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« “Essa exkpsic&o que eu vou fazer para voces, eu espero que seJa en. torno de meia hora, ela depende, a validade dela depende da apreen 0 de uma ldgica que vai sendo exposta desde o Inicio da colocagao. Entfo eu vou pedir para vocés, assim, uma concentragéa especial no desenvolvimento das prem@issas que eu vou colocar, para que a gente possa fazer um discusso produtiva sobre o tema, até porque nés estamos tratando em termos de uma teoria do Jornalismo, de um terrdig ee ee que eu _considero absolutamente virgem, inexplorado, porque u entendo —_———eanuauuae"soae_Tnenp trader porsue ss que _até- avora nie hi uma concepedo tedrica satisfatéria a respeito do ee Sake eames Reg eames eGonee) Jornalismo especificamente. Sinn Eu comegaria colecanda uma premi a basica, que é sobre a teoria. 0 que ¢ que -é toria? Nés podemos dividir as formas de conhecimento eee oe eee eenlae exo, ha humano, para efeito dessa exposi¢o, fazendo uma simplif porque hd diversas formas, como a gente vai ver depois - de duas maneiras ~ 6 conhecimento empirico, © conhecimento pragmitico, o conhecimento do dia~a~dia, @ conhecimento do sense-comum, de um lado, so sinGnimos, € 0 conhecimenta tedrico. © conhcimente emp ico, do dia~a-dia, € aquele qiue obedece a uma endmenos observacio particular, Jimitada, constata a exiaté Se nee €)—@ partir dat, digamos assim, formula esse _acontecimento atrvés de um di scurso, mas sem una 9 neralizagéo, sem uma universalizacie, do pene eees & significado daquele fenémeno. a Por exemplo, a maneira diferente pela qual um fisico abordaria um Seer aN en@meno natural, o fato de eu joyar esse Jornal para determinado fenémeno pode ser objeto de dois cima, & to pragmdtico, © conhecimento que pode dizer 0 seguinte: olha os Jornals, Jogados para cima, caem. Ou, outro conhecimento, Tda pragmdtico, embora mais geral, as a ee coisas quando Jjogadas para o ar, caem. Mas eu posso também sete _Sueneeseeee < Se eee ee uma formulacio rigorosanenbte universal sobre esse fendmeno, eu — ———_—$___— —— posso dizer alguma coisa assim como “matéria atrai matéria na razéo Ente vedam bem, eu formulei a essincia dease fenfmeno, através de oleae eggs seers uma universalizacio miximay uma universalizagéo ris@Fosa que explicita a ess@ncia de todos os acontecimentos, dessa ordem, de objetos que So Jogados para cima e¢ que sie atraidos entio por massas maiore: + embora segundo a teoria da relatividade essa lei, ela jh& ests inclusive ultrapassada, ¢ outra explicacio da gravidade, segundo a teoroia da relatividade. Mas nfio é 0 nosso campo. Bom, a teoria ¢ importante, € indispensdvel, porque sé a_teoria de direcionar a fornece um tipa de conhecimento profundo capai pratica. A visio que nés temos, a visio comum, a visio vulgar adue ——— a nés_tenos sobre a teoria ¢ de que a teoria na pratica é outra, mas isso uma faldcia, n’e, isso é uma faldcia. ———e—E—E—E—E—E—Ex_E—E—E—E—x—E—EEe Na verdade, na pratica é que a teoria comprova a sua efetividade ———=S!VOrrve ev v2:,—_,_,.00C SS A sua realidade, se for uma teoria correta, se for uma boa teoria, “se for uma teoria que corresponda, cfetivamente ess@ncia dos fenémenos, ni Ente a dnica maneira de captar a esséncia das es coisas ¢ através de uma apreensiio tedrica, uma apreensig da universalidade do fendweno. Daauile que ele tem de essencial ¢ de gendrico, que € subjacente ao fato observado Gono ¢ ue se _chusa & teoria? Ghesar & teoria ou chesar a0 aoe conbecinento clentificpo é um percurso muito arduo, exige um esforeo, ——E—E—E—EOEOEO Tro oe até “fisico, para abordar © para conhecer, pelo menos uma parte de todo © conhecimento acumulado um esforco de reflex! de ——— rrr ooo criatividade para _realidades que nfo aparecem % primeira vista, que nfo aparecem aos olhos. Porque, vedam bem, as ieee tee erence " coisas que aparecem aos olhos, ¢ eu estou aqui parafraseando Sain{ Exupery, nfo so coisas essenciais. 0 essencial ¢ ivel aos eae olhos~ Se nés tomarmos essa frase, metida a podtica, de Saint Exupery, © & interpretarmos no sentido epistenolégico, nés vamos ver que ele ten absoluta raziio, 0 essencial nfo aparece ag) olhos. « Por exemplo, o que ¢ essencial no modo de produg&o capitalista. que o modo de producdo capitalista é um sistema positivista e funcionalis@g- Quando nés encontramos alguns conceitos Iguns conceited que dizem, mais ou menos assim: Wornalismo € uma forma de comunicag que serve para integrar c adptar o honam aa_seu-papel_social Velam, u_avanee! um pouco a generalidade, eu dissee que no é uma forma de conhecimento qualquer, mas uma forma de conhecimento que serve para integrar o homem, para que ele funcione, eee, dentro de um sistema aero ao qual ele pertence. Eu avancei um pouco, mas nfo cheguei ainda ao oon a eee Si SOL conereto. Porque? Porque © jornalismo, ele de fate, é também uma +e de situar © homem no 1 de gdui forma funeie definida pela sociedade. Isso a gente pode observar. Mas a pergunta que Fin & a seguintet gerd que o Jornatismo é 56 ee de clusivamente, uma forma Pd_gue— 6 Jornalismo é, © intearacio do _Individue no_papel—oucewocie he atribui? ou © toe 8 Jornalismo teria uma potencialidade a mais? Além de ser isso, ele teria algo mais, uma potencialidade que transpassa, né, ~ que transaride esse limite de uma mera integrag&o funcional do individuo © limite, ele € ha sociedade. Eu acho que o jornalismo transgride © rs muito mais do que isso. ae oS A outra forma, sé que num outro enfoque, que eu diria assim, que é —__ una_abordagem eritica do Jorn poe aS un rale CR Aer eBEDee) ideolégica, ems diz mais ou menos asin? igrnaliswo € uma forma de OOS comunicagio que Serve para reforcar a hegenonia ideolégica da burguesia_e reproduzir a dominagi&o de classe! G, no meu entendinento também uma verdade. 0 jornalismo, exatamente fazendo a integracio dos tambon une ver dade: i individues, no papel social positivo, ou seja, o papel social dado que a sociedade Ihe oferece, se eu vou analisar isso do ponto de vista eritico, eu perceberei que o jornalismo, portanto, faz com que as pessoas funcionem regularmente nas funcies que a sociedade de classe Ihes atribui, portanto o jornalismo é um instrumento de reforgo da ordem vigente, & a ordem vigente € uma ordem burguesa, capitalista, ¢ uma ordem dada por uma sociedade de classes. Mas, ainda assim, fica. uma pergunta: serd que o Jornalismo ¢ Se ————E——EOESEEEEEEOEIESEIESEETEEEEr exsiusivamente uma forma de dominagio? Donde ngs tirariames a seguinte conclusiot o dia que nés conseguirmos... ‘++. avcabar com a forma de dominacio, com qualquer forma de exelorasée de honen pelo vai acabar 0 Jjornalisno, € uma concluséo que se impée dessa abordasen, desee tivo de abordaven critica, que reduz © Jornaliono ae ee ees uma das fungbes que cle tem, na socicdade dé classes, di ei ta dos interesses dominantes. Entéo o jornalismo ¢ isso, também. 0 jo ponte de Jornalismo é um instrumente de reprodugdo dos conceitos, das iddias, da ética, enfim, da ideoleg®ia dominante. Perpassa através do exercieio do Jornalismo, nfo ¢, de modo dominante, de modo preponderante, uma visio de mundo que € a vis&o da eternidade © da permanéncia do mundo burgués ao qual nds estamos, de uma forma ou de outra, ligades. minho tradicional, o caminho EntSo, veJam o seguinte, que o c ~ tradicional de se partir de um coneeite de jornalismo, ou de TT quarQequer ciéncia, para, a partir desse conceito elevar um edificio Conceitual, tentando chegar a uma conclusao, @ um caminho falso, ee porque quando eu parto, se eu parto ja de um conceito de jJornalismo, a re de certa forma ¢ um conceito que cu quero obter no fim, portanto cu Ja tenho Ent&o uma abordagem, de alguma te: en abordagem do Jorenalismo, née pode partir, um _conceito provisério,’ que ters de ser comprovado e ampliado ao longo do desenvolvimento da reflex a cuss¥o. Quer dizer, eu no a posso apresentar para vacés, & medida em que eu estou tentando colocar, uma visio que eu entendo, é uma visto tedrica nova sobre o jornalismo, partir de um conceito © desenvolver todo o restante do racioeinio em cima desse conceito, porque eu quero € chegar nesse conceite no final. Eu quero dar uma visto, pelo menos pilidafle, né, da forma como ex penso o jornalisno do ponte de vista teérico. EntSo nés vamos eoicena eee tneerean: partir de um conceite provisérie ¢ depois tenytar enriquecer esse — ee ee Gdncelto de Jornalismo, Esse conceito representa digamos assi, uma visio critica sobre todas ai outras formas de abordar Jornalismo, que eu citei, ligeiramente, dividindo, assim, em vertentes. ~ ae 4 2 nada, o Jornalismo ¢ uma Eu diria o seguinte, que, ante! oe forma social de conhecimento Ent&o cu reconheso que nés estamos partindo de uma generalidade abstrata, que é 0 nosso ponto de sociais, digamos partida provisério, porque existem outras formas assim, de comunicagio que implicam em conhecimento~ —__- eT Visto CXGO Ve Muay Geaty Teo. Eu posso citar a arte. Eu posse citar a ciéncia, que também é uma forma que funciona socialmente ¢ aue implica numa arco Ko de conhecinento, produce ¢ apropriagfe de conhecimento. Ento eu reconheco a debilidade Inicial desse conceito, porque eu quero concretizé-1o ao longo da minha expesicio. Ente, vamos partir da idéia de que _o Jornalismo ¢ uma forma social de conhecimento, ncia também o sio. lembrando que isso ¢ genérico, que a arte © a ci EntSo vamos tentar diferenciar o jornalismo. Ou seja, buscar agora ficidade do jornalismo, como férma social de conhecimento. a_espe ase ee ee ee eee Mas, para isso, eu preciso discutir alguma coisa de filosofia, se nfo, n&o vai ser possivel, nés chegarmos até um conceito mais concreto. Porque, vejam bem, nés temos que subir aos ramos mais abstrates do saber, que ¢ a Filosofia, para podermos chegar ent&o ao concreto, ao contrario do que pensa o senso comum, né..., de que as es abstratas sio um caminho sem retorno para teorizacées, as refle: a vida, elas podem ser um caminho sem retorno, cu posso fazer uma ® que acaba se perdendo numa légica Filosofia, uma teoriza abstrata, © af eu tenho a generalidade abstrata que eu fale! naquele momento. Mas de qualquer maneira, para chegar ao concrete, eu preciso chegar a esses niveis @ depois retornar para 0 conhecimento concreto, quer dizer, apreender, entao, fazer o trabalho de retorno dessas categerias para o concreto. Categorias s&o conceitos amplos, seerde qualquer teoria ou de qualquer ciéncia. Hd trés categorias, ou hi trés conceitos que nés vamos usar para buscar esse conceite de jornalismo, para buscar essa_definig¢&o de dornalismo. $8 categorias de larga tradig¢do na Filosofia classica, enn especialmente na filosofia SB; especialmente em Hegel, anne NSS nea do universal, Veja bem, seria importante até que vocés me interrompessem, se isto que sfo_ as catgsorias do singular, do particular tido de que se a minha opini&e nSo ficar absolutamente claro, no s nfo ficar absolutamente clara, nfo quer dizer que vacés concordem, para que a gente possa seguir adiante, para vocés entenderem todo o meu raciocinio e poder, inclusive, criticdé-1o depois. Ta? Isso é essencial, essas trés categorias. Essas trés categorias, nés podemos fazer algumas afirmacées sobre elas 4) Primeira, elas so dimensées reais e obJetivas do mundo. Eu vou k—EreEEreEOEEETEeOovrrvrverereoew ewes” tentar provar para vocés que as categorias do singular, do particular e© do universal, no tuna abstracdo da cabeca do Hegel, ou da filosofia cldssica alem’. Si que representam Sio__conceitos que _representam formas —obietivas de existéncia de todas as coisas no wunde... de todas as coisas ne mundo. Vamos pegar o exemplo do Luc.ano, que esté aqui na frente. N Vamos aproveitar a presenga fisica dele aqui, vamos tratar ele como uma das coisas do mundo, sem entrar em henhum mérito especifico, né..Bom, eu diria assim, primeira pergunta: mas vem cd, 0 Luciano é um sujeito singular? Q singular ¢ aquilo que nfo se repete, aquilo que € idéntico sé_a_si mesmo. to singular, ninguém me entende, eu sou Né.+ epi @, eu sou um sul diferente de todo minde. Eu diria assim, o Luciano € um sujeito aS o Luciano tem caracteristicas - alids singular. Porque? Porau pe dee eee como todos que tem caracter(sticas que séo sé dele. —— Ele tem c ticas Caracterfsticas fisicas, de temperamento, de cardter, etc. Garacter(sticas fisicas, de teuperanentoy ae ee penso que esta comprovada que o Luciano é, objetivamente, = 45 < invencSo da minha cabeca, um sujeito singular. Nas eu quero provar acer eee ee ar Prowse que o Luciano ¢ também um sujeito particular e universal. nto _cu_diria o seguinte, para mostrar como ele é particular de varias formas. Qluciane, pertence um grupo de pessoas que usa, éculos, ao qual ecu também pertenco. Ent8o o Luciano jd tem uma caracteristica que, objetivamente, pértence a um grupo de pessoas. Qu_eu poderia dizer, de outra forma, o Luciano ¢ estudante de comunitagio, portanto, ele obJetivaméite“pertenté a um grupo particular, ou seja, ele tem caracter{sticas iguais a um determinado rupo. Nia a todos, was tanbém, nfo exclusivamente a sf mesmo. El arupe, Nia Ele tem caracteristicas que correspondem a um determinado grupo. 0 de relagées de parentesco. 0 Luciano faz parte de uma familia Luciano faz parte da particularidade dos estudant comunicagio. 1 Se eu auiser, dos estudantes do Brasil, ¢ bra Eu a mast) f =u estou falando sempre num grupo limitado, Ent&o, todas as coisas possuem tragos de identidade com um grupo limitado. Portanto, todas as coisas, individuos, pessoas, pertencem & categoria da particularidade, também, Ent8o nds ja comprovamos que o_Luciano @ singular mas, estranhamente, ele tnd ar. ‘Poora cu vou tentar mostrar pare vocte que o Luciano, objetivamente, pSo_é-uma_inuengiio minha, ou dos ¢ perguntaria, ¢ errado eu afirmar que o Luciano ¢ um ser humano Absolutamente, @ uma caract ser humano, o fate dele pertencer_a esta categoria universal -do! seres humanos tica egsencial do Luciano o fato. de Ent&o eu penso ter dado, por comprovado, né, através do exemplo do Luciano, que todas as coisas no mundo, no universo, existem pelo cena a @ Singular, o particular e © universal. menos em trés dimensbe: Correto? Isso é um pressuposto essencial para a gente discutir mais ON — adiante © jornalismo. ( ReEBRREGS aUneeeoe 2) Mas é preciso aprofunda um pouco essa relagdo. YeJam bem, ad estas categorias, estas caracter/sticas do Lucianor ste_sempre see se curiam numa determinada relag#o entre si- Ou seja, o particular € sempre particular em relacdo a um singular ec em relagio a um universal. Ele nfo ¢ um particular por si mesmo. Porque? Vou tentar eerie mene re ~ me permitam, a grosseria = demonstrar que essa relacio é sem relativa, nd... se trata de uma relag#o dialética. Porque isso? Porque eu posso partir do raciocinio seguinte® que a singularidade do Luciano ¢ o fato dele ser um estudante de comunicacio, aque a particularidade dele ¢ © fate dele ser um brasileiro ¢ que a universalidade dele o fate dele ser um ser humano. Ent&o eu estabeleci uma nova relacio entre o singular, 9 particular e © universal. Eu posse dizer que a singularidade do Luciano € 0 fato dele ser um brasileiro, a particularidade € 0 fato dele ser um latino-americano, © a universalidade é 0 fato... 0 fato dele ser um ser humane, de novo. Quer dizer, eu posso _estabell pum gees ome! variadas, as sempre o meu particular tem a ver como universal eo eee No OO singular, © 0 meu singular tem a ver com o universal _e © particular. sempre uma relagio amarrada. € sempre uma relagio atada, né, ~ nko = — existe un singular fino, até porque eu considerar que © Ee Luciano € 0 universal, os érgfos que o compée, né, séo o particular, e as células so singulares. Posso considerar dessa forma. 0 importante ¢ saber que existe uma relagdo mitua. Saas —_ 3) E mais. Sempre, em cada uma das dimensdes est%o presentes as ape lh ——$— eaeae—e— —aeescs

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