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SOURCE Reed Sociologia da Administragao Globalizagao e Mundo do Trabalho ‘© tema da globalizagio tomourse uma questio-chave para a compreensio das transformagdes econdimicas,secais e politics que marcaram a chegada do culo XXL Em tore do termo “slebalizaca0”, entrclant, até hoje nao for consolidada ‘uma definigio universalmente aceita, Ascontrovérissentte a anlles dese fen ‘meno comacam coma pr6prislocalizagio de sis origens Algunsestudisos Véem ‘globalizaco como uma Cadela de eventos revoluciondies, que estabelecem ta ruptura com relagio ao passado,enquanto outs correntes de persamerioa definem conto mais um capitulo da histria da expansio ds mercado. Em temos istics, ¢possive destaarfatos que, sobretid a partir do sSulo XV, ‘vém contsbuindo paraaformacio de um sistema ccundmico muna. A desert de rotasmaritimas para Orkntee a clnlzacaodoNexo Murilopermiiamaintssas30 da Afra, Asia América. capitalism miercatilque psdominava eno na Eatops ‘aacterizando um aumento expressive deirtercimbioentrepaises A Revouolndts: ‘wal inicada no sculo XVI estabelece uma nova forma de produgeo ecco, based em grandes incstas que precazem em larga exalae que necessitam de :matérasprimas que nao sao encontfadasna Furcpa, bem como de novos mercados ‘constr para seus proutos, Estes atone impactaram no cesenlvimento dos -nelos de tansporte as Rerevis foram marcos desta specs) edo coméci, esltande na formagio de um mercado mundial que sustento a expansio da industria. ‘Osurgimento dos Estados Nacionisno seco XVII ambem favorscei process ie ineegrac20 ecandmica mundial que os Estados, dotados a parte de entao de jum sistema econémico, politic «juridico nacionalmente uniieado, toenaam-se tore destacados na regulago das relagdes entre os divers stones do capital e ‘a oferta da infa-estrtura necesria 3 expansio co capitalism ‘Osistoma econamico capitalist, por suas aracteristica, consid esse process de integragio. Conforme observou Marx no século XIX, © capitalise precisa explora constantemante novos mercies para manter seus crs, est eho 8 contiguracao de um sistema ceondmico munca “Pala explorago do mercado mundial aburguesa imprime um carster cosmo polite procugio eae consumo em todoses paises Paradesespero dos reacio~ ‘iris ela etirou india sua base nacional. As velhasindustras nacional foram destrudas ecntinuam a él diaviamente. So suplantadas por nevas indstrias,eujintroducao se korn uma questo vitl para todas nage ivilzadas,indistas que nto empregam mais matéries primes nacionals Autéctones, massim materiasprimas vindas das regis mais distant, econ Produtos seconsomem nao omente no proprio pals mas em todasas partes dO ‘lobo (..) Em lar do antigo solamento de regioese nagdes que se bastavamt 235 prpras, desenvolvem-se um intercimbio univers uma universal inter dlependéncia das nagoes.F iso se refere tanto a peadacao material quarto 3 produgio intelectual” (MARX [1977], p.2425). Mas um sistema econdmico mundial seria o mesmo que uma economia global? Poderiamossimplesmentesubstitur nesta citagoa expresso "mercado mndial” ‘mencionada por Marx peo temo “globalzagso”? Exchriam diferengas significa thuas entre a rwalidade descrita por este socdlogo no século XIXe a realidad do sistema econdmico que vivenciamos na atvalidade? 128 Capitulo Tee Held McGrew (2001) identiicamn uma corente de pensacores para quem aia le gobaizagi fas, apenas um dscuro idcolgico gue visa mascara nova fase ‘Seexpansdo docaptal caida pels nighes capitalist maispexdeross do unde. esse pono de visu, existe basicamente una continuidade da dominagaoimperaista {os pales rcos sabre os pases pres agora sl nova formas Nese send, averse ‘cons lgages economics ent as scedads nacionais deveriam ser descrias pelo terme interacionalizaio, cm lugar de globalizag, ume Yezqueas fronts es ke -Ranes ¢ pnleres dens sociales permanecem perfetamente ditinkes ‘Outta linha de pensamento destaca que a organizagio socal moderna sofreu _mucangas muito sgficaivas especialmente a partirda Segunda Guerra Mundial, ‘equ indica a existncia de marcas dstintivas da obelizaao “Uma economia global é uma nova realidade histrica, diferente de uma economia mundial. Segundo Femand Braudel e Iavmanuel Wallerstein, ‘economia mundial, ou sj, uma economia em que a acumulacso de capital !3vanca por tatoo mundo existe naOcidente, no minim, desde oséculo XVI Uma economia global & algo diferent: « uma economia com eapacidade de funclonar como uma unidadeem tempo ral, em escal panetirin. Embors mado capitalista de produgao sj caracterzado por sa expansio continua, “Sempre tentand superar limites temporaseespacais ol apenas no final do Século XX quea economia mundial consegui tomar veradeirament global ‘com base na nova infa-estrutura, propicada peas feenologas da informaclo ‘ecomunicacaa” (CASTELLS, 1999) _Acservagide Castells (199) destaca as transformagSes.que atingem o¢ mods de vida da maior parte das sociedades, provocando alleragbes nos padntes de eae ‘lonamento entre seus cidadies, nos Seus comportamentes, nos Ses empregos & asst formasde trabalho. Entetanto,o ator observa que esses pacts 0 $e ‘manifestarn da mesma maneira em todos os lugares. As conseqiindis da globa- lizagde no afetam universalmente a todos com a mesma extensio,intensidade, honetcio edinus Por um lado, a qucbra de bareeeas cameras, a ampliogs6 do comeério internacional, a redugio de preg de produtose servicos eo stems de {omunicaci0 universal so fatores potencialmente capazes ce promover o desen- ‘olvimento social eecondmicos mas, por auto lado, conseqencias Blass cM ‘dlesemproge,sexclusio de parcels signifiativa da populagio mundial dos bene ficios do desenvolvimento e 0 aprokindamento das diversas formas de desigil- dade social indicam os lines de tal sistema, ‘A propia experiencia brasileira de insegio no proceso de globalizagio ela ‘xelra neste sentido: Broil que durante varias décadas caracteizou-se por uma ‘eonomiafechada pela pita do proteconismo, ingressou deforma acolerada na Hexblizato deseus mercadosa parti da decada de 190,08 resullades mostam _que nem todos foram ganhalores nesse processo.Engutanto algumas empresas tiveram condigdes de aproveitar as opertunidades tazidas comm a expareso das relaghes comercais,outra ficaram exposias aos problemas teazidor pelo acins ‘nto da compotigioe qusbraram Freitas estas cbservagesiniciais,partiremos da definigio de Castells (1999) e atraves dela abondaremos os limites 3 avangos de #30 compleno proceso 'Nadfinio de Castells am dos aspectos mais importantes do procesco de loba- Iizagio €. base teenokgia que osustenta, A importaneia das owas teenage dle informaaoe de comenicasio foi ressaltada por Bell apad KUMAR, 1987) em (Goaizasoe Mun do Taalho 129 sua nterpretagio da sociedade moderna como uma sociedad de informacio. Bll abonda o desenvolvimento do computador durante os anos da Segunda Guerra Mundial quando sistemas ce tecnologia de inrmag3o fram desern vidos pelos americanos para usos mules. No periodo posterior a0 grande confit a expand ‘das empresas mulinacionas, que necesitvam cada veo maisda comvanicagto para sta sobrevivenci, fo um dos rincipais motores do desenvolvimento teenolgice ‘As novas formas de tecnologia atingiram praticamente toslos os setones david ‘econdmica e socal transfoemando a informacio em uina des mis importantes Fontes ce valor para. a economia e provecando significativas mudangas'na onan 2agae da sociedad, ‘Acentralidade da informagso também é importante para a compreensdo do ‘conceito de sociedade pés-industrial,cunhado para designsro deslocamento da ‘rodagaodosetor industrial para o stor deservigos, bem como.os noves principio ‘Se onganizagio,baseados na informasio eno conheciment, gues diferenciam dos ‘uulizados poo industrialsme cise “Mina prema bisica é que conhecimentoeinformacio estio se tornandoos recursosestraligicos osaentestrarsformacres da sciedade pus industrial (.).da mesma maneira que a combinacio de energias, recursos enon 'meeinica foram es instumenton transformasones da socecade usta” (DELL, spud KUMAR, 1997, p21) ell mostra que o computador transformou a operagdes da sociedade industrial sbretudo por sua combinagio com as elecamunizagtes A combinogho de satelite, televisto, telfone bra dpa microcomputadoresaabwou com a dstingao entre [processimentoe dstribuigo de informagao, js que estes dois spectos passa & ‘corner simlanearnente em tempo real. "A tecnologia do computador & pata & era da iformagio o que a mecanizasio Foi para Revol Industria’ afirmou [Naisbit pad KUMAR, 200, p21), Ee ee Hi muita discordnca entre os anaistas quanto a verdadeiaextensodessosrans- formasces. Na andlise de Drucker (1999) ce grande infudncla na acminstagoo, a mudangas ocoridas nas empresas ena scislade sot signfiativas que indica «a existneia de uma nova forma socal a seciedade po-capitalista. Para Drucker, ‘na medica em que o conhecimento se tora atvidade-chave da econcmia, mua a estrutura de ocupasdes, com um rpc crescent do numero de trabaihacores fem informagie. Muda tambem o foro dos investimentos empresarai, que pasa a se concenitarprincipalmente em insames naomatersis coma softwar, servigos {de datos, planejamento, pesquisa e desenvolvimento. A propria estrutura da sock dade capitalist 6 aingida por estas madancas, jue oconhecimento se forma 3 principal fonte da criagao de riquezas na socedade, superancoa terra, a8 ibis, 2s ferramentas.e capital como instumo mais importantes modernos stemas de Producto, terra eo-capitalfatorescentrais no capitalism, tora se cecundios nasociedade pos- ‘guantidadesnio se cevavam Quando demand nio eescede forma sigaifiativa, advém isco da acumulacao de estoques por falta de compradores, estoques estes {quetrazem grande custo paraas empresas, De acordlo com Ono, ra preciso rezit $3 fabrca ao miimo,eliminando o excesso de pessoal ede eipemento. ‘Aocontrério do sistema frit, que funcionava com base sister Just case (elevados estoques de materials « de equipamentes recession ao funcionamento {quase continuo da linha de proiuci), otoyetismo fundamentare no sistema jst fitine,que objeiva produit uma gama mais varada de produtos aa exata mela fem queesio demanidados “Por ts do justin tine existe uma organizacio da produgso que funciona a0 contri do fonismo. Soest, uma empresa proc 0 maim passive, ‘cumlande estoques. Em seguida, vende seus produits, aproventandose da {xtensio dor mercado, Prt este mitodo revels inefcaz no caso de stag nagio da demanda. © toyotime permite que se produza apenas aquilo que seddemanda. £ omesmo principio do spermercado-alioconsumidor apaaha nas gindols os produto que the convem em seca a oj volta a supriras [ponds «assim por diante.O mesmo metodo #aplicada 3 produce auto- bili liste compra un corto da ipa A: a revendedora encomenda tum vesculo do mesmo tipo a montadora que o produ eta emprega 36 peas recessirns, que sero 2 seguir substitudas, formecias pelasincisteas de Sutopegas ef Existe portant um fluo d orem de fabricagio que do Inicio a0 im da cadeia® (COUNET, 19, p. 6), Este modelo de produgio, também conhecido come produce enxuta, utiliza _miquinas sofsticndaseasematizadase redus deasticamentea tradicional hierar ‘ui yerencial substituda pelas equipes de trabalhadores multiquaifcadas. A \ersallidade em varias taefas no precesso de prolugao da cal trabalhador aioe ompreensia do process defabricagio global, prmitindo aidentficagao de problemas. apresentacao de suestoes para seu aperfecoamenta Para ajudar os Trabalhacores a perceberem como seu taba seencaina no procescode prodigao ‘lobal. as empresas japonesas dao aos seus funconatios acess as informadtes ‘Somputadorizadas geradas na empresa. Os engerelros, proramadores € oper Flos interagem lace a face, cooparhand idela e tomar decisdes conjuntas. His um aproveitamento da capacidasle mental eda experiéncia prtica de toxos os ‘envolvidas no processo de producdo, A produgio se da em grande quantidade, porém variada ‘Aida da “produgSo enxuta” descreve bem este sistema que consoate menos recursos quando comparado a producao em mass metade doesforso numano, do tspaco ed estaque. A propria fabrica 6 laboratirio de pesquisa, ence a comb pci dasexperiencias de fodosewtizada para fazer os ajustes na prnuca0. A tengenharia choperaiva, coma se toro conhecida,basea-se no conceto de que todd os envolvcosem projet, produxao,distibuica, marketinge endas de um jnove produto devem partepar de seu desenvolvimento, para Aesegrar que as ‘nectsdades espeificns de cada departamento sem levados em considera © {que a iiculdades potenciaissejam identifiadas antes do inci da prod, ‘Oconceitodeaperexgamunt continuo, ow ze, éoelementochave do metodo toyotsta. An contri do modelo americano, no qual as inovacbes 80 Lentaseespo- dies, o sistema de produgio japanés incentiva musdangas e aperfeigoamentos ‘onstantes como parte das operagoesdaras. segues de rabullyo na tabrica em Ima liberdade sabre o process de producto: se ma maquina quebra ou inka {de montagem red 9 rtmo, ox proprio trabalhadaves consertam oequipament €e descbstruom os gargs do proceso, sem que sam necessirias as notices ‘ossupervsones eas convocaghes de tenicos para conwertaroequipamenta, proce. iments tipicos do modelo fordista, A produc japonesa& jst tne, ou sem festoques,Laseada em rigoroto controle da qualidade que visa evita problemas potencias antes que provoguem paralisac30 maior no prosesco de prodigio, O= Eomputadores permite quese possa nogociar deta cinstantaneamentecom rnc done, assegrando estonues jet tine. Nenhurm posto de trabalho possa estou para mais do que uma hors de produc ‘A organizagio socal de toyota apoiou-se no emprego vtalico ena nen neragio por antiguidade, ou tempo de serigo. O primeiro vincula 0 operirio 8 empresa o segundo Ihe permite subir na hierarquis. © operirio se envolve na prodcioconforme a diregio Ihe exigee, em contrapartida, recebe un formasi0 ‘que he permite ascender a empresa. Grage a qualifiagioforecida pela empresa ‘le pode galgar esaldes atinge postos melhores. Tata-sede um sistema no fo reece vantagens canforme seu malo engajemento em favor da sma demanda de mercado diversifi- cada'epromover maior partcipaio dos rabulhadores na gestso da prxluglo Ses ‘metodos de produgdo permiem resposias mais rida i mudangas do mercado, pois atribuem maior poder e esponsabilidade as equipes de trabelhadores ne rodugio. O resultado é uma etrtra organizacional que tra methor provelto do Potencial dos recursos tanto humans quanto fecal (Outro aspecto da estruturafordista que softe mudanca & a cadeia vertical de producso. Uma ver que a produgio deve ser feita segundo o gosto do cients, audaptada as necessidades especticas, mutaveis e diversifcadas do mercado, 8 fstetura da cadeia produtiva deve ganharem fleibildade de modo quo sistema Sj mais ail em sua capacidade de responder a essas novas oportunidades [As grandes empresas, em disputa por mercades globas,facionam suas cadcias produtivas, de moda que arias etapos de produgio dos buns ko 0 mas txecutadas por uma ania empresa, Na produgao flexivel, hi a fragmento ¢ A clispersto do processo de producso por virias empresas que podem estar loca lizadas em qualquer ponto do mundo onde as condigdes sam mais adequadas —Sobretudo ent termos de custos — para 0 desenvolvimento de cad wma das ‘tapas dese processo de produ, Por meio de franquias, process de tersrizagio ede subcontrataghoas grandes empresas ale espago para peuenas médias empresas ue, a0 se associate 30 Sistemas lexives desta corporages,assumem notes paps, porém mantendo-se subordinadas is dcisdesestatgieas das megnempeens. Os segments do proceso {deprodugso qe uilizam tobaiho de baixaquallicagto pace acelas padronirad ‘tm sido destocados para paises nos quis este fatoréabuindanteebaFato, em petal palss do Tereiro Mund Jos segmentos que envolvem decisio estatégin ala Ade pesquisa e desenvolvimento denoves prelates, permanecem nes pases cesen- volvidos. Outro aspécto da flenbilidade deste nove modelo de produsio die rexpeito| so perfil da mio-de-obra requsitada pelas empresas. O sistema exige que 0 teabalhodores seam polivalentes, ou cxpazes de se adaptar a diversas funcOes, pois a pesicao de cada empregado na cadeia de prociio ndo € mais fda, & 's mudangas de cargos ede fungbes podem ocorrer em tempo muito curt (O sistema produtivo precisa funcionar de maneira mals dll para permti as inovagies necessirias eatender as exigentes demandas de mercade. Somente um sistema composto de trabalhadores que compreendem 3 Logica do funcio- snamento a producto, « que podem intervirnele de maneira mais autnoma € rllenva, pode funcionar dentro desascaraceestcas Poresta razao,a nature Jo tabaino também modificada nesse process, tendendo tornat-se cada Vez menos bracale maic intelectual ‘A hirarquia gerencalextensne burocrtica, pica da fbria fordista, cede lugar ‘suma:noca forma de disriigio de poderescrespansabilidades, na qual os rab- Thadoresparticipam da anise eda covteca das nstrugies de taal, dimensdes antes sb controle exchsivo dos gerentes, Por todas estas caracerstcas, 20 distntas do paraigma tayorista-fordsta,« novo modelo de producao € cassificado por {uma corente de estdionos como powfordsta (KUMAR, 2001), ‘Seno paradiga tayloristafordsta a inovagioe n desenvolvimento das capac sladescrativos humans nfo eram requeides, no pafadigma pos-forist, assed ‘mova tecnologis ce procure enformacao, oconhecimento,a.criatvidade ea ‘Capacidade do tabalhador toms decides em sun enfora de at idades tornam-se {ricais para o funcionamento do sistem exigind desse wabalhadar masinstrugio ‘ aperfigoamento continu para sa insees30 no processo proto. EE es “Tomandoa como modelo prog ensuta no apso, as grandes empresascomecaram 4 introdsir suas propria modifcagbes na esruturaorganlzaciona. Sob otal {implode reengenharia, a: onganizagbes promoveram ampla gama de modankas, Schatando suas tradicional pirimides organizacianaise deleyando certs nvels ‘de responsabilidade pela tomada de decsio 2s equlpes de trabalho ‘Uma das consequiécios mais polemicas dsse processo€ eliminacio de postos de trabalho, Parte signiicativa do trabalho nio-qualificado esemiqualfcado desi proce com a intocugio cle novas tecnologis-Certas posites da erarqui Corpo- {ata tamsem soamencadas de extingao,scbretudo as poicbes de geréncla mda, fem favor da rorganizagio dos funcionarios em equipes de taal autdnomas.e ‘mullifuncionas, dexando para trisos demorados ramitesbureeraticosrequeritos pelos varios nivels de atoridade hlrarguica. [As nas estuturas rganiacionas em representa para as empresas ganos ide produtiviciade, mas significa, por OULD lad, que a economia piobal pode produrir cada ver mas empregando um percentual cada ver menor da fora de Fabatho. Em forma das coneqiéncins desta nova realidad, abre-se um debate ‘Stamos diate de sinas de wma ea na qual os seres humans estado liberates {fe uma vida de fraboiho suo e bureratico, ou, ao contro, estamos prestes Ingresarem um futusombrio de desempregoem massa e pobreza genetalizada, srindo caminho para uma grave cnse na Soledad? A possbilidade de vivermos fem tm mundo sem trabalho nos desafia 2 repensar os mods de onganizacio da ‘ida em socledade 13.5.1 A questio do desemprego tecnolégico No sécul XX, avangos tecnolgico € as conguists sindiais pareciam anunciar tum tempo em que as pessoas estariam trabalhando menos, produzindo mais © tispondo de mars empo pao lazer, Para muitos persadores, anova “sociedade {de informacio” nio representa apenas um novo mod de preducdo, como tamibsm tum novo estilo de vida. ‘Stoner (apud KUMAR, 2001) destaca a capacdade das novastecnologias de lisseminar informagio por tedaa Sociedade, o que teeeria tora as pessoas mais Stenas cults Di Stoner que, em uma sociedadeem que a informagie éampl mente acessvel ¢impossivel a sobrevivincia dem ditadura js que os fhaxos de inloemagio nao podem mais ser contolados partir dem sco cent 8 Masada (0982) descreve 3 sociedacede informacsa do seule XXI como ws “computopia” ‘uma sociedade ent de poser contalizado, equ tom como niceo comuniades ‘oluntiras nas quai a automacioliberta quase ineiramente os homens da neces dade de tabathae De Masi (1999) também destaca © potencial libertador conte na constante Inovagao teneldgica, mas resslta a necesidade de proparagaoda sociedad pars Iidar com ama nova realidade:suprir a humanidade dos bens e servos de que cla precisa, com um so minimo de trabalho humano. Seri entio necessiri car ‘oven prineipios pars alivisio socal do trabalho e prncipalmente para adit Buigio de rguezas, tondo.em vista que um numero cada vez mencr de pessoas ‘sla envolvido na produgio des bens que necesita consumi O autor aponta | necessidade de uma profunda mudanga poli e cultural na sociedade, para {vila queofatur paraisiaco prometia pelos vances tcnoldgicos se tome ur ppestdelo socal, no qual a popula, até mesmo nos paises avangados, termine ‘Sividida em dois pos: de um lado, tabathadores hipesccupados ato limite de ‘seu total desgaste, consumindo quase todo seu tempo de Vda em seus ofcis; © dequtro, om desempregados totalmente excluldes do mundo da predugae eda Sociedade, (0 chamad sesemprego estrutura, resutante da diminuigdo canstante dos postos de taballo ra economia, tem so apontado coo um dos mals espnhosos problemas da era da globalizaio. Keynes 7886) cunhou, no inicio do seculo XX, S conceto de desemprego teenoldgico para descever a situacao na qual a descor herta de melos de empregar a tenologia para economizar maorde-obra € muito als vel do que a descoberta de novos sos paran mao-de-obra descrtada nesse processo. Comp conseguéncia disto,a quantidade de postosde trabalho dest Pela tecnologia & ator do ques quantidade de posto crados. Rifkin (1995) procura demonstra a aplicabilidade da tse de Keynes estudando a hiptese de que a introducao de sofstiadas tecnologia, associadas a garihos de prosutividade toma a economia global capaz de produzir cada vez mals bens € Sevigosempregando um percentual cada vez mena da fr de taba. De acordo ‘com nat fenomena do desemprego qe no icin do seculo XXL atinge cerca {de 1/5.da popsilacio mundial, deve ser atric, principalmente, 20s avangos tsenogicos ue sabtitem otrabalho humano por maguinas ‘Osavangos ecaoligios continuannent incorporados plas empresas tim provo=| «ado deslocamentads mio-de-obra desde inicio da s6culo XX, quando 0 setor Industrial absorveu parte dos milhdes de trabalhadores agricolas que perderam ‘seus meios de trabalho com a mecanizasio da agicaltra Ja entre as decadas de 1850 ¢ 1980, o stor de servigos crecet rapidamente, alocando operaics demi- tidos da indistria em fungio da automacio. Mas, a0 final doséculo XX, nen setor cresceu de modo significative para absorver os milhdes de demitidos do setortecitio, (Os postos de trabalho cradles neste process, além de nis correspondenem 3 demanda de emptegoexigem um peril dequalficagSo que dif dese aleangado pron parte dostrabalhadres de mundo, Ovempregosgerados tendema absorver Principalmente a chamada “site do conhecimento", compesta por profisionais {as drens de ciéeia, administagio, engenharia,consulteria, marketing, midis, tense outtos profissionais cus nivels de qualficagtoe de formagso educscional ‘So elevades, lacuna entre nivel edacaconal e profissional dos que preisam ‘de emprego eas qualifcagbesexgidos pelos novos postos de trabalho torta-se um ‘problema social, Como alternative a este quadro, Rifkin (1995) aponta. a educho 138, Capiao eae dajomada de trabalho os investments no feseiro stor etateglas que acted se rtneapazes de fomentar a geracio de empresos. een araaes so os eit da tecooga no processo de trabalho entretant nig een do. Efeitos postivos da tecnologia sobre o desenvolvimento econdmio Se oe part contabalancar o debut. De acordo com Pastore (198), nowt wehestas podem serio pro dos bens, rar noves produto efor ese teenologas Pfuihadores, grand dessa forma novos posts de tabalo, Ess are en siven, conto, slam sentir em ambienescracerizados pelo Coe ee aceon la forza de rabalbo c pores trabalhistas flexivels que est- bom re dae econdmicas, Arguments como estes baselam-s¢ em esusos mem Sioa a ernie enze as nves de emprogo dos paies due ular gue vera ae tcnologas aponando ua clara Vanlagem para os paises em (fuc ena carecteristcas esto presentes ree studos que anaisam os fio cats do move de produc level em fo Estudos dpncis de uma "prearizaqac” das relabes de trabalho, construindo um an eae as empress encontram muita faiiade para estabeeoes contrat aan cariosou de temnpo parcial com pou beneficiosreias garan- tides 1s as posbidadesaberts pols novastecnlogiasdeinformagio decom nian apenas a comercazacio de podutosulropasa 3 rotcras nae aie utilizde pels empress multinacionais) como também o propen a ee paatv, que aggnenta or cverss pases Segundo ese moe Wk Po ples empresas comaas ansnacionals as etapssoperaconas do recs rae Tivo so esocadn para a egies de bao sali do mundo eran oS rood. paturea esraegicapermanecem as metsopoles ds paises avanados GORINGON, 19), Desta forma, oprojeto de criagio de um produto ¢ defini 6 sora as pega quo compacm sb abicadas emt outro aemontage alae Pa pais eo procul final é endido em um outro mercado re peeas ansnacionistondem & tasers tapas produtvas para pales exe na uga icalizagio ambiental emsbainoo nivel de pltizagio ds aon a Foto assim uma redo de incbmedas press politics sas canary presto sindical ras economias deseawolvidas, como Alemanha © Fanta so os tatores determinantes para o deslocamento de parte das aie te dase guncpersvan oes a args mle pbrerescn Free de nagocies, com grande petencial de flesbilidade tm pores hs empress deloaro peso de encangs soc abl par outs ere Soieaday ou subecatodas. ara aso valemese das mals varadas are irate de taballo. Como observa Dupas (19%, p78) “ae contri das mullinacionais — que tendiam a reproduzir as loge: de Paar rvonds nas matrizes —,ostarenacioals aed abrcarem die. rea tes do pret em diferentes paises ofazem sob contratoe de trabalho ee Pat le ines convenient, usar mac-de-obra familiar © age Por tute vezes, contatam mos modes convencenas de trabalho fom Fase uj, tsefcon e garantie. Em outs pases preferem ainda wiizar eae an tempo patil, com contatcs mais precariosou teriizando res use ative a0 fal, tansferem paa tec 9 esponsaly Pate aac eds relagdes com os trabalhadores que, de outa form, ‘Stra sob sua onde eresponsabiidade como conseiéncia dese proceso configurtsc uma divisions fora tabalh9 esa pela um melee de tabalhadores com empregos permanente Wal de epagene, de outo, uma peifera de empregados temporsrics POWs fae andy com mena seguranca no emprego ein, IS sarees de possi lad 5 ocupIges infra easanss o S2> fais (KOVACS, 2) aya ruia que se reflee no mercado de trabalho 3 permandncia cepitiisna purse, sng dade, Sogendo Dupas 0955) uma ia ss segmentacie Pina va economia onde é maior a exporasio de trabalho mana) eae mulfres onde hs presenca de tecnologia avancada,predom nan. concentra sad nao s80 as mulheres n ocupar a base desta pirsmide $30 08 oe mesa nao segs a0 os grate, servers as aS ay de eateatiicago socio etreamente desigual 18 também ¢ aa ncaa sto de ovens que, uandose formam, Yim espag red ne fer capil, alm das pessoas que apes ficarem desempregadas 208 40 aaa penta mulasdficldades para se recoocar no mercado See deoumpro soda agravada pet fat de queo Estado rds 08 net Ge atender ts demands coletvas por educa, sae, ete owas pevessddes socials Sdatgare earla emeegndo um novo paradigma de empreso — Desa penis desprovid deebliade ce gratin sas demain Pt categoria ental da soctedade,fazendor ruc seu papel de « tvedor de emda, etidadeeinterosio soil dos liv on aoe epresa que consttuem os sistema de produce flexivel ear rate ago entre as empress cers, queconcentram a Fangs 0- ae ernprenns perifrieas ou subcontratadas, que Se OcuPam SSP, ‘ee i Naver etry cormotdanese cs rine Ps opens predomirando 0 “abahadoe do concent quale, Eo) crpanizaco,Prerencsuasfuncoescom rand astonomia ecriatividade dese” re aes pectvas quanto ao desenvolvimento profesional Ji nas cmMPres nando de irae fungbes de controle e diteo esto reduzias a um peseno subcntrnando taba evince, pouco qualia de bal ee ernie ce auton ede rotvidade no mo dierent dogs Chamttaos no sistoma taylors onto peciva os novos mesos de predugt ainda guardam mars See Torts tals gu denlocidos do terior daoraniao fies ens lates ne a ermprens ue compoen a es de rodich Pat ee vis ene empress que concebem empresas que exec sree ete eral De aco com Kovacs Q90),aexpansdo de empregos prcatizades compro oe asi gceniade empress aol em esos humans MAS 2 Prd am bjetves da orgaizaco, Emboraofaoy amano lea Se emia a fr dle comporitviade nas orgrizacbe 8 empress 508 9 eae nercad iemente competes, tam por esti de eSbeae) Fee ee eva barrie pare a constr de um sentiment de peters to rae alzagaoe de eavoluimento com as cbetiven da empress ent 4 Orga acto de wabalhoinsaves eprecérios criando um ambien 0¢ re ay emprege, a lage ce cnfiansa cde compromise 9/6082 sae emprocnrencempreadcs eam conpromeits EM BS Sn aaa er scmtandiculdes para mia egaraniro semper costae de seus colaboradores, criando-se um dilema: como um funcionir que se sente totalmente inseguro em reagio ao seu emprogo pode ser mabilizado para “vestr ‘eamise daemprost”? Nesse context, oempente dos rabalhadones na realizaci0 ‘Se suas taefes pose ser visto mais como resultante da press pela “empregabil- “ade” do que da stislagS0.com as condigdes de trabalho. ‘Problemes quanto roatvidade de Fancionries,além do predominio do prin

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