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Ji) A SARAIVA tem livros profissionais, feitos por profissionais... +. mas a didatica é para estudantes. 5 / Wibbattistica Yz<<€ Antonio Amot Ciespo Anténio Arnot Crespo HStatistica Licc€ “X waLiovEta Anténio Arnot Crespo Matemétiea lado em Pedagogia Professor de Matemétiea do rede publica de ensino do estado de S80 Paulo Estatistica batec€ © UBER ii 18* edigo — 2002 3* tiragem — 2004 Por raz6es praticas, suprimimos os centavos. ISBN 85.02.02056.0 ISBN 85-02-02055-2 (Livro do Professor) Minhas homenagens: ‘X'minha expos, Netinhs, que me dat AMOR Darna lta HLHOS para a alors ‘hos mas hos Antonio Arnot Alvaro Eduard @ Ana Maia. em José Lino Fruet Ronaldo A, Duarte Rocha be Chstina Spadaceini Copy-desk: Olivia Maria Neto Preparagio de original: Andrea Cristina Flatro Reviséo: Fernanda Almoda Umile(supervieto) ‘Ana Maria Cortszo Siva, Ana Paula Piccoli, ‘Aparecida Maradei, Ceca Boat A. Teixeira Edd de rte: Nair de Medeiros Barbosa {de arte: Jodo Aatista Ribeiro Filho letrdnie: Tavares Servigos de Pré-improssio SIC Lida, Capa: Sérgio Palio Dados nteracionas de Ctaloyatso na Publieaae (IP) (Camara rasta to La, Bras). (resp, Ania Arnot Estate al Ano Armot Crespo. — 7,0, —Sto Pa Suva, 2002, Isa 5-02 420560 odo alan) ISBN 5-02420552 todo profess) 1, Estaistia(Ensino médo) 2 satisea — Problema, execs ee (€xsino mao). Ta. coosi07 ce916 31076 Ina pare eatiogo sist: 1: taea Esto eensno 3107 2 bras Etasiea 31078, BIBLIOTECA ther Porta Vatho-RO| 844 Eaitora Saraiva ‘Re Morqués de Sao Vcore 1697 — CEP 01 190-004 Bare Funda Sto Pauo-SP_ “Tol: PABX (0°11) 9613.9000— Fox (0°11) 3611-3908 ~ Telvendas: (011) 9613.3944 Fax Vedas: (11) 9611-3268 ~ Atendimenio ao Profesor (011) 9649-2090 Enero internet ar eiorasarava com br ~E-malalendjol daca @erasarana.com be Be Apresentacao Este livro 6 0 resultado de varios anos de estudo dirigidos a0 ensino de Estatistiea e destina-se 2 clientela dos cursos profissionalizantes do 2° grau (Secretariado, Contablidade, Administragdo, Formagao Espectfica de Magis- tério para o 1 grau etc.) e, também, aos alunos de cursos superiores que ne- cessitam de um estudo introdutério de Estatstica, Preocupou-nos apresentar todos os t6picas exigides pelo programa esta belecido para os cursos profissionalizantes da rede de ensino particular e of cial, de uma forma acessivel ao aluno, dentro de um esquema de ensino obje- tivo e prtico Por essa razio, as caracteristicas deste livro so eminentemente didat cas. Foram evitadas demonstragées, sendo apresentados comentivios e andl ses objetivas dos assuntos. O estudo é complementado por exereieios em abundiineia, onde procuramos trabalhar com situagSes priticas. ‘Apés ampla reformulagio, que promoven a atualizagao do texto e a in- lusto e redistribuigao de alguns assuntos, a estrutura da obra ficou assim + Nos oito primeiros capitulos desenvolvemos os tpicos. de Estatistica Deseritiva, dando um especial destaque & Distribuigdo de Freqliéncia, + No capitulo 9 enfocamos o estudo de Probabilidades, de forma ele- ‘mentar, enfatizando 0 uso do raciocinio, No capitulo 10 entreabrimos a porta para um primeiro contato com os dois prineipais modelos teéri- cos de Distribuigio de Probabilidade: Distribuigio Binomial e Dis- tibuigio Normal No capitulo 11 apresentamos um estudo elementar de Correlagio e Re- sressiio, que nos ajudaré a compreender e medir a relagio entre varié- veis. Os Niimeros-indiees, de interesse permanente no aspecto econ6- mico de nosso dia-a-dia, passaram por uma revisio, na qual procura- mos dar énfase & realidade prética de sia formagio e de seu emprezo (capitulo 12) Finalmente, 0 Apéndice — Instrumental Matemitico, a ser consulta- do de acordo com as necessidades de cada aluno, foi complementado Os exervicios, sempre colocados em pontos estratégicos de cada capitu- Jo, estio divididos em ués secies: + Exercicios resolvidos — exemplos para a fixagio da matéia estudada; + Resolva — exercicios de aprendizagem imediata, algumas vezes com o raciocinio jé encaminhado: + Bxercicios — seqligncia graduada de exere‘eios propostos No final do livro, apresentamos uma coletinea de questies objetivas, que poderio ser usadas nas verificagies de aprendizagem. ‘Todos os exercicios deverdo ser resolvides num caderno & parte. As res- postas estio no final do liv. , Consideramos a Matemética, a Mdsica e a Estatistica linguagens univer- sais; lembramos que, “embora uma nova linguagem pareca um enigma antes de ser conquistada, é um poder, em seguida”. Nosso desejo é que aqueles que fizerem uso deste livro conquistem & linguagem estatstica, utilizando-a provel- tosamente. Aproveitamos para agradecer a todos aqueles que confiaram em nosso trabalho, utilizando este livro, ¢, em especial, aqueles que, fazendo suas eriti- ‘cas, deram-nos a oportunidade de methoré-lo. Continuamos a acolher os pareceres e sugestOes para 0 aperfeigoamento deste trabalho. © autor Indice CAPITULO 1 A NATUREZA DA ESTATiSTICA........... un 1, Panorama hist6rico. 2. Método estatistico a 2.1.0 método cientifico, ee 12 2.2. O método experimental 12 2.3. 0 método estatfstico. 2 3. A Estatistica, : 3B 4. Fases do método estat 4 4.1, Coleta de dados .. 4 4.2. Critica dos dados 4 4.3, Apuragiio dos dados ..... = 4 4.4. Exposigao ou apresentagao dos dados 15 4.5. Anilise dos resultados... 15 5. A Estatistica nas empresas ia EXERCICIOS 2.0 ’ : ‘ 16 CAPiruLO2 POPULACGAO E AMOSTRA. — 7 1, Varidveis. = 7 EXERCICIO. : ean te 18 2. Populagio € amos... = 19 3. Amostragem ....20 2 20 3.1. Amostragem casual ow aleatéria simples 0. 20 3.2. Amostragem proporcional estratificada sm 21 3.3. Amostragem sistemitica EXERCICIOS CAPITULO S SERIES msraristicas 1, Tabelas 2. Séries estatfsticas 2.1, Séries hist6ricas, cronol6gicas, tempor ‘ou marchas.. 2 2.2: Séries geogrdficas, espaciais, territorinis ou de localizagao.... 27 2.3. Séries especificas ou categ6ricas 0.0 21 3, Séries conjugadas. Tabela de dupla entrada ... 28 4, Distribuigdo de frequléncia. 29 EXERCICIOS .. 29 5. Dados absolutos e dds relativos, Gapizuid 6 mmpmas px PostcAo 9 5.1 As percentagens 1. Introdugéo ” 5.2. Os indices. Indices econmicos Sige Gs oe oo 533. Os coeficientes : , Pea 2. Dads loans % esvio em relagao & média EXERCICIOS .. 2.3. Propriedades da MEUIA ....secsssnsee sasesseen - - 81 CAPITULO 4 GRAFICOS RSTATISTICOS 2.4, Dados agrupados ne OE ict 2d. Se inervals de classe 2 aes: 24.2. Com intervatos de Classe cvssevuseeeessiansesennseen a 84 2. Diagramas 2.4.3. Processo breve 86 2.1. Grifico em linha ou em curva is coe ace a 2.2, Gréfico em colunas ou em bartas a es 7 233, Grifico em colunas ou em barras mdltipas Spa ate oe 4 oo eee eee 3.2. Dados agrupados. a) 3. Gritico polar. 221. Sem terse de clase 89 4 Cartograma 3! cas eesei ee ame Soe ee 90 5. Pictograma 3.3. As expressdes graficas da moda one 92 EXERCICIOS 3.4, Emprego da moda. is 2 PASEARESS yrora 4,4 mediana (Md) nnn 93 ca 27 IBUIOAO DE FREQURWOTA 4.1, Dados niio-agrupados: vn 93 1. Tabela primitiva. Rol. a Dale acaieine 3 2 Distibuigto de freqléncia 42:1, Sem iterelet de las ee 95 3. Elementos de uma distribuigio de freqiiéncia...... 4.2.2, Com imervalos de classe 7 3 Clasee : 4.3, Emprego da mediana — 100 3.2. Limites de classe 5. Posigio relativa da média, mediana e moda 100 ‘Amplitude de um intervalo de classe Aa 100 “Amplitude total da disribuigao. Aa ase : ior Amplitude amostal Ooo ecull a Ponto medio de una classe Poe aaa ts Freqincia simples ou absoluta 4: Nino de tases: neva ease AARPEEIEE arenas ve pisrEnsAo OU DE - ee ‘VARIABILIDADE. 10s 6. Distribuigio de frequéncia sem intervalos de classe - a ne oe eee | Diss o abate oe 18 7. Representagdo grfica de uma distribuigao rnpliude total : 7A Histogram i 2.1. Dados nio-agrupados sien 109 72. Poligono de freqiténcia ssn 2.2. Dados agrupit nn MO Cee eae 22.1 Sem ineraes de case 110 ° 222. Com itermis decane sioslindoo aT 0 8. A curva de freqiéncia 5 Rik cee mene cia aia 3. Varina, Desvio padrio cos “iM 8.2. As formas das curvas de freqiiéncia 3.1, Tntrodngfio —.-— Au 82.1. Curr em forma de sno 3.2. Dados nio-agrupados ieee ns 822. Cur em fora de jon 3.3, Dados agrupados : id 823. Curva em forma de 3311 Sem intervals de classe : us 224 Dinibalgdn mangas 3.32, Com interlosde classe noone 16 EXERCICIOS 3.4, Process0 br0¥e wsensnmssnsnnnnn ig 19 CAPITULO 12 WOMEROS-inDICES 4, Coeficiente de variagon EXERCICIOS ...... 120 1. Introdugio GAPHULO'S) mmprDAS DE ASSIMETRIA. MEDIDAS DE nents oe be 3. Relativos de pregos.. a a 4, los de relatives... 1a Introdugio non : 122 5. Relativos em cadeia 1.2. Coeficiente de assimetria woes 124 EXERCICIO. EXERCICIOS wes 124 6. Indices agregativos... 2. Curtose 12s 6.1 Indice agregativo simples 2.1 Introdugio..yssssvssnnsnsonnnnnonnnnnnnnvnnnnnna 12S 62. Indice agregativo ponderado.. - 2.2, Coeficiente de curtase 123 62.1. Formula de Laspeyres ow modo da tpca:base EXERCICIOS....... 126 6.3. Indices de precos 6.31 Indice de est ie via oe CAPITULO 9 PROBABILIDADE ...... 127 6.3.2. IPC — has de Pregos ao Consimidor 4 633: 1eh — hve da Cot Baca 1. Introdugd0 ssn ED ts toh he Gol 2. Experimento aleatsrio 127 635. 1 aa IPE 3. Espago amostral sninmninnnnnnnnnns ID 7. Deflacionamento de dados .. 4, BVENO8 sss : 128 EXERCICIOS 5. Probabilidade 129 : 6. Bventos complements osscrsnnnnnnennnes 130 APENDICE INSTRUMENTAL MATEMATICO 7. Eventos independentes, T. Naneros aproximados ¢ arredondamento de dados. 8. Eventos mutuamente exclusives 1.1. Némeros aproximados = 1.2. Arredondamento de dadas EXERCICIOS 1:3. Compensagio CAPITULO 10. DISTRIBUIGOES BINOMIAL E NORMAL ..137 EXERCICIOS 1. Varidvel aleat6ra... _ 137 2, Fragdes 2. Distribuigiio de probabilidade 137 2.1, Conceito... 3. Distribuigo binomial... 140 2.2. Fragdes propria, imprépriae aparente 2.3. Fragoes equivalentes. - Hear 1g 2.4, Simplifieagio de fragies 4. Distribuigéo normal. Curva normal 142 bares eer pei my EXERCICIOS 147 2.6. Redugdo de fragées 20 mesmo derominador . . 2:7. Comparagao de fragées 2 capiruLo 11 CORRELAGAO E REGRESSAO wren 148 2/8. Operagdes com rages. 1 ntrodugao 148 2A. Adigdo e subtragio = 2. Conelacio ie 2.82. Muhipticagao . 2.1, Relagio funcional e relagio estatistica 148, BEI. Dist sn 2.2. Diagrama de dispersio : 149 4. Potenciagao 2:3. Correlagio linear = cn 150 EXERCICIOS 2.4. Coeficiente de correlagio linear. “151 2.5. Roetoe decals 3. Regressio 154 pumas 3.1. Ajustamento da reta “154 3. Razies 7 3.2. Interpolagao ¢ extrapolaga 156 3.1, Razaio de dois nimeros EXERCICIOS essenininenesrnnn a 138 3.2. Raz de duas grandezas A WNatureza da Estatistica 1 PANORAMA HISTORICO Todas as ciéncias t&m suas rafzes na histéria do homem. ‘A Matemitica, que € considerada “a ciéneia que une a clareza do racioct- nio a sintese da linguagem”, originou-se do convivio social, das trocas, da contagem, com eariter pritico, uilitério, empitico. ‘A Estatistica, ramo da Matemtica Aplicada, teve origem semelhante Desde a Antiguidade, varios povos jf registravam o mimero de habitan- tes, de nascimentos, de dbitos, faziam estimativas das riquezas individual ¢ social, dstribuiam eqitativamente terras ao povo, cobravam impostos e reali- zayam inguétitos quanttatives por processos que, hoje, chamariamos de “es- tatisticas Na Idade Média colhiam-se informagées, geralmente com finalidades ti- butarias ou beticas A partir do século XVI comegaram a surgi as primeiras andlises siste- Imaticas de fatos sociais, como batizados, casamentos, funerais, originando as primeiras tabuas e tabelas e os primeiros nimeros relatives. No século XVIII o estudo de taisfatos foi adquirindo, aos poucos, feigio verdadeitamente cienilica. Godofredo Achenwall batizou a nova eiéneia (ow método) com o nome de Estatistiea, determinando o seu objetivo e suas rela- 8s com as cincias. As tabelas tornaram-se mais completa, surgiram as representagBes gréti- «as © 0 céleulo das probablidades, e a Estatistica deixou de ser simples cata- logagio de dados numéricos coletivos para se tornar o estudo de como chegar 4 conclusies sobre o todo (populacio*), partindo da observagio de partes desse todo (amostras*) ‘Atualmente, 0 publico leigo (leitor de jornais ¢ revistas) posiciona-se em dois extremos divergentes € igualmente erréneos quanto & validade das con- clusGes estatisticas: ou ex® em sua infaliilidade ow afirma que elas nada pro- vam. Os que assim pensam ignoram os objetivos, © campo e 0 rigor do méto- do estatistico; ignoram a Estatistica, quer te6rica quer pritiea, ov a conhecem ‘muito superficialmente. © Captato 2 4, Percentagem 4.1. Coneeito. EXERCICIOS 5. Seqiiéncia. Somatério ... Sul, Seqiiéncia ou sucessio 5.2. Somatério EXERCICIOS 6, Média aritmética 6.1. Média aritmética simples 6.2. Média aritmética ponderada.. EXERCICIOS .. 7. Fatorial EXERCICIO 8. Coeficientes binomiais 8.1. Coeficientes binomiais complementares. EXERCICIO 9, Binmio de Newton EXERCICIOS 10. Fungo 10.1. Definicao 10.2. Grifico de uma fungio 10.3. Fungo do 1° grau 10.4. Grafico da fungio do 1* grau 10.5. Equacio da reta que passa por dois pontos dads... EXERCICIOS ... 10.6. Pontos notavei 10.6.1. Ponto em que a retacorta 0 exo dos 10.6.2. Ponto em que a reta cora 0 eto dos y 10.7. Significado dos coeficientes 1071. Coeficieme B 10.72. Coeficiente a COLETANEA DE QUESTOES OBIETIVAS RESPOSTAS Anexo 1 — Tabela de nimeros aleat6rios ~~ Anexo II — Area subtendida pela curva normal reduzida de 0a Z. 195 19S “195; 183 183 185 186 186 189 190 191 191 192 193 193 194 198 198 199 199 200 200 200 200 201 202 210 223, 224 12 esmincarAcn, Na era da energia nuclear, os estudos estatisticos mente ¢, com seus processos € téenicas, tém contrib dos negécios e recursos do mundo moderno. n avangado rapida- 0 para a organizagio @| M@TODO ESTATISTICO 2.1. 0 método cientifico ‘Muitos dos conhecimentos que temos foram obtidos na Antiguidade por caso ¢, outros, por necessidades préticas, sem aplicagao de um método. ‘Atualmente, quase todo acréscimo de conhecimento resulta da observa: io € do estudo, Se bem que muito desse conhecimento possa ter sido obser~ vvado inicialmente por acaso, a verdade € que desenvolvemos processos cient ficos para seu estudo e para adquirirmos tais conhecimentos. Podemos dizer, entio, que: ‘Método é um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a um fim que se deseja, os métodos cientificos, vamos destacar o método experimental © 0 cestatistico, 2.2. O método experimental (© método experimental consiste em manter constantes todas as ccausas (fatores), menos uma, e variar esta causa de modo que o pesquisa dor possa descobrir seus efeitos, caso existam. 0 método preferido no estudo da Fisica, da Quimica etc. 2.3. O método estatistico Muitas vezes temos necessidade de descobrir fatos em um campo em que ‘© método experimental nio se aplica (nas ciéncias sociais), jf que 0s varios fatores que afetam o fenémeno em estudo no podem permanecer constantes fenguanto fazemos variar a causa que, naquele momento, nos interessa, Como exemplo, podemos citar a determinagao das causas que definem © prego de uma mereadoria, Para aplicarmos @ método experimental, teriamos de fazer variar a quantidade da mercadoria ¢ verificar se tal fatoiria influenciar seu prego. ‘Cop. — ANotwoza a soitea 13 Porém, seria necessério que no houvesse alterago nos outros fatore ‘Assim, deveria existir, no momento da pesquisa, uma uniformidade dos sali- ros, o gosto dos consumidores deveria permarecer constante, seria necessdiria 4 fixagdo do nivel geral dos pregos das outras aecessidades etc. Mas isso tudo 6 impossivel. Nesses casos, langamos mio de outro método, embora mais dificil e ‘menos preciso, denominado método estatistic. © método estatistico, diante da impossibilidade de manter as cau- sas constantes, admite todas essas causas presentes variando-as, registran- do essas variagdes e procurando determinar, no resultado final, que in- fluéncias eabem a cada uma delas S| AESTATisSTICA Exprimindo por meio de mimeros as observagSes que se fazem de ele- mentos com, pelo menos, uma caracteristica comum (por exemplo: os alunos do sexo masculino de uma comunidade), obtemos os chamados dados refe- rentes a esses elementos. Podemos dizer, entio, que: ‘A Estatistica é uma parte da Matematica Aplicada que fornece métodos para a coleta, organizagio, descrigio, andlise e interpretagio de dados € para a utilizagao dos mesmos na tomada de decisdes. Accoleta, a organizagio ¢ a descri¢lo dos dados esto a cargo da Esta- tistica Deseritiva, enquanto a aniilise e a interpretagio desses dados ficam a cargo da Estatistica Indutiva ou Inferencial, Em geral, as pessoas, quando se referem ao termo estatistica, o fazem no sentido da organizagio e descrigio dos dados (estatistica do Ministério da Educagdo, estatistica dos acidentes de trifego ztc.), desconhiecendo que 0 as pecto essencial da Estatistica ¢ 0 de proporeionar métodos inferenciais, que permitam conclusdes que transcendam os dados obtidos inicialmente. ‘Assim, a andlise e a interpretacZo dos dados estatfsticos tornam possivel © diagnéstico de uma empresa (por exemplo, de uma escola), o conhecimento de seus problemas (condigdes de funcionamento, produtividade), a formulagao de solugdes apropriadas e um planejamento otjetivo de agao, 14 eswisncarAcn 4 FASES DO METODO ESTATISTICO Podemos distinguir no método estatistico as seguintes fases 4.1. Coleta de dados Apés cuidadoso planejamento ¢ a devida determinagao das caracterist- cas mensurdveis do fendmeno coletivamente tipico* que se quer pesquisar, damos inicio a eoleta dos dados numéricos necessitios a sua descrigio, A coleta pode ser direta ¢ indireta Acoleta é direta quando feita sobre elementos informativos de registro obrigatério (nascimentos, casamentos e dbitos, importagio e exportagao de ‘mercadorias), elementos pertinentes aos prontuérios dos alunos de uma escola ou, ainda, quando os dados sio coletados pelo préprio pesquisador através de inquéritos e questionsrios, como € o caso das notas de verificagio e de exames, do censo demografico etc. ‘A coleta direta de dados pode ser classificada relativamente a0 fator tem- po em: a. continua (registro) — quando feita continuamente, tal como a de nas: ccimentos e Gbitos e a de freqliéncia dos alunos as aulas; b. periédiea — quando feita em intervalos constantes de tempo, como {05 censos (de 10 em 10 anos) ¢ as avaliagGes mensais dos alunos; ¢. ocasional — quando feita extemporaneamente, a fim de atender a uma conjuntura ou a uma emergéncia, como no caso de epidemias que as- solam ou dizimam rebanhos inteitos. A ccoleta se diz. indireta quando 6 inferida de elementos conhecidos (co- leta direta) e/ou do conhecimento de outros fendmenos relacionados com fenémeno estudado, Como exemplo, podemos citar a pesquisa sobre a morta lidade infamtil, que é feita através de dados colhidos por uma coleta direta. 4.2. Critica dos dados Obtidos 5 dados, eles devem ser cuidadosamente criticados, & procura de possiveis falhas e imperfeigées, a fim de nao incorrermos em erros grossei- ros ou de certo vulto, que possam influir sensivelmente nos resultados. critica é externa quando visa as causas dos erros por parte do infor- ‘ante, por distrago ou ma interpretagio das perguntas que the Fram feitgs: € interna quando visa observar os elementos originais dos dados da coleta 7 Fendmene coletvamene pico ¢ acl que nt aresenta epulaidade a observaso dex: iss ‘Seriya nase de overvgtes. (Rocha: Marcos Vinfcos ds, Curso de Este. 3, Rio de evo, Fundesso ISGE, 1975.) Cop. —ANatuera de osteo 15 4.3. Apuragdo dos dados Nada mais € do que a soma e o processamento dos dados obtidos e a dis- posi¢ao mediante critérios de classificacZo. Pode ser manual, eletromeciinica ‘ou eletrénica. 4.4, Exposigiio ou apresentagiio dos dados Por mais diversa que seja a finalidade que se tenha em vista, os dados devem ser apresentados sob forma adequada (abelas ou gréficos*), tornando ais facil o exame daquilo que esta sendo objeto de tratamento estatistico e ulterior obtengiio de medidas tipicas** 4.5. Andlise dos resultados Como ja dissemos, 0 objetivo Gltimo da Estatistica é tirar conclusées sobre o todo (populacdo) a partir de informagSes fornecidas por parte repre- sentativa do todo (amostra). Assim, realizadas as fases anteriores (Estatisticn Deseritiva), fazemos uma andlise dos resultados obtidos, através dos métodos dda Bstatistica Indutiva ou Inferencial, que tem por base a indugio ou inferén- cia, e tiramos desses resultados conclusdes e arevisdes. 5 AESTATISTICA NAS EMPRESAS No mundo atual, a empresa & uma das vigas-mestras da Economia dos povos. A direcdo de uma empresa, de qualquer tipo, ineluindo as estatais go- vernamentais, exige de seu administrador a importante tarefa de tomar deci- sbes, € 0 conhecimento € 0 uso da Estatistica facilitarao seu triplice trabalho de organizar, dirigit e controlar a empresa. Por meio de sondagem, de coleta de dados ¢ de recenseamento de opi- nides, podemos conhecer a realidade geogratica e social, os recursos naturais, hhumanos ¢ financeiros disponiveis, as expeciativas da comunidade sobre a ‘empresa, e estabelecer suas metas, seus objetivos com maior possibilidade de serem alcangados a curto, médio ou longo prazos. A Estatistica ajudaré em tal trabalho, como também na selegtio e organi- da estratégia a ser adotada no empreendimento e, ainda, na escolha das téenicas de verificagdo e avaliagHo da quantidade e da qualidade do produto mesmo dos possiveis Iucros e/ou perdas, = Capitulos 3 16 eswisncarAct ‘Tudo isso que se pensou, que se planejou, precisa ficar registrado, do- ‘cumentado para evitar esquecimentos, a fim de garantir 0 bom uso do tempo, dda energia e do material e, ainda, para um controle eficiente do trabalho, ‘0 esquema do planejamento € o plano, que pode ser resumido, com av lio da Estatistica, em tabelas e gréficos, que faciliarZo a compreensio visual dos eéleulos matemtico-estatisticos que Thes deram origem. ‘0 homem de hoje, em suas miltiplas atividades, langa mio de processos €¢ técnicas estatisticos, ¢ s6 estudando-0s evitaremos 0 erro das generalizagdes pressadas a respeito de tabelas € grificos apresentados em jomais, revistas € televisio, freqlientemente cometido quando se conhece apenas “por cima” um pouco de Estatfstica. _ BXERCICIOS A Complete: ‘© metodo experimental 6 0 mais usado por cincias como: 2) As ciéncias humanas e sociais, para obterem os dados que buscam, an- gam mao de que método? © que ¢ Estatistica? Cite as fases do método estatistico. Para vooé, o que ¢ coletar dados? Para que serve @ critica dos dados? (© que 6 apurar dados? Como podem ser apresentados ou expostos os dados? ition? ‘As conclusées, as inferéncias pertencem a que parte da E: Cite trés ou mais atividades do tistica se faz necessaria, 4] 0 método estatistico tom como um de seus fins: estudar os fendmenos estatisticos. festudar qualidades concretas dos individuos que formam grupos. Geterminar qualidades abstratas dos individuos que formam grupos. determinar qualidades abstratas de grupos de individuos. ‘estudar fendmenos numéricos. mento empresarial em que a Esta: Populacao e Amostra* Uj VARIAVEIS ‘A cada fendmeno corresponde um niimero de resultados posstveis. As- sim, por exemplo: — para o fenémeno “sexo” sio dois os resultados possfveis: sexo mas- culino e sexo feminino; — para 0 fenémeno “niimero de filhos” hé um niimero de resultados possiveis expresso através dos mimeros natura: 0,1,.2.3, ms — para o fenémeno “estatura” temos uma situagio diferente, pois os resultados podem tomar um nimero infinito de valores numéricos dentro de um determinado intervalo, ‘Variavel é, convencionalmente, 0 conjunto de resultados possiveis de um fendmeno. Os exemplos acima nos dizem que uma varivel pode ser: ‘a, qualitativa — quando seus valores sio expressos por attibutos: sexo (masculine — feminino), cor da pele (branca, preta, amarela, verme- tha, parda) ete.; 'b, quantitativa — quando seus valores so expressos em niimeros (sali- trios dos opersrios, idade dos alunos de uma escola ete.), Uma variivel 4quantitativa que pode assumir, teoricamente, qualquer valor entre dois limites recebe o nome de varisivel continua; uma varidvel que s6 pode assumir valores pertencentes a um corjunto enumersvel recebe 0 nome de varidvel discreta * Consue © Apéndice — Instrumental Matemio, pra una revo dos assumtos Aredondamesto {dead i173) © Compensagio (p75), 18 eswsbucartcn Assim, o nimero de alunos de uma escola pode assumir qualquer um dos valores do conjunto N= (1, 2, 8, .}, mas nunca valores como 2,5 ou 3,78 ou 4,325 etc. Logo, é uma varivel discreta, Jé o peso desses alunos & ‘uma varisivel continua, pois um dos alunos tanto pode pesar 72 kg, como 72,5 kg, como 72,54 kg ete., dependendo esse valor da preciso da medida De modo geral, as medigdes do origem a variveis continuas as con- tagens ou enumeracdes, a varidveis discretas. Designamos as varifveis por letras latinas, em geral, as dltimas: mye Por exemplo, sejam 2, 3, 5 € 8 todos os resultados posstveis de um dado fendmego. Fazendo uso da letra x para indicar a variavel relativa ao fendmeno considerado, temos: xe 2,3,5,8) RESOLVA 41 Classifique as variaveis em qualitativas ou quantit continuas}: a. Universo: alunos de uma escola, Variavel: cor dos cabelos — b. Universo: casais residentes Variavel: namero de fllhos — ©. Universo: as jogadas de um dado. Variavel: © ponto obtido em cada jogada — 4. Universe: produzidas por corta maquina. Varidvel: numero de pecas produzidas por hora — «8. Universo: pecas produzidas por certa maquina Variavel: didmetro externo — ivas (continuas ou des: 1m uma cidade, EXERCICIO b. Ps estagao meteorolégica de uma cidade. Vz: precipitagao pluviométtica, durante um ano. P: Bolsa de Valores de Sto Paulo. V.: nlimero de agdes negociadas. P: funciondrios de uma empresa, Vz salaios. cop.2—Populoesee Amosta 19 pregos produzidos por uma maquina comprimento. ‘casais residentes em uma cidade. sexo dos filhos. propriedades agricolas do Brasil roducso de algoda segmentos de rete comprimento. bibliotecas da cidade de Sao Paulo. + ngimero de volumes. aparelhos produzidos em uma linha de montagem. numero de defeitos por unidade. industrias de uma cidade. Indice de liquide KB SP SPKREPEPED 2 POPULACAO E AMOSTRA Ao conjunto de entes portadores de, pelo menos, uma caracteristica comum denominamos populagio estatfstica ou universo estatistico, Assim, 05 estudantes, por exemplo, constituem uma populace, pois apre senlam pelo menos uma caracteristica comum: s80 0s que estudam ‘Como em qualquer estudo estatistico femos em mente pesquisar uma ou mais caracteristicas dos elementos de alguma populagio, esa caracterstca de- ve estar perfeitamente definida. E isto se dé cuando, considerado um elemento qualquer, podemos afirmar, sem ambigtidade, se esse elemento pertence ou nto & poptilagao,E necessério, pos, existir um critério de consituigto da popu- lagao, valido para qualquer pessoa, no tempo o¥ no espago. Por isso, quando pretendemos fazer uma pesquisa entre os alunos das cscolas de 1? grav, precisamos defini quai s4o 0s alunos que formam o uni- verso: 08 que atualmente ocupam as careiras das escolas, ov devemos incluir também os que jé passaram pela escola? E claro que a solugao do problema vai depender de cada caso em particular ‘Na maioria das vezes, por impossibilidade ou invibilidade econdmiea ou temporal, limitamos as observagoes referentes a uma determinada pesquisa a apenas uma parte da populagio, A essa parte proveniente da popilagao em cstudo denominamos amostea ‘Uma amostra € um subconjunto finito de uma populagio., Como vimos no capitulo anterior, a Estatistica Indutiva tem por objetivo tirar conclusdes sobre as populacdes, com base em resultados verificados em amostras retiradas dessa populagao. _ el 20 esInisnca rac, Mas, para as inferéncias serem corretas, é necessdrio garantir que a amos- tra seja representativa da populacio, isto é, a amostra deve possuir as mes- ‘mas caracteristicas bisicas da populagio, no que diz respeito ao fendmeno que desejamos pesquisar. E preciso, pois, que a amostra ou as amostras que Vo ser tsadas sejam obtidas por processos adequados. Hi casos, como o de pesquisas sociais, econdmicas e de opinido, em que (5 problemas de amostragem so de extrema complexidade. Mas existem tam- ‘bém casos em que os problemas de amostragem so bem mais faceis. Como ‘exemplo, podemos citar a retirada de amostras para controle de qualidade dos produtos ou materiais de determinada indistria. 3 AMOSTRAGEM Existe uma técnica especial — amostragem — para recolher amostras, {que garante, tanto quanto possfvel, o acaso na escotha. Dessa forma, cada elemento da populacio passa a ter a mesma chance de ser escolhido, © que garante & amostra o carter de representatividade, ¢ isto € muito importante, pois, como vimos, nossas cOnclusdes relativas & populagio vvao estar baseadas nos resultados obtidos nas amostras dessa populagio. tués das principais técnicas de amostragem. Daremos, a segui 3.1. Amostragem casual ou aleatéria simples Este tipo de amostragem € equivalente a um sorteio lotérico. Na pritica, a amostragem casual ou aleatéria simples pode ser realiza- da numerando-se a populagao de 1a ne sorteando-se, a seguir, por meio de um dispositivo aleatério qualquer, k niimeros dessa seqliéncia, os quais corresponderio aos elementos pertencentes & amostra, Exemplo: ‘Vamos obter uma amostra representativa para a pesquisa da estatura de noventa alunos de uma escola: Numeramos os alunos de 01 a 90. 1b, Escrevemos os mimeros, de 01 a 90, em pedagos iguais de um mesmo papel, colocando-os dentro de uma caixa. Agitamos sempre a caixa para ‘misturar bem os pedagos de papel e retiramos, um a um, nove nime- 108 que formario a amostra. Neste caso, 10% da populagio. Quando 0 nimero de elementos da amostra é grande, esse tipo de sorteio torna-se muito trabalhoso, A fim de facilité-lo, foi elaborada uma tabela — ‘Tabela de Nimeros Aleatérios —, construida de modo que os dez algari mos (0 a 9) sio distribuidos ao acaso nas linhas e colunas (Anexo I, p. 223). Para obtermos os elementos da amostra usando a tabela, sorteamos um algarismo qualquer da mesma, a partir do qual iremos considerar nimeros de cop. 2—Popuagdoe Amesta. 21 dois, tr8s ou mais algarismos, conforme nosse necessidade. Os niimeros assim ‘obtidos irdo indicar os elementos da amostra ‘A leitura da tabela pode ser feita horizontalmente (da direita para a es- ‘querda ou vice-versa), verticalmente (de cima para baixo ou vice-versa), diago- nalmente (no sentido ascendente ou descendente) ou formando o desenho de uma letra qualquer. A peo, porém, deve ser feita antes de iniciado o proceso. Assim, para o nossa exemplo, considerando a 18% linha, tomamos os rimeros de dois algarismos (tantos algarismos quantos formam o maior nii- ‘mero da populagao), obtendo: 61 02 01 81 73 92 60 65 73 58 53 34 Evidentemente, 0 numeral 92 sera desprezado, pois niio consta da popu- ago, como ser também abandonado um rumeral que ja tenha aparccido, ‘Temos, entio: 61 02 01 81 73 60 66 58 53 Medindo as alturas dos alunos correspendentes aos niimeros sorteados, obteremos uma amostra das estaturas dos noyenta alunos. 3.2. Amostragem proporcional estratificada Muitas vezes a populagio se divide em subpopulagées — estratos. Como é provavel que a varvel em estdo apresente, de estrato’em esta to, um comportamento heterogéneo e, dent de cada estato, um comporta- mento homogeneo, convém que o sortcio dos elementos da amosira leve em Considerag tas estratos E exatamente isso que fazemos quando cmpregsinos a amostragem pro- porcional estratificada, que, além de consderar a existéncia dos estratos, Ubtém os elementos da amosiraproporcional so nimero de elementos dos mes mos. Exemplo: Supondo, no exemplo anterior, que, dos noventa alunos, 54 sejam meni- hos & 36 sejam meninas, vamos obter a amostra proporcional estratificada, So, portanto, dois estratos (sexo masculino € sexo feminino) e quere- mos uma amostra de 10% da populagao. Logo, temos: a. SEXO | POPULAGAO_ 10% ‘AMOSTRA Tox s4 M a io 5 . 700 : . 1x36 : 700 Total 90 Toe 9 700 22 EsIisncarAci, : b. Numeramos os alunos de 01 a 90, sendo que de 01 a 54 correspondem ‘meninos e de $5.4 90, meninas. Tomando na Tabela de Nameros Alea- 16rios a primeira e a segunda colunas da esquerda, de cima para baixo, fobtemos os seguintes niimeros: 57 28 92 90 80 22 56 79 53 18 54 03 27 05 40 ‘Temos, entio: 28 22 53 18 03 — para os meninos; 57 90 80 56 — para as meninas. RESOLVA dos colegas de sua classe (Incluindo voce), —correspandente a 30% da populagao. Sugestdo —faga uso da caderneta de seu professor © da Tabela dos Nu rmeros Aleatérios (6 e 6" colunas, de baixo para cima). 2 Pesquisa — estatura dos alunos das 1 séries de sua escola, mostra — 19% da populate, Sugestdo — vse a Tabela de Nimeroe Alestrios (25 nha, da esquerda pa wae dria ‘SERIES | POPULAGAO A 2 {| Em uma escola existe 250 alunos, sondo 35 na 1! série, 32 na 2%, 30 na 3%, 28 na 4%, 35 na 5%, 32 na 6%, 31 na 7*e 27 na 8 Obtenha uma amostra de 40 ‘alunos ¢ preencha o quadro da pagina seguinte. Como, neste caso, foi dado 0 numero de elementos da amostra, devemos, ‘entéo, calcular 0 niimero de elementos de cada estrato proporcionalmente 20 niimero de elementos da amostra. Assim, para a 1" série, temos: a5 x 40 250 [2 «0 waders a0 erates cop. 2 Popuiagdoe Arosa 23 Looe: sénies | poputacao | p_CAlCuLo | | amostna PROPORCIONAL _ 35x40, ’ 35 x00 6 56 6 2 » « %% : & é : , sx 2 2 200 # . Total 250 40 3.5. Amostragem sistematica Quando 0s elementos da populagiio jf se acham ordenados, nfo hé neces sidade de construir © sistema de referéncia. Sio exemplos os prontuatios mé- dicos de um hospital, os prédios de uma rua, as linhas de produao etc. Nestes casos, a selegio dos elementos que constituitdo a amostra pode ser feita por uum sistema imposto pelo pesquisador. A esse tipo de amostragem denomina- mos sistemstica, ‘Assim, no caso de uma linha de produgdo, podemos, a cada dez itens produzidos, retirar um para pertencer a uma amostra da produgao distia, Neste ‘caso, estariamos fixando o tamanho da amostra em 10% da populacio. Exemplo: ‘Suponhamos uma rua contendo novecentos prédios, dos quais desejamos ‘obter uma amostra formada de cinqllenta prédios. Podemos, neste caso, usar 0 900) seguinte procedimento: como 8, escolhemes por sorteio casual um nt- mero de I a 18 (inclusive), o qual indicaria o primeiro clemento sorteado para a mostra; os demais elementos seriam periodicamente considerados de 18 em 18. Assim, se © ntimero sorteado fosse 0 4, tomariamos, pelo lado direito da rua, 0 4? prédio, 0 22%, 0 40® ete., até voltarmos ao inicio da rua, pelo lado esquerdo, EXERCICIOS 4) Uma escola de 1? grau abriga 124 alunos. Obtenha uma amostra represen- tativa correspondendo a 15% da populac Sugestao: use a 8%, 9 @ 10° colun ros Aleatérios (de cima para baixo) dda 1" linha, da Tabela de Nume- 24 estalncarAca 2 Em uma escola ha oitenta alunos. Obtenha uma amostra de doze alunos. Sugestao: decida, juntamente com a classe e seu professor, o uso da Tabela de Nameros Aleatérios. 3) Uma populagao ¢ formada por 140 notas/resultantes da aplicag3o de um ono eee ee ee ee etn aay aaPr 128 100 72 119 103 128 80 99 149 85 ik Sie ale ote se on as Series Estatisticas aia ie eas a eee eee gee tea a ne aie ole a 79 92 73 83 74125 101 82 71 75 101 102 78 108, | TABELAS 125 56 86 98 106 72117 89 99 86 82 57 106 90 Obtenha uma amostra formada de 26 elementos, tomsndo, inicialmente, a ‘Um dos objetivos da Estatistica é sintetizar os valores que uma ou mais linha da esquerda para a direita, variaveis podem assumir, para que tenhamos uma visio global da variagao des- 4 0 diretor de uma escola, na qual estéo matriculados 280 meninos ¢ 320 a ou dessas varidveis. E isso ela consegue, inicialmente, apresentando esses meninas, desejoso de conhecer as condigdes de vida extra-escolar de sous valores em tabelas e graficos, que irdo nos fernecer raipidas ¢ seguras infor- alunos ¢ nao dispondo de tempo para entrovistar todas as familias, resol- ‘magdes a respeito das varidveis em estudo, pemnitindo-nos determinagoes ad- ‘ou fazer um levantamento, por amostragem, em 10% dessa clientela. Obi ‘nha, para esse diretor, os elementos componentes da amostra, | 5) Uma cidade X apresenta o seguinte quadro rel ministrativas e pedagégicas mais coerentes ¢ cientificas. ivo as suas escolas de 1° grau: Tabela € um quadro que resume um conjunto de observagdes. 'N® DE ESTUDANTES ESCOLAS | ecuLINo | FEMININO ‘Uma tabela compae-se de: x a as 8. corpo — conjunto de finhas © colunas que contém informagies sobre 8 102 120 a varidvel em estudo; c 110 92 . cabecalho — parte superior da tabela que especifica o contetido das € ne 2 abesalle — parte superior da tbels que expec tetido di E 150 130 : F 300 230 . coluna indicadora — parte da tabela que especifica 0 contetido das Tote 576 955 lishay 4. linhas — retas imaginérias que facilitam a leitura, no sentido horizon- eo tal, de dados que se inscrevem nos seus cruzamentos com as colunas; «. casa ou eélula — espago destinado a um s6 nimero; 1G Uma populagao encontra-se dividida em trés estratos, com tamanhos, res- F. titulo — conjunto de informagdes, as mais completas possiveis, res- Pectivamente, n, = 40, n, = 100 n, = 60. Sabendo que, ao ser realizada uma pondendo as perguntas: O qué?, Quando?, Onde?, localizado no topo amostragem estratificada proporcional, nove elementos da amostra foram da tabela, Fetirados do 3 estrato, determine o nlimero total de elementos da amostra Ha ainda a considerar os elementos complementares da tabela, que so a 17] Mostre como seria possivel retirar uma amostra de 32 elementos de uma ‘ ee Tea ne fonte, as notas ¢ as chamadas, colocados, de preferéncia, no seu rodapé. ‘denada formada por 2.432 elementos. 10 geral, qual dos elementos abaixo seria escolhido para perten- ‘cer a amostra, sabendo-se que o elemento de ordem 1.420 a ola pertence? 1.648%, 2908, 7268, 2.025%, 1.1208 * Conse © Aptndice — taseumental Matemstico, prt um seviio dos assnios Frases (p. 176, Raabe ip. 182) « Percenagem (p13) 26 esinisnearkcn Exemplo: PRODUGAO DE CAFE -—— TiTULO, cAeeganon BRASIL 1991-1995 so nH PRoDuGAo — COLUNA ‘ANOS: (1.000 t) ___ COLUNA worcapona J |__ 1990.8 Furia 1991 (2535]-——— cAsA ou CELULA conro—=| ta | 2686-—~ too | 222 >>—unnas tose | 3750 tse | 2007 RODAPE ——> FoNTE:06e. De acordo com a Resoluio 886 da Fundagio IBGE, nas casas ou células devemos colocar: + um trago horizontal (—) quando 0 valor € zero, nio s6 quanto ‘natureza das coisas, como quanto ao resultado do inguérit + t1€s pontos (..) quando no temos os dados: + um ponto de interrogagio (?) quando temos diivida quanto & exa- tidio de determinado valor; + zero (0) quando 0 valor é muito pequeno para ser expresso pela ‘unidade utilizada, Se os valores sio expressos em numerais deci- ‘mais, precisamos aerescentar & parte decimal um nimero cortes- pondente de zeros (0,0; 0,00; 0,000: ...) @ S@RIES ESTATISTICAS ‘Denominamos série estatistica toda tabela que apresenta a distribui- ‘glo de um conjunto de dados estatisticos em fungio da época, do local cop. 3—Séresstotsteos 27 2.1. Séries histéricas, cronolégicas, temporais ou marchas Descrevem os valores da varivel, em determinado local, discriminados segundo intervalos de tempo varidveis, Exemplo: PRECO DO ACEM NO VAREJO ‘SAO PAULO — 1989-9 PREGO MEDIO ee ius) 1989 224 1990 20 199 an 1992 ‘88 1993 208 1994 262 FONTE: APA 2.2, Séries geograficas, espaciais, territoriais ou de localizagao Descrevem os valores da variavel, em determinado instante, discrimina- dos segundo regises. : Exemplo: DURAGAO MEDIA DOS ESTUDOS SUPERIORES 1994 ‘ou da espécie. Daf, podemos inferir que numa série estatfstica observamos a existéncia de trés elementos ou fatores: 0 tempo, o espago e a espécie. Conforme varie um dos elementos da série, podemos classificé-la em histérica, geogréfica e especifica. NUMERO paises | De ANOS. Italie 38 ‘Alemanha 70 Franga zo Holanda 59 Inglaterra | _Menes de 4 2.3. Séries especificas ou categéricas Descrevem os valores da varidvel, em determinado tempo e local, di minados segundo especificagées ou categorias. 28 eswisncarAcn, Cop. sie Euatatcos 29 Exemple: Poder exit, e bem : $e bem que mais raramerte, pela dfculdade de epesen tagio, séries compostas de trés ou mais entradas. : REBANHOS BRASILEIROS 1992 “QUANTIDADE ESPECIES | (1.000 cabogas) @ DISTRIBUIGAO DE FREQUENCIA 154.400,8 Por se tratar de um conceito estatistico de suma importa 1.423,3 S Caaan sta iportancia, merecerd ramioe ates Capitulo 5 um tratamento especial. Asininos 471 Exemp! Muares 2085 Suinos 34.532,2 Ovinos 19.9859 ESTATURAS DE 100 ALUNOS Caprinos 12.1596 DAE Cosihos 6. COLA X. ESTATURAS, Fowre 1938 ‘em | 140 145 145 160 cs 150 + 155 [S SERIES CoNsUGADAS 155+ 160, TABELA DE DUPLA ENTRADA Geren aor Muitas vezes temos necessidade de apresentar, em uma tinica tabela, a psnizeaeti variagio de valores de mais de uma varidvel, isto ¢, fazer uma conjugagio de Seater sews 181X109 _ 7.992 7,9 21.201 3 grou > 224% 10 ago 44 21.201 Com esses dados, podemos formar uma nova coluna na série em estudo: MATRICULAS NAS ESCOLAS DA CIDADE A — 1995 CATEGORIAS | NF DE ALUNOS | % ¥ grau 19.286 310 1.681 19 234 ua s valores dessa nova coluna nos dizem que, de cada 100 alunos da ci- dade A, 91 estio matriculados no 1® grau, 8, aproximadamente, no 28 grau e | no 3° grav. © emprego da percentagem & de grande valia quando € nosso intuito des- tacar a participagio da parte no todo. Consideremos, agora, a série: MATRICULAS NAS ESCOLAS DAS CIDADES A E B — 1995 NF DE ALUNOS CATEGORIAS ° CIDADE A | CIDADE B 7 rau 19.286 38.660 2 grau 168i 3.399 3° grau 234 228 Total 21.201 12.483 Dados ft Qual das cidades tem, comparativamente, maior niimero de alunos em cada grau? Como 0 nimero total de alunos € diferente nas duas cidades, nio € ficil concluir a respeito usando os dados absolutos. Porém, usando as percentagens, (cop. 3—SésesEetisleas 33 tal tarefa fica bastante facilitada. Assim, acrescentando na tabela anterior as colunas correspondentes as percentagens, obtemos: MATRICULAS NAS ESCOLAS DAS CIDADES AEB — 1995 T ae CIDADE A ‘CIDADE B NeDEALUNOS | _% | NFDEALUNOS | % ¥ grav 19.286 310 38.660 91.0 2 grau 1.681 73 3.399 8.0 3° grau 234 a 424 1.0 Total 21.201 10,0 42.483 10,0 ‘© que nos permite dizer que, comparativamente, contam, praticamente, com 0 ‘mesmo niimero de alunos em cada grau, NoTAS: + Do mesmo modo que tomamos 100 para base de comparagao, também podemos tomar outro nimero qualquer, entre 0 quais destacamos © nimero 1. E claro que, supondo o total igual a 1, 0 dados relativos das parcelas serao todos menores que 1 + Bim geral, quando usamos 100 para base, os dados sio arredondados até a pri casa decimal; © quando tomamos 1 por base, sip arredondados até a tereeira casa decimal RESOLVA 41 Complete a tabele abaixo: ne DE | DADOS RELATIVOS Atunos | pon 1 | POR 100 75 | 0098 | 98 Cateulos: 222 : 202 362 250 540. Tora) | 1787 | 1,000 ESCOLAS amon 3A esiasticarAcn 8.2. Os indices. Indices econémicos Os indices sio raz6es entre duas grandezas (ais que uma niio inelui a outra, So exemplos de indices’ diametro wansverso do ie exitcg = Hameo HansveTo TNO 499 in cm didmetro longitudinal do crinio ide ena ene intelectual = 100 cee jdade cronolégica lao Dead demoed = Rms indices econémicos: valor total da produgao Produgao per capit populagio a ta = consumo do bem ae populagio Ae a fenda per capita er cape = opulagiio receita Receita per capita = " populag 5.3. Os coeficientes 0s eoeficientes so razées entre 0 ndimero de ocorréncias ¢ 0 niime- ro total (niimero de ocorréncias e mimero de nio-ocorréncias). ‘Sao exemplos de coeficientes: rnimero de nascimentos Coeficiente de natalidade re nimero de Sbitos Coeficiente de mortalidade = Tamer de bites populagio total Coeficientes educacionais: de alunos evadidos Coeficiente de evasio escolar = ire inicial de mariculas Coeficiente de aproveitamento __niimero de alunos aprovados escolar ‘imero final de matriculas | PERTENGE A BIBLIOTECA ] imimero de alunos recuperados nnimero de alunos em recuperagio Cop.3— sbi Esttiteas 35 Coeficiente de recuperagao escolar 5.4. As taxas AAs taxas siio os coeficientes multiplicados por uma poténcia de 10 (10, 100, 1.000 etc.) para tornar 0 resultado mais inteligivel ‘io exemplos de taxas: ‘Taxa de mortalidade ‘Taxa de natalidade ‘Taxa de evasio escolar = coeficiente de evasiio escolar x 100 ‘oeficiente de mortalidade x 1,000 ‘oeliciente de natalidade x 1.000 EXERCICIO RESOLVIDO 11 0 Estado A apresentou 733.986 matriculas na 1 série, no inicio do ano de 1994, ¢ 683.816 no fim do ano. O Estado B apresentou, respectivamente, 436.127 ¢ 412.457 matriculas. Qual 0 Estado que apresentou maior evasao escolar? 733.986 ~ 683.816. A TEE = X 100 = 0,0683 x 100 ~ 6,89 6.8% 733.986 8 TEE » 496.127 — 412457 199 = 0.0542 x 100 = 5,42 » 54% 436.127 0 Estado que apresentou maior evasao escolar foi A. RESOLVA 4) Uma escola registrou em margo, na 1? série, a matricul matricula efetiva, em dezembro, de 35 alunos. A taxa de evasso foi de: nn? de evadidos 40-35 40 TEE = x 100 X 100 = X 100 = 12,586 2 Calcule a taxa de aprovagio de um profestor de uma classe de 45 alunos, sabendo que obtiveram aprovagao 36 aluncs. rae ~ de aprovagio ‘n® matricula final X 100 =X ous = 80% 2 Uma escola apresentava, no 36 EsINoneA ACH, EXERCICIOS ‘ALUNOS SERIES | qatricuLavos | % 7 56 2 328 a 280 * 120 Total 1.274 Complete-s, determinando as percentagens com uma cas do a compensagio, se necessério. decimal e fa final do ano, © seguinte quadro: MATRICULAS SERIES [mango | NOVEMBRO es 475 2 458 456 3 436 430 * 420 420 Total | 1794 1781 8, Caloule @ taxa de evasao por série. b. Caloule a taxa de evasio da escola, EVOLUGAO DAS RECEITAS DO CAFE INDUSTRIALIZADO JAN.JABR. 4 ‘VALOR meses | (uss mith ~ Janeiro 33,3 Fevereiro 54,1 445 52,9 184.8 (Cop.3—Sévesftaticos 37 8, Complete-a com uma coluna de taxas oercentuais b. Como se distribuem as receitas em relagao ao total? © Qual o desenvolvimento das receitas de um més para o outro? 4. Qual o desenvolvimento das recsitas em relagdo ao més de janeiro? ‘Sao Paulo tinh bendo que sua area ters demografica ‘em 1982, uma populagdo de 32.182,7 mil habitantes. Sa- re @ de 248.256 km*, calcule a sua densidade Considerando que Minas Gerais IBGE): + populagao: 15.957,6 mil habitantes; + superficie: 586,624 km; + nascimentos: 292.036; + ébitos: 99.281 Caleute: 2. 0 indice da densidade demogrética; ba taxa de natalidade; ©. a taxa de mortalidade. ‘em 1992, apresentou (dados fornecidos pelo Uma frota de 40 caminhoes, transportande, cada um, 8 toneladas, dlirige-se 8 duas cidades A e B. Na cidade A sto descarregados 65% desses caminnises, or 7 homens, trabalhando 7 horas. Os eaminhoes restantes seguem para 4 Gidade B, onde 4 homens gastam 5 horas para o seu descarregamento. Em ‘que cidade se obteve melhor produtividads? Um professor preencheu um quadro, enviedo pela D.E., com os seguintes dados: NDE | NDE ‘RETIDOS: om eo. SE cis] anos] 8 2 ey a saos | s0mn | ato | FERAGAO ‘woos (#708: vB 49 44 36 03, 06 05 O 40 | 04 eo] | @| @| o | w[e| wo | 2] oe wel a] 3| a | oo | fos] oe | | 2 wl@i sieleijoi@iniss at tea | 161 | a7 5 [oe [of us| 16 Caleute: a. a taxa de eva: b. a taxa de evasao total; ©. a taxa de aprovagao, por classe; 4d. a taxa de aprovagao geral; 2. a taxa de recuperagio, por classé f. a taxa de recuperagao geral; 9 h 2 taxa de reprovacao na recuperagio geral; 8 taxa de aprovagio, sem a recuperacto; i. a taxa de retidos, sem a recuperacao, Graficos Estatisticos 1 GRAFICO ESTATISTICO grafico estatistico & uma forma de apresentagao dos dados esta- Listicos, cujo objetivo & o de produzir, no investigador ou no piblico em geral, uma impressdo mais répida e viva do fenOmeno em estudo, j& que 6s grificos falam mais répido A compreensio que as séties, Para tornarmos possivel uma representacdo gréfica, estabelecemos uma correspondéncia entre os termos da série e determinada figura geométrica, de tal modo que cada elemento da série seja representado por uma figura propor- clonal A representagio grafica de um fendmeno deve obedecer a certos requisi- tos fundamentais para ser realmente tl: a. Simplicidade — o grifico deve ser destituido de detalhes de impor- Lncia secundaria, assim como de tragos desnecessdrios que possam levar o observador a uma andlise morosa ou com erros. b, Clareza — o grifico deve possibilitar uma correta interpretagio dos valores representativos do fenémeno em estudo. €. Veracidade — o grafico deve expressar a verdade sobre 0 fendmeno em estudo. Os principais tipos de grificos so os diagramas, os cartogramas e os pictogramas. 2 DIAGRAMAS (0s diagramas sio graficos geométricos de, no méximo, duas di sOes; para sua construglo, em geral, fazemos uso do sistema cartesiano, ris Eaatiteos 39 Dente os principais diagramas, destacanos: 2.1. Grafico em linha ou em curva Este tipo de grafico se utiliza da linha poligonal para representar a série cestatistica © grafico em linha constitui uma aplicagiio do processo de representa ‘edo das fungées num sistema de coordenadas cartesianas. ‘Como sabemos, nesse sistema fazemos uso de duas retas perpendicula- res; as retas sio os eixos coordenados e o pento de interseccao, a origem. O cixo horizontal ¢ denominado efxo das abscissas (ou eixo dos x) e 0 vertical, eixo das ordenadas (ou eixo dos y), Para tomar bem clara a explanagdo, consideremos a seguinte série: PRODUGAO BRASILEIRA DE OLEO DE DENDE 1987-92 ‘QUANTIDADE Anos | “11.000 #) FONTE: Agropalms, ‘Vamos tomar os anos como abscissas e as quantidades como ordenadas. Assim, um ano dado (x) ¢ a respectiva quantidade (y) formam um par ordenado (x, y), que pode ser representado num sistema eartesiano, Determinados, graficamente, todos os pontos da série, usando as coorde- hhadas, ligamos todos esses pontos, dois a dois, por segmentos de rela, 0 que iré nos dar uma poligonal, que ¢ 0 gréfico em linha ou em eurva correspon- dente & série em estudo (Figura 4.1), 40 estnisncarhon PRODUGAO BRASILEIRA mit DE OLEO DE DENDE toneladas 1987-92 AT NY 20 10 ° wars FONTE: Agropalme, FIGURA 4 Notas + No exemplo dado, 0 zero foi indicado no cixo vertical, mas, por razBes Gbvias, no foi indieado no eixo horizontal. Observe que o zero, de modo geral, devers ser indicado sempre que possivel, especialmente no eixo vertical. Se, por alguma razio, for impossivel tal indicagio e se essa omissio puder levar 0 observador conclusdes errdneas, & prudente chamar a atengo para a omissi0 por um dos a 0s indicados nas Figuras 4.2, 4.3 ¢ 4.4 rs Rs fs vod sad tod ‘9 ‘9 a oe set AH sa a J o9 2s so 2 eles i ac 906 67 9 699g 7 1986 BY @8 89 90 19687 #8 89 90 + Com 0 intuito de methorar o aspecto visual, podemos sombrear ou hachurar 0 gri- fico. Assim, o grifico da Figura 4.3 toma o seguinte aspecto: rs 100 FIGURASS ——s996 87 88 89 90 Cop.4— Gites Esoeoos 41 * Quando representamos, em um mesmo sistema de coordenadas, a variagio de dois fendmenos, a parte interna da figura formada pelos grificos desses fendmenos & ddenominada rea de excesso: Ee send eacest de mga 2.2. Grafico em colunas ou em barras E a representagio de wma série por meio de retingulos,dispostos verti calmente (em colunas) oa horizontalmente (em bares, Quando em colunas, os retAngulos tém a mesma base € as alturas sio proporcionais aos respectivos dados Quando em barras, 08 retangulos tm a mesma altura ¢ os comprimentos so proporcionais aos respectivos aos, Assim estamos assegurando a proporcionalidade entre as dreas dos retin- gulos © os dados estatisticos. Exemplos: a. Griifico em colunas PRODUGAO BRASILEIRA DE CARVAO MINERAL BRUTO 1989-92 ‘QUANTIDADE anos | PRODUZIDA _— (1.000 8) 989] 18.198 1990 11.168 1991 10.468 1992 928) FONTE: Minit de Aare 42 esintsncarhon, PRODUGAO BRASILEIRA DE ‘CARVAO MINERAL BRUTO . Griifico em barras 1989-92 c co “a0 T95T To FONE: Minisio da Agriutre TIGURA AT EXPORTAGOES BRASILEIRAS MARGO — 1995 ‘VALOR. EsTADOS —_| (yg mithoes) Sho Paulo 1344 ‘Minas Gerais 42 Rio Grande do Sul 332 Espirito Santo 285 Parana 250 Santa Catarina 202 FONTE: SECEX FONTE: SECEX ‘Smo EXPORTAGOES BRASILEIRAS MARCO — 1995 hoes doles (cop. 4—Gritcostsatatcos 43 NOTAS: + Sempre que os dizeres a serem inseritos sio extensos, devemos dar preferéncia 20 _nifico cm barras (séries geogrficas e especifias). Porém, se ainda assim prefe- rirmos o grifico em colunas, os dizeres deverdo ser dispostos de baixo para cima, hnunea 20 contréto, + A ordem a ser observada € a eronoldgicn, se a série for hist6rica, ¢ a decrescente, se for geogrifiea ou categérica + A distincia entre as colunas (ou barras), por questdes estéticas, no deverd ser menor que a metade nem maior que os dois tergos da largura (ou da altura) dos retangulos, 2.8. Grafico em colunas ou em barras miltiplas Este tipo de grafico é geralmente empregado quando queremos represen- tar, simultaneamente, dois ou mais fendmenos estudados com o propésito de comparacao, Exemplo: BALANGA COMERCIAL DO BRASIL 1989-93 ‘VALOR (USS 1.000.000), ESPECIFICAGOES 1989 | 1990 | 1991 | 1992 | 1993 Exportagao (FOB) | 34.389 | 31.414 | 31.620 | 35.793 | 38.789, Importagao 18.263 | 20.661 | 21.041 | 20.554 | 25.711 BALANCA COMERCIAL Us mito BRASIL — 1989-93, sn ° a TY FONTE: Minniio da Faronds Clexportagio 1 importagio 2.4. Grafico em setores Este grifico € construido com base em um efrculo, ¢ & empregado sem- pre que desejamos ressaltar a participago do dado no total 44 esinisncarhcn, © total 6 representado pelo circulo, que fica dividido em tantos setores: {quantas so as partes. Os setores sio tais que suas ‘reas slo respectivamente proporcionais aos dados da série. CObtemos cada setor por meio de uma regra de trés simples e direta, lem- brando que o total da série corresponde a 360°. xen REBANHO SUINO DO ‘SUDESTE DO BRASIL 19 Estapos | QUANTIDADE Minas Gerais Espirito Santo Rio de Janeiro S80 Paulo Tot FONTE: 106. temos: 6198.5 — 360°] 5 5, = 1972 = x= 197" 3363.7 — x, x= 229%, ‘Com esses dados (valores em graus), marcamos num efreulo de raio arbi- trério, com um transferidor, 0s arcos correspondentes, obtendo 0 grifico: REBANHO SUINO DO ‘SUDESTE DO BRASIL 1992 SS | [7] non ora » HE ore sane jp } FONTE: 196 FGURA 40 Cop. 4—GréeosEsatatcos 45 NOTAS: + 0 grifico em setores s6 deve ser empregado quando hé, no miximo, sete dados, + Se a série ja apresenta os dados percentuais, ebtemos 0s respectivos valores em ‘graus multiplicando 0 valor percentual por 3,6 S| GRAFICO POLAR Eo grifico ideal para representar séries temporats iclcas, isto é, Gries temporais que apresentam em seu desenvolvimento determinada periodicida- de, como, por exemplo, a variagio da precipita pluviométrica ao longo do ano ou da temperatura a0 longo do dia, a arradagao da Zona Azul durante a semana, 0 consumo de energiaelética durante o més ou o ano, o nimero de passageiros de uma linha de énibus a0 longo da semana ec. O grafico polar faz uso do sistema de coordenadas potaes. Exemph Dada a série: PRECIPITAGAO PLUVIOMETRICA RECIFE — 1992 MESES | MILIMETROS Janeiro 196 Fevereiro Margo Abril Maio Junho Julho Agosto ‘Setembro Outubro Novembro Dezembro + tracamos uma circunferéncia de raio arbitrétio (em particular, damos prefe- réncia ao raio de comprimento proporcional & média dos valores da série); + construfmos uma semi-reta (de preferéncia na horizontal) partindo de O (P6l0) e com uma escala (eixo polar); + dividimos a citcunferéncia em tantos arcos quantas forem as unidades tem- porais; + tragamos, a partir do centro © (pélo), semi-retas pasando pelos pontos de divisao; 46 eswisnca rhe, ‘+ marcamos os valores correspondentes da varidvel, iniciando pela semi-reta horizontal (eixo polar): + ligamos os pontos encontrados com segmentos de reta; + se pretendemos fechar a poligonal obtida, empregamos uma linha interrom- pida. Assim, para 0 nosso exemplo, temos: PRECIPITACAO PLUVIOMETRICA RECIFE — 1993, FONTE: Minsirio da Agia 4 CARTOGRAMA © cartograma é a representagdo sobre uma carta geogritica, Este grafico é empregado quando o objetivo é o de figurar os dados esta- Listicos diretamente relacionados com éreas geogtificas ou politicas. Distinguimos duas aplicagdes: a. Representar dados absolutos (populagio) — neste caso, langamos milo, em geral, dos pontos, em nimero proporcional aos dados (Figura 4,12), . Representar dados relatives (densidade) — neste caso, langamos mao, tem geral, de hachuras ou cores (Figura 4.13). (cop. 4—Gréteostsatetcos 47 Exemplo: Dada a série POPULAGAO PROJETADA DA REGIAO SUL DO BRASIL — 1994 POPULAGAO | AREA ESTADOS nan (len) | DENSIDADE Parané 8.651.100 199.324 43.4 Santa Catarina 4.767.800 95.318 50,0, Rio Grande do Sul | 9.475.900 _ 280.674 33,8 FONTE: 196. ‘obtemos os seguintes cartogramas POPULAGAO PROJETADA DA REGIAO SUL| | DENSIDADE POPULACIONAL PROJETADA, BRASIL — 1994 DA REGIAO SUL DO BRASIL — 1904 [| menos do 34.0 nabiten? manos de 44,0 nabykm? 400,000 habitantes [1D menos do 51,0 hab? NOTA: + Quando 0s niimeros absolutos a serem represeatados for gar de pontos podemos empregar hachuras. muito grandes, no Iu 48 esInisucArAci, 5 PICTOGRAMA 0 pictograma constitui um dos processos gréficos que melhor fala a0 piblico, pela sua forma ao mesmo tempo atraente e sugestiva. A re- presentagao grifica consta de figuras. Exemplo: Para a série POPULAGAO DO BRASIL 1960-90 HABITANTES (wnithares) 7960 70.070,8 1970 93.139,0 118.5625 155.82214 temos a seguinte representacio pict6rica: cop. 4 Grdcoststatatcos 49 Na verdade, 0 grifico referente & Figura 4.14 é essencialmente um grafi- co em barras; porém, as figuras o tornam mais atrativo, 0 que, provavelmente, despertara a atencio do leitor para o seu exame, ‘Na confecgio de gréficos pictéricos temos que utilizar muita criatividade, procurando obter uma otimizagio na uni da arte com a técnica. Fis alguns ‘exemplos: Familias ‘numerosas fama (uh: 5 = Sasa = a : wasnt POPULAGAO DO BRASIL 1960-90 ~ RRR} RRRR} = RRRRRA = RRRRRRRA Cada simbolorepratens 20,090.00 de habitetes 191 FONTE: 1965. GURA 44 FiGURA 50 esinisucarAci, om om ungra canads chia & Tata de. Povo, st. 1804 GURA 47 Incidéncia saze dos tipos femininos r Teja ar. 198, FIQURA 418 GURA 439 EXERCICIOS 11 Represente a série abaixo usando 0 gréfico em linha: ‘COMERCIO EXTERIOR BRASIL — 1984.99 ‘QUANTIDADE (7.000 0) ANos EXPORTAGAO | IMPORTACAO 1988 141.737 ‘53.988 1985 148.351 48.870 1986 193.882 60.597 1987 142.378 61.975 1988 169.666 58.085 1989 177.033 87.293 1990 168.095 57.188 1991 165.976 63.278 1992 167.295 68.059 1993 192.561 83 Distribuigao de Frequiéncia 1 TABELA PRIMITIVA ROL Vamos considerar, neste capitulo, em particular, a forma pela qual pode- mos descrever os dados estatisticos resultantes de varidveis quantitativas, como €o caso de notas obtidas pelos alunos de uma classe, estaturas de um conjun- to de pessoas, saldrios recebidos pelos operarios de uma Fabrica etc. Suponhamos termos feito uma coleta de dados relativos as estaturas de quarenta alunos, que compdem uma amostra dos alunos de um colégio A, re- sultando a seguinte tabela de valores: TABELA 5.1 ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLEGIO A 165 160 161 150 162 160 165 167 168 160 162 161 168 163 156 173 160 155 166 168 155 152 163 160 185 155 169 151 170164 154 161 156 172 153 157 156 158 158161 Aeesse tipo de tabela, cujos elementos no foram numericamente organi- zados, denominamos tabela primitiva. Partindo dos dados acima — tabela primitiva — é dificil averiguar em tomo de que valor tendem a se concentrar as estaturas, qual a menor ou qual ‘2 maior estatura ou, ainda, quantos alunos se acham abaixo ou acima de uma dada estatura Assim, conhecidos os valores de uma varisvel, ¢ diffeil formarmos uma {dia exata do comportamento do grupo como um todo, a partir dos dados niio- ordenados, ‘A mancira mais simples de organizar os dados & através de uma certa or denagio (crescente ou descrescente). A tabela obtida ap6s a ordenacdo dos dados recebe 0 nome de rol cap.5-—Disibuicao do eaiencla 55 TABELA 5.2 ESTATURAS DE 40 ALUNOS DO COLEGIO A 150 154 155 157 160 161 162 164 166 169 181 155 156 158 160 161 162 164 167 170 152 155 156 158 160 161 163 164 168 172 163 155 156 160 160 161 163 165 168 173 Agora, podemos saber, com relativa facilidade, qual a menor estatura (150 em) ¢ qual a maior (173 em); que a amplitude de variagdo foi de 173 ~ 150 = 23 em; e, ainda, a ordem que um valor particular da variavel ocupa rho conjunto. Com um exame mais acurado, vemos que hii uma concentracl0 das estaturas em algum valor entre 160 em e 165 cm e, mais ainda, que hi poucos valores abaixo de 155 em e acima de 170 cm. 2 DISTRIBUIGAO DE FREQUENCIA No exemplo que trabalhamos, a varidvel em questi, estatura, seri ob- servada ¢ estudada muito mais facilmente quando dispusermos valores orde- rnados em uma coluna e colocarmos, a0 lado de cada valor, © mimero de vezes ‘que aparece repetido. Denominamos freqiiéncia o nimero de alunos que fica relacionado a um determinado valor da varidvel. Obtemos, assim, uma tabela que recebe o nome de distribuigdo de freqiiéncia: taseta 53° ESAT | one, STAT | ence, | rot mt ie | 2 eft ie | i | 4 | 4 ft es me aay ie | 3 me | 3 Tout [0 Mas 0 processo dado é ainda incoveniente, j4 que exige muito espaco, ‘mesmo quando o nimero de valores da variével (m) & de tamanho razodvel Sendo possivel, a solucio mais aceitivel, pela propria natureza da variével continua, é 0 agrupamento dos valores em varios intervalos, 5 tela foi riparia pra nlo cupar mat espa.

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