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Ceramica ers Calculo de farinhas para clinquer de cimento portland comum usando microcomputador (*) ABRAHAM ZAKON Departamento de Processos Inorginicos Escola de Quimica — Centro de Teenologia na da Cidade Universitaria Universidade Federal do Rio de Sancieo 4 21910 Rio de Janeiro — RI RAKAMI PEDRO FERNANDES ‘Avenida Meriti, 361/202 21220 Vila Kosmos — RI ABSTRACT Calculation of portland cement clinker raw mixes by microcomputer. The raw mix for clinker Jormation is @ sum of inorganic oxides and ‘ther substances. The moduli and factors of saturation are empirical ‘relations, which range of acceptable values allow to find adequate proportions of raw materials thorough iterative methods. Hand cal- ‘ulations give one-r-ime solution after 10 minutes of work, The di- ‘mensionles form of sum equations suggest one 10 draw proper gra DPhies which may help the production engineer 10 avoid unsaisfactory results. Mathematical algorithms facilitate one 1 elaborate programs {for microcomputers to obiain proportions of raw material fr tine ier production from data of chemical analysis, Raw mises composed by limestone, clay, iron materials with, or without, coal may be ra- pidly formulated and avoid foss of materials. Various mixes are tabu. ated in each printed output ‘A PRODUGAO DE CIMENTO PORTLAND COMUM ‘Qualquer processo de fabricagdo de cimento por via mia, semi lami, seca ou semi-seca pode empregar a sequénciaapresentada na Fi {gura 1. A composicio da farinka pode ser calclada a parti dos teores, {dos Oxidos formadores fundamentais do clinquer: de cleo (CaO), de si- lsio (S103), de aluminio (Al,Oy)¢ de ferro (Fe203). Os cleulos este 4quiométticos estdo inteligados aos resultados analiticos do Controle ‘Quimico da Qualidade numa verdadeira sequénciaiterativa ‘A farinha constitu-se num somatorio dos Oxidos CaO, Al:05, FeO ¢ SiO contidos no calerio,argilae ferro (minerio ou carepa ou sucata) que feagem para formar os slicatose aluminatos de calcio do elinguer. bem como estdo presentes em quantidades minimas outras substancias restantes, aqui designadas em conjunto pela letra R, que se ram outros oxides, iracos de metas e nlo-metais, lem de impurezas di- versas (1) Peas andlises quimicas,verifica-se qu: (1) Trabaiho apresentado ao XXIX Congresso Brasiliro de Cerémica — Criciuma — SC, Abril — 1985, CERAMICA, 32 (200) - Setembro 1986 Calcio: Fy = fy (C20, PF. R) o Agila: F; ~ f3 (SiO, Al,0y, Fes0s, P-F., R) ay Onidode fero: Fy = fy (Fe20s, RD an, CCinzas de carvao: Fy = fy (C20, Si033, Als0y, F630), R) UY) Entdo: F = F) + Fy + Fy + Fa = Farinha 0 F=m2 CaO +n¥ SO; +pE AO; + aE FeO; +R (Vt) estas expresses matemiticas, CaO, SiO;, AlOy € Fe:0y repr semtam seus respectivos teores percentuais nas matéias-primas € 0S so ‘matorios correspondem aos teores na farinha F, sendo mn, pe q fatores ‘ujos valores podem variar entre zero ¢ um. A pera a0 fogo € represen- tada por P.F. (08 MODULOS IMENTEIROS. Pela Equagdo: (VI), podemos obter: F=R—MBCA B80; +p TAO +a2Fa0 yu) Rao Por inversdo, obtém-se um médulo adimensional, My m2 co My -___m2C20_ way TS SiO; + PE ALO; +a FeO; Empregando tratamentos semelhantes, obtém-se: M; = Bes ax) DEALO, + a2 Fe:0, My = BZ ALOs co) a3 Fe20; Para cada expressio de M,, My ¢ My pode corresponder um interva lo de valores acetaveis correspondentes a0 tipo de cimento produzido, [Nas expressbes le My, Mz € My, 08 fatores m, n, pe q podem au mir valores aritrarios ou convenientes ou empiricos, Por exemplo, My lefindo por Kuhl de “Fator de Saturagdo de cal", (FSC), através da relagao abaivo: roc can weal xh CaO maximo {que relacionao tor de CaO existente na mistura (farina, pelotas ou pas 1a) €0 teor de CaO maximo que eagiria com aargi para formar oss ‘alos ¢aluminatos de slcio durante a clinquerizagdo. Dessa concepcio, surgiram diversas expressbes para o teor de CaO maximo, como, por exemplo: 4 — CaO mix. = 2,8 SiO) + 1,1 AbOy + 0.7 FeO, (Kuh!) b — Ca0 mix. = 2.33510; + N6SAI0, + 1,05Fej0, (Hendricks) € = CaO mix. = 218 SIO: + 165A, + 0.35Fe305, (Guttman e Gile) Co 4 — Ca0 mix. = 2,8 SiO; + 1,18A130, + 0,65Fe,05 (Lea e Parker) € — C20 mix. = 28 SiO, + ISAO, + 0,65Fe,0, + 0,75Ms0 (Lea e Parker) ‘ais concepedes tebicas permitem o so de diversas expresdes dos _mddulos ¢ fatores cimenteiros, por exemplo, relacionados na Tabela | (08 CALCULOS MANUAIS DA COMPOSICAO DA FARINHA {A determinaeo do teor de cada componente na farinha depende es- sencialmente da composicdo quimica das materias-primas. ‘Os procedimentos sem uso de computador consstem de: —tabelar ‘0s dados analiticos numa mesma matrz (Tabela It); b — Atribuir valores iniciais para as proporedes de cada materia: prima e multiplica estes pe 0s pelos respectivos dados analiticas contidas nas colunas; e — Tabelar 19 a I exLcutos ivenarivos 4 conrosi eho Figura 1 — Diagrama de blocos simplificado da produto de cimemto portand comur | "| ===) |. winvuna © wont “| a5 as wai a = = secaeen, cavemasto © ou 7 \. h = Figura 2 — Curvas de variagdo dos méduls cimenteiros para uma far nha sem carvao. TABELA I — Modulore Tatores cimentairox 3a "TABELA Hl — Analses quia das materia primas SiO NyO, + FO, Médulo Alumina ou Aluminoso, MA = AbOx Fe, Modulo Silica, MS = 20 50, + ALO, + FeO, ‘Modulo Hidrulico, MH = (Formula de Michaelis) ‘Médulo de Kuhl, MK = (ou Padeio de Cal 1) TOT Fator de Saturagao da Cal, FSC = —__}00Ca0____ (Formula de Leae Parker ou 28510; + LIBALO) + O,65Fe0, Padrao de Cal tl) ° 100 Ca0 ator de Saturacao da Cal, FSC ° (quando MA > 0,64) PAS) + NASALO, + OIF 100 C20 0; + Fator de Saturagto da Cal, FSC (quando MA <0,64) 2aSIO, +1 100 (CaO — 0.750) ey TBIO; + TANGO, + 0.65705 Fator de Saturacio da Cal, FSC 100 (Cao ~ 0.75 Mso) (ou Padrao de Cal ZESIO, + LIGALO; + 0.65Fe,0, ‘quando MeO 2%) fe. Fator de Saturagdo de Cal, FSCy = (C20 — 1,5 MgO) 100 ZRSIO; + LINAO, + O65FEx tor de Saturaydo da Cal, FSC (quando MgO > 2%) " Fator de Saraedo Cg — (165410) + 0,38Fe01 + 0,705) Materia Primas Arsila | Ox. ferro | Carvao | Farinha Dados Analitioos Perda a0 Foso (%) SiO; (%) AlOs (8) FeO, (8) 20 (*%) MgO (%) 1NaO (4) K,0 0) $0 (8) Umidade (%) Mat, Volatl (9) Carbone Fixo (%) TABELA Ill — Composgoes de farinha para cinguer portland comum (p/p Matéria-prima } Sem carvao (%) | Com carvao (*%) Calero soa 8s soa 8s Argila Wwals Woals Ferro 1sa2 1az Carvao a 2ad daCal, FSCy = a 1 express em termos de percentagens 200 CERAMICA, 32 (200) - Setembro 1986 Baal CERAMICA, 32 (200) - Setembro 1986 201 Figura 3 — Algoritmo para 0 cileulo de farinha em carvao. ‘os resultados na mesma forma acima; d — Calcular os madulos cimentei- ros pertinentes empregando 0s somatdrios dos 6xidos SiO, Al,03, CaO) € FeyO,; e — Se 0s valores obtidos nto forem acetaveisaribuir novas proporedes para as matérias primas erepetr os cilulos. Para a producdo de Cimento Portland Comum, admite-se: Ms ESiOr __ sariandocntre2e24 xp, TAH, +B FeO, MA = © Al205 variando entre 1,0 1,8 «xiv) 3Fe0; Peal 100 © Cao TEYHO; + VISE ALO, + OS EPG; variando entre 90 ¢ 95% ‘A busca de uma formulagdo para a mistura equivale a encontrar ‘uma ou mais raizes de uma equagao que pode ser esrita soba forma F(x) 0, conforme exposto por Zakon (). A localizacio de raizes reais (60- res dos componentes das misturas) pode ser efetuada numericamente a partir de varreduras num campo de existincia pequeno (quando a faixa de valores dos parimetros for conhecida) ou grande (quando houver des- conhecimento prévio das condicdes desejaves. ‘As iterapbeslineares aplicam 0 desdobramento de F(x) = O num sis- tema de duas equacBes: Fx) = O gera x = g(x), que fesulta em: (uma eta) {uma curva qualquer ou mesmo uma reta) y «vp yes) E possivel também efetuar outro desdobramenio: Fix) = O gera tx) = ats), que resulta em: Em ambos 0s casos, a imerceoydo das duas curvas ou rtas geradas cequivale a uma raizda equacdo F(x) = Ono intervalo de existéncia de x CConsiderando-se 0s somatorios dos teores de FeO, presentes 90

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