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EXCERTOS DE POEMAS DE ALBERTO CAEIRO

Creio no mundo como num malmequer,


Porque o vejo. Mas no penso nele
Porque pensar no compreender...

O Mundo no se fez para pensarmos nele


(Pensar estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Verdade, mentira, certeza, incerteza


Aquele cego ali na estrada tambm conhece estas palavras.
Estou sentado num degrau alto e tenho as mos apertadas
Sobre o mais alto dos joelhos cruzados.
Bem: verdade, mentira, certeza, incerteza o que so?
O cego pra na estrada,
Desliguei as mos de cima do joelho.
Verdade, mentira, certeza, incerteza so as mesmas?
Qualquer coisa mudou numa parte da realidade os meus joelhos e as minhas mos.
Qual a cincia que tem conhecimento para isto?
O cego continua o seu caminho e eu no fao mais gestos.
J no a mesma hora, nem a mesma gente, nem nada igual.
Ser real isto.

A espantosa realidade das coisas


a descoberta de todos os dias.
Cada coisa o que .
E difcil explicar a algum quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.

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