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Ind Elias de Castro
Paulo Cesar da Costa Gomes
Roberto Lobato Corréa
(organizadores)
EXPLORAGOES GEOGRAFICAS
PERCURSOS NO FIM DO SECULO
Prof? Dieter
FLG 115- Migragdes & Trabalho
Texto / eat
BERTRAND BRASIL
MOBILIDADE ESPACIAL DA
POPULAGAO: CONCEITOS,
TIPOLOGIA, CONTEXTOS
Olga Maria Schild Becker
0s deslocamentos de populagées em contextos varia~
“dos ¢ envolvendo ao longo do tempo escalas espacias dife-
renciadas conferiram complexidade crescente ao_conccito,
de mobilidade como expresso de organizagiees socials, six
ise relagées de trabalho particulares. A
si
Suagies conjun -e relat
‘cada nova ordlem politica mundial corresponden uma nova
orem econdmica com a emergéncia de novos fluxos de-
mograticos.—
Desde as invasdes dos povos barbaros astiticos até os
rigrantes dos novos tempos, grupos populacionais pder-
se em movinnento: lutam pela hegemonia de novos tertit6-
tis, fogem de perseguigdes dtncas repressBes maltipas,
vislumbram a possbilidade de terras e mereados de traba-
‘simplesmente perambulam em
Tho mais promissores, ous
busca de tarefas que Ihes assegurem a mera subsisténcia.
uro de
Fatos contemporfineos como a queda do
_Berlim, ocorrida em 1989, a crise do Golfo, a maré huma-
na de refugiados afiicanos empurrados pelos confrontos
319EXPLORAGOES CEOCRAFICAS
tribais e ditatoriais, ¢ as lutas nacionalistas, de que a guerra
civil na Tugoslivia e recentemente na Albania sio trégicos
cexemplos, atestam 0 esfacclamento do mapa do_mundo
(dos patses e dos povos) desenhado no pés-Segunda Guer-
ra, O mundo foi red porém, a partir da emergéncia
‘dos chamados blocos econdmicos: Mercado Comum Euro-
peu, NAFTA, APEC. A conjugagio dessa nova geografia
politico-econd m situagies de extrema
Africa e América
aogpde comerivel, amactericd b feabmson ak
originou fuxos migratérios de
da exclusio social, a0
rages étnico-cul-
impelido a construgio de
Segundo ARBEX (1991), esse €
uum movimento que se opde aos fluxos migrat6rios e que
aponta para a formagao de um novo “muro” separando ricos
¢ pobres — os novos “blocos de poder” — niio mais ideol6-
gicos, mas essencialmente econdmicos.
ordneas. E a sua ‘fu
ua em todos os nfveis de ani
tha uma fungio de revelagio, a
nal € uma questo que incomoda.
siedades onde ocorrem_as safdas,
que traz, 0 “referendo pelos pés",
NOBILIDADE ESPACIAL DA POPULAGAO
fazer com refugiados albaneses que ocupam o porto
“de Brindisi, na Itdlia, ou com vietnamitas encerrados
‘em campos de refugiados em Hong Kong? Como agir
diante do risco do gueto? Depois de termos apoiado o
direito de emigragio dos europeus do Leste sob o re-
i "temos 0 dreito de impedir aos euro-
peus ocidentais de morar e trabalhar nessa parte da
Europa?” (SIMON, 1991).
No Ambito das migrag6es internas, igualmente diver-
sificada tem sido a tipologia dos deslocamentos. Intensos
fluxos de_carster gural-uspano, ocorreram nas décadas. de
50 e 60, representatives de um perfodo mareado por cres-
‘cente concentragio fundisria e pola industrializagio nos.
grandes centros urbanos do Sudeste Bi
Teceram-se migragbes interestaduais de longa distancia na
década de 70, especialmente a de nordestinos para o eixo
Rio de Janeiro — Sao Paulo e a de sulistas para as éreas do
Centro-Oeste e AmazOnia, responsiveis pela expansio e
consolidagio do mereado de trabalho a nivel nacional
Multiplicaram-se as migragSes de assalariados rurais tem:
_Pordrios (volantes, boias-frias) especialmente para as co-
Iheitas da cana e da Jaranja, expresso do subemprego sax
zonal e das relagSes de trabalho informais gerados pela
modernizagio capitalista_np campo. Fomentaram-se_os
deslocamentos sucessivos de “barrageiros” para a constri-
20 de grandes obras de infra-estrufura energética ao lon-
g-das_éreas de fronteira, seja internacional (Itaipu) ou.
nacional (Tucuruf, Ball
Por outro lado, intEXPLORAGOES CEOGRAFICAS
fermmunicipal quanto intramunicipal, seja rural-urbana ou_
cia, do que sio exemplos o Movimento dos Sem-Terra,
MST) e o das populagdes extrativistas da Amazdnia Oci-
dental. E a contramobilidade emergindo como =
de origem; é a luta em defesa
ago econdmico global.
los, os moyimentos pendulares
intrametnopolitanos para trabalho e/ou estudo, assim como
-urbanos de cardter residencial. Es-
ges r ibém a expanso ¢ a multiplicago dos espa-
0s focais da pobreza e da violencia: 0 rearranjo do tecido
‘urbano em fungao das mudangas no tecido social.
Assim, parece que algumas perguntas se_impéem.
Qual tem sido, afinal,o significado da mobilidade popula-
cional a pai
as etd om
nbradas. Como exer
-organizados pelo eay
ces em difere
322
MOBILIDADE BSPACIAL Da TOF!
Gio
Aspectos tedricos da mobilidade espacial
da populagao
‘A mobilidade tem sido objeto de diferentes intexpre-
tagdes_ao longo do tempo, expressando-se, entre outros,
através dos enfoques neoclissico ¢ neomanista._ i
Até os.anos 70, 0 fendmeno migratério era considera-
do a partir de uma perspectiva neocléssica, dentro de uma
visio predominantemente deseritiva e dualista, Estudavam-
eos movim inigrat6rios especialmente através da
rmensuragio dos Tues demmogrifieos e das caracteristicas
de-uma formaggo social. Tl concepcio levava a um modelo
redutivo da realidade onde a socied:
‘um enfoque individualizad
_pereebida como decorrente apenas da “decisiio
Bio pressionada ou produzida por forgas s6cio-econémicas
“exOgens—~ sae
A.partir de-meados dos anos 70, o fendmeno migraté-
‘tig fol recons
exemplo ot