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Antonio Vitao Frage # Agustin Esoolana Tiadugs AYrodo Veiga-Neto Projeto gue, capa ¢ gexénoi de produtto Rodrigo Murtinko Revista de proves Paulo Hamilton Catalogo na fonte do Departamento Nacional do Livro co-s7039 CurricuLo, EsPaco E SUBJETIVIDADE a arquitetura como programa Axtonro Vitao FRaco § Acustin EscoLano Tradugio: Alfredo Veiga-Neto DPEA editora ARQUITETURA COMO PRrocRAma. ESPACO-ESCOLA E GURRICULO Adgisrin Esconano TRODUGAO C emo motivo de introdugio a este trabalho, nos serviremos — ainda que tal procedimento néo seja muito ortodoxo ~ de titrbreve relato. Quando jé havia completado os cingtienta anos de dade, o protagonista da narrativa visitou a escola que havia freqiientado em sua infincia, entre os seis ¢ 0s dex anos de idade. O edificio havia softido notéveis transformagées ao ser adaptado, por ocasitio das sucessivas reformas que se haviam levado a cabo sobre sua estrutura original durante 0 ‘éltimo meio século, as exigéncias de modemizagio material © pedagégica de cada época, Tal qual capas arqueolégicas superpostas, nele po- dia-se observar vestigios de pelo menos duas reformas, mas ainda conservava a velusta estrutura ¢ tragos de quando havia sido constrafdo, nos dltimos anos da ditadura primorriverista (a inauguragao aconteceu no infcio da etapa republicana). Os planos ¢ saligneias correspondiam aos padrdes que o Escritério Técnico para Construgao de Escolas, dirigido pelo arquiteto governamental A. Flérez, havia implantado em varios lugares do pais. Seu estilo, hoje oculto em parte pelas reformas, correspondeu, sem divida as chamadas correntes racional-regionalistas entdo 2 Acustin Escotano dominantes, que se inspiraram numa justaposiggo eclética de critérios eldssicos e funcionais ¢ se serviram de materiais Préprios do pais. Um modelo que havia conseguido dotar a escola priméria espanhola de uma imagem irstitucional digna, em contraste com as quase surrealistas descri¢des que os observadores ¢ viajantes dos fins do século XIX « infcios do século XX ofereciam dos locais destinados pelos municipios & educago elementar, Além das antigas estruturas, o observador pode notar ue o edificio ainda mostrava alguns elementos funcionais ¢ decorativos da época em que havia freqiientado a escola. Observou, também, que os simbolos, ainda que tivessem mudado, continuavam se exibindo em lugares destacados no exterior do prédio e nas paredes das salas de aula, Isso Permitiu que ele identificasse os ambitos de suas primeiras experiéneias, os espagos vivides, ¢ provavelmente também identificar-se a si mesmo naqueles lugares os quais ele nao havia desalojado completamente de sua meméria, As salas de aula Ihe pareceram sem divide menore: os corredores, mais estreitos; a escadaria, pela qual se subia 20 andar superior, onde estavam as salas de aula das meninas, com menos degraus; 0 patio de reereio, muito reduzido, Come poderfainos — ele pensou ~ brincar ¢ nos mover nele, os mais de tezentos meninos e meninas que coabitévamos naguele limitado territério? Mas a memoria nao lhe era infel 0 espago que contemplaya era, ainda que menor, o mesmo cendrio de sua inffmeia, ¢ os lugares que observaya comespor.diam aos Seus primeiros esquemas perceptivos. A escola havia sido, ara ele, depois da sua casa e de alguns limites p:6ximos « cla, uma experiencia decisiva na aprendizagem das primeiras »attuturas espaciais e na formagao de seu proprio esquema 22 AnQUITETURA COMO PROGKAMA. ESPAGO-ESEOLA F CURRICILO ura de fiegio e ‘A partir da narrativa anterior ~ ‘ ‘eserigho realisia =deveriam se manter, para nosso propésit, prineipalmente(duas) observagées: uma, referida & histéria arquiteténica da escola; a outra, concemente aos processos. psicopedagdgicos que se operam no sujeito do relato. “A leitura arquiteténica conduz a uma concluséo conservadora: a média ou Ionga duragdo das estruturas construtivas escolares. Um edificio-eseola, projetado e construido na década dos anos vinte de nosso século, pode seguir sendo funcional no fim do séeulo softendo apenas algumas ages de recilagem que néo afeiam essencialme o program arquitetnioo original, No arrsead supoy, am disso, que sua vigéncia vi se prolongar até aleangar uma drag secular nds qu nm futuro proxi ena de ster algae outa ago reabiltadora,Inobilisn arquitetnieo Tradicionalismo didatico? Economicismo da politica edueacional em tomo da escola pibliea? O relato revela, sem dévida, a per invariantes arquitetinicns, das estruturas construtivas que conseguiram formalizar os técnicos modernistas no inicio do século em modelos que corespondiam aos postulados do higienismo, & racionalidade panéptica e ao movimento em favor da graduagdo pedagégica, Esses ressupostos, ainda que jd gozassem de certa tradigdo na chamada arquitetura institucional (refiro-me, é claro, aos dois primeiros), supuseram uma inovagio relevante no Ambito das construgies escolares. A arquitetura, como forma de escritura no espaco, expressava ¢ institut, assia, um discurso inovador, mas a0 mesmo tempo punha em isco também os desenvalvimentos Posteriores da edueagio formal, Constitufa-se, entio, num importante fator de modernizagao do ensino, ainda que iniciasse um processo histérieo que ia desembocar, 23 AcustiN Bscouano condicionado por diversas varidveis econémicas, politicas e culturais, em rigidas formas de conservadorismo ¢ anto & ordenagao do territ6rio ¢ do espaco escolares, Na perspectiva psicopedagégica antes referida, 0 relato mostra a profunda impressio que as primeiras experiéneias do espago organizado ~ o espaco escolar vivide ~ deixaram no observador, manifesta (em que pese 0 redutivismo com que ela volta & meméria) na identificagio das estruturas arquiteténicas percehidas experimentadas na infancia ena acomodagéo psicofisica das primeiras pat do esquema corporal — que ainda formavam uma parte de seu repertério de habitos — a experiéncia revivida. Envolto em sentimentos de nostalgia ¢ curiosidade, © visitante voltou a sua antiga casa, na qual, junto aos seus 2¥6s, pais, irmios, havia passado os dias de sua inféncia, Nela encontrou outros testemunhos de sua escolaridade: a cartitha em que deu seus segundos passos na aprendizagem da leitura (0s primeiros havia dado com a ajuds de seu p: a enciclopédia que Ihe proporcionou um repertério de conhecimentos sucintos sobre as mais diversas matérias do Programa; um velho caderno de exereicios de ealigrafia, desenho ¢ problemas; outros objetos ¢ instrumentos de trabalho. Todo um material que nao s6 poderia ser ineorporado a um museu etnogréfico da ed também revelava myitos indici ico, mas que ws de seu passado, de seu curriculo; que néo era apenas um monte de escombros de uma escola arcaica ¢ ameagadla, mas também uma série de tragos ou signos que expressavam certas siz eculturais. eagoes afetivas Ao passar as folhas do caderno, encontrou um desenho do plano da sala de aula, executado em eseala, no qual apareciam representados, de forma muito simplificada 24 Anqurrerons cono rrocnana. Esraco-nscoua & cunRfcuLe © um tanto grosseira, os elementos que formavam parte da sala de aula: as paredes, a porta e os janelées; as car escolares, bem alinhadas em duas fileiras; a mesa do pro- fessor (a sem estrado nem cétedra).. 0 estudo do espago (escolar ¢ ndo-escolar) e de seus modes de representagiio ¢ medida constituiu, sem davida, um motivo central em diversas disciplinas cumiculares. A enciclopédia, nos capitulos de geografia, inclufa nogies e ilustragies sobre 0 espaco césmico, os modos de se orientar ¢ os mapas, assim como os métodos de desenhar planos; nas segdes de aritmétiea ¢ geometria, o espago-escola podia ser objeto de exercicios de aplicagio do sistema métrico, de medidas ¢ célculos de perimetros, superficies e volume: os cadernos de desenho ofereciam, como modelos para reproduzir, desenhos esquemiticos de fachadas, planos ¢ interiores escolares; os livros de leitura inseriam textos alusivos 3 escola como edificio emblematico de povoados e cidades, bem situado, construfdo segundo eritérios de higiene ¢ conforto e espelhp das idealizagdes em que o jé decrépito regencracionismo ou a retérica de gestos ¢ simbolos do novo regime haviam projetado sobre ele. A narrativa anterior suscita no historiador da educagio diversas questées que poderiam ser objeto de investigagao, ainda que o interesse deste trabalho se cen- tre exclusivemente em mostrar o eardter “cultural” que tiveram e tém os discursos e saberes sobre 0 espaco, fungSo_curricular (empirica, oculta, Dliminar) que a arquitetura escolar desempenhou na aprendizagem e ua Yormagao das primeiras éotruturas cognilivas e.o8 usos idaticos do espaco-escola nos manuais de ensino da ese tadicional. A ARQUITETURA Como PROGRAMA Num recente trabalho sobre as rel e edueagdo (Eseolano, A. 1992, pp, 35-7 AS Categorias espaco e tempo nao sio abstratos, ou Seja, estruturas is” nas quais des, acao escolar. O espaco-escola nio é apenas um “continent isso 6, um cendrio postos exclusivamente formais no qual se situam os atores que itervém no processo de ino-aprendizagem para executar-am repertério de agves, A arquitetura escolar 6 também por si mesina win programa, uma espécie de diseurso qu na Sia materialidad Slsfeina de valores, como S entre tempo 190, 0 espaco edui bviamente ¢ a8 inovagies pedagésic%s, Taito e ‘epobes gerais como nos aspectos mais técnicos. Eevidente ue 88 escolas do bosque ou os jardins de infincia, para dar alguns exemplos, expressaram em suiainstitucionalivaedo max terial as teo A partir das perspectivas anteriores, o eapaco n de ser anatisado como um constructo para além de sua n Jmaterialidade, jodernas teorias da urn mediador eul- eo dos primciros esquemas ‘ognitivos e motores, ou seja, im elemento significative doe cuméculo, uma fonte de experigneia © aprendizagem. Mais 26 ainda, a arquitetura escolar, como a definiu G. Mesmin, pode inclusive como “uma forma silenc ares que abrigam a Os espacos educ: c ificadosetransmnitem , liturgia acadéi is ¢ cdrceres, foi um procedimento da tecnopolitiea disci s, mais racionalizadas do que as cléssicas, porém seguramente mais efetivas como disp para tornar “déceis” os corpos & as conscién que oS © os costumes. Paralelamente, a disciplina do tempo ed do convento (aos quais 0 sistema napoledh a tambor}, reforgou, com a regularidade de se aagdo 'etonicas, dando origem a todo ritmos, também, em seus recentes ma escola é um c na separacdo das salas de dos alunos) con corredores), 2s, (graus, sexos, caracteristieas ico regular das carteiras * AcusTIN EscoLano minvciosamente os movimentos e os gestos e faz com que a escola seja um “continente de poder”. Os primeiros modelos de escola seriada, como os que R. Blanco inckui obra de 1911, respondem justamente a esses erilérios de planificagéo panéptica do espago. A rotunda central do primeiro desses planos serve para 0 andamento de todas as segies” idracados), ¢ as demais salas de aula que saem radialmente dessa rotunda esto separadas (Setorializadas) entre si por patios®. This dispositivos sao, alémn do mais, coetentes com as teorias arquitetdnicas modemas que tentam que as pessoas ¢ os objcios se relacionam precisamente através de sua sey caracteristicas psicossoci a separagdo em grupos (intervalos, distincias, x A. 1978, p. 24). A orientagdo positivista das ciéneias (psicometria, taylorisimo, sociografia, programagio) o para tecnificar com base em fundamentos “ Paradigmas espaciais baseados na seto Nao apenas 0 espago-escola, mas também sua Jocalizacdo, a disposicgo dele na trama urban: ecidades, tem de ser examinada como lar A produgio do espaco e: urbano determinado pode gerar uma imagem da escola centro de um uxbanismo racionalmente planificado ou como marginal ¢ excrescente. E, Faure postulow c afirmava ser 0 “melhor instrutor” a cidade ~ nio a escola (Faure, E. 1973, p. 242). Longe porém mo, a cidade mod na no s6 abandonow, ‘Anqurrerona como FRocRAMA, ESPACO-ESCOLA x CURRICULO seu desenvolvimento real, 0 mito classico e ilustrado da polis educadora, propria dindmica de imacionalidade, deslocando-a para as periferias marginais, longe dos niicleos de maior poder ¢ influéneia, sob o ilusério e ingénuo pretexto das mo neo-romantico. Nossas escolas j4 nao sio certamente os tristes lugares descritos por Giner, Romanones ou Bello’, ainda que ja naqueles tempos, ou mesmo antes, os 1. Nessa cilada discursiva, cafram Ciner e Cossio, postular, como todos os higies que a populagao se espalhasse jaram com a racional construindo ambientes que carecem de funcionalidade pedagégica ¢ formas que se esbogam sem sentido para usos talvez futuristicos [fucuribles]. Mas sobretudo dei na cidade moderna, mais uma em vez de responder a oritérios de espago urbano néio lue se acrescenta humanizagéo. A relagio da crianga o € um episédio isolado, mas u a0 modo de “ GINER DE LOS BIOS, F 1884, escola da époos foram ctados por sobre a situagdo precisa das de Bticora” que so as suas » RERNANDEZ ALBA, 4. cOAM 23, por las erculas de Expat logo a el ni y la ciudad. de A. Bioquct, Madi: 29 Acustin Escotano Nas cidades utépicas, as idéias de perfeigao ¢ equilibrio tendem a produzir efeitos pedagégicos. A Citté del Sole de Campanella, influenciada pela idéia de Plutarco an- tes comentada, composta um programa edueador. Nela, a uto. Pia consiste, como agudamente observa R. Rayer, em tratar os problemas sociais como problemas de arquitetura e urbanistica, assim como em neutralizar os instintos e as PaixGes (0 pathos), complementa Paolo Sica, através da educagio (Sica, 1977, pp. 77-79)%. A cidade modema é, na maior parte dos casos, um constructo gestado entre intereeses © conflitos, apesar do qual o entremeado de racionalidades ¢ inracionalidades em que ela se materializa constitui uma parte importante, decisiva, do curriculo nfo cursado, uma fonte silenciosa de ensinamentos O lugar que a escola teve de ocupar na sociedade foi um ponto de especial preocupagao para os reformadores dos fins do séoulo XIX e inicios do séeulo XX, F Ciner justificara a alirmativa rousseauniana segundo a qual as cidades eram “abismos da espécie humana” e formulava como ideal de toda a moradi ‘proximar-se, até o iltimo grau posstvel, da vida a0 ar livre”, A escola também deveria se configurar conforme esse critério pedag6gico, e mais de acordo com a concepeao do médico e do higicnista, em ele chamava a “ditadura do arquiteto”. imundos”, disseminados na proporcio de “un em cada dase ou trés léguas”, nos quais “se asfixia, de corpo e alma, uma centena de oriangas sob a guarda de um infeliz trabalhador bracal”, tem-se de programar um bom ntimero de locate decentes, seguindo o axioma de que “ o oposigio 20 que - Em lugar dos “casebres ‘o nico ar puro & 0 ar A aquitetra moderna tab "6a. epusiou em favor da esi sociedade. Gropius ea Bauhaus serediavan gu ute pda dar a todas as manifestaydes da vida eoti (HABERMAS, 5. “4s seirniaig Postmodern”, Revista de Occidente, n* 42, 1984), ta oa 30 AnqeiTeruna como pnocnssts, Espago-tseo14 r cunnicito completamente livre(...), © ar do campo” (Giner de los Rios, 1884, pp. 6-10). E esses locais-escola s6 deverio ser usados para as aulas que se deve dar em “salas-fechadas”, cumprindo nesse sentido uma fungao andloga & que cumpre o “gabinete” para 0 astrénomo, o engenheiro, o arquedlogo, o historiador ou 0 arquiteto —“nenhum dos quais colhia ali a maioria de seus dados, os quais eram recolhidos ora go ar livre, ora no museu, ante 0 monumento, na sociedade, no arquivo... em suma, no meio da realidade aberta, variada ¢ inesgotdvel”’ No mesmo sei em que ela se instala estarfo sbertos ao ar € a0 sol, num meio natural que impega o desenvolvimento de “miasmas” (construeto do higienismo da época, que explicava a propagagao das doengas) (Giner de los Rios, 1884, pp. 5-7). Anos mais tarde, Manuel B. Cossio voltava a se referir 0s critérios de seu professor: “Sonha-se com monumentos escolares (com luxuoso ¢ estético over-building, denunciava Giner); e eu acredito, ao contrério, que o ideal esté em se aproximar tanto quanto possivel daquilo que Rousseau dizia: “a melhor escola é a sombra de uma érvore”. Mas, “admitamos, para ndo escandalizar demais, que a escola é uma casa”, Assim, a escola buscard “o are a luz”, longe das cidades e das fébricas (“abismos da espécie humana”), como mandam a higiene e # pedagogia (essa deve se basear, como 08 modelos de Schiller ¢ Friebel, no jogo criador). “E como serg a escola? Como deve ser toda a construgéo racional... sincera ¢ econémica”. Para conseguir a sinceridade, “tem de partir de deniro para fora, como um organismo, e ndo de fora para dentro, que é como se costuma fazer”. Logo, “rompamos 31 Acustiy Bscouano da Institnigao, paralelo ao que os levou a rejeitar o uso dos textos escolares; um discurso que se volta a repetir quase literalmente nas Notas sobre construccién escolar que o Museu Pedaggico Nacional publicou em 1911, Nelas se pode ler que “a escola propriamente dita, ou seja, a sala de aula, deve apenas representar para a crianca o que representa 0 gabinete de trabalho para o naturalista, o ge6grafo, 0 historiador; um lugar de repouso onde firmar, ordenar e construir as idéias © dados recolhidos no campo, no museu, na fabrica, na sociedade, no meio da vida...” (Museo Pedagzico Nacional, 1911, p. 6). Sua lovalizagao. evitaré as condigdes anti- higiénicas e contrérias & sua missdo social e educadora, Fstaré tao distante das ruclas sem luz e das massas de edificios Guanto dos quartéis ¢ das taberas, abandonando-se o velho critério antipedagégico de situar a escola no mesmo edi de outros servigas comunitarios como 0 juizado, a prefeitura, 0 posto de satide ow a prisio. A localizagao da escola é por si mesma uma variével decisiva do programa cultural e pedagégico comportade pelo espago e pela arquitetura escolares. A proximidade a natureza ‘eA vida postulada pelos institucionistas favorece, entre outras agdes ¢ estimulos, 0 jogo em liberdade, o ensino alivo, a utilizacdo didstiea do entomo, a contemplacio natural ¢ ‘estética da paisagem, a expansao do espitito e dos sentimentos, odesenvolvimento moral..(ibidem, p.4). De modo definitive, ourbanisme e arquitetura oferecerian accion uma completa Cobertura para aleanigar as finalidades da educago, passando a ser parte do programa pedag6gico, As correntes arquiteténicas vinculadas ao modernismo do inicio deste século voltaram a reinvindicar 9 lugar central que a escola devia ocupar em todo o urbanismo racional. O IV Congreso Internacional de Arquitetura 32. Anguireruas como PxocRaMA. EsPAco-RSCoLA F conRICULC Moderna, realizado em 1933, recomendou localizar as escolas, assim como todos os servigos urbanos de uso comum, nos espagos livres que faziam parte das unidades de habitagéo situadas entre as grandes vias de comunieagio (Gatepac, 1933). No mesmo sentido se pronunciava o arquiteto W. ML Moser (1933), ao considerar que “a escola deveria ser 0 elemento dominante do conjunto de construgées que a rodeiam, sendo 0 sfmbolo que represente o esforco em favor da cultura’ A solucdo ideal seria que a escola estivesse dentro do quarteirio de vivendas correspondentes, na zona de espagos verdes. Desse modo, evitar-se-ia 0 contato com as freas de trafego e se efetuaria uma distribuigao harmdnica dos centros de ensino. A idéia modernista, além de corresponder a critérios elassicos, jé tinha sido defendida por Enrique M. Repullés (1878, p. 8), autor dos projetos arquitetdnico-escolares hd mais de meio séeulo, para quem as escolas deviam se instalar no centro das populagées, ainda que isoladas das vias piblicas e num lugar adequadamente arejado, agradavel e com boa comunicagio com todos 05 lugares de onde vinham os ahmos. A partir dessa localizagio nuclear, a escola projetaria seu exemplo e influéncia geral sobre toda a sociedade, como um edificio estrategicamente situado e dotado de uma inteligéncia invisivel que informaria culturalmente o meio humano-social que o rodeia. Dentro desse conjunto de consideragées, tem-se de convir também que a arquitetura escolar é um elemento cul- tural e pedagégico no s6 pelos condi estruturas induzem, aspecto que jé salientamos anteriormente, mas também pelo papel de simbolizagao que desempenha na vida social. O ediffcio-escola foi, por isso, uma construgéo diferenciada dos continentes exelusivamente préticos. Da mesma forma que outros edificios (templos, paldcios, cmaras mnamentos que suas 33 se StHOUIvOLE SOS) Bp 26} — oyueLUNdOp 0 BRUT UOD— syed ossou wo oowdomn 9,, Youtsias opSexosep @ onodses wor (28 4 ZI6r ‘eamyosug mound ap jeranag uproaeaiq) qleuojoori09 opsiad pun ebored opu anb offe epoose Bevo BP o8etoany vssod ‘eroue9a ouopnad man sp sonmuyy P cnuop ‘onb sew “rdrorunut oroyped xn w no ofdix9y it P Ossi as-rpyjousse ussod epoose v anb a¥m0 ov vaajoq exapepioa y sogped atnnsues 9p ‘ox: IP Op R510} @ ‘owen as onb 9 ORY ZouNsap nos o woo euOULEeY, WO OoNISALM spre tun "i008 & BP es anb ‘st0d ‘oo1¥9; 9 oN gsopoorfar a soand “rout Sovuauitiuos so — oyuouresor0%:4 euoissoxday opm anb tio “9popt ous stu opsap — sSuet0 eu ‘omounzarsuosur GHENT 88 epUuQ g{"") Oxod umn ap ataod 0 wiagy os onb wo SupTeroge © P29 oBN gseRo saQbex seu wopi6 exauLd veda eum-equadwosop ove esguitid ejoose ¥ {v29[9q Uns wOD o]NaWaAMprazE opuRLOrssordart “oPeuraLe}9p wiaq oonspim seygae nas WoO “sOIOsTIE sassap oud soBsur @ “oq8 ‘sonwar “eSusnf ep seropred ‘amndod eden tumpe up ofoquys ‘seane|s189) seiotqunasee ‘esortar opSwonpe © yp a8 onb ma sofduay semreaa] urezaqnos SEPMTIMO sosod 8Q,, :snqg “y ap ona) o arvrenpoxdos obisonb usso v oiuoweane|ay “apeprunuos epor Sb 2 BuBjat UP oEdtonpe eu seyUaduosep wespod sanso anb voroquis @ vongisa opSury v ‘onSeany S81081P9 sop veder099p v awiopysuos ou “uvarssaidyo BIOL wo vavonqnd oupusg owisug op pes90 ogSong ¥ anb swjoos9 emuoumbse asqos souorvonsisup Sy iP? & sopwunsep “TParaino operuoa PAOe Suan 9p SeoSezrTLopt 9 sooSvayoquus swssoxcio anttony oppSei Fas woo onb sew ‘sesoSunsard oyu mn sore e 4 Yo2ss-oSvasa “yvusoWd onc vans re atuaureuia9 “(ssETT “dd ‘Z66T ‘owyy wou, 2 ssgQ “dd “1661 “Pu9g) ,.ogdvarqy eUBLp 2 ¥foq,, ap Seoose wHo$LI0 op soreding ‘nos tuo urexenouioutl opSex8w9 9p sopeutoyox so anb oyuense seoo1ed sou yronap oonodumy, “yeuotoeu og5ezjuzopous =P TOA} Wo soy! oY uN WoInusURN onb sofoquis s98s0p ovsnpp 82 ovSeuo e unererordozd onb smstuotoesouoion } anb ‘oyodsos ssa v Sopuaaidins sou @89P CBN “apepnuopr oudgrd uns 9 sagSejndod sep sanojoo Fpougiostoo v ueurIN|ge soyfous onb sojoquyss sop um swtx0 ov “opnyuieu enowd ap [eanyno oanatqo ain wisquies seu “voi@oBepod op5uny oun os opt nusdumo—sejoos0 exmontnbre ( ojepour 0 x1uyap sod ~ sojnogssanuo op oposied eunin op owsfuoroesoueiox op sooruo92 9 soonstod sored ogeo ¥ opeasy 510389 9 anb ‘srod Seanfasse os-apod “opnuas assay ours 0 reqsturat wo opezy um w jadsa sti90) ‘ts anu soquoxejtp ov} ‘soqnoyitqe| sasso reorruapr Suopod ous umquan “(sszgT “dd “Q66T ‘TouGeD) ~sqEy So1ayHpe 80 “sefas8 ap soMy 9 soupyuIAD so ‘seSuEpEALO 2 SOHASIP SO “D[IEq 9p sagqes 2 s9JB9 so ‘somqmsa so ouron sesr941p O71 serouppuadap wa ova w as-svAey Briopod opSnatsu v9 20y po oroyIpe ouoo vustxo OBL BjOOS@ ¥ opueA B19 0 ON "JeIordsa wepro ap ooysoadse orauig# wn o1i00 {rlonse einlo}mbre v seangguoo as ap soe wissen vio ov Ossi onb Soluviua ox ‘tou wipAHlO? ~ondeorRINApr [9R) Ns worraued 2 oatalqo nos yoaspunguoour ureuI0) ““ezoczoom onb sojoquys $0 ‘exsou oyuosep nas o onb steuls x0 “oomigttoo§ ober 0 ‘oumnyon 0 ‘ovSeztyvo0} eng oSrnstI09 S020 9p apepurenas vey goaqu09 mos eputesterouar0;tp "et @ swarosqo opod ‘opSundod wun woo zoa wnanind fied owraoo emer enb auefeta Q -puoromnsu: vanjoimbae PpbuleY ep 2 anb etuetTEA owoo ‘aqixa anb sozoquits ° Sours sop spaene wonupuas ¥i0y epeurEutorap vuloduoo anb Panos wun 9 aey00s9 oxoytpo 0 “(-srouENb ‘stediorenen Acusriny Escouaxo decorados, de fachadas morais com composigées artisticas das melhores firmas, de revestimentos de azulejos e baixos- relevos ¢ esculturas e, por fi de tantas ¢ tantas manifestagées ‘com que a arte mostra ¢ reproduz, nas modemas escolas do estrangeiro, cenas de jogos infantis ou acées histéricas memordveis ou a natureza em seus belos panoramas (..) Porém ainda resignados para sempre ao nao ver, na escola, nenhuma dessas manifestagées da arte humana muito caras (...), difieilmente poderd se resignar ao no encontrar, no recinto escolar, a menor amostra dessa beleza e alegria (...); dessa beleza que a arte humana imita.em suas produgées de beleza ealegria, por exemplo, das plantas, dos passaros e das flores” A importancia do espago-escola e em geral de todos os element is da eduosgao foi também detectada por Luis Bello como leitmotiv das descrigdes inseridas em suas Viagens pelas escolas da Espanha. “Nem 0 local, nen: 0 materia, so a Escola; ¢ apesar disso —escreve o conhecido colunista de £1 So! ~, para mim basta entrar em seu local para saber se interessa, ao povo, a instruciia de seus filhos, se 08 quer ese.respeita ¢ estima o professor”. Bello entra tamil na polémica que Cossio despertou com suas exiticas a0 fetichismo do material, e que em certas ocasiées era utilizada com malicia para justificar a negligéncia des politicos sua obrigagio de construir escolas, “Estou seguro — responde Bello~de que a Jean Jacques custaria muito trabalho resistir a uma hora de aula & sombra de uma érvore em Navacerrada, no més de janeiro, ou em Méstoles, no més de agosto”, A escola deveria sex, além de um lugar “agrad4vel, sdbrio, impo, com ar e luz”, “o lugar mais alegre ehospitaleiro” e, ao mesmo tempo, o modelo de uma existéncia superior (..) “A influéncia dos primeiros anos na vida de uma crianga tem forga bastante para fazé-la, mais tarde, renovar 0 povo” (1926, pp. 10-12}. 36 Angorreruns como PxooRAMA, Esraco-rscoua f cURRICULO Torres Balbés, um dos arquitetos do grupo que aglutinaria o Escritério Téenico para Gonstrugio de Escolas, aludia ao pape! simbélico e pedagégico que o edificio esco- lar podia desempenhar como referente modernizador da Espanha rural. Em sua intervengio dentro do cic conferéneias organizado pelo Ministério de Instrugao Pébliea © Belas Artes, em 1933, por motivo da Exposigéo de Arquitetura Escolar, Torres descreve como “a imensa maioria de nossos povoados se forma por um misero casario agrupado 20 redor de um edilicio monumental que se destaca pela sua massa imponente sobre as moradias que o rodeiam (a igreja)”. 0 dito monumento tem uma tradigSo secular e para 0 seu embelezamento contribuiram muitas geragbes. Nesse lugar, as pobres gentes que vivem em choupanas apertadas, meio em rufnas, sombrias, sem nenhum conforto, buscam, por alguns instantes, a evasio de sua vida ingrata e miseravel, “A Escola do mesmo povoado, no entanto, é um local desarrumado e sujo, como uma de tantas casas de moradia”, © aldedo, sensivel a ostentagio, relaciona inevitavelmente a importncia da fungao com a do lugar e com a forma brilhane de executé-la. Luis Bello jé advertia que a solidez das instituigdes era equivalente A solidez de seus muros. Porisso, a escola rural, sem que tenha de rivalizar em monumentalidade ¢ distingio com a igreja, deveria ser um edificio sélido e estético, dentro das normas de austeridade imprescindiveis, destacdvel desde logo das moradias de seu entorno. Essa dignificagio da arquitetura escolar acrescentaria, também, o prestigio do professor e elevaria a estima que os alunos tém para com a educacio. O presti da escola dependers, pois, de como essa esteja instalada, d seu tamanho, limpeza, orientagio, E esse modelo influirs, depois, na casa que a crianga buscaré no futuro, para melhorar as condi¢ées de vida de seus pais (Torres Balbas, L. 1933, 31 Acusrin Bscouano pp. 61-62), A escola cumpriria, assim, com uma fungao cul- ral e social modemizadora da Espanha rural, sem divida melhor do que as solugdes tedricas do reformisma corrente. A arquitetura influencia, desse modo, a sociedade, favorecendo o desenvolvimento de uma sociedade mais rica. Ao transcender o funcionalismo banal que s6 daria cobertura as necessidades fisicas, d4 origem a uma nova forma de comunicagao cultural, que também pedagégiea no sentido mais amplo e generoso. A fungao pragmética da arquitetura adquire, assim, uma dimensao semantica, Numa outra dimensdo, um dos modelos em que melhor se pode observar o simbolismo da arquitetura esco- Jar é, sem dtivida, 0 froebeliano (Abad, P1991, pp. 107- 133). A yocacio arquiteténica de Friebel, seus conhecimentos de cristalografiae a influéncia que as adigées simbélicas da mentalidade magSnicg)exerceram sobre tle determinaram a forte carga Semantica de seus projetos didéticos e espaciais. A esfera, 0 cilindro, o triéngulo €0 cubo nao sao elementos de uma geometria neutra. A esfera transmite a idéia de continuidade © movimento; a eéipula semiesférica pode se associar ao firmamento ot ao dtero protetor, como a caverna; a eoluna, cilindrica o2 piramidal, 6 simbolo de firmeza ¢ virilidade; o tridngulo pode sugerir as idéias de energia e dinamismo, 0 cfreulo do largo do patio escolar ¢ a simetria dos caminhos © canteiros do jardim expressam também determinadas formas de gestalt topolégico-perceptivas que se incorporam ae programa educativo de Friebel. O grande arquiteto norteamericano Frank Lloyd Wright reconheceria a impressao que a geometria do jardim de infaincia nele havia deixado. Seguramente poderfamos descobrir toda uma semiologia se procedéssemos & desconstrugio e decodificacao 38 ARQUITETURA coMD PROGRAMA. EsPAgO-ESCOLA F-cURRICULO dos elementos que configuram a arquitetura escolar em seus géneros mais conhecidos. Linhas que unem e dirigem; superficies planas que apontam para fora de sua origem, como se quisessem se prolongar; curvas fechadas que voltam ao seu ponte de partida; formas esféficas que expressam concentracao; cilindros que se estendem; figuras complexas que dao lugar a determinadas gestalien mediante a geometrizagao de formas elementares; simetzia ¢ regularidade das aberturas; figuras pregnantes; marcos ¢ contornos enfatizados; hierarquizagao de elementos primérios secundatios... (Norherg-Schulz, 1979, pp. 87ss ¢ 112ss), Toda uma linguagem arquiteténica que expressa, além de uma ordem construtiva, um sistema de intengbes, valores discursos, um jogo de simbolismos que atribuem a uma tradigdo cultural. A muralha, por exemplo, que € um sfmbolo de civitas, pode indicar como muro ou cereo institucional a delimitacdo de uma coletividade escolar, além de desempenhar outros objetivos téenicos. A torre, elemento que costuma fazer parte de muitos centros edueativos do século XIX, sobretudo daqueles de filiagao religiosa, é um signo de poder e de dominio (como se sabe, es! também presente em prefeituras, igrejas e eastelos). A simetria e separagéo arquitetdnica das salas de aula de meninos e meninas veflete as tradigdes de uma sociologia ¢ de uma pedagogia sexista, Os sales de conferéncias, os seminirios ou as aulas convencionais representam diferentes formas retéricas de comunicagao, além de cobrir determinadas fungées. Toda arquitetura € definitivamente necesséri itravias , mas també uncional, mas também ietériea. Seus signos indicidrios deixam, em seu contato, tragos que guiam a conduta, A antropologia do espaco nfo pode deixar de ser, a0 mesmo tempo, fisica lirica. 39 1% 18d "626% “woomeneg yap en wow? epund worn ap 11 WD opm “Beer 9p eaqOADE op 1 Sem sy 3p ojasaroy. “stung se sozeieo 2 sooaqy ‘sesno| se ‘ounqen 0 9 oduion op oudinastp ap oupioy o‘seso¥8ya1 9 srezom smarty seurne “PISS 9 epenuo ap sogba20 sv “(97 gT wo 1 foqus] opureurax fines assopnd sontta9 sou99 wio 9 sopeayenqe wassoy ont s9[9 Seo}s¥90 sia tio anb ypure) opeisy op ayays) op sowaner so Mrowxyj 98 se[otr nied atiodns ap urexaz9s o1oyjpo op sopared SY £.Supipous 0 sosed ‘oydeoydnyaut ap senqgy “omgpaoage 6 tio2 ‘stiHOsnPul No suSsaiduat s205y aquasoide a1oqpiodns bina ‘seyorterd no sozevs sepa, owoD wise §,x[0089 bu Sebamed seu zuooj09 eaepucur [a] o7xo1 omsoMy Q -,se5uRAD S°P PISA B, @ BIE op BUS BU oIstZD snsap ap moSeut num SP o89800|99 & op OBL Ras Ure “exsuopIO gEgT 9p swaxgnd Svie2s9 9P eluoure[sax Q “sarejoose serougpricdep 9 seyuie SP Se{es Sep sopared seu ueazinpuod as soe 2 strafean Serig0 9 soonyod 9 sosor@iyax sojoquiss so ‘opow owsout Od ‘sou © seunrspid stoods 97 wpeoneid opuas 10} ‘oumjsoo 2-4 “ogy “orany & xouieg) 9X9 no oBdnunsur Bred ooxpiorg oumnsox tun oo Noressouod wospe e123 wassoan onb sop no “oprmpoxd fuAL opeosod o anb sanenqr scomoy sop awort o roAasose 36 B1>A9P SE[OOSD SEP [BOOT ON, :arUMRas 0 ZF OSE nas wa PeSPqwISO‘LEBT 8P exqutoias ap Ez op “qr"y 0 yf -eouRyE tind sozwiduioxe weaesapisuea os anb sapepytmuosind 2p SagSts98uy 9 susZeuN woxgIxe os 50 mea azos svarionpo e905; i ered woquie, ISU! 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