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«ss poieas pablicas, sem o critica, pelo conto, aproveitando-o para realizar uma operagio de "marketing social”. Como cl afta, € possvel perceber, de wm lado, 0 posivelpotencal invader gue 8 oblaago responsive empresa dig ao antocdaento da pobrezs «das pounded vida da populapo caret. De oxo lade, sive ue eta mobiasoslencina resp das pleas qo aprfundae a ex loo soci desert plicanenteapeopiasodedade rai lm de ecparvantjaamente, em trot de nts atclares, p= io pao qu abe como apo il para im pio, Paoli mostra especificamente, no caso das figs de filantropia empresa ‘ial no Bras tentativa de apropriago de um dscurso em toro da nogio de pbc. Ess fundages, 0 mesmo tempo em que resaltam o¢ efeitos soins das suas politica, tend a red a ida de pblico a dase catego ‘asa das consumidores ea ds empregados da propria empress. A ators mostra, asim, os pergos da apropriagio do discuso da democraca pa ‘icipativa po propostas que nio significa muito mais que a sua redagio 36 categoras da mercantiizacio™ Podemos, portant, sstematzar algunas das carateriticas dos casot not ‘quais a partcipasio no chega a vigrar ao final de um procsso de des- colonizagio oa democratiasio.Podemos pensar em pelo menos quatro ca- ‘0s diferentes: em primeiro ugar 0 aso portugués no qual as formas de participasio slo desqualiicadas ao final de um proceso de disputa pela hheemonia da forma democritica no qulaforgas conservadorasconseguem impor o seu modelo. Podemos pensar a Coldmbia como um segundo caso, ro qual as formas de particpasio nose deslegitimam mas tampoucoconse- _Rvem se impor como modelo alternative devido & reagio dos stores conser. ‘adores. caso de Moambigque parece se diferente. Por um ado, éverdade ue as pitas de patcipacio em Mogambique tampouco se deslegitimam. ‘0 que o eso mogambicano ipresenta€a necssidade de ma plaralizasio ‘da propia gramatica politica para que a plaabidade da vociedade poss ser assimilada pela democracia. Etemos inalmente o caso do Bras, 00 qual as formas de partcipao podem fac part de um proceso de cooptat3, como parece er 0 caso da nogo de pablicowiizads po associagées de filantropia [an ee bd Ser, 2002, cmpresaral, mas reprseatam,fondamentalmente, ua invacio capaz de tetar modelos contra-hegemnico de democracia, como iremos mostar 2a prema seo. ‘5. AS POTENOALIDADES DA eARTIPRGAO ‘Aur dos ess estudados, o Bra e i soos pases nos quis at poten- ‘aldades da democracia partcipativa mais claramente se manifstam. Leonardo Avvtzer mostra, no sea texto sobre o orgamento pariipativo, como a Assembléia Consituinte no Brasil aumentou ‘ersos ators socisis nas instiaigdes politias através de novos participativos. (artigo 1 da Contigo de 1988 gaan ainicava popular come ine ‘aidora de proces leglivos. © artigo 29 sobre a ogaizaio das ae ‘es eget a patina dor epeereantes de asi ol ‘roca de oping dar cidade, Outs artigos requeteram apace ‘io da ssociagr cis implementa das olticas de suid easitn- ‘soc ‘Sendo asim, a ConstiuigSo foi capar de inconporar novos elementos culta- ‘rs, surgidos na sociedade, na inetituionaidad emergente brindoespago pata a pritia da democracapartiipatva, Santor ¢Avriter mostra como, entee as diversas formas de paticps so que emergiram no Brasil pés-autoetzio,o orgamento participative ade ‘iri procminénca parca Os antorer mostram come, no eto braseeo, ‘ motivagio pela pariipaga parte de uma heranga comum do proceso ‘de democratizagso que levou stores socnisdemocritics, especialmente aguees oriundos do movimento comaitro, a disputarem o significado do termo partiipacio, No cao da cidade de Porto Alege esa dispata se arte ‘ala com a abertura de espagos reais de participaso pela sociedade politic, ‘em particular plo Partido doe Traalhadore. Com isto, sorgem formas efe- ‘vas de combinasio entre elementos ds democraciaparticipatva eda repre- sentatva, atravsdasnteng das administeages do Partido dos Tabalbadores de arcicalar o mandsto representative com formas efeivas de deiberasio em afl loca. © orcamento participative surge desaitengSo que, de aordo com San- tos, e manifests em tre dat suas caractersica princi (1) patcpagio aherta a todor os cidados sem nenhim status expel stbuido a qualquer ‘onganizaco, inclusive as comunitras (2) combinagio de democraia dire tae represntativa cojadinamica institucional atibui aos peprospartii- antes dfinigio das regrs interas;e (3) alocagSo dos recuteos pars investments baseada na combinasio de eritriosgerais técnica, 08 8, ‘compaiizagio das decisis eregtas estabeecidas pelos participates com stn i pd ope poremanen estado nbn Segundo Aviver, esses principos geri io aduridos em ts format Asi, os ato gui citadscolocam para pita democriticacontem- pordnea no x8 como €nconclsiv o debate entre representagioe partic pag da forma como sustentam as teoriashegemnicas da democraca, ma [neces de uma nova formlasio em relasSo&combinacio entre esas ‘iferenes formas de democracia. 6. concwwsho (0s estos ncaidos neste volume levantam mais questes do que dio es- posts. Niso permanecem fis ao objetivo central do projto A reinvengdo ‘deemancipag aca, no ambit do qual fram realizaos. Este projetovisow ‘eseahar novos horzontes de emancipasio social, on melhor, de emancipa- ‘hes socials a partir de prticas que ocortem em contexts especifins para dar respostaa problemas coneretos.Portanto, ao éposivel rar dela solu ‘hes univers vidas em qualquer coatexto. No maximo, tas pritca 10, Unimadas de apirages emancipatrasamplas is quas procuram da reali- ‘ago parcial elmitada. entre realizagio ea asprasso est aimaginasio do posve paaalém do ‘real existent Essa imaginago €composta das pergunta que constitu Aesenho dos horizontes emancipatrios. Nio se tat, pois, de quaisquer perguntas, mas sim de pergeatas que resuftan do exceso das aspiragbes em Felagio a relizagoes de pritica concretss. No caso espeifico do tema do projetoanlsado neste volume, ademocraia participative os horizontes io ts pergntas que interpelam a posibidade de ampliar 0 cinone democrsi- co, Através dessa posiel ampliago,o elnone hegemnico da democracia Iiberal écontestado na soa pretens de uiversalidade eexcusvidade,abrin- dose, asin, expago para dar crédito a concepéese pitas democriticas ‘conta hegemnicas. Mencionsmos seguir as questies eas respostas que € possivel dara algumas delas. 1. Aporda de demodiversidade comspacasio ene osestudos debates sobre «a democracia nos anos 60 ena ima década lva-nosfacilmente 3 concia- ‘io de queen nivel global se perdeu demodiversidade noses int anos, Tor demodiversidade entendemos a coeistéaciapacfica ou conflituosa de siferentes modelos epriteasdemoudticas. Nos anos 6, se, por um ldo, © ‘modelo hegemnico de democracia, a democracia iberal, parecia destinado {far confinado, como priica demoerdtca, a um pequeno recanto do ‘mundo, por outro Ido, fora da Europa cidentale da América do Nort xian on pes poli qe indica ate dma feta ar det ste cdo do gue ban Cra er neta, nei gue cs pas ola arnatan fem prea forge seid, oar tonto o mos de Sone tsar como et nico cena eantconepaofe ces {LeloBunce Mandal ce Pie Mentions stanton ter codigo plea prs cnet dene ta mest ‘Recut do modes Wer en mou fico erred mpc 4 oo ve un peda de demolneade A agatha dena peda ten di incre O print ep picid a democrcS, ono enon adeno tn urate ome ern tie db termes ewe ae ase pc tom nar ste Cowie Ee nvr em ume costlgo clade a oder 0 tate rvscontln por cout com ontrexiis minder tr revsins como ancl ao pad, sem arena ier ‘Sade do ee valores Saban hoje qin carina eer Nira que aunenan 2 dap com xs erent Coutetan 06 inport por for de crensasas each e {ono ts tansfornan en arin impel ta gio impel eto mas pete gosto & vie! sors svaaladora da flan neler ean qo, emsen nome, impem gob tens aio de danorc irl Ni fr et potas inc do aloe gue set + denowac ne ego oh aa fm ous clus que hes ops como fa Aarts Se (199) Ta ‘Sovegtncn nl pod sr poad ono peta depart Tem de anda o pono de choad dun ogo inca em qe Cate clrt pons presto Sago ge oop, cmd, Sires squo ue pope stnemaret Somor apr del digo cal errs que ele n- nccrdar pastes esque prtcipan Ae conegtain gue ream Gus sempre en os de bdo cura te de et come na frie dpe argument dart, Nog eee [pei asada nee volume vemos eid sored ter cde decode nd a aed prt, dum mato dob Trono entudos de no de Moguabigue, Bal Ae do Sle Calonbia Aged de donee nena prom epindo ogo bors stdnomo em lato a rar se aconad Tate da Aistngio entre democraca como ideale democraca como peta Esta dis ting € central ao modelo hegersénco de democraca eft introzida no ‘debate para justfiear abaixa intensidade democrstien dos egies polticos Jnsituios quando comparados com os deisdemocrtios revluciondsios do final do século XVII ede meas do século XIX. A imposigio universal ‘do modelo liberal leva a extemo esta distinglo © nela a demoeraca real mente existente eats freqUentemente tho dsinta do ideal democritico que to parece ser mais que uma cariatra del. Ali, esa dstncia por veres ho € menor nos pases cenris do que not pales perferios,apesar das tparéncia em conriio. esa dntnca que leva Wallerstein a esponder a ‘gest sce o que pens a respeito da democraia como relizagio com a ‘esposta que Gandhi des quando the perguntaram o que pensava da ciza- ‘i ocidental: “ceria uma boa ida” 2001: 10). "Neste volume fcam descrtaseaalisadas pitas e aspragSes democr- ticas que, nos diferente pase inegrados neste projeto,procuram levar a serio aasiragdo democrtics,recnando-s acta, como demoeritcas, rit ties que soa caricaara da democraiag sobretudo, ecusandoaceitar como fatldade a baie intensidade democriticaa que © modelo hegennic su- jeito a partpagio dos cidadoe na vida politica De maneira muito dint, fests pitas buscam intensficar €aprofundar a democraia, quer revi ticando a legtimidade da democracia participa, quer prssionando as insituigies da democracarepresenatvs no sentido de as tornar maisincla- sivas, quer anda, buscando formas de complementardade mais densa en- trea democraia prispatvs ea democraca representa 2, Olocal eo gloat Saliestaos notexto que omedeo hegemsnico de demo- ‘cracker do how parcipagio ata dos cidados na vida police, quan- ‘doatem acitado, sem coninado em nivel los Tatas daconhecida question ts scala, Mais adante nesta concasio vltarees 2 asunto, mostrando a resporta contra hegeménica ea gusto, com base na qual é pose cons ‘eur complementaridades dens ene democracia partcpasvae democraia representative, portant, ene escals loci esas nacional Nestemomento,qeemosflar sche sr poses artclages wansnaionais ‘eure diferentes cxpeiénit loess de democraia prtipatva ou entre ess, texpergncis locas movimento ov organizes tanmacionais interesados ‘na promogio da democradiaparicpatva. A slabaizacio conmahegeméaica psa, neste campo, por eva articulages, Sia ele que penite eat o local ‘ont geménic, 0 local que € 6 outro lado do global contr begeméaico. sas articulagies do crib foram pics locals el simples fato dea ransformarem em cls de dese movimentor mais amples e cm tale cpaciade tanaformadora or out ado tas richly tora por sivel a apendzagem recirocaecontina, 0 que em noso entender, um r= ‘uisto stencil para 0 éxito das priest democriticasanimadas pela posibilidade dademocracia de staincensdade. Como anos pio neste pro- eto ot analsarexperincis loss de aprofandament demexrstic, article so entreolocl eo global surgenestasconcuses como uma questo aque nto podemos por agora responder, masque sens afgua fundamental responder ‘no fatro. Mesmo asin, alguns ds eso anaisads do cont, plomenos a plictament, dessa aricilagso No cso da comunidad de par de San José de ‘Apartad, esa arculagio é expla. Ure mostra aimportnca da rede de solidaricae wansnacional no seatid de dar vsbilidade tanto nacional quan- to internacional, lta pela pa desta comunidade colombiana. Por uo lado, embora essen teahasidoonoso objetivo analito,sabemos ques experi «as do orgamentopartiipato tim srgido em vias eidades do Bra ede ‘utos pais da Amica Latina, que at expeiénis mais recente tim ano com experidaia das mais anrigase que hi mesmo rades de cidade, expel mente no dmbio das cdades do Mercos tom o objetivo de disci em co- ‘mum a cifeenes expriciae modelos de emocraca parca eu inites seas potencs. A forgadsglobalzagio conta-hegeménica no dominio da Ampiagio do aprofundamento da democraciadepende em boa medida da ampliagioeapofandamento de rede acionas egonas, continents ou glo- bas de priv loci. 3. Os perigos da pervert eda coop. Vis como a8 spas revo- Iucionris de paricipagdo democrtica no sfeulo XIX foram sendo redui- dos, no deoctr do séeulo XX, formas de democraca de baixaintesidade. Com isto, of cbetvor de incluso social ede econhecimento da ierengas foram sendo perveridos ¢contertidos no se contro. Ao perigo de per- versio e de desaraterizasionio esto, de modo neahum imunes is prét- as de democracapartiipativa.Tambm elas, que vsam ammpliar 0 clnone politico es om sso, ampla oespago pblico eos debates edemandas socias {que consttuem, podem ser cooptadas por interessese atoreshegemnicos para com bae nels, legiimaraexcasio socal ea repressio da difeenga. (Ostextor de Paoli e de Guera do conta deste perigo. -Mas aperversio pd ocorer po mits ontra vias pelaburocratiasio 4a paripacio, pela reintoducdo de cientlsmo sob novas forms, pala {nsrumentalizasio partidria, pela exlusio de interesses subordinados ara és do slencamento ou da maniulasio das insiuigSes partcipativas. Es tes perigor 86 podem ser evitados por intermédio da aprendizagem e da refleo constants para exer iacentivos para novos aprofandaments de- rmocriticos. No dominio da democracia participativa, mais do que em ‘qualquer ouxo, a democraia & um principio sem fim ea taefas de demo- ‘razagio #6 ve mstentam quando els propria so definidas por procesos ‘democrtcos cada ver mais exigent 4. Democracia participation edemocracia representation. Esta aver quer: tio aque os etudosreunidoe neste volume do mais exports, por iso, Ihe dedicames mais espago. A solusio dad pela tora hegembnica dade ‘mocracia para o problema da relacio entre democracia representativa¢de- ‘mocracia partcipativa—a solo das ecalas—nio éuma solugio adquada porgee dexaintocado o problema das gramiticssociss,eofrece uma rs- ost simples, exclsivamentegeogefics, 20 problema da combina en tre partiipago e representa. As experitnciasestudadas neste projeto oferecem uma resposta alterna tiva para o problema democrtico. Els mostram que a capcidade de dat ‘com a complexidade clara eadministativa nioaumenta com 0 aumento das eral. E mostra, sobretdo, que existe um process de pluraizasio carl e de reconhecimento de nova identidades que tem como conse- ‘cia profundasredefiniges da pitica democratic, edefnigbes sas que ‘tio além do proceso de agregasso proprio A democracia representaiva, ‘A nosso ver existem dus formas possiveis de combinacio entre demo- ‘raca patcpativa e democraca represetativa:coexisténca e comple ‘mentaridade, Coexstnca implica uma convivénca em ives diversos, das ‘iferentes formas de procedimentalismo, organizacio administaivaevaria~ ‘ode desenbo insiracional. A democracia epresentativa em nivel nacional (Gomisioexclasvo em nivel da consiigio de goveeos; a acitagio da for sa verical barocriica como forma exclusiva da administracio publica) ‘coexite com a democraciapariipatva em aie local, acentuando deter- [ Semncihttsagrtets reenter mae sminadascoractrisiaspariciptvas if existentes em algunas democraca os paises centras (Mansbridge, 1990) segunda forma de combinagio, aque chamamos complementaridade, implica uma articulagéo mais profunda entre democracia representativa © rode cerca de 30 mil grupos de micromovimentos em todo o pais (Kapoor, 2000), Para que se possam entender os termos em que ests grupos movimento concchem e express a ida de democracia patciatvs, importante onheoer 0 contexto em que surgiam e os desafios com que se cononta- am ma faseiniia da su forma. Una parcla bastante significative reson nar as suas carries profsionais. nteresiram-se por asuntos clentelas abandonados pelos partidos politico pelo sindcatos e ocoparam-se ta ‘bm dos que eam mal servidos pea administrago publica. A form organi ‘aativa para a qual evluiam no foi a de patdo politico ou de grupo de reso, mas ade associag de cdadios,conduzindo lutaspolitias relacio- nadas com as questes que les eram apresentadas plas pessous dirtamente aferadas por elas. O concit-chave com que trabalharam fi o da democrar tzagio do desenvolvimento através do aumento do poder das populagtes (Sethi, 1984). Important sublnar que politi dos movimentos de base surpa fora do contexto das insiigbespoicas da democraca representa tv enaiatersegio da sociedade com a politica, envolvendo diretamente as pessoas nae lita para alters as sas vidas soci polis 2 opiscuRso pa cioeanzacho [No inicio dos anos 90 ot moviments de base contestaram todo um novo, ‘conju de ers utifcativos da hegemonia da recente ordem mua ‘stabelcida ape a guerra fri. Antes disso, uma parea sigifcativa dos tmorimentos debate indian dediavam-ae protestar contra 0 modelo de ‘desenvolvimento eit exclusives conebido plas instiuigs de Breton ‘Woods —criada aps a Segunda Guerra —e pelos pases qu as ptrocina- ‘vam, que pretendism aplic-lo uiforme e univesalmente. Condo, esses protests cram largamenteexpresos no context do discurso desenvalvido eos novos movimentossociais do Ocidente, nde as ameagasnuceares © fmbienaie que a guere ria produiu para 0 mando inteiroeram seatidas ‘mais intensamente Foi por este proceso que cresceu, no Ociente, aida € ‘leampanha pelo “desenvolvimento alternativo".Apesar desta ida ha mie to ser propagada epraticada na India pelos atvistas do movimento inspta- dade esustentabilidade Na sua perspectiv, ose impacto tem sido, paras paises pobres, ode produzi formas novas e mais desumanas de exclusio€ de desiguldade — pores do que as que foram ciadas pelo modelo de De- senvolvimento da guera fra ates dele, plo domiaio colonial. No que ‘iz respit Ina, esto patcuarmente preocupados com o feito megati> ‘yo da globalizagio na democracia. E quando as dases pobresencontram ma ‘emocracia uma aposta a longo prazo ecomecam a conguistar a parte que Thes €devida no governo, que o poder do Estado (governos lets est sen- do, ele mesmo, enfraqueci eesvaziado pela estrutura global de poder em ‘colaboragio com a elites metropolitans do pas Posto de uma forma sin- ples or avistas de base véem a labalizagio como uma forca que enfraque- ‘ce, na verdade deseptims, as instiuigbes de governo democritias 20 ‘etabelecer a supremaca do mercado sobre a economia, a sciedade ea cal tara. E uma fora que, aa peespectva dels, procura desfzer a revolugio, democrtica indians. ‘5 ANOVA FOLICA DOs MOWMIENTOS ‘Como vimosacima, do ponto de vst dos movimento, 0 discurso da glo- balzalo, ao prvileiar «iia de gover em rclgio de transformasio ocak esvaziou o desenvolvimento do ea conteddo politico, ou sea, des- poliizou tanto 0 conceit quanto a priics do desenvolvimento. Em otro nivel a politic da globalizaio, a0 ublza 0 poder financeio e militar dos oucos paises poderosos do mundo, comegou a colocar as isting de foverno democritico e de soberania popular dos piss priféricos numa ‘elagio subordinada em relago & estutura de poder hegeménico global Baseador nesta avaagio do impacto neatvo da globalzacio, tanto para 0 desenvolvimento quanto para a democraca, os movimentos de base diigem, soa politica esas ativdades para ating dois resultados inter slaionaos: 1) repoltizar 0 desenvolvimento eb) reinvenat a democracia participa, 6, REPOUTIZAR © DESENVOLVIVENTO Arualmente, 0 principal esforgo dos movimentosconsiste em manter vivo o debate sobre o desenvolvimento, mas reformulando-o em termos que por ‘am nacional globalmente efetivamentecontarar as etruturas do poder Ibegemenico. Assn, continuam a enunciar a velba qustées do desenvolvi- mento em novos termos politicos, ainda que o seu objetivo permanesa 0 mesmo de sempre, especialmente, que os que esto na base da pide x: ‘contrem osu sto lugar como produtoes na economia e ciao na pli tiea Em conformidade com io, agora encaram o desenvolvimento como uma Iuta politica para a participacio das pessoas na dfinigio dos objeivos do desenvolvimento eno planeiamento dos meios para aingilos. A su vie #o do desenvolvimento 6 deste modo, um proceso pluralist, nlo-hege- ‘ménico, em euja artculagio utilizam conhecimentos a que ehegaram induivamentee eittros desenvolvidos por eles através dos seus prépios combate. Nesta operagio, cada vez mais relacionam os assunts debatidos tlobalment, como 0 feminsmo, 2 ecolegia eos direitos humanos, com a¢ ‘epecificidades econbimicas, soins eculturais da Indi, nas quas aqulas ‘quests esto inseridas. Em conseqiénca, a sua politica € sobe fazer do ‘as de “combate 3 seca", euliinando em uma bem-sucedidacampanha ‘nacional peo dteit nformagio. Um antigo e ainda ativo movimento dos ‘aos 80, © Narmada Bachao Andolan (um movimento para preservar modes ‘racia ndo-partdra (Narayan, 1959). Era eco da ida da epresetasio ‘por partidos politicos e defend uma forma mais participative brangente ‘de democracia, que constitu uma bate demoertes ampliads a partir. «ds qual o poder brotria e acendera para efulas que wtlizariam 0 poder ‘que Ibes fora atrbuido plas clus do nivel inferior, tad isto em cond- _6esderesponssbilzagio e ransparénca. A quantidade eo género do poder ‘ser aribuido ama odalacolocada em um nivel superioe seria mediante ‘a necessidade dessa cul Todavi,a tee de Narayan causou um impacto ‘muito pequeno fora dos ctcuos dos seguidores de Gandhi De fato, atria ‘citcasagudas dos tercos democrticos liberi, asim como dos polit ‘os dos partidos, que viam esta texe como um exerccio ingénuo de um ‘dealt inconsciente ds suas perigosasconseghéncias para a pedpria de ‘mocraca (Kothari, 1960). © documento fo pratiamente “retieado” do iscursopiblico, mas, no prato de dis aoe, Narayan surgi com um ma- nifesto policamente mais poderos eabrangente sobre a questio da de -mocraia participativa (Narayan, 1961) Nel, rebaia os argumentos dos seus crticoseelaborara aa texe isi afirmando teria ehistoriamente r a necesidade de uma democracasbrangente na India, onde o poder eco- ndmicoe politico owe ewencalmentemantido eexeredo dretamente pelo ppovo a parti da base da organizagio socal. Nao demorou muito para que ana visio da democracia encontease uma expressio politica poderosa [No inicio dos anos 70, langou um sélido movimento com o objetivo de, rwando asia expresso, restarar 0 poder do povo Gokshatki na demo. ‘rai (Narayan, 1975). Esta dia do poder do pove in‘lamow aimagina ‘ho de muitosjovens qu, alm de strafem a atencio do Governo em Delhi, ‘eram origem a um novo género de micromovimentos, celebrizado e cx racterzado pelos tericoratuis como “proceso politico nlo-partidrio”| (Kothari, 1984), Este género de grapormovimeanto, que emergix a partir do que se rornou conbecido como o “movimento JP", tem, desde entio, trabalhado nas bases, Articulam a democracia patciptiva em termos de umento de poder do povo através de combates quotidianos pelos seus dicitos, assim como através do aproveitamento dos seus esforgoscolet- ‘vos para desenvolver or recursos locas para proporciona 0 bem-estarco- Tetivo. ‘0 mais notivel, neste género, fi o movimento langado em 1978 por ‘Chhatrayuva Sangarsh Vabini, conhecido como o Movimento Bodh Gaya (ama organizacio juvenil para a tansformaséo sociale politica que in- ‘dui estudantes e nfo-estudantes). Desde entio tem servido de fonte de inspiraglo nacional para muitos grupos-movimento. Este movimento fot bem-sucedido na apropriagio de cerca de § mil hectares de terra que pertenciam a uma insituigio tligiosa de Bodhgaya, um dstrto do eta- Go de Bar, através da ago diretanio-violenta. Os campos foram lgal- ‘mente edistribuidoea familias de trabalhadorcsraras que a eles estavam Tigadas hava geracies, No decurso da redistibuico, os direitos legais de ‘posse da tera foram atibuidosigualmente a homens ¢ mulheres. Mais importante do que este resultado em forma de reisribuigo de errat foi processo de mudangs através do qual os objtivos mais amplose ot ‘aloes de ransormagio politica esol do movimento foram mantidos ‘vos, transmitidos e aitda que parcialment,isttucionlizads, tendo feta, naguela dre, a vida de cerca de tr il famiasparticipanes De fato,ogrupo-movimento assegurou que os dalits(exintocves), cua dirito3 terra levou to langamento deste movimento, peemanecessem na Tinha de frente, tendo as mulheres desempenhado papéis de lideranca tre 0s moviments; (2) em nivel labs, por um pequeno setor de ait dos movimentoe que no limos anos comesacam a participa de vsioe m0- iments ealhangae trasnacionais para a promogio de uma politica ani lbalizagio hegeménic, Nsto tudo ets impliitoo objetivo de longo prazo ‘dor movimentos de tazero ico envavente préximo (roc, econ mio, cultural eecolgico) em que as populases vem para dentro daesfera de asioe de controle desta ‘Contudo, eta politica dot movimento leva-os freqhentemente 4 con frontagio com o Estado, a administragopablica,amaquina legal polcal, as eartura do poder locale cada er mais, com as mulsinacioais que ‘adem os espagos rari ewiais.Algumas vzes, os micromovimeatos tax ‘bam enteam em confit cam os parties politics com os sindcatosinstiidos. ‘Todava o atvistas dos movimento encram estes confrontos como wna ‘expresso da uta mais ampls de longo prazo para transformasio politica ‘socal, ¢nio como um meio para compe com os partidos poliseos 20 Smbito da politica da democraca repeesntativs, para conqustar © poder ‘tata. Consideram, portant, a5 suas lutas qootdianas como um proceso tamene, dos procesce de decsfo Em sums, falar da utopia da democraia ariipativa ¢ falar da expanso da cidadania tent no sentid formal como fbetantiv,e geralmente, a dase tabalhadora, eouteos grupos marina lizado da soiedade, qu defend ets ids, vist ser aguela que mais raem tm sistema particpatvo. [No entanto, na histria da humanidad, foram poucas as atte revolu ‘esque resularam em experiéncas estves de democrcia particpativ,€ ‘esto aquelas que foram bem aces tiveram tm perfodo de vida curto De fato, mites voles dsladiram a grande msiria dagueles que mas se sacificaram eque esiveram na linha de frente da revolugio. Noentanto, ‘oExao-providécia eo regan do eegulamento socal que © acompanhon ercorreram ua loge cain na stenuagio do impacto da marginalzasSo dss clases subordinadase, como tal, judaram a manter um certo grav de ‘cediilidade do sistema econémico capitalists A subettigio do rine de regulamento socal do Estado-provdenca elo regulamento do mercado a pati do anos 70 resltou em exelusso socal e marginalizagio sem prece- dentes de milhdes de pesoas das clases subordinadas Esta exclusio © ‘marginalizasio €sindnimo da arual fase de globalizcio e da ideologia hgeméaica aca assoiada — mercados lives, intervensio esatal minima, rigor isa ecortsorgmneatasem todos os serigo fornecdos peo Estado Exetem nogice de democraca diferentes ¢opostas, todas elas girando ‘em tomo do modelo decidadaiaem anise. Paey e Moyser (1998) suge- ram dass categorise amplas ov nogSes de democracia, especialmente, a ‘concepsio “participa o radial” ea concepgio "realists" Segundo estes sutors, a eiolaparticipativa, encorsjandoa populago a tomar parte ai "3" no governo, procura expandir a partciagio civica para al da for ‘mas tradicional, tai como o voto ea aesinatra de ptigBes (1994: 45-46). [A gencalogia desta idiasremonta a modelos de cidadania apresentados ‘or tercos como Rousseau e J.S. Mil, mas deve acrescentarse que asia {nflugncia permeou as cortentes mais modernas da céncia socal radical. A ‘concepsio realist, por outro lado, defende uma nogio de partcipacio, muito mais conservadorae limitada que no vai muito além do voto em inteevalosregulazes. A teora ds democracia de Schumpeter (1987), que tem por bse a visio de que" eletorad €incapaz de outra ago que ao ‘© pitico em massa” (1987: 283), €um exemplo desta concepgzo conser- ‘dora de democracia, O modelo de cidadania em que esta moo de de- rmocracia est implicita € um modelo excludeate que serve spenar aos intereares das cites da sociedad, ‘Africa do Sul acabou de emerge de wm periodo de prolongado conti to em que maiois da populasiotavo Ita herdies conta injustice do gio do apartheid Esta lata representou ama tentatvs de lear ex: pansio da cidadania através da incluso de toda a populgio na vida socal, ‘econémicae politica do pas. De fato, a Freedom Charter, um document socildemocrataadotado em 1955 pelo multiracial Congres ofthe People’, ‘epresentou uma tentatva de inci todos ox cidados nos asantor do Pal, speando 20 seguinte +o dieito de todos os cdadiosverem garantidos os seus dieitosplitcos + ccs iguais para diferentes grupos soci; ‘anacionalizasfo de stores eatatégica da economis; tum programa radical de reforma arias a protegi dos direitos humanos de todos os ciadios; garantie trabalho esegrangs para todos, a garantia de educagio e habitaho para todos; «+ oreapeito ao dritore a scberania de todas as nage No contexto da Africa do Sul do apartheid, a Carta repesentou um projet ‘contr hegemnico que procirava ates as desiguldades ex exis socal do sistema. No coraio de documento esto git de ordem * poro gover far” inpirado em nogSes de parscipago eaatogoverno nos niveis mais bios da eautra social. A Carta fot ada por vis geragies de atvsas em diferentes reas, como a aio cic, a edcagio ea sade, servindo tan bem de guia de api em Its para a criagio de “érgios de poder popular". No entanto, a Carta da ibardade no fot ania orgem das noses de formas parigpatvas de democraca. Um movimento sindclatamente progressto [fees ae tem sido atuante deseo inicio doe anos 20, nos anos $0, ese movimento oss etrutura de representacic lderang elativament fortes democrat Eamente ceitas (Lambert, 1988). Quando o movimento fot esmagado ‘no aor 60, lvosalgum tempo para cemergit, mas quand 0 fe, n0 inicio dos anos 7, nutri, conscientement, uma adiso de democraca que com- binava clementos de particpao drt e reprs de epresentagio democrit> ‘anaes estrus. Este capitulo rela a emergénciae odesenvlvimento do dcuso da democraiapartcpativana Aftca do Sul durante e depos da Tata peta liberagio,parindo de exemplos das arenas cvcaesndcal dessa Tata. Procra sina identifiarewblinhar fatres eprocessossocas que tem shalado a democracaparicpatva dee oii dos anos 9, parialemen> teach o regime democritio qu fi naugurado em 1994, 1, ATIADIGKO DA PARTICAGEO DEMOCRATIC NA AFRICA DO SUL Ded inicio do século X%, ata pelaberdade tem pasado por fase qua Tiatvamenteiferentes, rods elas procurando expands dfiniio de berda- critica €aguela que tve inicio em prinipios dos anos 70, sensivelmente na ‘mesma época em que onove movisent sindcl emerga, Apesar desta fase ever sus orgens a inicio do perodo de mobiizaco de mass atvsmo, ‘formlagioflosficae a organzasio das suas ideas tem uma drivagio intelectual muito mais forte que a anterior. Nest sentido, o tabalho de Richard Turner, um over fil6rofo que estidow na Cidade do Cabo e em Pats, represent a mais desenvovida busca de ensancipago que fi alm de tradigde enogies de democraciaherdadas. sua obra embrionéria, The Eye ofthe Neale: Twards Participatory Democracy in South Africa’, foiispir {dapor agulo que denominou “enecsidade de pensamentoutépico”. Taner ‘elena a necesdade ca possibilidade do afastamento da nogio de que a ‘socedade ea nsttiges soca so “eatdades natura, parte da geografa do mando em que vivemos” (1980: 2). Se queremos fli sce nos valores ent, tems qu ver guns dos a pecorda nous sree que nesarameate team dosimperatvos da furtahuman eds crn ia dor so aspecor so made Depois tenor qieomarerpistororprincpi dealer nquaatos nono cemmpertameng tale eticlors ade cntoe aloes pou Atom ‘norcomcinca de quien valor qi ots forma toca poste nfopoleemes juga a sosedaeexsente (180: 3 ‘Tamer procedeu enti & discussio ds sua “socedade ideal posstl”, que rirava em torno ds nogio de democraca prtcipativa. Os dois princpas equisto dest tipo de sistema socal so: “ela permite que os individuos teaham o mtn controle sobre o seu ambiente social emateral, eencors- jis a interagitem de forma produiva com ox outros (1980: 34) [irs Sirti siem 1972. Tae fo mort por asin do ported [As das fases da Ina sul-aticana podem ser vistas como entigioe que scbrepem-seeconsolidan-se mutuament na evolusfo do pensmentouté pico na bus da emancipagio socal aa Africa do Sul. Durant a prima fase, aEnfase era colocada na definigio de democraca patiptiva como {deal ou meta. ser atingida no momento da ibertagso Oapela da Cate da Iberdade a0 estabelecimento de “Gepios democrsticos de autogorer” em ‘uma soiedade pé-apartheid faa parte deste discurso. Durante a segunda fase, a democracaparticipativa nio era apenas um objetivo a ating no fi ‘ros era vista também eomo pris no interior de organitagiee do mov ‘mento prévdemocraa. De certo mode, esta imtensifieasio do dcurso que scare a teadugio do ideal para una “utopia real” poderia ee observada sais claramente as lus sindicaise comunitrasevieas dos anos 70 em dante. ‘Uma ds tradigGes de que o movimento sada pés-1973 continvon a congue foi ada democracia edo controle por parte dos tabalhadores das estrturas ¢processos de decisi interno, Freund defende que isto era “um tipo aitido de democracia do povo", visto que “st decsbe quanto & assuntos ocganizacionlsfandamentaiseram tomas em um formato que acaretava um elevadogeau de envolvimentoe consentimento por parte dot ‘membros simples” (1999: 438). Esta tadilo remonta& frmasio dstes sindictos no inci dos anos 70. Em muitos dele, o principio do controle pels trabalhadores penetrou todos aspects da sua organizaioefuncions ‘mento, como por exemple: ‘+ adnfase nas esraturat de base da empress orentads por delopadossind- ‘as eletos democraticamente, «+ a cragio de estaturasreprsenatvas em que ot representantes dos trax ‘balhadores so majonitcioe, ‘a pritica de process mandatads de dectioe apresentasio regular de ‘elatrios de atvidades 20s membros; aanegociagio no nivel da fbrica que permitia aos trabalhadoresedelega- dos sndiais manterem controle sobre a agenda de negocasios «+ ssubordinagio dos funcionisis do tempo integral a0 controle por pate das esuururasdominadas pelos wabalhadores; + orenvolvimento dos trabalhadores, em todor os niveis, no desempenho dos foncionrios de tempo inegal. © principio do controle pelos trabalhadores foi inscito naconstitigio fundadora da Federation of South African Trade Unions (Festa), em 1979, ena do Congres of South African Trade Unions” (COSATU), esta beecido em 1985, De acordo com Baskin, 0 principio sepuido foi “impe- dir que 0 funcionérios dos sindicato controlassem as estruturas do CCositu” (1991: $7). Mas, mais importante, o controle por parte dos balhadores tina como objetivo asegurat a durablidade das estrururas indicts, 20 permitr que of tabalhadoresatsumissem total responsab lidade pelo fancionamento dos seus sndicatos. Into era necessrio dev do hostildade dos pats edo Estado que resultavaem uma implacivel perseguici e detenclo das liderancas.” ‘Os anos 80 asistram a nieis de militica e mobiizsio de mass sem precedetes en muitos municipios do pals, Estes processos foram acom- pantiadosplointens cresciment de organizagéscvcas qu visaram com ‘estar poder em um contexto em que as estrutura fantoche do regime apartheid tnham a seu cago a administraio civics. Mrwanele Mayekiso, ‘enti aivsta cvico em Alexandra, Joanesbargo,defende que 1986 cons- titia 0 ponto alto da mobilizagioe intevencio politica de masa no mi- tipi, (© nowo pid mais impetsow de ogainsio municipal ocr 08 rice meer de 1986, quando relnent podamos armar quel do ‘arts ees endo sina, ra pon plannss propia forma de togorerna. Fo uma experiencia ibenadora, enbora pouco duradura (4996: 67, ‘A forma de astogovern discatida por Mayekisotinha uma forte dimen: So partcpativa que gira em torno do extabelecimento de “6gios de poder popular, como comits de rua ede dra, “wibunais populares”, ‘tmabuto (anidades de autodefesaconstituidas por voluntirios)e assem bei representativas de extudantes As vetades desta formas de organ aso cram duplas. Primeio, astepuratam a partcpagio popular no aivel imaisbaio da ongonieagio socal, especialmente a rua. O comstédevua era, cy Bin 3 ere de 20 de fato, uma reuniso geal de todos os moradores de determinada ra, 0 que omentava a unidade eo envolvimento politico de todos em assuatos que {todos dziam respeito, Embor oss Freqientes or problemas e tenet to interior desta estrurrss, coino aqueesenteos membros mais novos © ‘os ais velhos das comunidades, ox commits de roa eram,rega era efca- e+ no que diz respeito a0 encorsjamento ds partiipagzo de masa non vel da virinbanga no municipio. Os comités de rua elegiam, entio, ‘representantes para oscomités de Sra, os quai, por su Yer, elegiam re- presentants para asociagées vias maores no municipio. A organizagio ‘rica era corpo coordenada de lta ¢eampana que sbrangia todo 0 ‘municipio. Era freqdentement estaeleida uma sre de outras estruturasparale- tas, como tribunais populares e unidades de autodefesa,partcolarmente fagueles musicpios em que os comits de ru eéreafuncionavam relati> ‘vamente bem. Os tibunais populares mais ficients era aguees que ‘ham sido estabelecidos com o apoio de comitts de rua edrea de modo a ssegurarem algumaobrigao de pedidoedejstificaio de contaspolti- ‘ext. No ato do municipio de Alevandra, Mayekso também chamaaaten- ‘Ho para o faro de a integridade dos conselhos depender sempre do mandate da comunidade” ede, uma ver que as estrutorasextavam fear _quecidase a liderancar absent por motivos de detengo, os consclhos Ccorrerem 0 rsco dese transformsr em tibunais sem citrios de jstiga (tongoro courts). Estes buns eram sbertor&partcpasio de todos ot ‘membros dara, A concepgio de tribunal poplar surgi como alterativa 0 injusto sistema judicial do apartheid. Baseava-se na enteega dos casos, por parte dor membros da comunidad, quele tribunal, em vez da entega ‘soe tibunais convenionst. O sistema inspicou-se, em boa parte, no siste- ‘maja africano em que a dofase era dada teabiltagio,em ver depo nigdo. Mayekiso (1996) descreve o exemplo de um tribunal popular bem-sucedido na Avenida 7, de Alexandeas Tres «pe pats etme gh i reer fae, ls ecm vn So wd ore te 0 rian oes De ini er eid plo jones, no entant oe mss ves foram, deol, chumadosa prs A pedi sla do ena era uma apercada chaps om- ‘ala com banco prs a pose we sentrem evma mea sobee a qu 3 secrets excel Tato or actos como or quioxos etarse ism em tres peer repetaar ma comnidae,O moderadr abi a diseusso sobee 0 sunt. O acsido eo guaos apresentaiam a 5 verses da Iwi A ae dleraria soe o anuea,Umnarepastia ade que ring seria menospteado ov amesado. Tipicament, no final, seria ‘leaads uma slope nigra para problems. Amba spares bea (pram (1996 52) ‘A discusso vra-s agora para invengo da radiciodemocrtica no interior

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