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A Lição Válida dos verdadeiros (e raros) Estadistas

Norte-Americanos: Wahshington, Jefferson, Lincoln e


Roosevelt – Administrar para a Coletividade e não para
uns poucos poderosos da Elite

domingo, 15 de agosto de 2010 | 07:10

Lições de Roosevelt, quatro vezes eleito pelo


povo, assumindo uma das grandes crises do
mundo. Administrou para a coletividade,
enriqueceu o país. E os nossos governantes?
Dilma, Serra, Marina, aprenderam alguma coisa?

Hélio Fernandes, jornal Tribuna da Imprensa, Rio


de Janeiro
Quase seguidamente, os Estados Unidos tiveram três
presidentes estadistas: Washington, Jefferson, Lincoln.
Demorou algum tempo, surgiu o quarto e último presidente
estadista: Franklin Delano Roosevelt.
Como assumiu e governou em circunstâncias rigorosamente
iguais às de hoje, nada melhor do que uma seleção dos
pensamentos do extraordinário personagem.
Franklin Delano Roosevelt, hoje mais uma legenda do que um
simples nome, não foi apenas o fabuloso administrador que,
assumindo o governo dos Estados Unidos, no caos e na
depressão, depois do terrível “crack” de 1929, recuperou-o,
elevou-o novamente, sustentou-o com alicerces que pareciam
impossíveis de sustentar um edifício tão gigantesco.
Rossevelt foi, também, um pensador extraordinário e lúcido,
preocupado acima de tudo com o homem , sua liberdade, sua
existência, convencido como sempre esteve de que o homem
há de ser a meta e o objetivo final de todo governante.
Selecionamos alguns pensamentos do grande líder, que 70 ou
75 anos depois, continuam atualíssimos e que parecem
“pensados” precisamente para a realidade brasileira de hoje.
Liberdade e tirania – “Thomas Jefferson encarou o fato de
que os homens que não lutam pela liberdade podem vir a
perdê-la. Nós também nos confrontamos com esse fato.
Jefferson viveu num mundo em que a liberdade de consciência
e a liberdade de pensamento eram ainda batalhas a serem
travadas, e não princípios já aceitos por todos os homens.
Jefferson amou a paz e a liberdade, embora por mais de uma
vez tenha sido compelido a escolher entre as duas. Nós,
também, temos que fazer tal escolha. Jefferson provou,
insofismavelmente, que o que parece ser o eclipse da
liberdade, pode se transformar rapidamente na alvorada de
uma liberdade ainda maior. Os que lutam
desassombradamente contra tirania, aprenderão facilmente
essa lição”. (13 de abril de 1943)
Evolução e revolução – “Nós estamos iniciando algo
inteiramente novo, algo que tem que ser desenvolvido através
do que eu chamo EVOLUÇÃO. Quando lhe falarem sobre a
palavra REVOLUÇÃO, diga que há uma letra a mais nessa
palavra”. (24 de abril de 1943, discurso na Feira de Amostras).
O senhor da democracia – “As liberdades que devemos
proteger e que protegeremos, são as liberdades que fazem
com que o indivíduo seja o senhor supremo dentro de uma
verdadeira democracia”. (2 de dezembro de 1940)
Divergências nas ditaduras – “Nas ditaduras não existem
divisões partidárias, pois todos os homens têm que raciocinar
como lhes mandam, falar como lhes mandam, escrever como
lhes mandam, viver e até morrer como lhes mandam. Nas
democracias, os partidos estão acima da nação, pois
representam a própria nação”. (29 de março de 1941)
Campos de concentração – “Nas democracias as divergências
são expressas nos locais da votação. Nas ditaduras, as
divergências são suprimidas e localizadas nos campos de
concentração”. (12 de abril de 1941)
Limite às realizações – “O único limite às nossas realizações
de amanhã, serão as dúvidas de hoje. Avancemos com fé
altiva e vigorosa”. (11 de abril de 1945)
Llberdade de imprensa – “Acredito que nenhum homem ou
mulher, sensatos, admita que a imprensa seja ou deva ser
cerceada ou ameaçada. A influência da palavra escrita
dependerá sempre da sua veracidade, e a nação pode confiar
com segurança na sábia discriminação de um público leitor,
que, com a melhora da educação em geral, seja capaz de bem
discernir a verdadeira democracia e jamais tolere a supressão
de notícias verdadeiras por determinação do governo”. (4 de
março de 1939)
Governo forte, povo forte – “A História demonstra que as
ditaduras não surgem de governos fortes e bem sucedidos,
mas sim de governos fracos e incompetentes. Se pelos
métodos democráticos o povo obtiver um governo
suficientemente forte para dirigi-lo, para protegê-lo do medo
e da fome, sua democracia terá êxito; mas se isso não
acontecer, o povo se torna impaciente. Assim, o único
baluarte seguro de uma liberdade permanente, é um governo
suficientemente forte para proteger os interesses do povo, e
um povo igualmente forte e bem informado para manter o
controle soberano sobre o governo”. (14 de abril de 1938)
O medo paralisante – “A única coisa que devemos temer é o
próprio medo, medo inominável, sem razão de ser,
injustificável, medo que paralisa os esforços para transformar
uma retirada desastrosa em avanço vitorioso”. (4 de março de
1933)
Separação dos poderes – “Estamos promovendo cada vez mais
a união do Executivo e do Legislativo. A Constituição
sabiamente determinou a separação dos Poderes, mas o
impulso de objetivos comuns proclama a necessidade da
união. É nesse espírito que Legislativo e Executivo se unem
cada vez mais para servir ao povo”. (3 de janeiro de 1934)
Propor, dispor e julgar – “Propor é um dever do Presidente;
dispor, é um privilégio do Congresso. Ao Judiciário cabe a
faculdade de dizer se aquilo que o Presidente propõe e que o
Congresso dispõe é constitucional ou inconstitucional”. (23 de
julho de 1937)
Impostos equitativos – “Se um governo deseja ser prudente,
seus impostos devem proporcionar rendas amplas, sem
desencorajar os empreendimentos, E se desejar ser justo, tem
que distribuir equitativamente os ônus dos impostos”. (10 de
junho de 1935)
Os governantes finais – “Não devemos jamais esquecer que o
governo somos NÓS MESMOS e não uma força invisível agindo
sobre nós. Os governantes finais da nossa democracia não são
o presidente, os senadores, os congressistas ou os funcionários
graduados do governo: SÃO OS ELEITORES DESTE PAÍS”. (8 de
julho de 1938)
Liberdade para a oposição – “É uma boa coisa exigir liberdade
para nós mesmos e para aqueles que concordam conosco. Mas
é uma coisa ainda melhor e mais rara, exigir liberdade para os
outros que discordam de nós”. (22 de novembro de 1933)
Liberdade conquistada – “Em seu mais verdadeiro sentido, a
liberdade não pode ser outorgada, ela tem que ser
conquistada. E para que seja mantida, é preciso que haja uma
constante vigilância”. (16 de setembro de 1936)
Aplicação e encorajamento – “A tarefa do governo é a tarefa
de aplicação e encorajamento. Um governo esclarecido
procura proporcionar a oportunidade através da qual o melhor
rendimento individual pode ser obtido, enquanto ao mesmo
tempo, procura remover as obstruções e as injustiças, como
molas de egoísticos motivos humanos. Nossa vida comum,
diante dos vários órgãos do governo das leis e da Constituição,
existe principalmente para proteger o indivíduo, louvar os
seus direitos e tornar claros os seus princípios justos”. (2 de
outubro de 1935)
***
PS – Comparam muito a crise de agora, com a de 1929.
Semelhanças existem, mas também enormes diferenças. De
1929 a 1933, os EUA “andaram” sozinhos, o presidente era o
catastrófico Hoover.
PS2 – 4 anos depois, em 1933, é que Roosevelt assumiria e
começaria a resolver. Em vez de dar TRILHÕES aos
aventureiros, ESTATIZOU tudo. Mas estatizou mesmo, da água
ao metrô, da energia a todos os serviços. O que fazem
agora,DESPERDÍCIO e LOUCURA indecifrável.
PS3 – Faltando exatamente 49 dias para a sucessão
presidencial, espero que os candidatos percam menos tempo
do que têm perdido, lembrem quem foi Roosevelt, a sua
importância para a vitória na Segunda Guerra Mundial.
PS4 – A injustiça de sua morte, menos de um mês antes de
terminar a guerra, deve levar os presidenciáveis a entenderem
o que ele fez pelo mundo, seu país, a coletividade.

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