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Na extração por moagem, a separação é feita por pressão mecânica dos rolos da
moenda sobre o colchão de cana desfibrada. Na difusão, a separação é feita pela
lavagem da sacarose absorvida ao colchão de cana.
A cana desfibrada chega à primeira moenda (Figura 2), onde recebe a primeira
compressão entre o cilindro anterior e superior e uma segunda compressão entre o
cilindro posterior e o superior. Tem-se, pois, um caldo conhecido como primário. O
bagaço resultante segue pela esteira intermediária para o segundo terno de moagem,
recebendo novamente duas pressões, como mencionado anteriormente. Os
esmagamentos se sucedem para os ternos seguintes. O bagaço final sai com
umidade em torno de 50% e segue para as caldeiras onde se produz vapor, que será
consumido em todo o processamento e no acionamento das próprias moendas.
• preparo da cana;
• regulagem da bagaceira.
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A moenda, como processo de extração de caldo, é o sistema mais utilizado, estando presente em pelo menos
98% das usinas e destilarias do Brasil, que, aliás, são as mais competitivas do mundo. Este nível de
competividade das indústrias sucroalcooleiras brasileiras foi obtido como conseqüências de vários fatores,
destacando-se:
A melhoria da qualificação técnica das pessoas, das usinas e destilarias, o software e a evolução tecnológica
dos equipamentos – o hardware, com destaques para as moendas. A evolução experimentada pelas moendas
nos últimos 30 anos transformou substancialmente a capacidade de moer das indústrias e, praticamente,
eliminou a desvantagem de extração que tinha em relação aos difusores de cana.
Essa evolução das moendas de cana tornou-se ainda mais expressiva a partir de 1995, com a entrada no
mercado das moendas Simisa/Empral que, além de incorporarem as evoluções realizadas até 1995,
incrementaram novas tecnologias e inovaram com um projeto de monda, com premissa de reduzir os custos de
manutenção, eliminando outra desvantagem hipoteticamente existente com relação aos difusores. Em termos
práticos e com base em dados reais, podemos mostrar como as moendas evoluíram em capacidade de
produção, sem investimentos relevantes, para diferentes bitola de moenda.
Neste período a extração elevou-se de 93% para até 97%, enquanto os difusores mantêm a extração de até
97,5% no Brasil, com base em pesquisa recente, onde se verificou extrações na faixa de 96,7 a 97,5%. Os
números falam por si, porém, para uma melhor análise, podem-se extrair adicionais interessantes e algumas
merecem destaque, a saber:
- Atualmente um tandem de moendas de 66” equivale a um difusor de 10000 TCD; - Esse mesmo tandem de
moenda, utilizando uma moenda 78” como 1º terno, permitiria moer 11000 TCD; - Um tandem de moenda de
78”, normalmente utilizado para comparar com um difusor de cana de 10000 TCD, mói 14000 TCD; - Esse
mesmo tandem, utilizando uma moenda 84” como 1º terno, tem sua capacidade elevada para 16000 TCD.- A
flexibilidade da moenda, para aumentar sua capacidade de produção, permite ajustar investimentos industriais
com a evolução da área agrícola; - E o menor valor de investimento, por tonelada de cana moída, de uma
instalação com moendas de cana, comparativamente a um difusor.
No mundo cada vez mais competitivo, com destaque para as comodities, as questões de flexibilidade, custo e
qualidade são cada vez mais relevantes e, nesse sentido, fazem-se necessárias algumas considerações, com
destaque para:
A moenda permite a separação do caldo primário, que corresponde à cerca de 70% do açúcar da cana, com alta
qualidade e alto teor de açúcar, com cerca de 19 grau brix e alta pureza, permitindo a produção de açúcar com
cor abaixo de 100 UI. Destinar o caldo secundário, que contém 30 % do açúcar da cana, como diluente do mel
final, não agregando água ao processo e aumentando a eficiência energética da usina;
Os custo de produção de açúcar com moendas de cana-de-açúcar são da ordem de 5% menores do que em
difusores, o que, em termos de uma usina que moe 2.000.000 toneladas, equilibrada com 75% de produção
para açúcar, pode significar uma redução de custos, por safra, de 4,5 milhões;
O caldo da moenda arrasta menos impurezas, influenciando positivamente a cor do açúcar e,
conseqüentemente, gerando menos impureza no bagaço e na caldeira, contribuindo para menor desgaste das
caldeiras e
A menor viscosidade das massas de açúcar provenientes das moendas facilita a operação dos flotadores de
xarope, cozedores de açúcar e aumenta a capacidade das centrífugas de massa contínuas.
Na questão energética, a avaliação é ainda mais interessante, pois a análise limitada de consumo de potência
da moenda, versus o consumo de potência difusor, pode levar a uma decisão equivocada. Considerando todos
os fatores de consumo de energia de uma usina, o saldo energético global para uma planta com moenda de
cana é maior do que para mesma planta com difusor, significando maior retorno do capital investido com a
venda da energia disponível. O processo de tomada de decisão de investimentos certamente deve considerar
todos os aspectos aqui abordados e mais alguns, como: custo de capital, disponibilidade de matéria-prima, etc,
porém, para o foco deste artigo, deveria merecer destaque os seguintes:
A flexibilidade de implantação e seu ajuste com a área agrícola, além da capacidade de expansão futura, com
reduzido valor de investimento;
A capacidade de produzir açúcar de maior valor agregado – cor baixa, mínimo menor que 150 UI;
A produção com menor custo operacional;
O menor nível de investimento inicial por tonelada de cana processada.
A melhor eficiência energética global e operação da planta com alto desempenho global.
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Difusores de Cana
Um painel de controle central permite que o processo seja controlado por um único
operador por turno. A aplicação de eletrodos nos componentes de moenda é reduzida em
80%. Os gastos com lubrificantes são reduzidos em 25%.
Não há nenhuma parte móvel em um difusor, com exceção das correntes, taliscas e o
acionamento principal. Os aquecedores são fornecidos com área de transferência de calor
maior, para permitir limpeza e manutenção sem necessidade de parada durante a
operação. A continuidade operacional típica para um difusor varia entre 98 e 100%.
- Operação Mais Limpa e Segura
Os resultados obtidos com difusor mostram uma natural tendência na redução das
infecções no caldo, resultado da alta temperatura interna do equipamento e do controle
automático do ph. Assim, mesmo a porcentagem dos açúcares invertidos em um difusor
é menor que na moenda.
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A partir de Março de 2.000 as empresas FIVES CAIL (França) e FLETCHER SMITH (Inglaterra) fazem parte
do mesmo grupo, a COMPAGNIE DE FIVES LILLE, da França.
Com a aquisição do controle acionário da FLETCHER SMITH, a empresa brasileira FIVES LILLE DO
BRASIL passa a ofertar toda a tecnologia da FLETCHER SMITH, e em particular o difusor para extração de
caldo de cana.
A tecnologia da FLETCHER SMITH é a mesma do Grupo Tongaat Hulett da África do Sul, país que é sem
dúvida aquele que possui a maior experiência a nível mundial no projeto e operação de sistemas de
extração por difusor.
Normalmente os técnicos que nos consultam têm algumas dúvidas a respeito das vantagens e das
desvantagens desta tecnologia. Decidimos assim listar as questões mais freqüentes e procuramos indicar
os critérios para uma correta comparação entre difusor e moendas. Vamos então a elas.
Se visitamos as usinas da África do Sul, por exemplo, verificamos que lá os difusores e as moendas têm
valores de extração da mesma ordem de grandeza. Entretanto, para uma moenda obter extração acima de
98%, é indispensável operar com baixa velocidade periférica dos rolos, o que significa baixa capacidade. É
preciso operar também com altas taxas de embebição.
Portanto, para os critérios de comparação normalmente vigentes no Brasil, podemos dizer que o difusor
extrai mais do que a moenda (97,5 a 98,5% do difusor contra 96,5 a 97,5% da moenda).
O difusor consome muito menos energia mecânica, pois embora a energia mecânica na preparação da cana
seja da mesma ordem de grandeza para ambos, o difusor utiliza apenas um terno para a secagem final do
bagaço. Para uma linha processando por exemplo 500 t/h de cana, temos uma economia aproximada de
3.000 kW, energia esta que poderia ser exportada na forma de energia elétrica excedente.
Por outro lado, devemos lembrar que o difusor é uma grande “máquina de lavar cana”, onde a mesma tem
um tempo de residência de cerca de uma hora com uma temperatura de 80 a 85 C. Portanto é preciso
aquecer toda a fibra e manter toda esta massa aquecida dentro do equipamento. Mesmo com isolamento
térmico adequado sempre vão existir perdas de calor para o ambiente, as quais são menores na moenda.
Desta maneira, para que a instalação com difusor gaste exatamente a mesma quantidade de vapor de
escape quando comparada com uma instalação de moenda, é necessário adequar o projeto para
compensar este consumo adicional de energia térmica. Lembramos que a energia térmica para aquecer o
caldo e a fibra não é perdida, pois o caldo já é enviado ao processo a uma temperatura mais elevada, e o
bagaço já é enviado às caldeiras com parte da sua umidade removida por auto evaporação no respectivo
trajeto. O balanço líquido de energia é portanto favorável ao difusor.
Em ambos os sistemas, é preciso aumentar a embebição para se aumentar a extração. Como as moendas
no Brasil trabalham com alta capacidade de moagem, fica difícil aplicar altas taxas de embebição sem
causar problemas de alimentação. Talvez daí decorra este conceito, pois no caso do difusor é fácil aumentar
a taxa de embebição sem criar problemas de alimentação, já que antes do terno de secagem existe um
sistema para o pré desaguamento do bagaço.
Concluindo, para níveis de extração iguais, podemos considerar o mesmo nível de embebição necessária
tanto para moenda como para difusor.
O difusor é tão ou mais fácil de operar quanto a moenda, principalmente hoje em dia quando os sistemas de
automação estão cada vez mais confiáveis e baratos. Uma instalação com difusor opera de forma
automática e não necessita de pessoal com alguma qualificação especial.
Assim como na moenda, vale a regra: maior capacidade acarreta menor extração e vice versa.
Por outro lado, paradas freqüentes que exijam liquidação sistemática do difusor não são convenientes.
Usinas que operam difusor devem procurar obter suprimento constante de cana, o que aliás é um pré
requisito para qualquer indústria de busque alta eficiência operacional.
Durante a percolação do caldo através do colchão de cana, dentro do difusor, ocorre uma retenção parcial
das impurezas em suspensão presentes no caldo.
Desta maneira, as necessidades de tratamento do caldo de difusor são menores quando comparadas com
caldo de moenda. Existem inclusive relatos na literatura técnica de casos extremos em que os filtros
rotativos a vácuo foram totalmente removidos quando a usina passou a usar difusor.
Portanto podemos considerar uma redução nos investimentos no sistema de tratamento de caldo,
principalmente em filtros rotativos a vácuo ou em prensas desaguadoras. Podemos estimar uma redução na
faixa de 30 a 50% dos valores convencionais.
Por outro lado, como é fácil aplicar altas taxas de embebição no difusor, ao contrário do que ocorre com as
moendas, normalmente o bagaço do difusor tem maior umidade em função do maior nível de embebição.
A câmara de combustão deve estar prevista para queimar bagaço com umidade mais alta, e o sistema de
grelha deve ser previsto para limpezas mais freqüentes ou então limpeza contínua (grelha rotativa).
O maior nível de extração de açúcar no difusor está normalmente associado a uma maior extração de não
açúcares diversos. Estes materiais são normalmente substâncias melassigênicas, e assim existe a crítica de
que o difusor extrai mais açúcar do que a moenda, mas não se consegue colocar este açúcar adicional
dentro do saco, pois a maior produção de melaço acaba aumentando as perdas no setor de cozimento.
Desta maneira, haveria um nível teórico máximo de extração que seria realmente econômico, nível este
difícil de se precisar na prática.
Esta é uma desvantagem do difusor que fica muito atenuada para as condições específicas do Brasil, em
função da produção de álcool que existe em praticamente todas as usinas do país.
Em outras palavras, o açúcar que é considerado perda no melaço em outros países, no Brasil pode ser
considerado como matéria prima para a produção de álcool.
O sistema de descarregamento e de preparação de cana necessita do mesmo espaço tanto para difusor
como para moenda.
Por outro lado, o difusor pode ser instalado ao tempo, pois não necessita de prédio ou estrutura para
suportar uma ponte rolante de manutenção, o que permite uma maior flexibilidade na definição do arranjo
físico da instalação.
Temos um terno de secagem contra seis ternos, o que significa 80 a 85% menos manutenção em eixos,
camisas, mancais, etc.
O acionamento do difusor trabalha a rotação muito baixa, e praticamente não necessita de manutenção.
As correntes principais do difusor duram normalmente dez safras antes da primeira reforma, a qual garante
normalmente mais cinco safras.
Juntamente com a melhor extração, o menor custo de manutenção são sem dúvida as grandes vantagens
do sistema.
10. QUAL SISTEMA TEM MENOR CUSTO INICIAL ?
O custo inicial é equivalente, desde que consideremos sistemas com o mesmo nível de extração. Não é
lógico comparar uma moenda extraindo por exemplo 97% com um difusor extraindo 98%. Podemos até
dizer que, para um mesmo nível de extração, o difusor deve ter custo inicial menor.
Ocorre que um tandem de moendas pode ser expandido em diversas fases, começando com quatro ternos
e depois acrescentando mais dois em outras oportunidades. Mas é preciso lembrar que com quatro ternos o
nível de extração também vai ser mais baixo. É preciso fazer contas para definir a relação custo / benefício.
Desde que o aspecto da disponibilidade de capital para o investimento inicial esteja equacionado, as
vantagens sobrepujam em muito as desvantagens do sistema.
Vale a pena um estudo minucioso para comparar e principalmente discutir com quem já opera o difusor no
Brasil.