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MARX, rt rare Ec duprnen febitrn), Live 1,¥el,2 CaP. XE. SF fri: DiFeL, 4982 CAPITULO XXIV A Chamada Acumulagao Primitiva 1. © Stoxtoo Da AcuMULAGKO PRIMITIVA ‘Viowes como © dahsiro se transforma em capital, como se prodar mais via com capital, © mais capital com mais vali, Mas, 4 scumulagéo do capital presupoe a mais vall, a mais valla a produgdo capitlisa, e exis a exiénia de grandes qunnidadcs de captal e de fread trabalho nas mos dos produtoes de mer adoras Todo ése movimento tem swim a aparéncn de um cit lo viioto do qual x6 podetemos eeapar admiindo uma scum. lagdo primitive, anterior 2 acumulagio capitate ("previous sccumulatin”, seginéo Agam Smith), una acumagio que M30 fecorre do modo captulsta de producio, mas € seu ponto de aria, 828 Kath H. 'h Chromatin Ptrurlags dine" IN — O Coprhl L rib de ssa acum o¢io primitva desempeaha na economia politica tum papel anéiogo a0 do pecado orginal ua tologa. dso mondet & mag e, por i800 pecado contaminow a humanidade intira Pretendese explicar 4 origem da actmulagio por meio. do ume tstéria ocorrida em passado distate, Havia outrora, em temmpon muito remotos, duas espécies de gente: uma clitelaborosa, intl gente sobreiudo econémice, e uma populagao consttida de adios, tapalhées que gastavam mais do" que tinham. A leada teolbgica conta-nos que © homem foi condenado a comer 0 pao com © svor de seu rostO Mas, a nda cconémice cxpicanon 0 motivo por que existem pessoas que essspam a ésse mandamente divino, Aeonteceu que a elite foi acumulando riqueras e-a popula: so vadia ficou finalmente sem ter outra coisa para vender além da prépria pele. Temos ai 0 pecado orginal da economia. Por avin cle, 4 grands masta € pobre cy apesar de se eefalfa, 56 ara vender a prépria fsa de trabalho, enquanto eresce con- tinvamente a viquetn de poucos, embora team esses poucos para. do de wrabalhar h& muito tempo. Thies, com téda a untuostdade presidencia, defonde a propriedad, servindo. 305 franceses, outa. Fe to espittuosos, esas pueridades insulsas, Mas, quando esti tm j8g0 8 questio da propridade torma-se dever sagrado a defesa intransigente da dostrina infantil do. abecediriocapitalista, como 2 Gnica eptima para tOdas as idades © pars todos os estigis. de desenvolvimento. sabido o grande papel desempenhado. na ve- dadeira pela conguista, pela ciravieagio, pela rapina © 0, €m sima, pela violncia. Na suave economia, po- io teina desde of primérdio. Desde 0 inicio da hm cito ¢ © trabalho sio os dnicos meios de -enriqueci mento, excetuando-se naturalmente © ano corrent, Na realiade, 95 méiodes da acumulagso primitive nada tem de idicos. Como os meios de produgio e os de subsisténca, dinero « mereadoria em si mesmos nfo sio capital. Tem de haver antes toma transformasio que 30 polo ocorrer em determinadas, ci ctunstincas. Vejamos, logo a Segur. a que se redizem, em sma, tsses cicunstinias. Duss cspcies bem diferentes de_possudores dle mereadoris tém de confrontase ¢ ena em contacto: de um lado, 0 proprietéto de dinheto, de meios de produgio e de meios de subsisténcia, empenhado em atmentar a soma de valtes que possi, comprando a fénga de trabalho ali, c, do Out, os taba. Thadores lives, vendedores ia prépriafGrga‘de trabalho e, portan- to, de trabalho, Trabathadores livres em dois sentides, porque nao 829 de produgio, como © camponés auténomo, estando assim livres e desembaragados dees, Estabeleci- dos ésses dois pélos do mercado, ficam dadas as condigies basicas 4a produsdo capitalista. O sistema capitalista pressupée a dissocia. so entre os trabalhadores e a propriedade dos meios pelos quais ‘ealizam 0 trabalho. Quando a produsio capitaista se torna inde- pendente, nao se limita a manter essa dissociagio, mas a reproduz fem escala cada vez maior. © processo que eria o sistema capitalista cconsiste apenas no processo que retira a0 trabalhador propri dade de seus meios de trabalho, um processo que transforma em. capital os meios sociais de subsisténciace os de produgio ¢ con verte em assalariados os produtores diretos. A chamada acumula ‘io primitive € apenas 0 processo histérieo que dissocia 0 traba- Inador dos meios de produgio, & considerada primitiva, porque fem baronias gigantescas, havendo casos de uma s6 abranger 900 lntigos senhorios anglo-saxdnicos,estava dle coalhado de sitios dos ‘eamponeses, embora separados a espagos pelas grandes dreas senho- ais Essas condigGes, juntamente com o floreseimento das cidades, caracteristico do século XV, propiciavam ao povo aguela riqueza ‘que 0 chanceler Fortescue descreve com tanta elogincia em sua ‘obra “Laudibus Legum Angliac", mas excluiam a rigueza capitalsa © prelidio da rovolugio que eriou a base do modo capitaista Le produgio ocorreu no ultimo t@rgo do séeulo XV © nas primeiras ‘éeadas do séeulo XVI. Com a disolusio das vasslagens feudais, langada ao mercado de trabalho wma massa. de proletiios, dz individuos sem direitos, que “por téda parte enchiam initilmente cs solaes", conforme observa acertadamente Sic James Steuart. Em- bora 0 poder real, produto do desenvolvimento burgués, em seu cesférgo pela soberania absolut, acclerasse pela f6rga. a dissolugso das Vassalagens, no foi de modo algum & causa Unica dela, Opon- {dose arrogantemente ao Rei ¢ a0 Parlamento, © grande senhor feu- dal criow um proletariado incomparivelmente maior, surpando as terras comuns e expulsando os camponeses das terra, 08 quais pos: sufam direitos sObre elas, baseados, como os do préprio senhor, ros mesmos institutos feudais. Ovfloescimento da manufatura d° = 1a, com a elevagao conseqUente dos presos da li impulsionou direta- mente essa violéneias na Inglaterra, A velha nobreza fora devora- Uy pelas guerras feudais. A nova era um produto do seu tempo, e, para cla, 0 dinheiro era 0 poder dos podéess. Sua preocupagio, por Fiso, eft transformar as terras de lavoura em pastagens. Em sua obra “Dejeription of England, Prefixed to Holiashed's Chronicles”, descrevé Harrison como a expropriagfo dos pequenos camponeses arruina o pats. "Mas que importa isso aos nosios grandes ustrpado- res!" As habitagdes das camponeses e as choupanas dos trabalhado- 192 © Japio, com seu sistema puramente feudal de propriedade das terras ede pequenas emprésas agricolas desenvolviaas, oferece um fquadro muito mals flel da Idade Média eurootia do que todos: os hassce livros de histrla, dominades em sua maioria por preconceltos Dburgueses. muito féeil ser Uberal As custas da Taade Main 833 res foram violentamente demolidas ou abandonadss a decadéncia total “Quando defrontamos", diz Harrison, “os velhos inventi- sis dos senhorios, veifcamos que desapareceram inimeras casas © pequenas Iavouras, de modo que a tera alimenta muito menos gente, muitas cidades decairam, embora floresgam algumas.no- ‘as... Poderia falar de eidades e de aldeas, trinsformadas em ppastos de ovelhas e onde apenas se encontram as mansGer senbo- ‘Aquelas velhas crdnicas exageram as queixas, mas traduzem exatamente a impressio causada s6bre 0s contemporincos pola re- ‘olugio nas condigSes de produgéo. Uma comparagdo entre 3s obras dos chanceleres Fortescue © Thomas Morus revsla abismo que separava os séculos XW e XVL. A clase trabalhadora inglésa foi langada, sem tamsgGes, da idade de ouro, na expresso acetada de Thornton, para a idade de fer. Essa revolugio fazia estremecerem os préprios legisladores. ‘Nio tinham chegedo ainda iquele nivel de civilizagdo em que a riqueza nacional, isto é, a formagso de capital, a exploragio im- piedosa ¢ 0 empobrecimento da massa popular, coasttui a razio Sitima’ da sabedoria. poltica. Em sua histéra de Henrique VI, iz Bacon: ‘Nessa époea (1489) aumentaram as queixas sdbre a trans: formacio de terms de lnvoura em pastos” (para ovelhas ete.), “para os quais bastavam poucos pastres; e dteas arrendadas por tempo indeterminade, por ano ou vitalleamente, das quais vivia grande parte dos lavradores independentes (yeomen), transfor- Eearem-ec em tert scepedas pelo tenheria, Ine peoveooe. door éncia do povo e em conseqitncia decadéncia de cidades, igre- jas, queda de dizimos... Foi admirivel a sabedoria do Rei e do Parlamento aplicada, nessa épocs, 4 cura désses males... Ado taram medidas contra a usurpagio das teres comuns, qe prov- ceva 0 despovoamento, ¢ contra « expansio das pastigens. que produzia os mesmor efeitos.” Em 1489, lei de Henrique VII, capitulo 19, proibia a demoli- ‘slo de tOdas as casas de camponeses as quais estivessem vinculados a4 ‘pelo menos 20 eres de terra, Renovi-a Henrique VII, no ano 25 de seu reinado, com outra lei onde se Ie: “Muitos arrendamentos © grandes pastagens, especialmente dle ovelhas, estio concentrados em poueas mios; por iso, muito fumentou a renda da terra, decaindo a lavoura; casts ¢ igreas foram demolidas, ¢ um némero imenso de pessoas ficaram impe- dlidas de prover seu préprio sustento e de suas fom" A lei determina a reconstituigio das culturas ¢, de sus ins- talagdts, fita a relagfo entre tea de lavoura e fea de pastagem cic, Lei de 1533 deplora haver proprcttios possuindo 24.000 fvelhas ¢ limita 0 mimero destas a 2.000 por proprietio3™ As fqueinas populares ¢ as leis que, a parti de Henrique VI, durante 4150 anos, se destinavam a coibir a exproptiagdo dos pequenos ar- rendatirios © dos camponeses, nfo atingiram a nenhum resultado pritico. Bacon, sem o saber, reveli-nos 0 segrédo dessa inefcécia, fem seus “Essays, Civil and Moral", segdo 29. “A lei de Henrique VII", diz éle, “era profunda ¢ digna do ‘admiragio, 20 erlar Iavouras © casas de lavmadores, de determi nado padrio, sto, 20 garantie aos laviadores rea que Thes per mmita colacarem no munsio siditos com recursos suficientes © io sujltas & condigio seri, pondo assim o arado em mins de pro: piletiries © nfo de mercendrios.” 19% M3 Em sua “Utopia”, Thomas Morus fala de um pols singular em que “as ovelnas devoram os sires humanos” (Utopla”, tradurfo de Robinson, ed. Arber, Londres, 1808, p. 41). 1m “Bacon anallsa a relacko existente entre uma classe livre ¢ sbas- ‘ada deveamponeses ¢ Uma boa infantaria, "era da maior importancla. para 0 poderio ea manutengio do reino, terem os arrendamentos fea suficiente para manter homens capazes e coberio de necessdades, fe serem as terras do reino, om grande parte, ocupadas pela yeoman, luma classe de pessoas situadas no melo, entre nobres, de um lado, © lagregados braceiras, do outro... E opinilo geral dos que mais en- fendem da arte da guerra... que & principal férga de um exérito esta ‘na Infantarla, nos que combatem a pé. Mes pare formar uma boa in~ 00s que tenham ereseido no em cond~ ‘mas lives e com certo Demeestar Quan do um estado favorece exageradamente 3 nobres os gentis-homens, 835 Mas, o sistema capitalista exigia, a0 contrério, a subordinagio servil dal massa popular, sua transformagio em mercenitios © a conversio de seu instrumental de trabalho em capital. Durante &sse periodo de transigio, a Iegislagio procurou manter @ tote de 4 acres junto A choupana do trabalhador agricola, ¢ proibiu-the nela abrigar inos. Ainda em 1627, no reinado de Carlos 1, Roger Crocker de Fontmill foi condenado por ter construido uma casa pata lavrador no seu feudo sem acrescentarhe, em carter pet- ‘manente, uma ftea de 4 acres; ainda no reinado de Carlos J, em 1638, foi nomeada uma comissio real encarregada de impor a aplicagio das velhas leis, notadamente com relagio a essa Grea de 4 acres, © Cromwell proibiu que se construissem, na periferia de Londres até 4 milhas da cidade, casas que nfo estivessem do- ladas de uma area adicional de 4 acres. Ainda na primeira metade do século XVIII, ouvemse queitas quando a choupana do traba- lhador nao dispoe de um terreno anexo de 1 a 2 acres, Hoje em dia, éle se considera muito feliz se sua habitagio dispée de um Pequeno jardim ou horta, junto a sua habitagfo ou se pode ar- rendar um tote de terra liliputiano. “Os senhorios e 0s arrendatiies” dz dovtor Hunter, “agem fm conjunto, Poueos acres junto a ehoupana tormariam © tribae Thador demasiadamente independente”. 14 © process0 violento de expropriago ao povo recebeu um ‘ercivel impulso, no século XVI, com a Reforma eo imenso saque fenquanto os laveadores mio passam de trabalhadores erindos a servigo dates, ou de agregados, Isto e, de indigentes que. moram em ws domints seuhorialy pede-se ler ue bon etvalara, mas minen Juma infantaria resolute... 0 que se vé na Franga e ne Tee ta @ em outros paises estranseiros onde si ae arnntrea nobresa, {te um lado, , do outro, eamponeses miserdvels, Désse modo, sho ‘esas palses obrigados a empregar mereendrios suleos e de cutras Drocedénelas. Vé-se por al que efas nag6es possiem multe gente e ppoucas soldados” ("The Reign of Henry VIT ete. Verbatim Reprint from Kennet's England, ed. 1710", Londres, 1870, p. 208). Pe. Hunter. 1. ¢.. p, 394, — "A quantidads de terra que era tribulda, aos trabaliadores” (as vehi leis) “seria hoje considera dda grande demais o suscetivel de converté-loe em poquencs agrieul. ores” (George Roberts, “The Social History of the People of the Southern ‘Counties or england in past insures", Lone. 185. p. 1). 836 dos bens da Igreja que a acompanho:. A época da reforma, Igreja Catdlica era proprietéria feudal de grande parte do. solo inglés. A supressio dos conventas ete. enxotou os habitamtes de suas terras, 0$ quais passaram a engrossar 0 proletariado. Os bens eclesiésticos foram amplamente dosdos a vorazes favcritos da Cét- le ou vendidos a prego ridiculo a especuladores, agricultores ou bburgueses, que expulsaram em massa os velhos moradores heredi- trios © fundiram seus sitios. O direito legalmente explicito dos lavradores empobrecidos a uma parte dos dizimos da Igreja foi confiscado ticitamente.**° “Pauper ubique jacet"! exelamow a rai- ‘nha Elizabeth apés uma viagem através da Inglaterra, No ano 43, de seu reinado, foi o govérno por fim compelido a reconhecer Cficialmente © pauperismo, introduzindo © impésto de asssténcia 05 pobres. "Os autores dessa lel nfo ousirim spresentar as raxies dela, , contra tida a tradigio, toureram-na ao mundo sem quslquet exposigio de motivos" 96 \ Tornow-a definitiva a lei n.° 4, do ano 16, do reinado de Car- los I, e 6 veio a ser modificada em 1834, quando foram adotadas Drescrigdes mais severas.1™” Mas, a Reforma ainda teve outros efei- "0 pobre esté prostrado por tdda parte.” iss "O direto des pobres # uma parte dos disimas da Tgreja esté fixado nos vethos estatutos” CTucket, 1, ¢., ¥. 1, phgs. ADK e805). 40 william Cobbett, “A History of the Protestant Reformation,” fan. 197 © epirito protestante ge zetrata bem no soguinte caso. No sul dda tnglaterra, proprietdrios de terras e arrendatarios abesiados se ruta femtaram 19 questi se & intarpclagso wer dade Tel de assist@ncia ace pobres de Eilaabeth, submetendo-as a0. pare- ‘cer de um oflebre jursta da época, Sergeant Snigge, que foi nomeado Julz no reinado de Jaime T. "Nona questao: Alguns dos rloas arren- ‘Gstarios da paréquia imaginaram um método engenhoxo com o dual se pode afasiar tbdas as eonfusdes que cccrrem na aplieagto da Te. Propdem que se constria uma cadeia na paréquia. Sera negeda qu ‘Quer ajuda ao pobre que nela nfo se deixar enearcerar. EntSo tida vizinhanga seri avisada de que qualquer pessoa que queira alugar 9s pobres dessa paroquia deve apresentar propostas Incradas, um dia delerminado, flxando © menor prego pelo qual flcarla com éles. Os autores désse plano supsem existirem nes condados préximos Des 837 tos mais poderosos. A propriedade da Igreja constituia o baluarte religioso das antigas relagées de propriedade, Ao cair aquela, estas nfo poderiam mais se manter Ainda nas Gltimas déeadas do século XVI, a yeomanry, uma classe de camponeses independentes, era mais numerosa que a dos arrendatirios. Consttuira a principal f6rga de Cromwell e, segundo reconhece o préptio Macaulay, contrastava vantajosamente com os fidalgotes beberrSes e seus lacaios, os pétocos de aldeia, que i ‘sham de arranjar easamentos para as criadas proferidas désses gentischomens. A essa época, o$ trabalhadores rurais ainda cram ‘co-proprietérios das terras comuns. Por volta de 1750 desaparecera soas que gostariam de viver sem trabalhar, mas no podem realizar seu desejo por nfo disporem de recurses ou crédito suficiente para arrendar terras ou consegulr um arco. Elas estariam inclinadas fazer propostas vantajesns A paréquia. Se pobres morrerem aoe culda- dos do contratante, a falta reealra sobre éle uma vez que a paréau 6 ord cumprico sous doveres em relacdo a éles, Reveamos que a Tel em vigor, do ano 43 de Hlibeth, nko permita uma solugio'pras dente como ‘a que estamos imaginando, nformames-Ihe, entretanto, ‘que oe demals proprietérios alediais désse condado e dos udjacentes fe Juntario a és para levar seus representantes ‘na. Camara. doo ‘Comuns a propor tuma let que permita 0 encarceramento eo tabs: ho compulsério dos pobres, de modo que fear sem direlto n qual quer aurilio aquéle que se opuser ag encareeramento, Com iso. es ‘eramos que pessoas na miséria so abstenhiam de requerer socorr’ (R. Blakey, “The History of Polllical Litersture ftom the carlcst times,” Lonares, 1055, v. I, pigs. 84 © 85). Na Esodcia, a servidao fot abolida séclos depeis do'ter sido ‘liminada na Inglaterra. Em 1608, declarava Fletcher de Salioun no Pariamento escocts. "ests ‘mado em pelo menos 200000 0 mimero de indigentes da Escccla Republieano por principio, s6 vejo um remédio pare east situagio: restaurar a velba. servidao © transformer em esctavos todos Gf que Sejam ineapazes de prover a propria subslstincla.” No mesmo sentido fescreve Eden, 1. c., ¥. I, eap. I, pigs. 60 e 61: "O pauperismo surge om a lberdade do iaveador. "As tmamutaturas eo somérsle. see (8 ais dos nossos pobres.” Eden comete 0 mesmo erro. daqucle excocts, republicano por principio, pols o lavredot se tora role: Ho ou indigente iio por ter sido limintda © servidio, mas por ter ‘do suprimida « propriedade que tinha do solo que eultivava. Na Franca onde « expropriagdo segulu outro processo, 4 ordenangn e Moulin de 1506 e 0 edito de 1686 correspondiam Ao leis inglés Ae assis aos pobres 488 “Profestor Rovers, embora tivesse exercido a citedra de econo mia politica da Universidade de Oxford, 0 foco da ortodoxis proves. fante, acentua, em seu preficlo & "History of Agriculture” & paupes zago da massa do povo pela reform. 838 a yeomamry#® e, nas iltimas décadas @9 sGeulo XVIII, 05 ves- tigios que ainda restavam da propriedade comunal dos lavradores. Deixamos de lado 2s fOrgas motoras puramente econémicas da revolugio agricola, e estamos nos ocupando apenas dos meios coer- civos utilizados para. promové-la, Com a restauragdo dos Stuarts, os proprietirios das terras, utiizando processos legais, Jevaram & cabo uma usurpagio como a que se efetivou depois no Continente, mas sem qualquer forma- lidade juridiea, Aboliram as disposicées feudais relativas a0 solo. ‘Transferiram para o estado deveres que estavam vinculados & pro- priedade do solo, “indenizaram” 0 estado com tributos incidentes sObre 0s camponeses e sObre o resto do povo, submeteram a0 re- gime da moderna propriedade privada os bens em relagdo aos quais possufam apenas titulo feudal, e impuseram, por fim, aque- fas leis de domicilio que, com as variages impostas pelas cit- cunstincias, tinham sobre os lavradores ingléses 05 mesmos efei- fos que © edito do tértaro Boris Godunow sSbre os camponeses russos. A “loriosa revolusdo” trouxe ao poder, com Guilherme IIL dde Orange,2 os proprietirios da mais valia, nobres e capitalists. Inauguraram a nova era em que expandiram em escala colossal 0s roubos as terras do estado, até entio praticados em dimensées mais modestas. Essas terras foram presenteadas, vendidas a pregos ir- 0 “A Letter to Sir ‘T.C. Bunbury, Brt.: On the High Price of Provistons, By @ Suffolk Gentleman?” Ipswich 1795, p. 4. Mesmo defensor fandtico do sistema de grandes arrendamentos, diz 10. Arbuthnot}, autor do "Inquiry into the Connection of large. farms fte.c" Londres, 1773, p. 199: “Deploro a perda de nossa, yeomanty, fagusla classe de homens que sustentavam, na realldade, « indepen’ aéneia desta nagdo; e Iamento ver suas terras, agora has mos mo- nopolizndoras os lordes, sere arrenddas & ‘peauenos lavradores fem condlebes parecidas com as de. yassalos que tém de atender ehamados gm, todas as scasibes critica.” 4360 ‘Tustra a moral privada dase herdl burgués seguinte: “As ‘grandes concessOes de terras feites a Lady Orkney na Trianda, no ‘ano de 1696, so uma demonstracto pibllet da afeigio do Tel da Influéneia da InGy.... Os servigoe vallosos de Lady Orkney consisti- ram, conforme € sabldo, em “foeds lablorum ministeria’, oF sufos setvigos dos labios. Exiraido do “Sloane Manuscript Collection”. que se encontra no Museu Britanico, n, 4224. ‘Titulo do manuserito: “The enarakter and behaviour of King Willlam, Sunderland ce. as repre= sented in Original Letters to the Duke of Shrewsbury trom Somes, Halifax, Oxford, Secretary Vernon ete.” Bets ehelo do colsas curion 839 ris6rios, ou simplesmente roubadas mediante ancxagio direta a propriedades particulares.2% Tudo isso ocorreu sem qualquer obser- vvincia da etiquéta legal. Essa usurpagio das terras da Coron e 0 saque aos bens da Igreja, quando os detentores déstes bens saquea- ddos nfo os perderam na revolugio republicana, constituem a ori- igem dos grandes dominios atusis da oligarquia inglésa.*? Os capi- talistas burgueses favoreceram a usurpagd0, entre outros motivos, ppara transformar a terra em mero artigo de comércio, ampliar @ frea da grande explora¢io agricola, aumentar © suprimento dos proletirios sem ditetos, enxotados das.terras etc. Além disso, a rnova aristocracia das terras era a aliada natural da nova banco- cracia, da alta finanga que acabara de romper a casca do Gvo e da bburguesia manufatureira que dependia entio da protegao aduan ‘A burguesia inglésa defendia seus interésses to acertadamente quanto 0s burgueses suecos que, a0 contririo, solidérios com seu Daluarte econsmiico, os camponeses, apoiaram os reis ma sua re- tomada violenta dos bens ds coroa que se encontravam em mios dda oligarguis, luta que comegou em 1604 prosseguiu com Car- los Xe Carlos XI. A propriedade comunal, isto 6, as terras comuns, absoluta- mente diversa da propriedade da Coroa ou do estado, da qual fala- ‘mos, era uma velha instituigéo germinica que continuo a existir sob cobertura feudal. Conforme vimos, a violEncia que se assenho- reia das terras comuns, seguida em regra pela transformacio das lavouras em pastagens, comeca no fim do steulo XV e prossegue no século XVI, Mas, entio, © processo se efetivava. por meio da ‘violéncia individual, contra 2 qual a legislagdo Iutou em vio du- ante 150 anos. O progresso do século XVIII consiste em ter tor- nado a prépria lei 0 vefculo do roubo das terras pertencentes 40 ovo, embora os grandes srrendatétios empregassem simultinea e 401 “A allenagto ilgal dos bens da eorea, por vends ou por doasio, constitu um capitulo escandaloso da hstie ings." wna fae leanteea contra a. naglo” (F-W. ‘Newman, “Leehires on Polteal eon.” Londres, 161, plas. 120 « 130). —" (Quanto & pormenores sore’ manelra como go stuals grandes propratarice de terrasse spoderaram dolas, vide “ur Old Noblity” By Noblese ‘Obliges Se GT. Bransi, Londres, 161. — FE.) 202 Vide, por exemplo, 0 panilelo de B. Burke sObre a casa ducal de Bectora: Seu descendents ¢ Lard Jon Rael, "0 chapimr omio 0 Mberatismo". 840 Iindependentemente seus pequenos métodes particulates © roubo assume a forma parlamentar que the dio as leis relativas 20 cerea- ‘mento das terras comuns, ou melhor, as decretos com que os se- ‘nhores das terras se presenteiam com os bens que pertencem 20 ppevo, tornando-os sua propriedade particular, decretos de expro- Priasdo do povo. Sir F. M. Eden se contradiz, em sua cavilosa argumentasio juridica: configura na propriedade comunal & pro- Driedade privada dos lordes latifundidrios sucessores dos lordes feu- dais, e, a0 mesmo teinpo, pleiteia “lei goral do Parlamento para ‘cercar as terras comuns”, admitindo, portanto, ser necessirio um golpe parlamentar para transformé-las em propriedade privada. E continua a contradizer-se, a0 pedir a0 legislador uma indenizagéo para os pobres expropriados 204 Os yeomen, os abastados camponeses independentes, forem substituidos por pequenes arrendatérios, com contratos anualmen- te rescindivels, gente servil, dependente do arbitrio do grande pro- prietério. Demis, o roubo sistemstico das terras comuns, aliado 0 furto das terras da Coroa, contribuiu para aumentar aquéles {grandes arrendamentos, chamados, no século XVIII, de fazendas de capital ou fazendas comerciais;™° e que tornavam a popula- ‘do agricola disponivel para a indGstria © século XVIMI no reconhecia ainda, na mesma extensio ‘que o XIX, a identidade entre riqueza nacional e pobreza do povo. Daf as polémicas mais violentas na literatura econémiea daquela ‘Spoca sObre “o cercamento das terras comuns”. Do abundante ma- terial disponivel sBbre a matéria apresento algumas pastagens. que proporcionam uma impressio viva do que aconteceu. 30 “Os arrendatéries proibem sos que moram na area arrendada. rmanterem em suas habitacses qualquer ser vivo além déles, sob 0 pretexto de que, se ésses moradores tiverem gado ou aves, iio cevd= Jos com alimento furtado do celelro, Os arrendatarios dizem que os moradores tém de ser pobres para trabalhar ativamente. “A verdade, fnirelania, € que os srrendativios Usurpam, por ese. mode, Vodes of Sires que os traballedores tém as terras comuns” ("A Political Ee fquizy into. the Consequences of enclosing Waste Lands”, Londres, 1785, p. 78). s00'Biien, 1. ., Preféclo, (pigs. XVI © XIX. a0 “Capital farms.” ("Two Liters onthe Fiour Trade and the Decrness of Carn. By a Person in Business", Londres, 1767, pgs. 3020). se “Merehant-farms”, (“An Inquiry into the Present High Prices of Provisions”, Londres, 1767, p. III, Nota). Essa obra excelente, que ‘apareceu andiimamente, ¢ 2 autorla do’ Rev. Nathaniel Forster. 841 “Em mnitas paréqulas de Herfordehite”, escreve uma tese temusha indignads, "24 arrendamentos, cada uu com 50 a 160 acres em médi foram fundidos em 3 apenas”. Ena Nosthamp- tonshire ¢ Lincolnshire, cerearam as terras comune 1 mais am pla eseala e a maior parte dos novos senhorins dai surgidos esti fransformados em pastigens; por isso, ruites senhoris fo tém 50 acres arudos onde existim antes 1 500... Tunas de antigas Inabitagées, celeios, estabulos ete.” fo of vinieos vestigios dos antigos habitants. “Em muitor lugares, centenas de casas ef ailias foram reduzidas... a 8 ou 10... Os proprietvios das ter- ras, na malorin das puréquias onde 0 cereamento fol intoduzido 1hé'15 ou 20 anos, sio hoje om mime bem menor em relacio aos que existiam antes. No € raro ver 4 ou 5 ricos etiadores que te- centemente usurparam € cercaram ters que se encotravam em mos de 20 a 30 lavradores arrendatirios e outtor tantos peque- nos proprietirios e colonos. Rsses lavmadores © suas families fo. ram enrotados dos bens iméveis que possuiam, juntamente com ‘muitas outras familias que empregavam © mantihan"2* © lorde latitundiério vizinho, sob o pretexto de cercamento, rio anexava apenas a terra inculia, mas muitas vizes a cultivada fem comm ou mediante arrendamento & comunidad, “Falo aqui do corcamento dos campos e ters abertos que’ cetio cultivados. Até 0s defensores do cercamento admiten, nes 0 caso, que le aumenta o monopélio das teres, eleva os. pregos dos meios de subsisténcia e produz 0 despovouinento... ¢ mes. mo 0 cercamento de ters incultas, como atvalmente. se pratica, rouba aos pobres parte de seus meios de subsistincia « amplin as fteas arrendadas que ji ko grandes demai.2” "Se", diz dow tor Price, “todas as terrascairem nas mos de alguns poucos gean- des arrendatirios. os pequenos laveadores” Cergundo lo os deft. tne, “uma multdio de’ pequenos proprctirios © arrendatirios que 201 ‘Thomas Wright, “A short addross to the Public on the Mono- poly of large farms,* 173, pags. 2 ¢ 2. aes Rey. Addington, “Enquiry into ‘he Reasons for or against closing oven tlelds", Londres, 1772, pgs. 7 8 49. passim. 0 Dr. R, Price, 1, e., ¥. TL pigs. 186 © 186. Veja Forster, Adding ton, Kent, Price ¢ Janes Anderson, e eaimpare 9 que eserevem com ‘8 pobre tagarelice do sicofanta, Mactulloch em seu catdlogo “The Literature of Political Ezonomy”, Londres. 1848 842 se mantém ¢ sustentam suas famili> com 0 produto da terra que caltivam, com as ovelhas, aves, poreos ete, que exam nas ters ‘comuns, precisando poucas vézes de comprar melos de subsistine cia") “Serio transformados em pessoas que terio de ganhar a vi- dda trabalhando para 05 outros © forgadas a ic x0 mercado pars comprar tudo de que precisam... Haverd talvez, mais trabalho, pois a coacio seri maior... Aumentardo as cidades e as mami. faturas, pois mais gente afluiri. pura clas procarando emprégo. Este &'0 sentido em que 0 acumbareamento das terrasnaturalmen- hi tanos, tem realmente atuado neste Resumindo os efeitos do cercamento, diz dle: "De modo geral, a situagio das classes inferiores do povo plorou em todos as sentidos: 0s pequenos.proprictisios de fer © 08 pequenos arrendativios foram rebaisados & condicio de jor naleros © assalarados, c, ao mesmo tempo, se tornow mals dill, para éles ganharem 2 vida nessa stung! 201 ‘A usurpagio das terras comuns ea revolugo agricola que a acompautha agravaram de tal modo a situagio do trabalhador agri- 19 L. c. pies. 147 © 248 211 Lc, pigs. 189 © 160. Lembra a velha Roma, “Os ricas tinham se apostado das teas comuns. Conflando nae’ circuntancias do ‘tempo, achavam que elas nfo Ihes seriam retomadas, © por isso eom- pravam os lotes dos pobres nas proximidades, empregando a, persua- Ho ou a violéneis. ‘Désse modo, transformaram suas proptiedades fem vustos dominics. Precisavam ento de escravos para. a. lavoura fe pars a peeuira, pois ns pessoas livres foram retirades do trabalho para o servieo militar. ‘Trazia-Ihes grande INero a. propriedade de eseravos, pots estes, isentes do. servigd militar, podiam’ se muliplicar livremente, predusindo muitos fllhos. Assim,’ ce poderesos,apodere. ram-se de'tOda a riqueza © todo o pais estava chelo de excraves. Os ffalos, entretanto, foram sendo Feduzides, dizimados ‘pela. pobreza, pelos iributos peta guerra. Nas épocas de paz eram condenades completa inatividade, pois « posse das terras estava oom 0s ricos «totes nfo precisavam para agricultura, de peesous livres mas de fveravos” (apiano, “Guerras Civis Romanas", I, 1). Essa passagem fe refere ao tempo que precedey a let Ueinia, © gervigo militar que tanto acelerou deeadéneia da plebe romana, fol 0 principal meio Uulllzado por Cnrlos tagno para. transformar of livres eamponeses ‘fermtnicos" em servos e vassalos. 843 cola que, segundo o préprio Eden, seu salério, entre 1765 e 1780, ‘comegou a cair abaixo do minimo e a ser complementado pela assisténcia oficial aos indigentes. Seu salirio, diz éle, “bastava ape- nas para as nevessidades absolutamente indispenséveis” Ougamos ainda um defensor do sistema de cercamento adversério de doutor Price “Nilo 6 licto conelule que exists © despovoamento por mio hhaver mais gente trabalhando em campos abertos... Quanlo os pequenos lavradores se transformam eft pescas que’ tlm de trae bathar para os outies, mobilizase mais trabalho, sma vantagern que a uacio”” (2 qual naturalmente nio_pertencem aquies Tavra- ores) “6 pode receber com agrado... O produto & maior quan- o 0 trabalho conjunto des se emprega num s6 arrendamento. Forma-se assim produto exeedente para as manufaturs, toman~ dso estas uma dat minas de ouro déste pais, expandindose ma proporgéo da quantidade produzida de cereus” 22 [A serenidade estéica com que 0 economista politico presen- cia @5 violagGes mais cinicas do "sagrado dieito de propricdade” ‘eas violéncias mais contundentes contra as pessoas, desde que recessirias para estabelecer as bases do modo capitalista de pro- ‘ducio, encontramos configurada, por exemplo, no conservador € ntropo Sir F. M. Eden, Toda a série de rapinas, horrores © formentos do povo, que acompanham as expropriagdes_violeatas do timo térgo do séeulo XV aos fins do século XVIII servem apenas para levi-lo a essa “reconfortante” reflexio final “A proporgio adequada entre as toras de lvoura ¢ as de pastgen tinha de ser estabeleeida. ainda no decuro do seco XIV e na maior parte do. séeulo XV, havin 1 acre de pastagem para 2, Se até acres de terms de Iavoura. Em meados do século 212 (J. Arbuthnot) “An Inquiry into the Connection between the present Prices of Provisions etc.", pigs. 124 ¢ 129. Observagio se ‘melnante, mas de tendénela opcsta’ "Os trabalhadores 80 expulsos de suas habitagées e forcades a procurar ocupacto nas cldades; mas, ‘obtémese, entio, um excedente maior, mumentando assim 0 capital” (UR. B. ‘Seeley,] "The Perils of the Nation", 2 ed., Londres, 1843, xv) 844 XVI a proporgio mudou, havendo # acres de pastagem para 2 de terms de lavoura; mais tarde, 2 acres de. pastagem para lace de term de lavoura, até que finalmente se'fixou a fusta propor so de 3 acres para 1 No século XIX, perdeuse naturalmente a lembranga da. co- nexio que existia entre agricultura e terra comunal. Para nfo falar de tempos mais prOximos, perguntarfamos que indenizagio recebeu 4 populasao dos campos quando, entre 1810 e 1831, foi espliada em 3.511.770 acres de terras comuns, com os quas, através do Parlamento, os fandlords presentearam os landlords? 0 timo grande processo de exoropriagio dos camponeses & finaimeate a chamada’limpeza das propriedades, a qual consiste em varrer destas os séres humanos, Tados ox métodos ingléses até agora observados eulminaram nessa “limpeza”. Conforme vimos anteriormente, 20 deserever as ondigées modernas em que aio ‘hi mais camponeses independentes para enxotar, a limpeza pros segue para demolic as choupanas, de modo que or trabalhadores ‘agricolas no encontram mais na terra que lavram 0 espas0 ne- para sua propria habitasio. Mas a “limpeza das propeie- no seu verdadero sentido, vamos encontrar mesmo na Te. io dileta da literatura novelesea moderna, a Escécia serrama. A ‘operagio Id se destaca pelo cariter sistemético, pela magnitude dds excala em que se executa de um 36 golpe (na Irland, houve proprictéios que demoliram virlas aldeias ao mesmo tempo; na Excécia, houve casos de dress do tamanho de ducados alemies), ¢ finalmente pela forma peculiar da propriedade que é usurpada. s celtas da regio montanhose da Ese6cin estio organizados fem clas, cada um dies proprietrio do solo que ocupa. O represen- tante dp si, sou chefe eu "grande homem, era apenss 0 proprice {iro tule dise solo, como a Rainba da Ingaera «prope. ‘ria titular de todo 0 territério inglés. Quando 0 govérno inglés conseguiu acabar com as guerras internas déses “grandes homens” © com suas incursdes continuas as planicies da Baixa Escécia, nto renunciaram éles ao velho oficio de bandoleiro; mudaram apenas a forma. Por conta propria, transformaram seu direito titular 0 solo em dirito de ptopriedade privada e, como encontrasem ce sisténcia nos membros do cli, resolveram enxotélos com 0 em prégo direto da violencia, 845

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