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Texto apresentado pelo Prof. Dr. Jos Ternes na VI Jornada de Filosofia e Teologia com o
tema: Biopoltica: um olhar filosfico e teolgico no dia 05 de Novembro de 2015.
Pag. 2-3: [...] Foucault teria percebido com lucidez uma revoluo singular que
vinha acontecendo na cultura europeia, desde as primeiras dcadas do sculo.
Observe-se a lista de conceitos da citao acima: o sentido, o vivido, o carnal, a
experincia originria, os contedos subjetivos, as significaes sociais. Grande parte da
filosofia contempornea (ou moderna) est a, com destaque especial fenomenologia e
ao marxismo. E no haveria dificuldade em enumerar, um a um, os acometidos de
cegueira. Pierre Boulez se moveria em outras guas. Seria o signo de uma
transformao epistemolgica fundamental: de um espao outro de pensamento, como
falei, uma novidade.
Pag. 8: [...] Uma arqueologia da percepo (HF); uma arqueologia do olhar (NC);
uma arqueologia do saber (MC). nesta ltima que se descreve o nascimento de trs
saberes empricos, a economia poltica, os modernos estudos da linguagem e a biologia.
Trs objetos absolutamente novos na histria da cultura ocidental: o trabalho, a
linguagem a vida.
Pag. 9: [...] Nosso objetivo [...] a Biologia. Se quisermos: a vida. [...] Para
Foucault o signo mais eloquente de um novo espao dos seres vivos no Lamarck,
mas Curier.[...] Os seres vivos lamarckianos se alojavam,[...] no grande quadro da
natureza.[...] A novidade de Curier estaria justamente na recusa da ideia de uma cincia
classificatria nica da natureza quando se trata de conhecer os vivos. [...] A partir de
Curier, a vida, no que tem de no-perceptvel, de puramente funcional, que funda a
possibilidade exterior de uma classificao. No h mais grande ordem, a classe que
pode viver; mas sim, vindo da profundidade da vida, do que h de mais longnquo para o
olhar, a possibilidade de classificar. O ser vivo era uma localidade da classificao
natural; o fato de ser classificvel agora uma propriedade do ser vivo. Assim
desaparece o projeto de uma taxinomia geral; assim desaparece a possibilidade de
desenrolar uma grande ordem natural, que iria sem descontinuidade do mais simples e
do mais inerte ao mais vivo e ao mais complexo; assim desaparece a procura da ordem
como solo e fundamento de uma cincia geral da natureza. assim desaparece a
natureza entendendo-se que, ao longo de toda a idade clssica, ela no existiu
primeiramente como tema, como ideia, como fonte indefinida do saber, mas como
espao homogneo das identidades e das diferenas.