Você está na página 1de 1

Estou pensando no chamado "preconceito racial" e seus muitos meandros.

Em minha certido
de nascimento consta que sou "parda". Mas, quer saber? Que me perdoem, ou no, os racistas
e preconceituosos de planto, mas no sou parda! Pardo o papel usado para embrulhar
coisas. Parda a sacola de po nos mercados e padarias. Pardo o papel comprado em rolos e
muito usado nas escolas. Pardo algo entre branco e preto, um branco sujo (???), meio marrom,
segundo o dicionrio Michaellis. No sou parda, embora minha certido de nascimento assim
o diga. No sou parda. Sou negra, por que no? Tenho os cabelos crespos, os olhos escuros, a
pele escura, sou herana de escravos e ndios (e brancos tambm). Morena? Joaquim Manuel
de Macedo at conseguiu transformar essa palavra em algo charmoso, com sua Carolina.
Mulata? Hum...menos charmosa e mais carregada de preconceito em sua raiz etimolgica. Mas
nenhuma delas to acachapante quanto parda. No! Compreendo que essas denominaes
(moreno/a, mulato/a, pardo/a) foram criadas para dizer que algum era fruto de uma relao
considerada espria entre brancos e negros e alguns aceitam at hoje porque no conseguem,
querem ou podem se autodeclararem brancos e no querem, conseguem ou podem aceitar serem
negros e assim preferem uma alternativa. Pois bem, se para uns e outros ser negro constrange
ou o que o valha, para mim apenas a indicao de uma herana gentica que definitivamente
no define quem sou. Ento, sou negra, como poderia ser branca. Aliso os cabelos quando
quero, porque quero, como algumas mulheres encaracolam os seus por acharem bonito. Simples
assim. Mas, parda???? NUNCA!!!(22/05/2014) (22/05/2014).

Você também pode gostar