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Edgard de Alencar Filho Teoria Elementar Dos Numeros Livro PDF
Edgard de Alencar Filho Teoria Elementar Dos Numeros Livro PDF
Yo tais que ax, + by, = ec diz
se uma solugao inteira ou apenas uma solugdo da equacao
ax + by = c.
Consideremos, p.ex., a equacdo diofantina linear com duas
incognitas:
3x + 6y = 13
pane 3.446.118
3(-6) + 6.6 = 18
3.10 + 6(-2) =138
Logo, os pares de inteiros:
4el, 626, 10-2
sa0 solugdes da equagao 3x + by = 1g,
Existem equagoes diofantinas lineares com duas incdgnitas
que nao tém solucao.
linear:
Assim, p.ex., a equacao diofantina
2x + dy = 7
nao tem solupdo, porque 2x + 4y @ um inteiro Par quais~
Quer que sejam os valores inteiros de x e y, enquanto que
7 um inteiro impar (observe-se que 2 = nde(2,4) nao di-
vide 7),
Pe modo geral, a equagdo diofantina linear ax + by =c
nao tem solugdo todas as vezes que d= mdc(a,b) nao di-
vide c, como @ dbvio. °
8.2 CONDIGAO DE EXISTENCIA DE SOLUCKO
Teorema 8.1 A equacao didfantina linear ax + by =e
qegreme 8.1
solugao se e somente se a divide c, sendo 4 = mdc(a.p).
tem
Demonstragio:
( ==> ) Suponhamos que a equacdéo - ax + by =¢ Cem uma so
luedo, isto &, que existe um par de inteiros Xy+¥q tais139
que ax, + by, = c.
°
Por ser o mdc(a,b) = d, existem inteiros res tais que
asdr e b=ds, e temos:
cm ax, + by, = drx, + dsy, = d(rx, + sy.)
E como rx, + sy, @ um inteiro, segue-se que d divide c
(je).
(<—— ) Reciprocamente, suponhamos que d divide ¢ (dlc),
isto @, que c = dt, onde t @ um inteiro.
Por ser o mdc(a,b) = d, existem inteitos x, e y, tais que
d= ax, + by,
o que implica:
c = dt = (ax, + by,) t = a(tx,) + b(ty,)
isto 6, o par de inteiros:
x = tx) = (c/d)x,, y = ty, = (c/d)dy,
@ uma solugdo da equagao ax + by =c.
8.3 SOLUCOES DA EQUACAO ax + by = c.
Teorema 3.2 Sed divide c|(d|c), sendo d=mdc(a,b), e
se o par de inteiros x,y, @ uma solugdo particular da140
equacao diofantina linear ax + by = ¢, entdo todas as ou~
tras solugées desta equacdo sao dadas pelas formulas:
x= x, + (b/d)t, ys wa (a/d)e
onde t & um inteiro arbitrario.
Demonstraga
Supohhamos que o par de inteiros x of @ uma soluedo par-
tieular da equagdo ax + by = Cc, e seja Xy» Y, uma outra
soluedo qualquer desta equagao. Entao, temos:
ax, + sce +
x, t by =e ax, + by,
€, portanto:
ate, - xy) = boyy ~ yy)
Por ser o mdc(a,b) = d, existem inteiros Ee s tais que
a=dr e¢ b=ds, com Les primos entre st. Substituin-
do estes valores de a e b na igualdade anterior ¢ cance lan
do o fator com 4a, obtemos:
FQx, 45) = 80, - yy)
Assim sendo, r[s(y, - ¥y), € comoo mde(r,s) = 1, segue—
se que rly, ~ 1), isto é:
Yo7¥, srt «
onde t @ um inteiro. Portanto, temos as formulas:141
=x, tst =x + (b/d)t
Yp 7 ¥y 7 Key, - (a/ade
Estes valores de x, e
1
ax + by = c, qualquer que seja o inteiro t, pois, temos:
a[a, + @/ae]|+o[y, - taraye | =
= (ax, + by,) + (ab/d - ab/a)e =
y, Satisfazem realmente a equagao
ax, + by)
=e+Otec
Como se vé, se d = mdc(a,b) divide c (d|c), entdo a equa-
gao diofantina linear ax + by =c admite um namero infi-
nito de solugoes, uma para cada valor do inteiro arbitra-
rio
Corolario 8.1 Se o mde(a,b) = Le se x,,y, é uma solugao
particular da equacao diofantina linear ax + by = c, en-
t@o todas as outras solugdes desta equagao sao dadas pelas
formulas:
x=x,+bt, y
ow)
onde t @ um inteiro arbitrario.
NOTA. Uma solugdo particular da equdgdo diofantina lincar
se obtém por tentativas ou pelo algoritmo de EUCLIDES. §
em ambos os casos a solugdo geral se pode obter usando 0
teorema 8.2, conforme se vai ver nos exemplos a seguir.142
Exemplo 8.1 Determinar todas as solugdes da equagio dio-
fantina linear ,
172x + 20y = 1000
Determinemos, inicialmente, o mdc(172,20) pelo algortimo
de EUCLIDES:
172 = 20.8 + 12
20 = 12.1+8
12 = 8.1+4
8 = 4.2
Portanto, o mdc(172,20) =
equacao dada tem solucao.
e como 4{1000, segue-se que a
Posto isto, cumpre obter a expressao do inteiro 4 como com
binagdo linear de 172 e 20, para que o que basta eliminar
sucessivamente os restos 8 e 12 entre as trés primeiras
igualdades anteriores do seguinte modo:
4 = 12-8 = 12 - (20 - 12) = 2.12 - 20 =
= 2(172 = 20.8) - 20 = 172.2 + 20(-17)
isto é:
4 = 172.2 + 20(-17)
Multiplicando ambos os membros desta igualdade por
1000/4 = 250, obtemos:
1000 = 172.500 + 20(-4250)Portanto, o par de inteiros x, = 500, y= -4250
solugao particular da equagao Proposta, e todas as
solugdes sao dadas pelas formulas:
x = 500 + (20/4)t = 500 + St
y = ~4250 ~ (172/4)t = -4250 - 43e
onde t € um inteiro arbitrario.
143
@ uma
outras
Exemplo 8.2 Determinar todas as solucoes inteiras e posi-
tivas da equagao diofantina linear
18x + Sy = 48
Determinemos o mdc(18,5) pelo algoritmo de FUCLIDES:
18 = 5.343 stitial
eee is ffs [32 fa
er 3 if2 11 | 0
2 = 1.2
Portanto, o mic(18,5) = 1 e a equagao dada tem solugdo. E
para exprimir 1 como combinagdo linear de 18 e 5 bas
ta eli
minar os restos 2 e 3 entre as trés primeiras igualdades
anteriores do seguinte modo:
Ll=3-223-(5-3) 227.3452
2(18 - 5.3) - 5 = 18.2 + 5(-7)
isto é:144
1 = 18.2 + 5(-7)
48 = 18.96 + 5(-336)
Logo, o par de inteiros %, = 96, y¥, = ~336 @ uma solugao
particular da equacao proposta, e todas as demais solugdes
sao dadas pelas formulas:
x= 96+ 5t, y = -336 - 18t
onde t @ um inteiro arbitrario.
As solugoes inteiras e posttivas se acham escolhendo t de
modo que sejam satisfeitas as desigualdades:
96 + 5t>0, -336 - 182 >0
isto @:
e<-ig9 i e t<-1g 2
5 3
o que implica t= -19 e, portanto:
x = 96 + 5(-19) = 1, y = -336 - 18(-19) =6
Assim, o par de inteiros x= 1, y= 6a imica solucao
intetra e positiva da equacéo 18x + Sy = 48.
Exemplo 8.3 Resolver a equagao diofantina linear
39x + 26y = 105,145
0 mdc(39, 26) = 13 e como 13 nao divide 105, Segue-se que
a equagao dada nao tem solugdo.
Exemplo 8.4 Resolver a equagao diofantina linear
14x + 22y = 50.
O mdc(i4, 22) = 2 e como 2[50, a equacdo dada tem solu-
gao, e@ por simples inspecdo logo se ve que
14.2 + 22.1 = 50,
de modo que o par de inteiros X72, y= @ uma solugdo
particular, e por conseguinte todas as demais solugdes
sao dadas pelas férmulas:
x=24+11t, yel-7e
onde t @ um inteiro arbitrario.146
1.
EXERCICIOS
Determinar todas as solugdes inteiras das seguintes
equacdes diofantinas lineares:
(a) 56x + 72y = 40 (b) 24x
(c) 221x + ly = 117 (d) 84x
(e) 48x + Jy = 5 (£) 57x
(g) Lx + 30y = 31 (h) 27x
(4) 13% - 7y = 21 (j) 44x
(k) 21x - 12y = 72 (1) 17x
+ 138y = 18
~ 438y = 156
- 99y = 77
- 18y = 54
+ 66y = 11
+ Say = 8
Determinar todas as solugdes inteiras e posttivas das
seguintes equacdes diofantinas lineares:
(a) 5x - Ly = 29
(b) 32" + S5y = 771
(c) 58x - B7y = 290
(4) 62x + Lly = 788
(e) 30x + 17y = 300
(£) Séx + 2ly = 906
(g) 123K + 360y = 99
(h) 158x - 57y = 7
Determinar 0 menor inteiro positivo que dividido por 6
@ por 15 deixa os restos 6 e 13, respectivamente.147
Exprimir 100 como soma de dois inteiros positivos de
modo que o primeiro seja divisivel por 7 e 0 segundo
seja divisivel por ll.
Determinar as duas menores fragoes positivas que te-
sham 13 e 17 para denominadores e cuja soma seja igual
a 305/221. .
Demonstrar que, se a e b sao inteiros positivos primos
entre si, entao a equacao diofantina ax - by = c tem
um nimero infinito de solugdes’ inteiras e positivas..cAPITULO 9
CONGRUENCIAS
9.1 INTEIROS CONGRUENTES
Definigdo 9.1 Sejam a e b dois inteiros quaisquer e seja
mum inteiro posttivo fimo. Diz-se que a é congruente a
b méduio m se e somente se m divide a diferenca a-b.
Em outros termos, a € congruente a b modulo m se e somen-
te se existe um inteiro Kk tal que a- b= kn
Com a notagao
a =b (mod.m)
indica=se que a & congruente a b médulo m. Portanto, sim
bolicamente:
a= b (mod.m) <==) m|(a = b)
ou seja:
a => (mod.m) <== > Jkézia-ps= km149
Assim, p.ex.:
3.524 (mod.7), porque 7|(3 - 24)
-31 = 11 (mod.6), porque 6] (-31 - 11)
-15 = -63 (mod.8) porque 8|(-15 -(-63))
Se m ndo divide a diferenga a-b, entdo diz-se que a in-
congruente ab modulo m, o que se indica pela notagao:
a fd (mod. 2)
Assim, p.ex.:
25 712 (wod.7), porque (25 - 12)
-21 #10 (mod.5), porque 5-21 - 10)
16 jo (mod. 4), porque 4(16 - 9)
Note-se que dois inteiros quaisquer sao congruentes modulo
1, enquanto que dois inteiros sao congruentes modulo 2 se
ambos sao pares ou se ambos sao impares.
Em particular, a = 0 (mod. m) se e somente se o modulo m
divide a (mia).
Exemplo 9.1 Mostrar:
n= 7 (mod.12) — > n = 3 (mod.4), Vn€Z
Com efeito:150
n= 7 (mod.12) —> n= 7 = 12k ==> n- 3 = 4C3ke1)
4| (a - 3) n = 3 (mod. 4)
Exemplo 9.2 Mostrar:
q
n” = 0 (mod.4) ou n° = 1 (mod.4), Ynez
Com efeitos
Z
G) om pars nm eam nt - ant ao Gln?
— 2? = 0 tod. 4)
Gi) on impar: n= 2+ => m2 2 44K) 41
— (nt) — n= 1 God. 4)
9,2 CARACTERIZAGAO DE INTEIROS CONCRUENTES
Teorema 9.1 Dois inteiros a e b sao congruentes modulo m
se e somente se a e b deixam o mesmo resto quando dividi-
dos por m-
Demonstragao:
(=>) Suponhamos que a = b (mod.m). Entao, por defini
gio:
a-b= km, com k€Z151
Seja ro resto da divisao de b por m; entao, pelo algorit=
mo da divisdo:
b=mq+r, onde OVocê também pode gostar