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E
PRODUÇÃO
DE
TEXTOS - II
Material organizado pelos professores de LPT II do
curso de Pedagogia da UNINOVE (2o semestre 2010)
WWW.PROFESSORAYARAMARISOL@BLOGSPOT.COM.BR
ALUNO: R.A.
CURSO: UNIDADE:
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Se sua resposta for:
• Estudo para atender uma exigência dos meus pais. É hora de começar a
pensar por sua própria cabeça e exercer seu poder de decisão. Muitas vezes, os
filhos seguem a vontade dos pais para não se responsabilizarem por seus próprios
erros ou fracassos. É a individualidade e a liberdade que devem motivar a ação do
ser humano.
• Estudo para satisfazer o estatuto social. As pessoas têm a necessidade de
se sentirem aceitas pelo grupo social. No entanto, estudar para satisfazer a
sociedade é uma ótima receita para a frustração e o fracasso.
Qualquer que seja o motivo para estudar, é importante tomar consciência
de que foi uma escolha sua. Portanto, você é responsável por ela e pela sua
concretização.
O desejo de estudar deve estar dentro de você, pois a curiosidade e a
vontade de aprender são motivações próprias de todos os seres humanos e
transformam as dificuldades dos estudos em desafios a serem enfrentados e
vencidos.
Freqüentemente, o aluno sai de uma aula acreditando que seria melhor não
ter ido para a faculdade, crê que nada aprendeu e que só perdeu o seu tempo. Em
seguida, buscará um culpado.
Se isso ocorre com você, pare e reflita: durante a aula, quanto tempo você
ficou conversando com os colegas? Você fez as anotações da aula ou somente
desenhos?
A responsabilidade por essa insatisfação nem sempre é do professor ou da
matéria que é muito difícil. Muitas vezes, a postura do aluno é inadequada em
relação à aula e ao conteúdo.
Às vezes, adotamos uma postura de ouvinte, que não é a mais adequada à
aprendizagem e como tal possuímos maus hábitos. É hora de se questionar: que
tipo de ouvinte sou eu?
Tipos de ouvinte:
• Menospreza o assunto: Acha que o tema da aula é desinteressante, por isso
não desperta a sua atenção. G. K. Chesterton disse: “Neste mundo não
existem assuntos desinteressantes, apenas pessoas desinteressadas”. Um bom
ouvinte procura sempre encontrar algo de interessante e novo a aprender
sobre qualquer assunto. Procure descobrir um motivo para aprender.
• Critica o orador: responsabiliza o professor por não prender sua atenção ou
não gosta da forma como ele ensina e usa isso como uma desculpa para não se
manter atento. Pode manter a sua opinião sobre a forma de ensinar do
professor e, ainda assim, manter a atenção e interesse naquilo que está sendo
dito. Quanto maior a atenção no conteúdo da mensagem, menor importância
terá para a forma como é transmitida. Lembre que a responsabilidade de
interesse e compreensão está em você e não no professor.
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• Rejeita antecipadamente: o ouvinte rejeita o conteúdo e não ouve a mensagem
até o fim. Desiste de ouvi-la, porque não concorda ou não gosta do que ouve.
Procure adotar uma decisão ou uma opinião somente após ter ouvido tudo que
envolve o assunto. É importante analisar o seu ponto de vista antes de
concordar ou rejeitar. Quanto a temas cujas idéias já foram pré-concebidas,
veja-os como uma oportunidade para conhecer melhor o que causa essa
reação de rejeição para rever a sua opinião ou reforçá-la. Não use um
preconceito como desculpa para não aprender.
• Dá importância somente aos fatos: um bom ouvinte procura ouvir as idéias
principais e encadear os acontecimentos. De que interessa conhecer os fatos se
você não compreender o seu significado ou em que contexto é que surgem?
Procura perceber a relação que estabelecem com o assunto que está a
aprender e de que maneira sustentam o ponto de vista do professor.
• Finge estar atento: um olhar e postura fixa no professor não significam,
necessariamente, concentração. Um bom ouvinte não é relaxado nem passivo.
Tem uma escuta ativa, dinâmica e construtiva.
• Distraído: distrai-se com facilidade e, às vezes, até distrai os outros
conversando ou fazendo barulho e não se esforça para combater a sua
distração. Procure combater essa tendência de ceder a distrações e concentre,
sistematicamente, a sua atenção na informação que recebe do professor.
• Evita as aulas mais complexas: e adia enfrentar suas dificuldades em
compreender a matéria. Apesar de proporcionar um alívio provisório, você
estará acumulando o conteúdo que lhe parece complicado, bem como as suas
dificuldades em relação a ele. Quanto mais cedo enfrentar essas aulas, menor
será o esforço desempenhado para compreendê-las e maior será o seu
interesse.
• Não faz anotações das aulas: porque acredita que não vale a pena ou porque
irá copiar as anotações feitas por um colega. Fazer os seus apontamentos
ajuda a focar a sua atenção e testam a sua compreensão do assunto. Faça
apontamentos das idéias principais da aula. Concentre-se nas pistas do
professor, que podem ser, material escrito no quadro, maior ênfase dada a
determinadas partes com exemplos ou repetições ou mesmo com alterações do
tom de voz. Anote também os resumos dados no início e no fim de cada aula.
Prepare-se para cada aula relendo os seus apontamentos da aula anterior.
3 – COMO ESTUDAR?
O texto abaixo foi extraído de: ORENSTEIN, Benny. Como estudar. Disponível:
http://www.enaol.com/educando/leitura.htm, (20 de fevereiro de 2005)
“A escrita é um poderoso instrumento para preservar o conhecimento.
Tomar notas é a melhor técnica para guardar as informações obtidas em aula, em
livros, em pesquisas de campo. Manter os apontamentos é fundamental. Logo,
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nada de rabiscar em folhas soltas. Mas também não se deve ir escrevendo no
caderno tudo que se ouve, lê ou vê. Tomar notas supõe rapidez e economia. Por
isso, as anotações têm de ser:
• suficientemente claras e detalhadas, para que sejam compreendidas mesmo
depois de algum tempo;
• suficientemente sintéticas, para não ser preciso recorrer ao registro completo,
ou quase, de uma lição.
Anotar é uma técnica pessoal do estudante. Pode comportar letras, sinais
que só ele entenda. Mas há pontos gerais a observar. Quando se tratar de leitura,
não basta sublinhar no livro. Deve-se passar as notas para o caderno de estudos.
O aluno tem de se acostumar à síntese: aprender a apagar mentalmente palavras
e trechos menos importantes para anotar somente palavras e conceitos
fundamentais. Outros recursos: jamais anotar dados conhecidos a ponto de serem
óbvios; eliminar artigos, conjunções, preposições e usar abreviaturas. É preciso
compreender que anotações não são resumos, mas registros de dados
essenciais.”
5 – OS INTRUMENTOS DE TRABALHO
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Esses textos básicos aqui assinalados têm por finalidade única criar um
contexto, um quadro teórico geral a partir do qual se pode desenvolver a
aprendizagem. Esses textos exercem, portanto, papel meramente propedêutico1,
situando-se numa etapa provisória de iniciação. Não se trata de maneira alguma
de restringir o estudo aos manuais ou, pior ainda, às apostilas. Eles se fazem
necessários, contudo, nesse momento de iniciação, sobretudo para complementar
as exposições dos professores em classe, para servir de base de comparação com
algum texto porventura utilizado pelos professores, enfim, para fornecer o
primeiro instrumental de trabalho nas várias áreas, o vocabulário básico, os
elementos do código das várias disciplinas. Esses textos desempenham, pois, o
papel de fontes de consultas das primeiras categorias a partir das quais se
desenvolverão os vários discursos científicos. Naturalmente, à medida do avanço
e do aprofundamentos do estudo, serão progressivamente substituídos pelos
textos especializados, pelos estudos monográficos resultantes das pesquisas
elaboradas pelos vários especialistas com os quais o estudante deverá conviver
por muito tempo. Numa fase mais avançada de seus estudos, e sobretudo durante
sua vida profissional, esses textos formarão a biblioteca do estudante, lançando
as linhas mestras do seu pensamento científico organicamente estruturado. Nesse
momento, os textos introdutórios só serão utilizados para cobrir eventuais lacunas
do processo seqüencial de aprendizagem. Frise-se, porém, que, na universidade,
não se pode passar o tempo todo estudando apenas textos genéricos,
comentários e introduções, embora, pelo menos (p. 25) nas atuais condições,
iniciar o curso superior única e exclusivamente com textos especializados, sem
nenhuma propedêutica teórica, seja um empreendimento de resultados pouco
convincentes. Embora essa concepção de muitos professores universitários
decorra do esforço para criar maior rigor científico, tal prática não se recomenda
como norma geral. Seus resultados históricos são, em alguns casos, brilhantes,
mas foram obtidos com sacrifício de muitas potencialidades que se perderam
neste salve-se-quem-puder que acaba agravando a situação de discriminação e de
seleção de nosso ensino superior. O universitário deve poder passar por um
encaminhamento lógico que inicie ao pensar, por mais que o professor não goste
de executar essa tarefa. Ao professor não basta ser um grande especialista: é
preciso dar-se conta de que é também um professor e mestre,
conseqüentemente, um educador inserido numa situação histórico-cultural de um
país que não pode desconhecer. Isto não quer dizer que o professor sabe tudo:
mas que deve saber, pelo menos, conduzir os alunos a descobrirem as vias de
aprendizagem. O uso inteligente desses textos auxiliares não prejudicará, em
hipótese alguma, a qualificação do ensino
A essa altura das considerações sobre os instrumentos de trabalho de que o
estudante universitário deve munir-se, é preciso dar ênfase às revistas, as
grandes ausentes do dia-a-dia do trabalho acadêmico em nosso meio
universitário. A assinatura de periódicos especializados é hábito elementar para
qualquer estudante exigente. Tais revistas mantêm atualizada a informação sobre
as pesquisas que se realizam nas várias áreas do saber, assim como sobre a
bibliografia referente às mesmas. Em algumas áreas, acompanham essas revistas
1
Propedêutico: que serve de introdução; preliminar; que prepara para receber ensino mais completo.
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repertórios bibliográficos, outro indispensável instrumento do trabalho científico. A
função da revista enquadra-se na vida intelectual do estudante enquanto lhe
permite acompanhar o desenvolvimento de sua ciência e das ciências afins. Com
efeito, ao fazer o curso superior, o estudante é levado a tomar conhecimento de
todas as aquisições da ciência de sua especialidade, obtidas durante toda a sua
formação. Esse acervo cultural acumulado, porém, continua desenvolvendo-se
dinamicamente. Por isso, além de assimilar essas aquisições, deve passar a seguir
sua solução, que estaria a cargo dessas publicações periódicas. O mínimo que
uma revista fornece são informações bibliográficas preciosas, além de resenhas e
de outros dados sobre a vida científica e cultural. (p. 26)
Deve ser igualmente estimulada entre os universitários, de maneira incisiva,
a participação em acontecimentos extra-escolares, tais como simpósios,
congressos, encontros, semanas etc.
(...)
Quando se fala aqui desses instrumentos teóricos especializados, livros ou
revistas, considerados como base para o estudo e pesquisa dos fatos e categorias
fundamentais do saber atual, não se quer fazer apologia2 da hiperespecialização,
hermética3 e isolada. Pelo contrário, a interdisciplinaridade é um pressuposto
básico de toda formação teórica. As disciplinas não se isolam no contexto teórico:
se o curso do aluno define o núcleo central de sua especialização, é de se notar
que sua formação exigirá igualmente abertura de complementação para áreas
afins com o objetivo de ampliar o referencial teórico. Por isso é importante
familiarizar-se com o material relativo a essas disciplinas afins. Assim, não só
textos básicos, mas também revistas de áreas complementares à da sua
especialização, devem, paulatinamente e sistematicamente, ser adquiridos, na
medida do possível.
(...)
Dentre os instrumentos para o trabalho científico disponíveis atualmente,
cabe dar especial destaque aos recursos eletrônicos gerados pela tecnologia
informacional. De modo especial, cabe referir à rede mundial de computadores, a
Internet, e aos muitos (p. 27) recursos comunicacionais da multimídia, como os
disquetes e CD-ROMs.” (p. 28)
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Nome da disciplina: Leitura e Produção Carga Horária: 80 horas Semestre: 2º Grade/Ano: 2010
Textual II
Perfil docente: Licenciado em Letras e áreas afins, Titulação: Mestre, Especialista
preferencialmente, com Mestrado em Letras.
Ementa: O curso articula-se em sequências didáticas que enfocam a progressão do repertório de textos representativos de
cada modalidade, argumentação do texto e o seu planejamento, contemplando sua revisão, refacção e avaliação, inserindo,
ainda, temas políticos, sociais e econômicos contemporâneos, aderentes à área específica da carreira. Além disso, o curso
também contempla aspectos relacionados à pesquisa acadêmica, a saber: autonomia e produção acadêmica, a linguagem
científica, pensamento científico, projeto de pesquisa, organização e reconhecimento da estrutura e características de um
artigo científico.
Objetivos:
Desenvolver no aluno as competências necessárias para o planejamento de textos de diferentes; habilitar o aluno a
reconhecer os diferentes gêneros textuais; desenvolver a competência de produção de textos de vários gêneros, conforme
suas organizações macro-estruturais; tornar o aluno proficiente em ler e escrever textos argumentativos variados. No que se
refere à pesquisa: Proporcionar uma adequada formação acadêmica e profissional. Desenvolver a autonomia do corpo
discente através da motivação e participação, da conscientização e do pensamento científico. Valorizar, orientar e divulgar a
produção acadêmica discente. Educar para a cidadania.
Planograma:
1. Definição e análise de texto (revisão: identificação de tema, recorte, objetivo, idéias principais, paragrafação)
2. Descrição: definição, características e tipos de descrições. (poesia infantil)
3. Narração e descrição (distinções e análise da estrutura da narrativa); as diversas formas narrativas
4. Produção de um texto descritivo; análise de um texto narrativo (conto de fadas; narrativa infantil)
5. Dissertação: aspectos do texto dissertativo
6. Dissertação, argumentação e persuasão; tipos de argumentos. Análise de textos argumentativos
7. Leitura e análise de textos jornalísticos;
8. Produção de um texto dissertativo-argumentativo;
9. Conceito de ciência e de pesquisa.
10. A linguagem científica.
11. Principais normas de trabalhos acadêmicos: ABNT (capa, bibliografia, citação e referência)
12. Resumo e resenha (revisão)
15. Elaboração de uma resenha crítica; resumo de um texto acadêmico;
16. O projeto científico;
17. Itens de um projeto científico (tema, título, sumário, introdução, justificativa, objetivos, cronograma, referências, anexos)
18. Elaboração de projeto de pesquisa;
19. Artigo científico: estrutura e esquema;
20. Elaboração em grupo de um pré-projeto de pesquisa; Análise ou resumo de um artigo científico.
Metodologia:
Aulas expositivas, trabalhos individual e em grupo, leitura e produção de textos diversos, atividades diversificadas, reescrita
de textos dos alunos. Aulas expositivas, apresentações orais, aulas na biblioteca e laboratório de informática, exercícios
periódicos. Produção de um projeto. Fichamento de artigo.
Avaliação:
Será composta por duas notas, formadas pelo seguinte sistema de avaliação:
A1: Avaliação escrita individual + Atividades em grupo em sala de aula e fora dela
A2: Avaliação escrita individual + Seminário em grupo: elaboração e apresentação de um pré-projeto de pesquisa
Bibliografia Básica:
KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. Petrópolis:
Vozes, 1997.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2002.
Bibliografia Complementar:
BERVIAN, Pedro Alcino e CERVO, Amado Luiz. Metodologia científica. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes universitários. Petrópolis, RJ: Vozes, 1992.
GARCIA, Othon Marques. Comunicação em prosa moderna. 14. Ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988.
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APRESENTAÇÃO VISUAL DA REDAÇÃO
• O aluno deve preencher corretamente todos os itens do cabeçalho com letra legível.
• Centralizar o título na primeira linha, sem aspas e sem grifo.
• Pular uma linha entre o título e o texto para então iniciar a redação.
• Fazer parágrafos distando mais ou menos três centímetros da margem e mantê-los
alinhados.
• Não ultrapassar as margens (direita e esquerda) e também não deixar de atingi-las.
• Evitar rasuras e borrões. O erro deverá ser anulado com um traço apenas.
• Apresentar letra legível, cursiva ou de forma.
• Distinguir bem as maiúsculas das minúsculas, especialmente no uso de letra de forma.
• Não exceda o número de linhas pautadas ou pedidas como limites máximos e
mínimos.
• Escrever apenas com caneta preta ou azul. O rascunho ou esboço das idéias podem
ser feitos a lápis e rasurados. O texto definitivo não será corrigido em caso de
utilização de lápis ou caneta vermelha, verde, etc.
Lembretes
• Antes de começar a escrever, faça um esquema de seu texto, dividindo em parágrafos
as idéias que pretende expor. Isso evita repetição ou esquecimento de alguma idéia.
• Cheque se os pontos de vista que você vai defender não são contraditórios em relação
à tese.
• Não tenha preguiça de refazer seu texto várias vezes. É a melhor maneira de se
chegar a um bom resultado.
• Enquanto escreve, tenha sempre à mão um dicionário para checar a grafia das
palavras e descobrir sinônimos para evitar repetições desnecessárias.
• Escreva o que você pensa sobre o tema dado e não o que você acredita que o corretor
do texto gostaria que fosse escrito. Jamais analise os temas propostos movido por
emoções exageradas. Nunca se dirija ao leitor.
• Não escreva sobre o que você não conhece, arriscando-se a incorrer em erros e
imprecisões.
• Não use a 1a pessoa do singular ou plural; use a 3a pessoa do singular ou plural.
Abandone de vez expressões como “Na minha opinião”, “Eu acho que”, “Bom, eu...”.
• Não empregue palavras cujo significado seja desconhecido para você. Evite utilizar
noções vagas, como “liberdade”, “democracia”, “injustiça”, “conscientização”, ─ termos
que têm um significado tão amplo que chegam a não significar nada.
• Evite expressões do tipo “belo”, “bom”, “mau”, “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”,
“rico” ─ são juízos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.
• Evite o lugar-comum: frases feitas e expressões cristalizadas, como “a pureza das
crianças” e “a sabedoria dos velhos”. Há crianças e velhos de todos os tipos.
• Evite também gírias e a palavra “coisa” (procure o vocabulário adequado a cada idéia).
Não use o “etc.”, nem abrevie palavras.
• Procure não embromar, tentando preencher mais algumas linhas. Cada palavra deve
ser fundamental e informativa na redação.
• Não repita idéias tentando explicá-las melhor. Se você escrever com clareza, uma vez
só basta.
• Cuidado com o uso inadequado de conjunções. Elas podem estabelecer relações que
não existem entre as frases e tornar o texto sem nexo.
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• Se formular uma pergunta na tese, responda-a ao longo do texto. Evite interrogações
na argumentação e jamais as utilize na conclusão. Para aprofundar seus argumentos,
suas afirmações, use exemplos, fatos notórios ou históricos, conhecimentos
geográficos, cifras aproximadas e informações adquiridas através de leitura, estudo e
aquisições culturais.
• Respeite os limites indicados: evite escrever demais, pois você corre o risco de
entediar o leitor e cometer erros.
• Evite orações demasiadamente longas e parágrafos de uma só frase.
• Dê um título coerente ao assunto abordado em seu texto.
• Releia o texto depois de rascunhá-lo, para observar se você não “fugiu” ao tema
proposto.
• Passe o texto a limpo, procurando aprimorar o vocabulário.
OBSERVAÇÕES:
A) Idade - deve-se escrever por extenso até o nº 10. Do nº 11 em diante devem-se usar
algarismos;
B) Datas, horas e distâncias sempre em algarismos: 10h30min, 12h, 10m, 16m30cm, 10km
(m, h, km, I, g, kg).
C) Palavras estrangeiras - as que estiverem incorporadas aos hábitos lingüísticos devem vir
sem aspas: marketing, merchandising, software, dark, punk, status, offlce-boy, hippie, show
etc.
Por ser um conjunto de opiniões pessoais logicamente concatenadas, a redação deve ser
precisa, rigorosa. Para despertar interesse, deve ser sugestiva e original. A vulgaridade é o
nível em que a mensagem é só redundância. Vejamos os casos mais freqüentes de
vulgaridades, em que a redundância desnecessária e mesmo prejudicial informação:
1.Adjetivação excessiva
A incômoda e nociva poluição ambiental pode tornar o já problemático e atrasado Brasil uma
terra inabitável.
2. Queísmo
O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-
los não parece que seja certo.
3. Intromissão
Cultura, na minha opinião, é ...
5. “Atualidade” redundante
O sistema de disco laser , hoje, pouco acessível à maioria dos consumidores que,
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atualmente, continuam preferindo os toca-discos tradicionais. Porém, na atualidade, tem
havido um crescente interesse pela aquisição dessa recente inovação tecnológica.
6. Abstração grosseira
Porque aí nós pegamos e pensamos: para onde vai a humanidade?
9. Adjetivos cristalizados
"Silêncio mortal", "calorosos aplausos", "mais alta estima", "sol quente”, "cabelos negros
como a noite", "grande homem", séria conversa, "notável artista", "mulher fatal”, 'lábios de
mel", "dentes de pérola", "semblante carregado", "sinceros votos de feliz natal “, “merecidos
aplausos", "calorosa polêmica”, “gol espetacular", "amor inesquecível", "alma trasbordante",
“esmagadora maioria".
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Os recortes de frases devem ser feitos apenas quando se tratar de verbos-comando
como transcreva, retire etc.
• Respeite o número de linhas especificado para as suas respostas. Não seja muito
sucinto nem muito prolixo – responda de maneira que você dê conta do que está
sendo pedido.
• Todo boa resposta geralmente se inicia com traços da questão que a originou.
Ex.: Pergunta: De acordo com o texto, qual o nível financeiro daquela população?
Resposta: De acordo com o texto, o nível financeiro daquela população é muito baixo.
• Não use em suas respostas gírias e/ou construções típicas da linguagem coloquial.
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Para solucionar, ou pelo menos, amenizar as dificuldades em relação à escrita,
apresentamos uma proposta de leitura mais atenta e investigativa das questões discutidas
nos textos e do modo como elas nos são apresentadas.
1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para
observar como o texto está articulado; desenvolvido.
2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma
conclusão ou, ainda, uma falsa oposição.
3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante ( tópico frasal).
4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do
que foi pedido.
5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento
de responder à questão.
6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida
neles.
7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse, o que
escreveu.
8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia central, deve-se examinar com atenção a
introdução e/ou a conclusão.
9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento.
10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do
texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.)
COMPREENSÃO DA LEITURA
Como faço para compreender um texto?
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CONHECIMENTO DE MUNDO
_____________________________________________________
COMPREENSÃO
Redução: abordar apenas uma parte, um aspecto do texto, quebrar o conjunto, isolar o
texto do contexto;
EXEMPLO
“O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda a arte e
ciência verdadeira. Aquele que for a alheio a essa emoção, aquele que não se detém a
admirar as coisas, sentindo-se cheio de surpresas, esse já está, por assim dizer, morto e
tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora
mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo
profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreendemos apenas em
forma muito rudimentar – é essa experiência que constitui a atitude genuinamente
religiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido, pertenço aos homens
profundamente religiosos.” (Albert Einstein – como vejo o mundo)
Redução: o texto afirma que o terror fez nascer a religião; o texto afirma que a nossa
compreensão dos fenômenos é ainda muito elementar.
Contradição: o texto afirma que quem experimenta o mistério está com os olhos
fechados e não consegue compreender a natureza; o texto afirma que a experiência do
mistério é um elemento importante para a arte, não para a ciência.
COMPREENSÃO CORRETA:
• A beleza da experiência do mistério;
• A emoção do mistério como raiz da ciência e da arte;
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• O homem incapaz de sentir essa emoção está com os olhos mortos;
• A caracterização dessa vivência: saber e sentir que existe algo – belo e racional –
que compreendemos apenas rudimentarmente;
• O sentido em que o autor se considera uma pessoa religiosa (e unicamente nesse
sentido).
•
EXERCÍCIOS DE INTERPRETAÇÃO
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Laurence Stephen Lowry. Industrial River Scene
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Neste retrato diferenciado de uma região industrial da Inglaterra ― com suas chaminés
e fileiras de casas germinadas ―, o pintor inglês Lowry (que só se tornou conhecido em
1039, aos 52 anos) mostra com clareza seu estilo característico, em que a figura humana,
apesar de ser pouco mais que um traço sobre a tela, passa uma idéia de movimento e
energia surpreendentes, compondo com precisão o clima opressivo de uma cidade fabril. Seu
estilo, considerado pelos críticos: cru e totalmente individual, sem influência dos pós-
impressionistas do começo do século, nos surpreende pela contemporaneidade.
a) Avenida Paulista;
b) Centro urbano;
c) Favelas e periferia;
d) São Bernardo do Campo;
e) Porto de Santos.
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a) Para que a inclusão digital ocorra, basta que os indivíduos tenham condições de
adquirir um computador de última geração.
b) A inclusão digital favorece a inclusão social.
c) A inclusão digital compreende a disponibilização de recursos técnicos necessários à
navegação na internet o que demanda administração de recursos financeiros.
d) O custo baixo do computador certamente facilitaria o processo da inclusão.
e) Apenas a criação de recursos técnicos resolveria a questão da inclusão digital.
6) Considerando uma partida de futebol, podemos dizer que só não é linguagem não verbal:
a) os cartões amarelos e vermelhos do juiz.
b) as listras pretas das camisas dos bandeirinhas.
c) as cores quadriculadas das bandeiras dos times.
d) o som do apito do juiz.
e) os gritos de gol da torcida.
(Fonte: HTTP://forum.brasilescola.com/index.php?showtopic=38769)
Texto II
Atenção às pílulas
13) Leia o seguinte trecho de Carlos Drummond de Andrade, tirado de “Contos plausíveis”
Essas meninas
2 22
d) As alegres meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas
mulheres.
e) O uniforme as despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia.
EXERCÍCIOS
(Partes dos exercícios deste capítulo têm como fonte SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições com mais de 1700
exercícios. São Paulo: Ática, 1985.
2. Apesar de ainda faltarem alguns meses para o início do verão, faziam dias quentíssimos
como há muito não se viam.
__________________________________________________________________________
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1. Vi o desfile andando pela cidade.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
2. Trouxe um presente para o meu chefe que fez anos nesta caixa.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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PLANEJANDO O TEXTO
Antes de se escrever um texto, é importante que se faça um planejamento daquilo
que você quer comunicar. Geralmente, quando se deve escrever sobre um tema, vem um
monte de empecilhos: você acha que está sem inspiração, que não consegue encontrar uma
idéia a desenvolver, e, assim, pode até entregar um texto sem unidade, em que você apenas
juntou várias idéias.
A melhor solução é planejar o texto, evitando, dessa forma, que o que se escreve saia
desarmônico.
E como planejar? Quanto mais contato tiver com os meios de informações (TV, jornais,
revistas, rádio, livros), maior será seu conhecimento sobre os assuntos. Por isso é muito
importante que você leia constantemente, a fim de que seu “arquivo” de conhecimentos
esteja sempre cheio e atualizado. Se suas idéias forem limitadas, seu texto também o será.
Delimitação do tema
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Delimitado o tema, veja um exemplo de como planejar um texto. Tome como
parâmetro o tema “Trânsito nas grandes cidades” – observe que ele já vem delimitado: você
vai escrever sobre o trânsito, especificamente o das cidades grandes.
Com um bom número de idéias levantadas, ficará mais fácil redigir seu texto !!!.
ORGANIZANDO AS IDEIAS
Logo atrás, foram enumeradas várias idéias, porém estavam desorganizadas. Agora,
a proposta é agrupá-las, através de causas, conseqüências e soluções. Contudo, selecione
somente aquelas que possuem uma linha de pensamento, isto é, que estejam interligadas.
CAUSAS:
- Há muitos carros particulares no centro da cidade.
- As ruas não comportam o grande número de automóveis.
- O transporte coletivo não atende satisfatoriamente a população.
- Motoristas e pedestres não respeitam as leis de trânsito.
-
CONSEQUÊNCIAS:
- Engarrafamentos, poluição, barulho, estresse.
- Insatisfação do usuário, perda de tempo.
- Acidentes graves, violência.
-
SOLUÇÕES:
- Reduzir o número de veículos no centro da cidade.
- Melhorar as condições dos transportes coletivos para que a população os use
freqüentemente.
- Campanhas drásticas de educação de trânsito.
- Melhoria nas ruas, ampliando as vias de acesso rápido.
- Multar severamente os infratores.
2 25
Feito isso, veja como ficará mais fácil produzir um texto coeso e coerente:
(Partes deste capítulo foram extraídos de SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: escrevendo com prática. São
Paulo: Iglu, 1997.)
É muito comum a confusão que se faz entre título e tema. Observe a diferença e
importância desse tópico na produção do texto dissertativo.
Título: é uma vaga referência ao assunto abordado; normalmente é colocado no início do
texto.
Tema: é o assunto abordado no texto, a ideia a ser defendida.
Dependendo da proposta, podemos escolher diversos temas e títulos para o texto.
Exemplos:
Tema: Família
Título: A ditadura dos filhos
Idéia central: As famílias sofrem ultimamente com a ditadura dos filhos consumistas
que tudo pedem movidos pela onda de consumo propagada pela televisão; e os pais,
perdidos nas novas tendências educacionais, permitem que os filhos mandem e desmandem
na hora de comprar determinado produto.
Tanto o título quanto o tema poderiam ser outros, a proposta é muito ampla, permitindo
várias opções de escolha. É importante que você seja criativo na escolha do título e que não
use expressões simplórias.
EXERCÍCIOS
(Partes dos exercícios e textos deste capítulo têm como fonte SOBRAL, 1997)
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b)delimitaçã do tema;________________________________________________________
c) causas; __________________________________________________________________
d) conseqüências; ____________________________________________________________
e) introdução; _______________________________________________________________
f) conclusão._______________________________________________________________
_
Descrição objetiva:
“A cômoda era velha, de madeira escura com manchas provocadas pelo longo tempo
de uso. As três gavetas possuem puxadores de ferro em forma de conchas, nas duas laterais
há ornamentos semelhantes àqueles de esculturas barrocas, os pés são redondos e
ornamentados.”
Descrição subjetiva:
2 28
“Dona Cômoda tem três gavetas. E um ar confortável de senhora
rica. Nas gavetas guarda coisas de outros tempos, só para si. Foi sempre
assim, dona Cômoda: gorda, fechada, egoísta.”
(QUINTANA, Mário. Sapo amarelo. Porto Alegre: Mercado Aberto. 1984,
p. 37).
Observação:
Não confunda descrição e definição.
Definir é explicar a significação de um ser.
Descrever é retratar a partir de um ponto de
vista.
Descrição sensorial
A descrição sensorial, também conhecida por sinestésica, apoia-se nas sensações.
Este tipo de descrição faz com que o texto fique mais rico, forte, poético; nele o leitor interage
com o narrador e com a personagem. As sensações são:
Observe como as descrições sensoriais são trabalhadas neste belo texto da poetisa
Cecília Meireles:
NOITE
4. Que ordem é adotada? Do geral para o particular (dedutivo) ou do particular para o geral?
(indutivo)
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___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
Espaço é o lugar físico onde se passa a ação narrativa, e ambiente é o espaço com
características sociais, morais, psicológicas, religiosas, etc. Ao se descrever um ambiente
fechado, escuro, sujo, desarrumado, normalmente é sugerido um estado de angústia, ou
solidão, ou desleixo. Já os lugares abertos, claros, coloridos, sugerem felicidade, harmonia,
paz, amor. Portanto o ambiente descrito em seu texto deverá fazer com que o leitor perceba o
rumo da história. Veja um exemplo:
3 31
movimentos irascíveis, mordiam o ar, querendo morder os mosquitos. Ao
longe, para as bandas de São Pantaleão, ouvia-se apregoar: “Arroz de
Veneza! Mangas! Macajubas!” Às esquinas, nas quitandas vazias,
fermentava um cheiro acre de sabão da terra e aguardente. O
quitandeiro, assentado sobre o balcão, cochilava a sua preguiça
morrinhenta, acariciando o seu imenso e espalmado pé descalço. Da
Praia de Santo Antônio enchiam toda a cidade os sons invariáveis e
monótonos de uma buzina, anunciando que os pescadores chegavam do
mar; para lá convergiam, apressadas e cheias de interesse, as peixeiras,
quase todas negras, muito gordas, o tabuleiro na cabeça, rebolando os
grossos quadris trêmulos e as tetas opulentas.”
(AZEVEDO, Aluísio de. O Mulato. Apud Curso de Redação, Harbra. J. Miguel, p. 67.)
EXERCÍCIOS
FUNERAL
a) O texto é objetivo ou subjetivo? Justifique retirando trechos que comprovem sua opção;
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___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
b) Qual o tema do texto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
RETRATO
Cecília Meireles
a) O texto é objetivo ou subjetivo? Justifique retirando trechos que comprovem sua opção;
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________
3 33
b) Qual o tema do texto?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Obs.: a diferença entre narração e relato é que este não tem conflito. Na narração, a
personagem tem que sofrer mutação, devido ao conflito.
A narração, assim como qualquer texto, também pode ser objetiva e subjetiva (veja a
unidade DESCRIÇÃO)
Narração objetiva
Narração objetiva é aquela que costumamos ler em jornais, em livros de História etc.
Veja um exemplo:
3 34
Observe que o narrador está em terceira pessoa; não toma, pois, parte da história,
apenas relata de maneira imparcial, contando os fatos sem que sua emoção transpareça na
narrativa. Resumindo, a narração objetiva apenas informa o leitor.
Narração subjetiva
O CAJUEIRO
O cajueiro já devia ser velho quando nasci. Ele vive nas mais
antigas recordações de minha infância: belo, imenso, no alto do morro
atrás da casa. Agora vem uma carta dizendo que ele caiu.
Eu me lembro do outro cajueiro que era menor, e morreu há muito
tempo. Eu me lembro dos pés da pinha, do cajá-manga, da grande
touceira de espadas-de-são-jorge (que nós chamávamos simplesmente
“tala”) e da alta saboneteira que era nossa alegria e a cobiça de toda a
meninada do bairro porque fornecia centenas de bolas pretas para o jogo
de gude. Lembro-me da tamareira, e de tantos arbustos e folhagens
coloridas, lembro-me da parreira que cobria o caramanchão, e dos
canteiros de flores humildes, beijos, violetas. Tudo sumira; mas o grande
pé de fruta-pão ao lado da casa e o imenso cajueiro lá no alto eram como
árvores sagradas protegendo a família. Cada menino que ia crescendo ia
aprendendo o jeito de seu tronco, a cica de seu fruto, o lugar melhor
para apoiar o pé e subir pelo cajueiro acima, ver de lá o telhado das
casas do outro lado e os morros além, sentir o leve balanceio na brisa da
tarde.
No último verão ainda o vi; estava como sempre carregado de frutos
amarelos, trêmulo de sanhaços. Chovera: mas assim mesmo fiz questão
de que Caribé subisse o morro para vê-lo de perto, como quem apresenta
a um amigo de outras terras um parente muito querido.
A carta de minha irmã mais moça diz que ele caiu numa tarde de
ventania, num fragor tremendo pela ribanceira; e caiu meio de lado,
como se não quisesse quebrar o telhado de nossa velha casa. Diz que
passou o dia abatida, pensando em nossa mãe, em nosso pai, em nossos
irmãos que já morreram. Diz que seus filhos pequenos se assustaram,
mas depois foram brincar nos galhos tombados.
Foi agora, em fins de setembro. Estava carregado de flores.
(BRAGA, Rubem. Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: José Olympio Ed., 1956.)
O narrador, neste texto, conta a princípio uma história banal: a queda de um cajueiro.
No entanto, traz à tona suas recordações de infância, suas últimas visões da árvore e por fim
a ironia: apesar de ser fins de setembro, primavera, o cajueiro que estava “tombado de flores”
caiu. De forma tocante, o narrador nos faz sentir um certo sentimento de compaixão e carinho
pelo cajueiro. A narração subjetiva tem esta finalidade.
O narrador
3 35
Ao produzir um texto, você poderá fazê-lo de duas maneiras diferentes, contar uma
história em que você participa ou contar uma história que ocorreu com outra pessoa. Essa
decisão determinará o tipo de narrador a ser utilizado em seu texto.
NARRADOR EM 1a PESSOA: Conhecido também por narrador-personagem, é aquele
que participa da ação. Pode ser protagonista quando personagem principal da história, ou
pode ser alguém que presenciou o fato, estando no mesmo local.
Exemplo: Narrador-protagonista:
“Era noite, voltava sozinho para casa, o frio estava insuportável, não havia ninguém
naquela rua sombria, ouvi um barulho estranho no muro ao lado, assustei- me...”
Estrutura do Enredo
Geralmente, toda história tem um princípio (introdução), um meio (desenvolvimento), e
um fim (desfecho). Contudo, em alguns casos esta estrutura não é obedecida. Veja-se a
estrutura de uma história que apresenta começo, meio e fim:
Introdução: o autor apresenta a idéia principal, as personagens, o lugar onde vai
ocorrer os fatos.
Desenvolvimento: é a parte mais importante do enredo, é nele que o autor detalha a
idéia principal. O desenvolvimento é dividido em duas partes:
Complicação: quando há uma ligação entre os fatos levando a personagem a um conflito,
situação complicada.
Clímax: é o momento mais importante da narrativa, a situação chega em seu momento crítico
e precisa ser resolvida.
Desfecho: é a parte final, a conclusão. Nessa parte o autor soluciona todos os
conflitos, podendo levar a narrativa para um final feliz, trágico ou ainda sem desfecho
definido, deixando as conclusões para o leitor.
EXERCÍCIOS
1. Analise o enredo a seguir de acordo com os elementos do texto narrativo:
O HOMEM NU
Ao acordar, disse para a mulher:
- Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão,
vem aí o sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não
trouxe dinheiro da cidade, estou a nenhum.
- Explique isso ao homem - ponderou a mulher.
- Não gosto dessas coisas. Dá um ar de vigarice, gosto de cumprir
rigorosamente as minhas obrigações. Escuta: quando ele vier a gente
3 36
fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para ele pensar que não tem
ninguém. Deixa ele bater até cansar - amanhã eu pago.
Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para
tomar um banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto
esperava, resolveu fazer um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de
serviço para apanhar o pão. Como estivesse completamente nu, olhou
com cautela para um lado e para outro antes de arriscar-se a dar dois
passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o mármore do
parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal
seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com
estrondo, impulsionada pelo vento.
Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, depois de tocá-la,
ficou à espera, olhando ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído
da água do chuveiro interromper-se de súbito, mas ninguém veio abrir.
Na certa a mulher pensava que já era o sujeito da televisão. Bateu com o
nó dos dedos:
- Maria! Abre aí, Maria. Sou eu - chamou, em voz baixa.
Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro.
Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do elevador fechar-se, viu o
ponteiro subir lentamente os andares... Desta vez, era o homem da
televisão!
Não era. Refugiado no lanço de escada entre os andares, esperou
que o elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento,
sempre a segurar nas mãos nervosas o embrulho de pão:
- Maria, por favor! Sou eu!
Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada,
lentos, regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor,
fazendo uma pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia
executar um ballet grotesco e mal-ensaiado. Os passos na escada se
aproximavam, e ele sem onde se esconder. Correu para o elevador,
apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a empregada
passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. Ele
respirou aliviado, enxugando o suor da testa com embrulho do pão. Mas
eis que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer.
- Ah, isso é que não! - diz o homem nu, sobressaltado.
E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com
ele ali, em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido. Percebeu,
desorientado, que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu
apartamento, começava a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka,
instaurava-se naquele momento o mais autêntico e desvairado Regime
de Terror!
- Isso é que não - repetiu, furioso.
Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os
andares, obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para
ter a momentânea ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o
botão de seu andar. Lá embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes
de mais nada: “Emergência: parar.” Muito bem. E agora? Iria subir ou
descer? Com cautela desligou a parada de emergência, largou a porta,
enquanto insistia em fazer o elevador subir. O elevador subiu.
3 37
- Maria! Abre esta porta! gritava, desta vez esmurrando a porta, já
sem nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Voltou-
se, acuado, apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente
cobrir-se com o embrulho de pão. Era a velha do apartamento vizinho:
- Bom dia, minha senhora - disse ele, confuso. - Imagine que eu...
A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito:
- Valha-me Deus! O padeiro está nu!
E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha:
- Tem um homem pelado aqui na porta!
Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava:
- É um tarado!
- Olha, que horror!
- Não olha não! Já para dentro, minha filha!
Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que
era. Ele entrou como foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se
lembrar do banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora,
bateram na porta.
- Deve ser a polícia - disse ele, ainda ofegante, indo abrir. Não era:
era o cobrador da televisão.
(SABINO, Fernando. O Homem nu. 24 ed. Rio de Janeiro, Record, 1984. p. 65-8).
a) Introdução_______________________________________________________________
________________________________________________________________________
__
b) Desenvolvimento (complicação e clímax)
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
______
c) Desfecho________________________________________________________________
________________________________________________________________________
___
d) Quanto à tipologia textual, como se classifica o texto lido?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
TESTEMUNHA TRANQUILA
Stanislaw Ponte Preta
3 38
porque ele não quer que ninguém note a sua presença: logo, só pode ser
um ladrão, ou coisa assim.
Mas não era. Se fosse ladrão, estaria revistando as gavetas,
mexendo em tudo, procurando coisas pra levar. O cara – ao contrário –
parecia morar perfeitamente no ambiente, pois mesmo na penumbra se
orientou muito bem e andou desembaraçado até a poltrona, onde sentou
e ficou quieto.
- Pior que ladrão. Esse cara deve ser um assassino e está esperando
alguém chegar para matar – eu tornei a pensar e me lembro (inclusive)
que cheguei a suspirar aliviado por não conhecer o homem e – portanto –
ser difícil que ele estivesse esperando por mim. Pensamento bobo, de
resto, eu não tinha nada a ver com aquilo.
De repente, ele se retesou na cadeira. Passos no corredor. Os
passos, ou melhor, a pessoa que dava os passos, parou em frente à porta
do apartamento. O detalhe era visível pela réstia de luz que vinha por
baixo da porta. Som de chave na fechadura e a porta se abriu lentamente
e logo a silhueta de uma mulher se desenhou contra a luz. Bonita ou
feia? – pensei eu. Pois era uma graça, meus caros. Quando ela acendeu
a luz da sala é que eu pude ver. Era boa às pampas. Quando viu o cara na
poltrona ainda tentou recuar, mas ele avançou e fechou a porta com um
pontapé... e eu ali olhando. Fechou a porta, caminhou em direção à
bonitinha e pataco... tacou-lhe a primeira bolacha. Ela estremeceu nos
alicerces e pimpa... tacou outra.
Os caros leitores perguntarão: - E você? Assistindo àquilo tudo sem
tomar uma atitude?- a pergunta é razoável. Eu tomei uma atitude,
realmente. Desliguei a televisão, a imagem dos dois desapareceu e eu fui
dormir.
1. Qual o nível de linguagem usado pelo autor nos dois primeiros parágrafos (culta, coloquial,
vulgar, regional, técnica)?_____________________________________
2. E a partir do 3º parágrafo?___________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
6. O que significam “pataco” e “pimpa”?
___________________________________________________________________________
______________________________________________________________
GRAMÁTICA DE USO
(Partes dos exercícios deste capítulo têm como fonte SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições com
mais de 1700 exercícios. São Paulo: Ática, 1985.
3 39
1) Recentemente, o jornal O Estado de São Paulo publicou um texto intitulado “Eymael,
nanico também na língua portuguesa”. Leia um trecho e responda às questões:
Junto com o horário eleitoral vem o costumeiro desfile de bizarrices que toma a televisão em
nome da democracia. (...) A novidade é que agora os candidatos se fazem entender em
legendas e na linguagem de sinais. E eis que ao pé do vídeo do democrata-cristão [Eymael]
se deixam apanhar erros imperdoáveis de ortografia. No horário eleitoral da tarde estavam
“empobresse” e obcessão”. No da noite, o “empobresse” foi corrigido, mas o “obcessão” ficou.
Na turma dos nanicos que maltratam a língua pátria, está também Luciano Bivar (PSL), que
peca na concordância verbal – lançou um “acham que nós queremos se exibir” – sem falar no
senso de oportunidade (...)
I. Escolha a alternativa em que as palavras grafadas com “erros imperdoáveis” deveriam
estar escritas corretamente:
a) empobre-se e obsessão
b) empobrece e obsessão
c) empobresce e obceção
d) empobrece e obsceção
e) empobrece e obecessão
II. Escolha a alternativa em que a frase do candidato do PSL, sendo corrigida, não mais
apresenta erro:
a) Acham que nós queremos nos exibir
b) Acham que nós queremos nos exibirmos
c) Acham que nós queremos-nos exibir
d) Acham que nós queremo-nos exibir
e) Acham que nós queremos exibir
DISSERTAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO
(Partes deste capítulo foram extraídos/adaptados de SOBRAL, João Jonas Veiga. Redação: escrevendo com
prática. São Paulo: Iglu, 1997; FIORIN, José Luiz e SAVIOLI, Francisco Platão. Lições de texto: leitura e
redação. São Paulo: Ática, 2000; PACHECO, Agnelo C. A dissertação. São Paulo: Atual, 1993 e da apostila das
Profas. Adriana Soeiro e Chafiha Laszkiewsz).
O PLANEJAMENTO DO TEXTO
Uma possibilidade de planejamento de texto dissertativo é a utilização da técnica do “POR
QUÊ?”
Considere a seguinte estrutura textual:
INTRODUÇÃO: Tese + argumento 1 + argumento 2 + argumento 3
DESENVOLVIMENTO: argumento 1+ argumento 2+ argumento 3
CONCLUSÃO: Expressão inicial + reafirmação do tema + observação final
Vejamos, agora, os passos para esse tipo de planejamento textual.
4 41
Destruição: a ameaça constante
O mundo caminha atualmente para a sua própria destruição, pois tem havido inúmeros
conflitos internacionais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio
ecológico e, além do mais, permanece o perigo de uma catástrofe nuclear.
Nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros
conflitos internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das
guerras do Vietnã e da Coréia que provocaram grande extermínio. Em nossos dias,
testemunhamos conflitos que, envolvendo as grandes potências internacionais, poderiam
conduzir-nos a um confronto mundial de proporções incalculáveis.
Outra ameaça constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição
desmedida de alguns, que promovem desmatamentos e poluem as águas dos rios. Tais
atitudes contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se
transformar em um local inabitável...
Além disso, enfrentamos sério perigo relativo à utilização da energia atômica. Quer
pelos acidentes que já ocorreram e podem acontecer novamente nas usinas nucleares, quer
por um eventual confronto em uma guerra mundial, dificilmente poderíamos sobreviver diante
do poder avassalador desses sofisticados armamentos.
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade
de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo
possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos
sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais
facilmente habitado pelas gerações futuras.
(Texto adaptado de GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. São Paulo:Ed. Scipione,1988)
Dinâmica argumentativa
4 42
Quixote, Lisboa, 1998), a opinião existe antes de ser formulada. E mal formulada já entra no
debate para não convencer ninguém.
Não podemos defender a descriminalização das drogas a uma platéia de policiais sem
antes derrubar seu asco natural pela questão. Sem esse esforço prévio, nem teriam sequer
paciência em nos ouvir. Por isso, devemos criar um terreno para que se reduza a resistência
natural da platéia à nossa opinião.
Quem alimenta esperança de ser ouvido precisa transformar sua opinião em um
argumento adequado a um auditório. Por isso, precisa prever o contexto em que sua opinião
será recebida, aquele conjunto de valores e opiniões pré-concebidas já partilhado pelo
público. Sua opinião inicial deve integrar-se ao contexto de recepção.
A retórica antiga sugeria preparar o terreno antes de emitirmos diretamente nossas
opiniões. Descrever uma situação facilmente assimilada pelo ouvinte, antes de emitir pra
valer o que pretendemos. Breton batiza o recurso de "enquadramento".
Enquadrar é tentar modificar o conjunto de opiniões e valores prévios, partilhados por
quem nos ouve, para só então abrir espaço para a nossa opinião.
(Fonte: Revista Língua Portuguesa, ano iii, 29, 2008, p. 43)
Dissertação x argumentação
(ABREU, A. S., A arte de argumentar - gerenciando razão e emoção. SP: Ateliê, 1999)
A boa argumentação
A boa argumentação, portanto, é aquela que está de acordo com a situação concreta do
texto, que leva em conta os componentes envolvidos na discussão (o tipo de pessoa a quem
se dirige a comunicação, o assunto etc.).
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com manifestações de sinceridade
do autor (como eu, que não costumo mentir...) ou com declarações de certeza expressas em
fórmulas feitas (como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, afirmo com
toda a certeza etc.). Em vez de prometer, em seu texto, sinceridade e certeza, autenticidade
e verdade, o enunciador deve construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas
qualidades não se prometem, manifestam-se na ação.
A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer verdadeiro aquilo que se
diz num texto e, com isso, levar a pessoa a quem o texto é endereçado a crer naquilo que ele
diz.
Note que o autor foi enumerando e explicitando cada item de seus argumentos.
Veja que o autor confrontou duas idéias para defender a idéia central.
4 45
crianças morrerem por doenças facilmente curáveis ou de inanição. Nossos governantes
devem dar condições para que a população menos favorecida tenha direito à vida.”
DEFEITOS DE ARGUMENTAÇÃO
Os principais defeitos que podem aparecer e comprometer a legitimidade do argumento são:
o Emprego de noções confusas;
o Emprego de noções de totalidade indeterminada;
o Utilização de conceitos e afirmações genéricos;
o Uso de conceitos que se contradizem entre si;
o Instauração de falsos pressupostos;
o Emprego de noções semiformalizadas;
o Defeitos pelo exemplo, pela ilustração ou pelo modelo:
o Dados falsos
generalização indevida
distância entre o fato narrado e a conclusão
disparidade entre relato e conclusão
exemplos inconsistentes
o Uso inadequado da linguagem;
o Problemas de acentuação gráfica;
o Falta ou excesso de sinais de pontuação;
o Erro ao grafar as palavras;
4 46
o Emprego incorreto da crase;
o Problemas de concordância;
o Erros de regência;
o Sintaxe de colocação;
o Sintaxe dos pronomes;
o Problemas de conjugação verbal;
o Diversidade vocabular - preciosismos e impropriedades.
DISSERTAÇÃO SUBJETIVA
Nas páginas anteriores, lemos textos cuja temática foi escrita objetivamente. Vejamos
como pode se desenvolver uma dissertação subjetiva. Nela, o autor tem por objetivo comover
o leitor, despertar-lhe alguma emoção. Diferente da dissertação objetiva, a subjetiva
apresenta um texto mais leve, carregado de impressões pessoais do autor, a linguagem é
trabalhada com delicadeza e lirismo, muito próxima da linguagem poética. Exemplo:
DA SOLIDÃO
4 47
Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão. Basta que em
redor delas se arme o silêncio, que não se manifeste aos seus olhos
nenhuma presença humana, para que delas se apodere imensa angústia:
como se o peso do céu desabasse sobre a sua cabeça, como se dos
horizontes se levantasse o anúncio do fim do mundo.
No entanto, haverá na terra verdadeira solidão? Não estamos todos
cercados por inúmeros objetos, por infinitas formas da Natureza, e o
nosso mundo particular não está cheio de lembranças de sonhos, de
raciocínios, de idéias, que impedem uma total solidão?
Tudo é vivo e tudo fala, em redor de nós, embora com a vida e voz
que não são humanas, mas que podemos aprender a escutar, porque
muitas vezes essa linguagem secreta ajuda a esclarecer o nosso próprio
mistério. Como aquele Sultão Mamude, que entendia a fala dos pássaros,
podemos aplicar toda a nossa sensibilidade a esse aparente vazio de
solidão: e pouco nos sentiremos enriquecidos.
Pintores e fotógrafos andam em volta dos objetos à procura de
ângulos, jogos de luz, eloqüência de formas, para revelarem aquilo que
lhe parece não só o mais estático dos seus aspectos, mas também o mais
comunicável, o mais rico de sugestões, o mais capaz de transmitir aquilo
que excede os limites físicos desses objetos, constituindo, de certo
modo, seu espírito e sua alma.
Façamo-nos também desse modo videntes: olhemos devagar para a
cor das paredes, o desenho das cadeiras, a transparência das vidraças,
os dóceis panos tecidos sem maiores pretensões. Não procuremos neles
a beleza que arrebata logo o olhar, o equilíbrio de linhas, a graça das
proporções: muitas vezes seu aspecto – como o das criaturas humanas –
é inábil e desajeitado. Mas não é isso que procuramos, apenas: é o seu
sentido íntimo que tentamos discernir. Amemos nessas humildes coisas a
carga de experiências que representam, e a repercussão, nelas sensível,
de tanto trabalho humano, por infindáveis séculos.
Amemos o que sentimos de nós mesmos, nessas variadas coisas, já
que, por egoístas que somos, não sabemos amar senão aquilo em que
nos encontramos. Amemos o antigo encantamento dos nossos olhos
infantis, quando começavam a descobrir o mundo: as nervuras da
madeira, com seus caminhos de bosques e ondas e horizontes; o desenho
dos azulejos; o esmalte das louças; os tranqüilos, metódicos telhados...
Amemos o rumor da água que corre, os sons das máquinas, a inquieta
voz dos animais, que desejaríamos traduzir.
Tudo palpita em redor de nós, e é como um dever de amor
aplicarmos o ouvido, a vista, o coração a essa infinidade de formas
naturais ou artificiais que encerram seu segredo, suas memórias, suas
silenciosas experiências. A rosa que se despede de si mesma, o espelho
onde pousa o nosso rosto, a fronha por onde se desenham os sonhos de
quem dorme, tudo, tudo é um mundo com passado, presente, futuro,
pelo qual transitamos atentos ou distraídos. Mundo delicado, que não se
impõe com violência: que aceita a nossa frivolidade ou o nosso respeito;
que espera que o descubramos, sem se anunciar nem pretender
prevalecer; que pode ficar para sempre ignorado, sem que por isto deixe
4 48
de existir; que não faz da sua presença um anúncio exigente “Estou aqui!
estou aqui!”. Mas, concentrado em sua essência, só se revela quando os
nossos sentidos estão aptos para o descobrirem. E que em silêncio nos
oferece sua múltipla companhia, generosa e invisível.
Oh! se vos queixais de solidão humana, prestai atenção em redor de
vós, a essa prestigiosa presença, a essa copiosa linguagem que de tudo
transborda, e que conversará convosco interminavelmente.
(Cecília Meireles. Escolha Seu Sonho. Rio de Janeiro: Record, p. 35-38.)
b) “A mítica brasileira procede de três fontes étnicas: influência negra, abrangendo a área da
cana-de-açúcar, da mineração e grande parte da cafeeira; influência indígena, envolvendo o
extremo norte e o oeste, isto é, a Amazônia Legal; e influência branca, predominantemente
no sul do país. Note a presença da Ecologia Humana.
(J.C. Rossato. Rev. Pau-Brasil, no. 11)
a) “De certa maneira, instintivamente, se conhece a ação das cores. Ninguém associa
emoções fortes, que fazem disparar o coração, com tonalidades suaves e, muito menos,
escuras. A paixão, por exemplo, é eternamente simbolizada por corações vermelhos. Já
quando se está desanimado, a tendência é usar roupas de cores frias. Nas pesquisas
sobre preferências de cores, invariavelmente a maioria das pessoas que vive em grandes
cidades escolhe o azul – talvez numa busca nostálgica de tranqüilidade”.
_____________________________________________________________________
5 50
e) “De acordo com a comunidade, a oposição linguagem do homem/linguagem da mulher
pode determinar diferenças sensíveis, em especial no campo do vocabulário, devido a certos
tabus morais (que geram os tabus lingüísticos). Essa oposição, no entanto, vem perdendo,
gradativamente, sua significação, em especial nas grandes cidades, onde os meios de
comunicação de massa (também o teatro em proporção menor) e a transformação dos
costumes e padrões morais (atividades exercidas pela mulher fora do lar; novas profissões;
condições culturais mais recentes como, por exemplo, os colégios mistos, os movimentos
feministas, etc.) têm exercido um papel nivelador importante.
(Dino Pretti, Sociolingüística – Os níveis da fala)
________________________________________________________________________
f) “É provável que minhas palavras incomodem as leitoras da Super que estão folheando a
revista ao lado de seus rechonchudos bebês. Ou mesmo desperte a sanha dos cristãos mais
fervorosos que lembrarão a célebre frase bíblica ‘crescei e multiplicai-vos’. Acontece que
quando tal frase foi dita, a humanidade vivia num mundo completamente diferente. Ainda não
havia recenseamento populacional preciso e a Terra parecia pronta para receber todos que
aqui chegassem. Hoje, isso não é mais verdade. Dados internacionais mostram que há mais
de seis bilhões de seres humanos sobre o planeta. O pior é que, em 2050, esse número deve
saltar para nove bilhões. Ou seja, em pouco menos de 50 anos, adicionaremos no planeta a
metade da população que temos hoje – e não custa nada lembrar que levamos cerca de
100.000 anos para atingir esse número.
(GIMENEZ, Karen. In: Superinteressante, set. 2002)
____________________________________________________________
g) “Os regimes autoritários odeiam quem escreve, esta é a verdade (...). No Marrocos, por
exemplo, o poeta e crítico literário Abdelkader Chaoui foi condenado a 20 anos de prisão por
‘conspirar contra a segurança do Estado’. Na Jordânia, o escritor Mazin Abd al-Wahid al-
As’ad recebeu pena de 3 anos por ‘pertencer a uma organização ilegal’. (...) No México, o
jornalista Jorge Enrique Hernandez Aguilar está preso em Chiapas, desde maio de 1986, por
seu envolvimento, como jornalista, em protestos de camponeses. (...) Mas a prisão não é o
único mal que se abate sobre esta gente odiada – e temida também – pelos inimigos da
liberdade. Há o medo, a intimidação, a tortura”.
(Rodolfo Konder, O Estado de S.Paulo, 5/2/88)
________________________________________________________________________
DROGA PESADA
5 51
na mão do fornecedor por duas décadas; 20 cigarros por dia, às vezes
mais.
Fiz o curso de Medicina fumando. Naquela época, começavam a
aparecer os primeiros estudos sobre os efeitos do cigarro no organismo,
mas a indústria tinha equipes de médicos encarregados de contestar
sistematicamente qualquer pesquisa que ousasse demonstrar a ação
prejudicial do fumo. Esses cientistas de aluguel negavam até que a
nicotina provocasse dependência química, desqualificando o sofrimento
da legião de fumantes que tentam largar e não conseguem.
Nos anos 1970, fui trabalhar no Hospital do Câncer de São Paulo.
Nesse tempo, a literatura científica já havia deixado clara a relação entre
o fumo e diversos tipos de câncer: de pulmão, esôfago, estômago, rim,
bexiga e os tumores de cabeça e pescoço. Já se sabia até que, de cada
três casos de câncer, pelo menos um era provocado pelo cigarro. Apesar
do conhecimento teórico e da convivência diária com os doentes,
continuei fumando.
Na irresponsabilidade que a dependência química traz, fumei na
frente dos doentes a quem recomendava abandonar o cigarro. Fumei em
ambientes fechados diante de pessoas de idade, mulheres grávidas e
crianças pequenas. Como professor de cursinho, durante quase 20 anos,
fumei nas salas de aula, induzindo muitos jovens a adquirir o vício.
Quando me perguntavam: “Mas você é cancerologista e fuma?, eu ficava
sem graça e dizia que iria parar. Só que esse dia nunca chegava. A droga
quebra o caráter do dependente.
A nicotina é um alcalóide. Fumada, é absorvida rapidamente nos
pulmões, vai para o coração e através do sangue arterial se espalha pelo
corpo todo e atinge o cérebro. No sistema nervoso central, age em
receptores ligados às sensações de prazer. Esses, uma vez estimulados,
comunicam-se com os circuitos de neurônios responsáveis pelo
comportamento associado à busca do prazer. De todas as drogas
conhecidas, é a que mais dependência química provoca. Vicia mais do
que álcool, cocaína e morfina. E vicia depressa: de cada dez adolescentes
que experimentam o cigarro, quatro vezes, seis se tornam dependentes
para o resto da vida.
A droga provoca crise de abstinência insuportável. Sem fumar, o
dependente entra num quadro de ansiedade crescente, que só passa com
uma tragada. Enquanto as demais drogas dão trégua de dias, ou pelo
menos de muitas horas, ao usuário, as crises de abstinência da nicotina
se sucedem em intervalos de minutos. Para evitá-las, o fumante precisa
ter o maço ao alcance da mão; sem ele, parece que está faltando uma
parte do corpo. Como o álcool dissolve a nicotina e favorece sua excreção
por aumentar a diurese, quando o fumante bebe, as crises de abstinência
se repetem em intervalos tão curtos que ele mal acaba de fumar um, já
acende outro.
Em 30 anos de profissão, assisti às mais humilhantes
demonstrações do domínio que a nicotina exerce sobre o usuário. O
doente tem um infarto do miocárdio, passa três dias na UTI entre a vida
e a morte e não pára de fumar, mesmo que as pessoas mais queridas
implorem. Sofre um derrame cerebral, sai pela rua de bengala
5 52
arrastando a perna paralisada, mas com o cigarro na boca. Na vizinhança
do Hospital do Câncer, cansei de ver doentes que perderam a laringe por
câncer, levantarem a toalhinha que cobre o orifício respiratório aberto no
pescoço, aspirarem e soltarem a fumaça por ali.
Existe uma doença, exclusiva de fumantes, chamada tromboangeíte
obliterante, que obstrui as artérias das extremidades e provoca necrose
dos tecidos. O doente perde os dedos do pé, a perna, uma coxa, depois a
outra, e fica ali na cama, aquele toco de gente, pedindo um cigarrinho
pelo amor de Deus.
Mais de 95% dos usuários de nicotina começaram a fumar antes dos
25 anos, a faixa etária mais vulnerável às adições. A imensa maioria
comprará um maço por dia pelo resto de suas vidas, compulsivamente.
Atrás desse lucro cativo, os fabricantes de cigarro investem fortunas na
promoção do fumo para jovens: imagens de homens de sucesso,
mulheres maravilhosas, esportes radicais e a ânsia de liberdade. Depois,
com ar de deboche, vêm a público de terno e gravata dizer que não têm
culpa se tantos adolescentes decidem fumar.
O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim
como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína
façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de
publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os
desobedientes, cadeia.
(Drauzio Varella, In: Folha de S. Paulo, 20.05.2000)
a) Dr. Varella inicia seu texto apresentando-se como um “ex-dependente da nicotina”. Por que
faz isso? Qual é a sua intenção com essa apresentação inicial?
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___________________________________________________________________________
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b)O fato de se apresentar como médico apenas depois de ter se apresentado como ex-
fumante é importante para a argumentação que ele constrói em seu texto? Por quê?
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_______________________________________________________________
c) Qual é a relação que o médico estabelece, em seu texto, entre a propaganda tabagista e
a juventude?
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5 53
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e) Quais os argumentos utilizados pelo autor para defender seu ponto de vista e como se
classificam?
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GRAMÁTICA DE USO
(Partes dos exercícios deste capítulo têm como fonte SAVIOLI, Francisco Platão. Gramática em 44 lições com
mais de 1700 exercícios. São Paulo: Ática, 1985.
2) Até hoje as buscas de dietas individualizadas não produziu grandes resultados justamente
porque elas ignoravam a identidade genética das pessoas. O médico Peter D’Adamo sugeriu
em 1996 uma dieta que fez furor por receitar comidas de acordo com o tipo sangüíneo. Anos
mais tarde o americano Michael Roizen, da Universidade de Chicago, passou a prescrever
dietas de acordo com a idade biológica dos obesos, que nem sempre coincide com a idade
que consta na carteira de identidade. Roizen chamou seu regime de dieta da idade
verdadeira. Apesar dos cálculos complicados que propunha, essa dieta se resumia, no fundo,
à reeducação alimentar.
(Fonte: Veja, 14/5/2003)
I Para evitar repetição, num trecho curto, “de acordo” poderia ser melhor aplicado, na terceira
frase, por:
a) pela:
b) entendendo;
c) vendo;
d) olhando;
e) conforme.
II. As palavras e expressões grifadas no texto podem ser substituídas pelo grupo a seguir,
sem prejuízo da comunicação:
a) procuras - exatamente – a qual;
b) necessidades – bem porque – na qual;
c) procuras – exatamente –em que;
5 54
d) procuras – bem – em que;
e) necessidades – exatamente – em que.
TEXTOS JORNALÍSTICOS
Nota
Notícia que se caracteriza pela brevidade do texto. Pequena notícia que se destina à
informação rápida.
Notícia
Deve ser recente, inédita, ligada à realidade, objetiva, de interesse público, os fatos
relatados devem estar próximos do público, provocar impacto, ter interesse pessoal e
humano, ser relevantes para a sociedade, ser originais.
Reportagem
Enquanto a notícia sintetiza o fato e pode ser ou não ampliada, a reportagem trata de
assuntos não necessariamente relacionados a fatos novos. Na reportagem, busca-se certo
conhecimento do mundo, o que inclui investigação e interpretação. A reportagem exige
conhecimento de antecedentes, adição de minúcias complementares à notícia e adequação
da linguagem ao leitor. Exemplo:
Artigo
Tipo de texto em que prevalece uma opinião pessoal baseada em análise da situação
ou dos fatos. Se consistente, apresenta naturalidade, densidade e concisão. Em geral, o
artigo procura explicar um fato, e sua motivação apóia-se no desejo do jornalista em informar,
ou interpretar, ou convencer/persuadir. O artigo, como opinião pessoal, vem assinado pelo
autor.
Editorial
5 55
Texto jornalístico que analisa um assunto de forma valorativa, a partir do ponto de vista
da empresa jornalística. Há certo dogmatismo em todo editorial que, em conseqüência, é
marcado pela adjetivação, por juízos de ponderação, reclamação ou indignação. O texto não
é assinado, pois reflete a opinião do veículo de comunicação.
Carta do leitor
Neste tipo de texto jornalístico, é o receptor – o leitor do jornal, da revista – quem se
manifesta e dá sua opinião sobre qualquer fato anunciado ou comentado pelo veículo de
comunicação.
Crônica
Tipo de texto jornalístico que se caracteriza particularmente pelo estilo descontraído
que a faz situar entre o jornalismo e a literatura. De um lado, o jornalista interessa-se pela
atualidade da informação (o termo crônica provém de cronos, que significa tempo); de outro,
tem em vista superar a fugacidade da notícia e, portanto, ultrapassar os fatos.
Tradicionalmente, crônica é relato de fatos dispostos em ordem cronológica.
Cartum (do inglês cartoon) - "Desenho caricatural que apresenta uma situação humorística,
utilizando, ou não, legendas." (Aurélio). Retrata de forma sintética algo que envolve o
cotidiano de uma sociedade.
Charge - Representação pictórica, de caráter burlesco e caricatural, em que se satiriza um
fato específico, em geral de caráter político e que é do conhecimento público.
Tira - Segmento de uma história em quadrinhos, usualmente constituído de uma única faixa
horizontal, contendo três ou quatro quadros.
História em quadrinhos - Arte de narrar uma história através de seqüência de desenhos e
legendas dispostos em quadros.
Além desses textos, existem, nos veículos jornalísticos, muitos outros tipos, tais como:
entrevista (divulga-se informações sobre o entrevistado, na forma de perguntas e respostas),
anúncios publicitários ou institucionais, classificados (anúncios e diversão), horóscopo,
Palavras Cruzadas, Sudoku, etc.
EXERCÍCIOS
A ÚLTIMA CRÔNICA
5 56
de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu
disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de
ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do
acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma
criança ou num incidente doméstico, torno-me simples espectador e
perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e
tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança:
“assim eu queria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem
assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os
assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se numa
das mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da
humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acentuar pela
presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda
arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa
balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidades
ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a
instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que
se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que
discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás
na cadeira, e aponta no balcão num pedaço de bolo sob a redoma. A mãe
limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse
a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e
depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados,
a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o
garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha
a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho – um bolo simples
amarelo escuro, apenas uma pequena fatia triangular.
A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de coca-cola
e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a
comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa a
um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante,
retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos e espera. A
filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os
observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta
caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a coca-cola, o pai
risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a
menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as
chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada,
cantando num balbucio, a que os pais juntam, discretos: “ parabéns pra
você, parabéns pra você...” Depois a mãe recolhe as velas, torna a
guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas
mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com
ternura – ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que
lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se
convencer intimamente do sucesso da celebração. De súbito, dá comigo a
observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido
5 57
vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim
se abre num sorriso.
Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como
esse sorriso.
1) Todos ficam sempre atentos quando se fala de mais um casamento de Elizabeth Taylor.
Casadoura inveterada, a atriz já está em seu oitavo casamento. Agora, diferentemente das
vezes anteriores, seu foi com um homem do povo que ela encontrou numa clínica para
tratamento de alcoólatras, onde ela também estava. Com toda pompa, o casamento foi
realizado na casa do falecido cantorn Michael Jackson, e a imprensa ficou proibida de
assistir ao evento. Ninguém sabe se será seu último casamento.
(Fonte: Istoé,s.d.)
Tipo: _____________________________________________
a) Quem; ___________________
b) O quê; ; ___________________
c) Onde; ; ___________________
d) Quando; ; ___________________
e) Como; ; ___________________
f) Por quê? ; ___________________
3) EUTANÁSIA
a) Quem;____________________
b) O quê; ____________________
c) Onde; ____________________
d) Quando;__________________
e) Como;____________________
Tipo: ____________________________________________________
Responda:
a) Quem; ; ___________________
b) O quê; ; ___________________
c) Onde; ; ___________________
d) Quando; ; ___________________
e) Como; ; ___________________
f) Por quê; ___________________
5 59
Cientistas britânicos anunciaram nesta terça-feira que conseguiram
criar em laboratório um fígado humano em miniatura, medindo menos de
três centímetros. O mini órgão, na verdade parte do tecido de um fígado
normal, foi reproduzido artificialmente a partir de células-tronco de um
cordão umbilical, por uma equipe de pesquisadores da Universidade de
Newcastle, Inglaterra.
Segundo os cientistas, o tecido poderá ser utilizado para testar
drogas e produtos farmacêuticos, o que evitaria o emprego de cobaias
humanas ou animais neste processo. Em algumas décadas, eles
acreditam, será possível reproduzir um fígado de tamanho real, para ser
usado em transplantes.
Os coordenadores da pesquisa, Nico Ferraz e Colin McGuckin,
disseram que, em 10 ou 15 anos, a técnica que eles utilizaram poderá ser
aplicada na recuperação de partes do fígado de pacientes doentes. O
tecido foi criado com um chamado biorreator, equipamento desenvolvido
pela Nasa para simular a ausência de gravidade. O efeito da falta de
peso permite que as células se reproduzam a um ritmo mais acelerado.
O professor Ian Gilmore, especialista em fígados no Royal Liverpool
Hospital, levantou também o aspecto ético do estudo. "Os pesquisadores
conseguiram criar o fígado a partir do sangue colhido no cordão
umbilical, sem precisar de embriões. Isso é um grande avanço ético",
afirmou o professor à BBC.
No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a
ciência possa reproduzir um fígado inteiro. De acordo com Gilmore, "o
fígado tem seu próprio fornecimento de sangue, seu próprio esqueleto fibroso, e os
pesquisadores estão apenas produzindo células individuais de fígado.
Mas qualquer coisa que dê esperança aos pacientes que aguardam um
transplante, mesmo em um período de dez anos, é motivo para
celebração", disse.
(Copyright © Editora Abril S.A. - todos os direitos reservados Fonte: Revista Veja On
line http://vejaonline.abril.com.br. 31.10.2006)
Tipo:________________________________________________________
Responda:
a) Quem; ; ___________________
b) O quê; ; ___________________
c) Onde; ; ___________________
d) Quando; ; _________________
e) Como; ; ___________________
f) Por quê? ; ___________________
g) Qual a diferença entre esta reportagem e a notícia lida acima? ; ___________________;
___________________
h) Qual o tema? ; ___________________
i) Qual o tema delimitado? ; ___________________
5) MACONHA
6 60
A maconha (Cannabis sativa) foi provavelmente a primeira planta que o homem usou
para fabricar fibras e também – a carne é fraca – para embriagar-se. Ao que tudo indica, ela
surgiu no norte do Himalaia. Escritos antigos apontam que já em 2.800 a.C. os chineses a
utilizavam. Há indícios de que a planta já era conhecida na Pré-História.
A erva rapidamente se popularizou. Na Índia é conhecida como “bhang”, “charas” ou
“ghanga”; no Egito e Ásia Menor, haxixe; no norte da África é “kif”. O português “maconha”
vem do quimbundo (língua banto africana) “ma’kaña” (erva santa).
A fértil imaginação dos brasileiros e africanos criou uma rica lista de sinônimos para
designar essa variedade de cânhamo: liamba, aliamba, diamba, riamba, bagulho, benge,
birra, dirígio, erva, fuminho, fumo, fumo-de-angola, mato, pango, soruna, manga-rosa, massa,
tabanagira. Há o mais universal, marijuana.
Apesar de antigo, o hábito de embriagar-se com “Cannabis sativa” muitas vezes foi
visto com maus olhos. Um grupo de cruzados europeus teve de enfrentar – com pouco
sucesso, acredita-se – uma seita islâmica bastante valorosa em combate. Eram os
“hashshsshin” (“bebedores de haxixe”). Atribuindo a ferocidade da seita à droga, os europeus
retornaram em menor número à sua terra natal e trouxeram de quebra a palavra “assassino”.
A ideia do Ministério da Saúde de liberar o mais importante
princípio ativo da Cannabis sativa, o tetrahidrocanabinol (THC), para uso
medicinal – em que pese os resultados frustrantes do seminário de
ontem – é mais do que oportuna.
Os próprios EUA, os inimigos número 1 do tráfico, já incluíram o THC
em sua farmacopéia. A ONU, sobre recomendação da OMS, retirou o THC
da lista 1 – a das drogas proscritas – para incluí-lo no rol dos
medicamentos controlados.
A droga já revelou grande valor no combate às náuseas e vômitos
dos pacientes de câncer submetidos a sessões de quimioterapia.
Também está comprovada sua ação no tratamento de glaucoma. Estudos
ainda inconclusivos indicam que o THC pode ter algum valor terapêutico
para epilépticos.
Permitir que médicos recomendem a seus pacientes que procurem
um traficante para obter uma droga que pode fazer bem à sua saúde ou
melhorar a sua qualidade de vida é um contra-senso. A liberação do THC
como substância médica controlada é um imperativo. A morfina,
estupefaciente do grupo das opiáceas muito mais poderoso que o THC,
circula pelos hospitais sem que isso se tenha transformado num
problema de saúde pública.
Seria ridículo que falsos moralistas e a hipocrisia impedissem que
uma droga que pode ajudar muitos seja comercializada legalmente.
(Folha de S. Paulo, s.d.)
Tipo:___________________________________________________________
6) Como se classifica a figura abaixo, quanto a texto jornalístico?
6 61
R.: ________________________________________________________
a) Qual é o tema
da reportagem?
b) O texto apresenta
um ponto de vista
de quem?
c) Os argumentos
usados são convincentes?
Para quem?
6 62
primeira frase deve explicar o tema do artigo, dando-se preferミncia ao uso da terceira
pessoa do singular e do verbo na voz ativa. Embora o artigo possa ter sido escrito por
v‡rios autores, a primeira pessoa do plural (n—s) n‹o deve ser utilizado. Deve-se, ainda,
evitar o uso de frases negativas, s’mbolos, equaヘ›es, tabelas, quadros etc no resumo.
Quanto ˆ extens‹o do resumo, geralmente, Ž estipulado pelo peri—dico, porŽm quando
n‹o, pode estar entre 250 (valor mais utilizado) a 500 palavras.
Palavras-chaves: cada peri—dico explicita a quantidade de palavras-chaves, podendo
variar de trミs a cinco palavras, que representem o artigo como um todo.
ABSTRAT (inglミs), RESUMEN (espanhol) ou RESUME (francミs)
Geralmente Ž obrigat—rio em peri—dicos de divulgaヘ‹o internacional, sendo o pr—prio
resumo, elaborado em l’ngua estrangeira, a ser indicado, pelo peri—dico, qual a l’ngua de
preferミncia. Quando n‹o ficar claro essa explicitaヘ‹o, geralmente Ž escrito em inglミs.
Keywords (inglミs), Palabras clave (espanhol) ou Mots-clŽs (francミs)
1Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente (UFC), Especialista em Responsabilidade Social (FIC) e
graduada em Qu’mica Industrial (UFC). E-mail: laudemira@yahoo.com.br
Aqui, deve constar um breve curr’culo do(s) autor(es) contendo, inclusive, o e-mail para contato. Cabe uma
observaヘ‹o quanto ao nœmero de autores por artigo cient’fico. Alguns peri—dicos limitam esse nœmero para, no
m‡ximo, quatro autores, sendo importante, antes do envio de qualquer trabalho, conhecer o nœmero aceito de
autores por trabalho.
Estrutura e regras para elaboraヘao de artigos cientificos
2
1 INTRODUÇÃO
A introduヘ‹o precisa ser bem elaborada para prender o seu leitor quanto a
assunto a ser abordado, seja esse leitor leigo, ou n‹o, no assunto. Assim, a norma 6022
(2003) esclarece que deve constar a delimitaヘ‹o do assunto e finalizar com os objetivos
da pesquisa.
Dusilek (1983 apud Costa, 2003) sugere que a introduヘ‹o contenha o assunto a
ser tratado, delimitando-o, justificando-o e por fim esclarecendo os objetivos da pesquisa
e hip—teses, caso tenham.
Mesmo sendo a introduヘ‹o um dos primeiros elementos a ser visualizado pelo
leitor, Costa (2003) recomenda que deve ser um dos œltimos a ser elaborado para n‹o
haver desacertos entre o que foi introduzido e desenvolvido, principalmente com relaヘ‹o
a conclus‹o, fator a ser analisado para aceite nos peri—dicos.
Este breve texto pretende demonstrar a estrutura b‡sica necess‡ria de um artigo
cient’fico, como tambŽm conhecer algumas das principais regras da ABNT utilizadas.
2 DESENVOLVIMENTO
“Os t’tulos sevem de eixo tem‡tico, e as idŽias mestras dos par‡grafos a serem
redigidas formam os elementos delineadores do esquema da composiヘ‹o.” (COSTA,
2003, p. 54).
As seヘ›es secund‡rias tais como o 2.1, acima, devem ser em letras maiœsculas e
minœsculas, em negrito, porŽm as demais seヘ›es, em letras normais e sem qualquer
destaque e todas alinhadas a esquerda (NBR 14724, 2002):
2 INTRODUÇÃO (tamanho 14 e em destaque)
6 63
[Dois espaヘos duplos entre o fim de uma seヘ‹o e o in’cio de outra]
Estrutura e regras para elaboraヘao de artigos cientificos
3
2.1.1 Tamanho da letra nos t’tulos (tamanho 12 e sem destaque)
Quanto ˆs regras de formataヘ‹o do texto, geralmente, usa-se papel A4, com
margens superior e esquerda 3 cm e inferior e direita 2 cm. PorŽm, sempre Ž bom
verificar as regras estipuladas por cada peri—dico.
2.1.1 Ilustraヘ›es e tabelas
Existem diferenヘas entre ilustraヘ›es (quadros, fotos, mapas, desenhos,
diagramas, gr‡ficos etc) e tabelas. As ilustraヘ›es recebem a denominaヘ‹o de figuras com
numeraヘ‹o seqüencial e situam-se, em sua identificaヘ‹o, o t’tulo na parte inferior da
figura e a fonte logo abaixo, em letra tamanho 10:
Figura 01: As diversas relaヘ›es ecol—gicas
Fonte: a partir de Foladori (2001)
Figura 1: As diversas relaヘ›es ecol—gicas
Fonte: adaptaヘ‹o de Foladori (2001)
Algumas pessoas confundem tabelas com quadros, porŽm nos quadros constam
textos e dados, sendo utilizado em dados qualitativos, fechando todas as cŽlulas.
Enquanto que as tabelas possuem somente dados numŽricos sendo, sua estrutura,
delimitada, na parte superior e inferior, por traヘos mais grossos e abertos, pelos traヘos
verticais, nos extremos da tabela. Vejam o exemplo abaixo:
Tabela 1 – Orヘamento da pesquisa do mestrado
ESPECIFICA‚ÌO VALOR TOTAL (R$)
Material bibliogr‡fico
Livros 2.000,00
Pesquisa de campo
Passagens de ™nibus
Di‡rias nas pousadas
Aplicaヘ‹o do question‡rio
350,00
300,00
500,00
TOTAL 3.150,00
SERES
VIVOS
MEIO ABIîTICO CONGæNERES
OUTRAS ESPÉCIES VIVAS
TêTULO DA TABELA
Estrutura e regras para elaboraヘao de artigos cientificos
4
Fonte: Pesquisa do autor
I – As unidades foram constru’das com verbas do munic’pio. (NOTA)
1 – Os livros s‹o todos de origem estrangeiras. (Chamadas)
O IBGE disponibiliza algumas das principais regras de tabelas para os
pesquisadores que trabalhem com dados quantitativos.
2.1.2 Entendendo as citaヘ›es
Uma das maiores dœvidas, na elaboraヘ‹o de um artigo, Ž saber citar os autores
que junto com o pesquisador d‹o credibilidade ao seu pensamento. De forma geral,
existem dois tipos de citaヘ›es:
� Direta, quando se transcreve, tal qual, como consta no livro ou texto retirado;
� Indireta, quando se utiliza o pensamento l—gico do autor, porŽm com outras
palavras.
AlŽm dessa classificaヘ‹o as citaヘ›es diretas podem tambŽm serem:
� Longas, quando o conteœdo a ser transcrito passa de trミs linhas. Nesse caso,
deve-se fazer um recuo de 4 cm, a partir da margem esquerda, por fonte 10,
justificado, com espaヘamento simples e sem aspas, alŽm de colocar, entre
parミnteses, o sobrenome do autor (em caixa alta), ano e p‡gina que o conteœdo
foi extra’do;
Os seres vivos, como organismos biol—gicos e sociedades equipadas com
determinadas bagagens culturais, possuem um comportamento e um instrumental
para transformar o meio ambiente de forma qualitativamente diferente daquela
usada pelo restante dos seres vivos (FOLADORI, 2001, p. 61).
As citaヘ›es diretas devem ser escritas inclusive com os poss’veis erros gramaticais
6 64
encontrados, n‹o permitindo nenhum tipo de correヘ‹o. PorŽm, ap—s a frase citada, podese
escrever [sic] que significa tal qual est‡ escrito, servindo para enfatizar algum
absurdo, principalmente, gramatical.
RODAPƒ DA TABELA
[ 4 cm]
[espaヘo duplo]
[espaヘo duplo]
Estrutura e regras para elaboraヘao de artigos cientificos
5
� Curtas, quando o conteœdo Ž de atŽ trミs linhas. Aqui, inserem-se as aspas e a
frase fica dentro do contexto do autor. Caso tenha supress›es necessita por [...].
Veja, abaixo, o exemplo:
Para Ricklefs (1996, p. 1) a “Ecologia Ž a ciミncia atravŽs da qual estudamos como
os organismos (animais, plantas e microorganismos) interagem dentro do e no
mundo
natural”. Enquanto que para Burnie (2001, p. 8) “Ecologia Ž o estudo cient’fico da
vida em
seu ambiente natural [...] fornecendo informaヘ›es sobre como a destruiヘ‹o afeta
os seres
vivos e ajuda a descobrir como isso pode ser corrigido”.
� Citaヘ›es de citaヘ›es – nesse caso usa-se a express‹o apud, que significa citado
por. Isso Ž bastante utilizado quando n‹o se tem acesso ao material original de
um autor X, e ao ler um autor Y, que fala do X, atravŽs do Y, o cita. Apesar de
parecer complicado, Ž bem mais f‡cil, do que se pensa: sobrenome do autor que
n‹o se tem a obra em m‹o, (ano dessa obra apud sobrenome do autor, ano da
obra lida, p‡gina). Veja o exemplo, abaixo, que Ž uma citaヘ‹o de citaヘ‹o direta e
longa. Isso porque se leu o autor Küsten, que em sua obra citou Viola e Leis,
devido a n‹o ter o acesso ˆ obra de Viola e Leis, cita-o atravŽs de Küsten.
No Primeiro Mundo encontra-se a poluiヘ‹o da riqueza. Usinas nucleares, chuva
‡cida, consumo suntu‡rio, montanhas de lixo, doenヘas provocadas pelo excesso de
alimentos, ‡lcool, drogas e medicamentos. No Terceiro Mundo concentra-se a
poluiヘ‹o da misŽria: subnutriヘ‹o, ausミncia de ‡gua pot‡vel e esgotos, lix›es a cŽu
aberto, ausミncia de atenヘ‹o mŽdica e de medicamentos, consumo de ‡lcool e drogas.
No Primeiro Mundo h‡ uma perda progressiva do sentido da vida motivada por uma
concepヘ‹o unilateralmente materialista da vida humana. No Terceiro Mundo h‡ uma
degradaヘ‹o generalizada do sentido da vida, provocada por uma concentraヘ‹o
extrema da riqueza, que deixa sem horizontes as maiorias miser‡veis. Viola e Leis
(1991 apud K†STEN et al., 2004, p. 18).
Outra abreviatura bastante utilizada Ž et al ou et alli, que deve ser utilizado ao
citar obras com mais de trミs autores. O significado de et al Ž “e outros”.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os artigos cient’ficos, cada vez mais, tミm tido a necessidade de serem gerados,
n‹o somente para divulgar a pesquisa como tambŽm para que idŽias possam ser
conhecidas e questionadas.
[Os t’tulos das seヘ›es ficam
alinhados ˆ margem
esquerda e sem ponto entre
a numeraヘ‹o e o texto]
[espaヘo duplo entre a citaヘ‹o e
o texto]
[espaヘo simples,
tamanho 10 e
justificado]
[espaヘo duplo entre a citaヘ‹o e
o texto]
Estrutura e regras para elaboraヘao de artigos cientificos
6
6 65
Espera-se ter atingido o objetivo de tornar mais f‡cil algumas das regras para
elaboraヘ‹o de artigos cient’ficos, embora a pretens‹o n‹o seja desse material ser um
guia, mas amenizar, para os pesquisadores, a longa jornada de expor sua pesquisa.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRçFICAS
Prática acadêmica.
1 INTRODUÇÃO
para academia.
docentes.
na produção de um paper.
2 REVISÃO DE LITERATURA
6 67
elaborado sobre determinado tema ou resultados de um projeto de pesquisa para
julgamento.
3
Para Andrade (1995, p. 68 apud MEDEIROS, 2008, p. 213), “paper é texto
integral da comunicação e tem por objetivo sua publicação nas atas ou anais do
comunidade acadêmica.
resumo de um artigo ou livro (ou outra fonte); b) idéias de outras pessoas, repetidas
não criticamente; c) uma série de citações, não importa se habilmente postas juntas;
6 68
paper depende da complexidade do tema e da motivação do pesquisador para o
Medeiros (2008, p. 214) cita que, para redigir um paper, escolha um assunto,
estabeleça limites precisos para ele (dessa forma, você estará determinando o
tema), eleja uma perspectiva sob a qual você tratará o tema (sociológico,
textuais
abrangem:
introdução,
4
seguida, apresente o problema que estará resolvendo e construa uma hipótese de
2) Os
6 69
a síntese dos resultados da pesquisa.
Quanto ao estilo, o paper deve ser escrito na voz ativa e na terceira pessoa
do singular.
1) Papel A4;
5) Espacejamento: 1,5 para o texto e simples para o resumo indicativo5 (De 100
a 250 palavras);
Simplificado e não exclui a leitura do texto original conforme NBR 6028 (2003).
complexidade).
Medeiros (2008, p. 214) observa que “no meio acadêmico o paper vem sendo
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
7 70
que compilam e sistematizam princípios da ABNT e adaptam para a construção de
um dado paper.
Presenta el papel como una herramienta educativa para la práctica académica. Este
debate se produce, para tener un poco de conocimiento por parte de los académicos
a este instrumento. Su objetivo básico, para contribuir al proceso de enseñanza-
aprendizaje, la presentación de sugerencias metodológicas para la producción de
documentos con la característica de papel. Utiliza la metodología de investigación
como la literatura y la electrónica. Su objetivo los usuarios del sistema de educación
6
Mater Christi, así como su conocimiento de los mediadores. Presenta el
pensamiento de los estudiosos. Definir estrategias para trabajar con el papel en el
mundo académico. Concluye con la presentación de una solución viable para la
producción de un documento con las características del papel.
La práctica académica.
REFERÊNCIAS
7 71
MORAIS, Vanessa. Modelo de ensaio e paper. Disponível em:
<http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/1551430>. Acesso em: 16 jul. 2009.
7 72