Colunas publicadas no jornal esportivo, Contra-Ataque; criado pela turma de 4º período de Jornalismo da
Universidade Veiga de Almeida(Set/2009). Para a disciplina de Laboratório de Jornalismo.
Parkour na região
O parkour começa a trilhar um importane percurso, embora pequeno, na Região
dos Lagos.
Diz-se que o inventor do esporte francês é
David Belle.Opositores da teoria, bradam
com fervor que o Parkour não tem
idealizador e vêm se desenvolvendo desde
meados do séc. XX à partir da criação do
método de educação física de George Hébert,
“méthode naturelle”.
Sinceramente, isso não importa. O
importante são os fatos, e é fato que o
Parkour já se espalhou por todo o globo,
inclusive nos cinemas.No filme, 007-Casino
Royale, Sébastien Foucan (suposto co-
criador do Parkour), aparece realizando
manobras assombrosas em uma cena de
perseguição com Bond, logo no ínicio. David
Belle, o mais famoso da dupla, protagonizou
dois péssimos filmes: “B-13 13º distrito” e “13º
Distrito- O Ultimato” aonde nos mostra suas
surpreendentes habilidades(exceto a de ator).
Sem contar que o Le Parkour não teria um
terço da notoriedade atual, não fossem os
vídeos que caras como Belle e Foucan
gravaram com as cenas de suas
pertformances, para divulgar pela Internet.
Com tamanha divulgação, o Parkour
passou a se firmar, basicamente nos preceitos
de que não existem obstáculos que um
traceur( praticante do esporte) não possa
vencer, “Quando você não consegue fazer
um movimento, tem que tentar de novo e de
novo até conseguir realiza-lo com facilidade”
, diz Gustavo Navarro,20 anos, praticante do
esporte há dois: “ Apesar de Cabo Frio ser
uma cidade pequena, existem alguns lugares
ótimos pra realizar saltos, lá na pista de
skate, atrás do Teatro Municipal, por
exemplo...” A cultura Le Parkour começa a
se espalhar na Região dos Lagos com
pequenos focos de praticantes em algumas
cidades. Saquarema, São Pedro da Aldeia,
Cabo Frio e Araruama são algumas das
cidades da área litôranea do estado que já
contam com grupos de praticantes fixos e
comunidades no orkut. “Grande parte das
pessoas que procuram grupos pra treinar,
fazem só pela moda e por aparecer na
televisão. Os poucos que vêm com o intuito
de aprender e praticar uma atividade séria,
além de se divertir de maneira saudável, não
deixam mais o esporte, depois que
começam.” Diz Gustavo.
Em Cabo Frio existe o grupo “Walk to
Fly”(caminhar para voar) que treina
diariamente, de Segunda a Sábado e se reúne
às 08:00, na Praça Porto Rocha, no Centro.
Sua comunidade no orkut é a “WTF’
Parkour”. O Le Parkour existe ha pouco
tempo, mas já foi capaz de demonstrar toda a
sua força e deixar claro que não é somente
uma moda passageira. A tendência é que
cresça cada vez mais no cenário e que os
grupos de treinamento se profissionalizem,
ganhando cada vez mais adeptos. Fica a
torcida para que a cidade e região tornem-se
polos nacionais do esporte. Que os órgãos
públicos e patrocinadores saibam observar
todo o potêncial que tem o esporte no cenário
nacional.
O inalcançável raio jamaicano
O revolucionário corredor que chocou duas vezes o mundo em 12 meses,
desponta como a primeira estrela de uma nova geração de super-atletas das
corridas e do marketing.
Capaz de percorrer 100 metros com uma
rapidez nunca antes vista, Usain Bolt é o
nome que virou sinônimo de velocidade
desde que o mundo assistiu estarrecido ao
espetáculo em que foi protagonista na Copa
do Mundo de Atletismo em Berlim. Com os
tempos de 9,58s e 19,19s, Bolt quebrou os
próprios recordes dos 100 e 200 metros
rasos, conquistados há 1 ano nas Olimpíadas
de Pequim. Com 23 anos e bem mais esguio
que seus adversários, 1,93m (a média dos
recordistas é de 1,86m), Usain Bolt é para
alguns, o protótipo de uma nova geração de
corredores que ainda está por vir. Fator
confirmante é sua inacreditável evolução de
seu tempo nas provas no curtíssimo período
de 1 ano.
Das Olimpíadas de Pequim ao Mundial
de Atletismo de Berlim foram 11 centésimos
há menos em ambos os recordes (9,69s nos
100m e 19,30 nos 200m), fato sem
precedentes até então. Nunca um atleta havia
batido dois recordes no mesmo mundial,
ainda mais com marcas tão impressionantes.
A máxima margem de diferença alcançada
nesse começo de século para o recorde dos
100m rasos era de 0,03 centésimos de
segundo. Seu compatriota, Asafa Powell
atingiu os 9,74s em 2007, superando os seus
próprios 9,77s anteriores e o próprio Bolt
baixou essa marca em apenas 3 centésimos
em 2008. Nos 200m rasos, no ano passado, o
atleta quebrou a marca de Michael
Johnson(19,32s) que já perdurava por doze
anos.
Tamanhas conquistas vieram bem a
calhar para a IAAF( Federação Internacional
de Atletismo), um órgão que se encontra
atualmente em crise.Resultado da queda na
captação de patrocinadores nesses últimos
anos. Acredita-se que além dos altos custos
no campo organizativo, isso se deva à falta
de nomes notáveis surgidos no esporte
recentemente. É aí que entra Bolt e toda a sua
irreverência. Carismático, o atleta representa
a combinação perfeita de eficiência aliada à
simpatia com que sonham marcas e
publicitários. E o seu bolso também
agradece. Cada vez que o atleta rompe a
barreira de tempo das provas, recebe uma
premiação de 180 mil Dólares da IAAF,
quantia irrisória quando comparada com o
seu passe em meetings desportivos,
organizados pelo órgão ou por empresas
privadas, que estão na casa dos 350 mil
dólares por encontro. Não podemos nos
esquecer também das prováveis dezenas de
milhões que o atleta passará a receber para
participar de campanhas publicitárias mundo
afora. Parece que a mesma rapidez que Bolt
demonstra para correr será incorporada à sua
capacidade de ganhar dinheiro.
De fato, capacidade parece ser a
principal virtude do corredor jamaicano. A
facilidade com que vence suas provas beira
as raias do fantástico. Logo depois de
encerradas as Olimpíadas de Pequim,
pesquisadores de uma universidade
norueguesa constataram que caso não tivesse
comemorado antes do fim da prova , Bolt
teria atingido a linha de chegada em 9,55s ao
invés de seus 9,69s. Ao que parece, o atleta
que diz não conhecer seus limites ainda não
nos mostrou tudo o que é capaz de fazer.
Será que Usain bolt continuará a nos
surpreender ainda mais do que já o fez nesse
último ano?