epresentavam Marx, mas o tipo de interessesnaturalmente desenvolvido por _qualquerhistoriadorassociado aos movimentos populares peririose evo ciondtios,eque ria sido desenvolvidomesmosemaintervengiode Marx, tas ‘como, por exemplo, uma preocupagio com casos anteriores de lta sociale ideologiasocialista. Assim, no caso da monografia nical de Kautsky sobre “Thomas More, nao hi nada de prticularmeate marxista quanto a escolha do ‘objeto e sua abordagem & marxista vulgat Eniretanto, essa selego de elementos do marxismo, ou associados 60 ‘mesmo, ndo foi arbitra Os itens 1a. 4¢ 7, no levantamento sumério do marxismo vulgar realizado acim, representavam cargas concenteudas de ‘explosivo intelectual, destinadas a detoaas componentes eruciais das fort ‘aes da histria tradicional e, como tal, eram imensamente poderosas — 160 lalvez mais poderosas do que teriam sido verses menos simplificadas do materialism histico, e certamente pelerosss« hastante em sis capac sled iluminar lugares até ento obscuros, de manter os historiadores sats Feitos porum perfodo consideravel. dificil resgatar a admiraso sentida por ‘m cientista social inteligentee culto 20 final do século xix, wo se deparar ‘com ay seguintes observagdes marxistas sobre © passado: “que a propria Reforma é asibuida a uma causa econdmica, que a duracao da Guerra dos "Tinta Anos se devia causas econdmicas, as Cruzadas®fome feudal porter- ‘as, a evolugio da familia a eausas econdmicas, e que a concepgio de Descartes sobre os animaiscomo miquinas pode set relacionada com ocres- vento do sistema da manufatura”’ Entretanto, aqueles dentre nés que se ‘embram dos primeirosencontros como materialism histrico podem ainda ‘estemunaraimensa forg liberadora dessas simples descobertas, Noentanto,se isso era assim naturale talvey necessério, para impacto inicil do marxismo assumir uma forma simplificada,aescolhaefetivade ele- ‘mentos de Marx também representava uma escolha histéria, Dessa forma, slgumas observagOes feltas por Marx no Capial sobre a elago ene pro- ‘estantismo e o capitalism foram imensamente intluentes, provavelmente porque oproblemadabase socal da ideologiaem geral, eda naturezadas rto- \doxias religiosas em particular, era um tema de interesse imediatoe intense Por outro lad, algumas das obras em que o proprio Marx chegava mais pré- imo de escrever como historiador. tl comoo magnifico O 18 Brumdrio, no «stimularanos isoviauores send muito mais tarde, ao que se presume, por- ‘queos problemas quc tas obras maisesclareciam, digamos, daconscignciade clase edo campesinato,pareciam de interesse menos imediato, © grosso do que consideramos como a influgncia marxsta sobre a his ‘oriografia certamente foi marxista vulgar no sentido acima deserito, Con- isto na 6nface goral sobre os fates econdmicos esocais na histria, domi ‘nant a pati do fim da Segunda Guerra Mundial apenas em uma minoria de paises (por exemplo, até recentemente, a Aleman Ocidental eos Estados Unidos), e qe continua a ganhar terreno, Devemos repetir que esa tendén- -mbra sem dvida produto da inluéncia marxsta, aio tem nenhuma 1a como pensamento de Mare ‘© prande impacto que as idéiasexpeciticas de Marx tiveram na histria «nas ciéncias sociais em geral é quase certamente, 0 da teria da “base © superestrutura” ou sea, o seu modelo de uma sociedad compost de dife- rentes “niveis” em interacdo.Ahierarquia de iveis ovo mado de sua intera- ‘edonaconcepeo de Marx (na medidaem que ese tena fornecido uma) precisa ser aceita para que © modelo geral sejavilido, Na verdade, ela rece- brew acolhida amplae favorivel, mesmo entre ndo-marxistas, como umacon- 161 , Hie, tribuigdo valiosa. © modelo especfico de desenvolvimento histrico de Marx — inclusive o pape! dos cont de clase, a sucesto de frmacdes socioecondmicaseo mecanismeode tansigio de una paraoutra—continou sedo muito mais controvertid, mesmo entre os marxistas, em determina dos casos. F correo que o modelo dva ser debatid e, em particular, que os exitériosusuas de veificago histricasejam aplicads ao mesmo. Einevi- tavel que certs partes, baseadas em evidénca insuficiente ou enganosa, devam ser abandonadas como, por exemple, no campo do estudo ds sock dads orientalis, onde Marx combina uma visio profunds com suposigdes ‘equivocadas sobre, digamos, a esabilidade interna de tis sociedades. Apesar disso, oargumento central desteenstio 6 ode que o valor principal de Marx paras histriadores hoje reside em suas proposigdes sobre a histori, enquanto distinta de suas proposigdes sobre a socedade em gral. Ainflugncia marxista (e marxista vulgar) até agora mais eficaz & pate ‘de uma tendéncia geral de transforma a histériaem uma das cincias soe uma tendéneia a que alguns sesistens com anaior ou menor sofisticaga, mas «que indiscutivelmente tem sido a tendéncia em vigor no século xx. A princi- pal contribuigdo do marxismo a essa tendéncia no passade foi a ert Positivism ou sea, das tentativas de assimilaroestudo das eiéncias soci ‘ao das ciéncias naturas, ow assimilaro humano ao néo-humano, Ela implica ‘reconhecimento de que as sociedades so sistemas de relagdes ene ete hhumanos, das quais as mantidas com a finalidade de produgé e reprodugio ‘io primordiais para Marx. Implica também a andlise da estrutra efuncio= ‘namento esses sistemas como entidades que mantém asi mesmas, em suas relagdes tanto com o ambiente exterior —nio-humano e human — quanto em suas relagbes internas. Omsexicma est longe de sera inca tooria estes ‘ural-funcionalista da sociedade, embora possa se, just titulo, considera dda a primeira delas, mas difere da maioria das outras em dois aspectos. Insite, em primeiro lugar, em uma hierarquia dos fendmenos sociais (tas ‘como “base” e“superestrutra”)e, em segundo, na existéncia no interior de toda sociedade de tensdes internas (“contradigdes") que contrabalanganv a tendncia do sistema se manter como um interesse vigente, A importincia dessas peculiaridades do maexismo se encontra no ‘campo da hist6ria, pois so elas que the permitem explicar —ao contetio de ‘outros modelos estruturais-funcionais de sociedade — por que e como as sociedades mudam e se transformam: em outras palavras, os fatos da evolu ‘0 social." A imensaforga de Marx sempre residiu em sta insisténeia tanto na existéncia da estrutura social quanto na sua historicidade, ou, em outras 102 pawrasem sta dina nt de muda, Hoe. quando seit de {Neus sot prinenie ani, usa. sa ands asin, annie an-NstriaEnfase de Mark na isa como dimen thee tlver seams ese do qu nonce Tso implica das rcs expecta deena ojcem vigor ass cn ‘vinci acrc do mecaniso gue domi grande pe ds ciassoda pniplmente os Estados Unidse eet ua fog ano annie unde de modes esos mates ssa a sal aed nang int, quano daca de metas dela de tnadans social qo no impliquerevougio soi. Talvezsposaacescen- tinue quer do dns ede determine teenolgis vas aes to sono camp sca agora pnt a a ee dx pes nd Wai tracne o de“engenhara sei eras nas qi ben inl remem ts pats Esa tori so, eeclinet, exert Ae slug de poems” Ein ermosteicon to extemament primi vas lve mls rossi que a mara de sus congeners do lox Dh ona tos nits sots, omcienememe oe ot, ea seme pocebohistricoa un na udanga sociedad raion” pare oder ou insta end “med” dena eterno ox patsinfusrls avangads ou msm dos ton Ga ead do s0 i ¢ aiiona” como scare dented" Operaconalen ea enorme cap tap se sini cu iain ne, alco apes de Crescnento Bondmice de Retow ses modelos elimina & mnalr pan ds histra araseconcerrarememam de sus penn pert dm. alnda qu eonhesiamente crucial eprossianente eagertem Simp dos necansinos de madangaitica mex comes ee cxSiostapen Adare hietadoespriapebuore peepee Seco presi dscns soci que deservolver iu modelo encors: jm os pequlsadoesistrieosaembararem em projeton influencing polos mesmo dios ov dveria set qu ope propia nea Model aun de manga streams sata popula com ‘orningeomnene terctenseatetoemeens bein en ‘sega ec das ers erataeonconi qe conguns intent mas sisiaday, soem cero pets ainda sstresna mnedideomauepodemnegariniumeeahistorcadovtaasormiaem com ena cfm: To congepte se mas nents nese de Vaca do mars, pore preem poi um mio de tera Jo. cvoluiorinmo catrco do seo cm ql ts ees ear Calva enbora esa de ibe tmm do cones de “prope” 163 ico também do pensamento do século x1, inclusive de Marx, Mas ‘por que desejariamos assim fazer” O proprio Marx certamente ni desejaria {azé-1: dispunha-se a dedicar o segundo volume do Capital a Darwin, edifi cilmente teria discordado da famosa frase de Engels em seu timulo, que o ake vvava pela descoberta da lei da evolugio na histria humana, tal como Darwin havia feito na natureza orgnica. (Certamente ni tera desejado dissociar Progresso daevolugo e, na verdade,acusouespecificamente Darwin por con ‘verter o primeiro em mero subprodiuto acidental da segunda.) ‘A questio fundamental em histria implica a deseoberta de um meca smo tanto para.adiferenciagdo dos virios grupos soci humanos quanto para a transformagio de um tipo de sociedade em outro, ou para sua noe transformagio, Em certos aspectos, considerados erucais pelos marxistas € Pelo senso comum, tais como o controle do homem sobre a natureza cert ‘mente implica mudanga ou progresso unidirecionais, pelo menos por um, Japso temporal suficientemente longo. Na medida em que ni supomos que (0s mecanismos de tal desenvolvimento social sio 0s mesmos ou similares 0s da evolugio biol6gica, parece nao haverjusifcativa para no aplicar a cele temo “evolugao” Naturalmenteo arzumento é mais que terminol6gico, Oculta dois tipos de desacordo: quanto a0 jutzo de valorem diferentes tipos de sociedades, 00, emoutras palavras, a possibilidade de classifies em algum tipo de ordem hierirquica,e quanto aos mecanismos de mudanga, Os estruturais-funciona: lismos tenderama se esquivar de cassficar a soctedades em “supeniores"€ ‘inferiores", em parte por causa da saudvel recusa dos antropélogos socials ‘em admit odireito dos “civilizados" de govemnarem os “birharos” em Fane «ode sua supostasuperioridade na evolucio social, em parte porque, pelos eritérios formais de Fungo, no hi de fat nenhumna hierarquia dessa ordem. Os esa 15s solucionam os problemas de sua existéncia enquanto s1upo social com tanto sucesso, sua propria manera, quantoos habitantes brane {608 do Alasca—com mais sucesso, alguns ficariam tentadosadizer. Sobcer- tascondigdes e segundo certas premissas, 0 pensamento migico pode se tio J6gico a seu proprio modo quanto o pensamento centiico e igualmente ade- ‘quad ao seu propésito.F assim por diate Essas observagdes so vidas, embora nilo sejam muito ites na medi- «da emque ohistoriador, ou qualquer outro cientista social, deseja explicar 6 contedidoespecifico de um sistemaem lugarde sua estrutura gral." Mas,em, toxio caso, so irelevantes para a questio da mudanga evolutiva seni, de fato,tautol6gicas. Associedades humans spretendem perdrar,dever ser ;capazes de se administrarem com sucesso, e, po isso, todas as soviedades jexstentes devem ser funcionalmente adequadas; se nfo, teriam se tornado 164 sistema de tevin cea eruameno exter, Compara scidads cm fet aosisema de lags itera ne seus membros €ineitavelmente (Smarr zal om al quand x comparamon em lao scape Sie dconttolara maura exterior qe a fren allan aoa. ‘segundo desacordo€ mas fundamental A mri das verses de slic estar funcional so sincrnicas, quanto mais elaboradas © “iisticadas mais coninana esta scala ale oot meres ve pensar algun clmentodnamizator precisa er insoduzdo."Se sso Dene ere satisatriamente ma questo dicate! mesmo ene os ‘Straits, Pree ampamene acto qua meamaandise ao podeser cata paraexpiaraomesmotenpo angie amidangabiteeas NGO

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