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54 jun.1977 associacao dos gedgratos brasileiros Se D sdo paulo ARTIGOS © PENSAMENTO GEOGRAFICO E A REALIDADE BRASILEIRA Manuel Cé fa de Andrade * 1, A EVOLUCAO DO PENSAMENTO GEOGRAFICO E SUA REPERCUSSAO NO BRASIL NA PRIMEIRA METADE DO SECULO XX Nao podemos falar em um pensamento geogrifico auténomo antes da segunda metade do século XTX, gragas & contribuigo dada jemées Alexandre de Humboldt, Karl Ritter ¢ Frederi- verdade, consideracées de interesse geogrifico, andlise lacionamento homem-meio ¢ a forma de ocupacdo & 1g0 foram objeto de observagbes e de pre , Homero, Estrabio, escritores romanos e dt dos de fil6sofos ¢ pensadores que ti fesempenhado pel ou trabalhos que pensaram geograficamente em certos problemas. Dai cot leresse para o pensemento geogratico uma cer dade dos gedgrafos com a leitura de trabahos como os de Maquiavel — O Principe — de Rousseau — O Contrato Social — ¢ de Montesquieu ito das Leis —, para mencionar apenas alguns dos autores iados, embora nem sempre bem conhecidos. ip Federal de Per~ BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA (0 uma certa independén- cia frente & Historia e as Citncias Naturais, fornecendo os alicerees para o pensamento geogréfico atual, para a verdadelra Nova Geografia, Isto porque no podemos conceber uma Nova Geografia surgida do fia dita Cldssica ou Tradicional. O conhecimento cientilico especia- lizado nao € obra de uma geracdo, e muito menos de um grupo isolado que, considerando-se auto-suf i luma regio ou um pals e mantida ligada ao seu bero por lum permanente cordio umbelical. © pensamento cientifico se desen- izagao de novas le ser dogmatico, » € nilo pode resultar sendo de uma evoluc ficitmente pode uma cifncia resultar de um fendmeno semelRante a uma ‘mutagdo biol6gica. Os fundadores de Geografia nfo a inventaram partindo do nada; Humboldt, como boli, vigjou pelo mundo, observando as forma de que estas dependéncia de condigdes naturais — de como z0dlogo © etnégrafo, sem se libertar da sua for: essH0 de que pouco podia ftzer 0 homem dante dus condigdes natural, dai o seu dalerminism, 54: 528, JUNHO 1977 a condluir que © homem, mesmo dominando técnicas avangadas, conti- rmuava a dependor destas condicbes. Todos estes elementos levaram os geégrafos alemies a racionali- ficaria a idéia de que as melhores condigbes na- ‘turais dariom margem & formaggo de uma raga de ‘mais capacitada e, em conseqiiéncia, tecnicamente rapidez com que se procedeu a Revolueo Industrial na Alemanha, ppermitindo que em menos de 50 anos pudesse competit com a In al jada A sua frustraglo com a divisio do continents fentro a Inglaterra e a Franga, paises que realizaram a unidade poli- ‘ica e a revolucdo industrial antes dos alemies, Jevariam estes a se ‘considerarem superiores e a elaborar a teoria d= que constitufam um ppovo superior e capaz de dominar o mundo, passando a tenter re- Ccuperar 0 tempo perdido através de guetras, como as duas chamadas fa derrota de 1871 frente aos exércitos alemies, ¢ parttia pam aes ria, as que na realidad mito se abebe= andes geGgralos, Elisée ia praticamente afastado ‘da Universidade € ‘suas posigdes poliicas anarquistas — esteve comprometido com a Comuna de Paris —, © 0 ‘segundo, profundamente enquadrado no pensamento politico dominan- jou uma série de estudos regionals, de francés, n40 36 por melhor conhecer © orientar a dos recursos naturais do espago francés, como também por tomar des- necessério 0 desenvolvimento de uma teoria radical como a da supe~ riovidade da raga branca sobre os natives da Asia e da Africa, de vez ‘que o dominio colonial francés estava, nestes continentes, em fase de 8 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA ‘vez de pregar uma politica de exter- minio ou de conquista dos povos ditos inforiores Nos estudos geogrificos publicados no Brasil, influenciados pela formagdo intelectual dos seus autores, as duas famosas escolas geogré- ficas gevalmente se apresentam como formas de pensamento que se contraptem, ou também como um processo dialético em que a tese dderou a Geografia como uma eifacia do homem, mas como uma cién~ cia do lugar (CLAVAL, 1974: 73). Nos primeiros anos do século XX, surgitiam no Brasil tral de alto interesse geogrifico, embora no meiodologicamente get meridional e um pequeno trabalho de metodologia do conhecimesto geogrifico.* Iniciava-se © pensamento geogritico no Brasil, profun- damente marcado pela influéncia da escola francesa, embora iutando 4 5.28, JUNHO 1977 9 ificultando 0 acesso aos meios necessitios as pesquisas.* Daf resu- ‘mire, até entfo, a um catélogo de nomes de lugares © de localiza- ‘es de montes, de rios e de cidades. A. década de 30 marearia 0 desenvolvimento do. conhecimento ‘eogrifico com a colocagio da Geografia nos curticulos dos cursos superiores de Administragio e Finangas — que deram origem aos mo- dernos, euros de, Cléncias Eeontmizas, de, Clecias Contbas, de istragao e de Diplomacia — e nos de Geogratia e His- ‘ria das Faculdades de Filosofia, Ciencias ¢ Também a cria- 80 do Instituto Brasileiro de Geografia © mento, sobretudo, de engenheiros civis para os fia —emtdo, os estudantes de Engenharia que c ‘Topogtafia tinham 0 direito ao titulo de engenheiro gedgrafo —, iria provocar a renovagdo do estudo © do ensino da cigacia de Humboldt em nosso pais. pb formas ten doe ener aw ie uiséneia de cursos de Geogratia ¢ Historia se dirigiam para as faculdades de Direito. Com o IBGE, que se tomou rapidamente o grande centro de es- tudos geogréficos no Br num periodo em que o$ tenentes € os vam a procura de um modelo brasileiro, ¢ comhecimentos dominantes nos paises Europa, na Unido Sovigtca e nos Estados Unidos, seriam fomecidas as ‘bases para a implantagdo daquilo que se chamatia o Estado Nacios Incumbido de desenvoiver, aperfeigoar e ordenar 0 processo de colet 10 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA informagGes estatsticas, sem as quais nfo se poderiam medir as poten- cialidades do espago brasileiro ¢ racionalizar a izagao da raqui- ‘procurou 0 Govemno ligat © outro de Cartografia. O p cengent ‘yando em coata cinco variéves fisicas para a grande divisio do espa- go brasileiro — estrutura geoldgica, relevo, jorando 0 processo de ocupaci dos estudos de Cholley om que © mestre francés chamava a atengdo para 0 fato de ragio das resides geogrificas se de sumeros0s gedzralos es ‘consideravelmente a nossa formago, como Piette Mombei tificendo na Universidade de Si Paulo, foi o responsével 0 lablachiana de grande némero dos nossos geégrafos. Daf vermos Gus, nas nuuneroras teses de doutoramento e de cétedra apresentadas & USP nas décadas de 40 e 50, dominow um esquema em que o gedgrafo analisava o meio fisico, sobrepunha a cle os dados hnumanos ¢ final- tnalisava as atividades econémicas. A formagio hisiérica, mi- térica, de ver que eram feitas sob 2 forma de uma anilise de processo, no primeiro caso com mudancas de feulturas, © no segundo com a expansio dos cafezais. Influéncia. que 54: $28, TUNHO 1977 “ se estende até o livro-guia do Congresso Internacional de Geografia so- ‘bre a Marcha do Café, el por Ari Franca (1960), apesar de ienciado pelo pensamento de Max ico ou ccolégico, como demonstrou em sua tese de Nas décadas de 40 ¢ 50, as vvimento do conhecimento geosr buigéesligndas & Universidade de Sao Paolo e nos artigos publi nna Revista Brasileira de Geografia. Trabalhos esparses, em niimero bbem menor, embora de igual Gerais anvais ‘Também a influéncia, no Rio de Janeiro, da Professor Francis 40 profundamente fisica, ele. préprio um geamor- a que Os n0ss0s gedgrafos fisioos, em sua grande m @ contribuigao do homem na modifieacho das turais e passassem 2 discusstio de problemas gorais de ‘geomorfoldgica do que de Geografia Fisica ou, se se pre- peas aber cata isto apesar de vivermos mum pais onds dominava uma economia co- ‘exportadara, inteiramente dependente do mercado externo. ia um valor meramente cultural, contra~ que deve ter norteado © Governo Var- 12 ROLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA doram 0s ge6grafos uma pequena conitibuigfo a0 dabete dos grandes rcionais como o do desenvolvimentismo, o da reforma agré- stamento do debate dos problemas nacio hos nio geogréficos, j4 que admitiam uma orientagio que considerava mmo simples conhecimento académico, sem grande in- fnante no campo, que jeto de reforma ‘agraria (ANDRAD) 2, A REPERCUSSAO DE NOVAS CORRENTES DE PENSAMENTO 5 A. RENOVAGAO DA GEOGRAFIA BRASILEIRA ta € a nocessidade da implantagio jot extonsio possivel do Tercsiro ‘com todas as armas € com todos 0s recursos do sistema socialists, que le- io de eertos reeur- , porgue, acreditavarse, 54 5.28, JUNHO 1977 13 como o petréleo. Com isto se abandonou uma polit iniciada nos meados do séeulo passado pelo Visconde de Maui e que posers iar em larga escala a enerpia hidreléirica, em gue o Brasil ‘$6 recentemenie, quando as cidades eresceram de forma expo- 4 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA, forma que os marginalistas em Economia procuraram retirar dela. o interesse pablico — até o nome consagrado de Economia Politica foi substituido por Economia ou Ciéncia Econémica —, dedicando-s fem Sociologia es- para se furtarem terior e a formular, baseados nos métodos —cadeia de Markov, andlisefatotal Esqueciam que sobre fatos quali- lug, cujo cone spensivel & com E esqueciam tam- ‘bém que nao tendo, no mais das vezes, uma boa formagio matemética isiam 05 novos. geégrafes, algumas vezes, violentar em thos conhecimentos ciemtificas estruturados por especialisias jar, para manter uma estrutura de dominagio, que 0 tifico se tornasse 0 mais possivel abstrato, divoreiado mpedir que se psesse em d ddominagio. sar dados estatistcos obtidos com alguma precaridade, formular matrizes © programas para computaca0 eletr6nica, ‘manipulando estes dados com a finalidade de provocar certas conclusbes, , conforme os fins almejados, mais objetividad: fam de maior emprego de tempo e prow dde problemas gue demandevam mais estudos e reflexdes para se che- gar a alguma conclusio. Daf a generalizacdo do uso de modelos ma~ fe néo come meio ¢ a formulacio de modelos in- flexiveis que deveriam furcionar para qualquer pais, em qualquer tem po. 0 fuacionalismo sociol6gico, 0 marginalismo econdmico e 0 quan tittivismo geogréfico, elaborados em paises desenvolvidos e basea- ddos em anélises horizontais, com dados de um $42 5.28, JUNHO 1977 15 do pela poltica colonial, derivada Tho. Tgnoravam que no’ periodo cal Terceiro Mundo fora orgenizada para fornecer matérias-primas a 0 pogo aos patses ind fora orien tado no sentido de consumir produtos manufaturados importados. quando se desenvolve uma indéstria de substituigdo de impor- esta dominaacia roBes na utilizago do espago, tudtias ¢ administrativas, com & ago, ao invés de uma redo vidvie, 00, com a deterioragao do meio am- idistras poluidoras sem a utiizagio de medidas antipoluentes. A visto sistémice, a aplicago da Teoria Geral dos Sistemas & Geografia, apresenta alguns aspecios positives ao lado de outros. ne gativos. Primeiramente, ndo hé uma certa uniformidade nesta teoria; em fla tem uma base organicista, tendendo a confuadir com um organismo (CHURCHMON, 197: la procura fazer um disgnéstico do existente e estabele- sir esta meta, Ora, bd grandes diferencas entre um. uum organismo, fato que ja foi quando 0 organicismo de Herbert Spencer foi recusado e combatido, depois, o que € descjado por uns no 0 & por out pelos seus principais lideres como uma ci€ncia de sintese, jf encarava 6 fatos como complexos € procurava estu processo que esta permanentemente em evolugéo, em transforma- ‘fo, Talvez fosse interessante analisar os fatos geogrificos © econd= iis dentro de uma Idgica dialética, como o faz a escola hegoli- Em um pais como o Brasil, com extensio territorial de um con- tinente, com enormes diferengas de desenvolvimento entre as vitias re~ 16 ROLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA sides e que se encontra num provesso evolutivo muito acelerado, s0- frendo grandes mudancas, a uilizaedo de uma légica dialética au ‘uma melhor compreensio dessas mudangas e a realizagio de melhores trabalhos de prospectiva, Estes problemas que levantamos devem tet estado presentes nos estudos e nas pesqhisas das mais expressivas figuras de ge6grafos quan- titaivistas estrangeiros, levando homens como o sueco Bunge ¢ o inglés Harvey a mudar as posigSes anteriores en revisar muito do que ensina- ram na fase mais atuante e de dedicag&o quace religiosa com que pre- ‘garam o quanttativismo geogréfico. Para os estudiosos da ciéncia geo ‘rif, sobretudo para aqueles que aceitaram uma Nova Geografia de forma dogmética, quase como uma posi¢do religiosa, seria interes- sante que estadassem e comparassem duss obras de David Harvey, 0 hy © 0 Social Justice and the City; veriam que ccomiplementar, Seria interessante que os seus lizassem um estudo de sintese do segundo resumindo as idsias nele cont excelente artigo de Speridiéo Faissol sobre o primeito livro*, so. possa compreender & evolugio do pensamento do ilustre geégrafo inglés, De qulquet forms a ntodugto da Geografia Quanta no go emouton ste grands dfenors no IBGE e na Facldade lotta, Cdn Lets de Rio Caro, So Paulo, presou umn argo Geog por, asada Com gfe een Provost a intensiengio dos extados g- ‘osongeouafos a umna retlexbo maior sobre 8 ganie ulldade do modesto mas radial Bo- ‘Goria nis recent © thos radcal qus o substi. Na vealed, ca tvs procera se time ponte onse a chamada Geopetia Teoria ea também camada {Geopafia Trdiioal,provtrand fazer com que dee edn ane r= Sule uma sntese. Contudo, em aus dois pamsfosnimetox la con- ag Psa oi ln a lula dos joven. pgrafos — Chistotfol, Cerone oues — imo de use ota ears feta 3 tv por pte dos melhores ge traos ds tadicoonls do Bra. 3, Comentirio ibtiosriico © notes 4 margem: “Explanation in Geo- avid Harvey. Revita Bradita de Geogtalia, aso 34, 0 2 io de Janel, 1972. S&: $.28, JUNHO 1977 w 3. A GEOGRAFIA E A REALIDADE BRASILEIRA Somes daguses que pensam jé aver chegado a ora do se pro 1 histéria do reogtéfico brasileiro, pro face ao pensam 0 internacional e eonside- uma realidade e nfo ape- pensamento grogréfico de outros povos a res- ‘nas como continuagiio. peito da realidade brasileira. Nao concordamos com aquela distingso fel ts por gegrafes mais apresados, gegafos Ge formagao france do patado —e gobgates de formguonorteamercana os spe ta acne nlc de a cam, ea comsagragio pura e simple Je uma idolola colonialist de_quc existem povos epeiore uc deve demaftr © povos doninadot que slo ltapazs de core os, ses bp ns sa clog, ou dss iti» copia modelos dances americans, ruses Ov ee eset. Acredtamos que iodelos e a sua ideologia. Acreditando na capacidade de retlexio dos nossos gedgrafos & que consideramos como ido desafio 0 da realizagio de uma andlise da evolugéo do no Brasil, a fim de que om nossos rento € com uma probleméties multivar ilo, pare 0 nosso espago, do_conch face a observagies ¢ a desafios de realidades bom diversas, ctroe destin, propia dos plas de ima tomperade's do loved nivel de deseavolvimiento que esereveram cronistas e viajantes sobre nosso pais, A reali- brasileira deslumbrou e atraiu a curiosidade de todos of que equi sobre cla escreveram, desde o escrivio da armada desco- — Pero Vaz de Caminha — até os geégtafos que nos visitaram o séeulo XX. Por isso, quando pensamos em elaborar modelos para Brasil, nfo devemos procurer nos informar d= modelos ideais, abs- ‘laborados em outros continentes, mas procurar conhecer a que cla apres mos ser da imento das obras dos primeicos cronistas, indayo, Ambrésio Soares Brando, Gabriel ROLETIM PAULISTA DE GEOGRATIA, Hans Staden ¢ Fernio Cardim, que conheveram o nosso pals a sobre a forma {eitos com o fim de ‘bém S40 muito ricos em informagdes de interesse s¢6z séeulo XVIII dispomos, quando © sistema colonial portogués, profundamente atingid lfuerras napolednicas, atinglu o maximo de deteriorago © pe Visita 20.n0ss0 ntistas © viajantes estrangeiros, chegando até 4 estimular a vinda de técnicos ¢ artistas como os que compunham a Missdo Francesa, de engenheiros como Varshagen e Eschwege, dlis- feros interescantissimos, como 0 do proprio Eschwege’, os ‘ensio da problemética atual, de vez que problemas. se encontra no sistema col 1500 a 1822 © que até hoje no foi i git © cerne ‘adaptar um sistema anacrénico a um momento histérico, fazendo prolongar a sua exist8ncia. ‘Mais moderamente, uma sfrie de livros de grande ‘rifico foi eserita por historiadores, sociélogos © econ: Povoamento do Brasi, do historindor Capistrano ‘80 qual & estudado 0 processo de povoamento do {mterior do pais, levantando hipéteses e tirendo conclusBes ainda hoje de grande atvalidade. Substancial também, embora as vezes preconceituose, é a contti- ‘puigto de Euclides da Cinha em liveos como Os Sertdes, em que fi 2 interpretagao dos fatos desenrolados. em Canudos, reduto de fant os confundidos por republicanos radicais co hrarquistas, e a excelente, embora jé bastante 54: 5.28, JUNHO 1977 ot te livro, meditando sobre 0 que iar conclusBes sobre a necessidade de refor- permanente de modelos, de metas, todas as vezes que se for plea tes modelos Hels « uma reidade pouso cones, pouro Interesane sobreo Agus que fazem una Ge 1a exela de Pa Cal 60 centssoento do lv de Retmindo Fao- 10 Os Donos do Poder (1995), onde exe autor salsa a formagi Ga cas. Edo manefaento da prodisao © catole do poder burt. depende, em grande pa, 0 proces de orsanzapSo do espa, biisico do conhecimento geograt ae a im, indicagBes e perspectivas geogrificas slo encontradas nu- 136), Djacir Menezes (1937), jo Henrique Cardoso (1962), BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA io de ndo-ge6gt 9 no podemos deixar de hamar a ateng0 para a obra do histor son Wemeck Soiié, que depos de, pubes lun - tincia para os estudas geosréficos i ‘Geografia em que debate problemas Tigados & Geogratia © 2 Tdeolosia (1976) © como ques em forma polémica, procure brasiciros & discuss dos problemas ligados @ uma Problemas que vém preocupando, embora em outa . onto, Om outra orientaglo, os principals responsiveis pela, revise felson Wemeck Sodré_tenba lise do pensamento geogrico até corto ponto, o modelo de Paul fe do pensamento pponto de mo pelos que © contestam, para uma. i to do conhecimento 20 0 con Soiugao dos grandes problemas ave di Gal do pats. Poder et0 deve desenvolv : Sactonalizngao day organizaglo do espago brasileiro e, consequenter «¢2,vespectivamente de abril a outubro de 1976. Eiore HUCITEC, SH0 Palo, ‘4: 5.28, JUNHO 1977 a mente, para oferecer uma contribuleko 8 soluedo dos principals pro~ ‘Blemas que freiam o desenvolvimento da nossa sociedade? Claro que 1 resposta sera dade por cada um, conforme as suas concepgies floso- ficas e os seus interesses pessoais. Mas qual a contribuigdio dos gedgrafos a0 desenvolvimento do pensamento geogtifico no Brasil? Qual a posicio que wim os mesmos fomando frente aos grandes problemas do pais, © qual a contribuigio jue vém dando & solugio dos mesmos? Infelizments, © produto dos fHabslhos dos gedgrafos, salvo poucas excegdes, nao vem tendo a di- Yulgagio que merece, em vista de serem trabalios publicados em re- vistas. especializadas ‘ot de doutoramento © iwre-doeéncia ou de i fa ¢ ncesso dificil até para os especialistas, Dentre os gedgrafos {que tiveram traballios com maior divulgago em livros, temos que $8 entar Josué de Castro’, que abordou sobretudo o problema da fome suas unto naturais como sociais,e, em menor escala, estu- {dos de maior interesse como os de Orlando Valverde (1957) © Pas- {quale Petrone (1966), sobre colonizagio e sobre relagies de traba- tho no meio rural e de plancjamento regional (ANDRADE, 1976, 1973), de Lysin Bemardes, de Pedro Gelger e de Speridido Faiss lois dando grande importante pape! desempenha fe tiizagio econdmica do gen R, Langenbuch, sobre ‘caso de Sip Paulo (1974), de Maio Lacerda de Mel 1976) e 0 procesto de proietarizagto do {de Melo ¢ Carlos A. Figueiredo SA: 5.28, JUNHO 1977 23 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA jam eles ge6grafos, demégrafos, soci6logos, antrop6logos, cientistas politicos, etc. B também o mor ‘concluir que subdesenvolvimento ¢ 0 erescimento patolégico nfo. po- ‘dem ser analisados apenas em seus aspectos quant nda pereapita, Paha Gasrcibies pox elcloget > enropogot wre dex fe as conseqllacias da prole- (1975), de Alexandre Flizola Dini cstraturas agrérias e de regionalizac ‘damente para indicar niveis de desenvolvimento, de qualidade de fou de bem-estar. O cientsta social deve, sem deixar de utilizar os divagagées sobre a geogratia industrial (1972), ou as preccupagdes metodoldgicas e de estudos re- balhos de Armando Conréa balhos, embora sabendo que com ‘ender e expliear 0 processo que fez evaluir o sistema at6.o estégio atta, © compreender a estrutura de pressées que tentam sustar a evolucio sionais que vem caracterizando os Mencioaamos apenas algu que visem quebrar ou 3s de consolidado © encami studos que merecem uma andlse me detida em suas Tundamentaghes filostico-cientifieas, em sua m josas para a estarmos, faz alguns anos, procurando dros, mas em consegiléacia da maior capacidade o exper Conetuindo, confessamos que este artigo fo, concebido e escrito indo os trabalhos por assuntos em peo- Iogrificos, populacionais, agré- também por uma visto de sin- “cigncia quo estuda a organizag3o 196es Hsicas como as hu- s dos virlos solores das ci- [REFERENCIAS BIDLIOGRAFICAS. 4 Povoamento do Brasil. Rio de ‘momento estratéxico, prog Ge ctise da sociedade de consumo, devemos concluir que o problema do planejamento e do desenvolvimento econdmico e social ni bloma tinico dos economistas, mas de todos os cientistas soc By BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA ANTONIL, A. J. (1967) — Calure ¢ Opulénele do Brasll. Tnodugso: de ‘A. P, Canubrava, So Paulo, Companhia Eaitora Nasional ARACIO FILHO, 3. B. de (18) — Sono Perio do Cf. Roe — Gory 0 Pate de a USP. BERNARDES, L. all (1964) — 0 Rio de J ‘So Paulo, Instimto de Geografin Regio, Rio de = Bserovos ¢ Senhores nor Engeshos do Bras imeografada. CASTRO, J, de (1965) — Geopoicn de Fone. 7. ed. Sio Paulo, Editors Brasliens. — 0967) — Geograja da Fome. 10. ed, So Paulo, Editors Brash Guide de VEtudant. Pars, PUF, Pats Tou S. A, Ediciones. 1 Bareslona, Oikos Ta 10. 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SANTOS, M, (1957) — Zone do Cecau, Sfo Paulo, Companhia Bditors los Polees Subdesare 26 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA — (975) — Lespace Portage. Les deux circuits de téconomie wrai- ne des pays sous-dévloppés. Pacis, Editions M. Th. Géain. SEABRA, M. F. @, (1971) — Vorgem Grande: Orconizacao © T ‘ho de wm Seior do Gntarao Verde Paulistano. Sio Paul ‘debates que melhor aprofundem conhecimento do pensamento geoeritico De ‘54 5.28, JUNHO. 1977 27 SUMMARY Toe fet of thi arise fo ales te fomatn of the eerie a well a8 to establsh ls conections with the gt , being polemic, provokes debates in order to deepen the kaowledge of the geographic thinking in Brazil. 28 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA comme un grand courant de géographes se pr es. implantations a procts organisation de Pespace sveloppement conor a 4éu pays. En coneluant, nous formalor provoque des débats pour mieux approf sraphique au Brésl

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