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Secressioe: LUIS WASHINGTON VITA. (1 FILHO + (1921-1978) 04¢ (Salvador) = A.L. MAGHADO NETO + (90-1970 - ALCANTARA NOGUEIRA - 1918-1989) COLABORADORES EFETIVOS PUBLICADA EM CONVENIO COM A SECRETARIA DA CUL- TURA DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA, COM A SECRETA- RIA DE CULTURA DO ESTADO DE SAO PAULO E A FUN. AGKO ARMANDO ALVARES PENTEADO. REVISTA BRASILEIRA DE FILOSOFIA VOL. XxXIX FASC. 163 JULHO - AGOSTO - SETEMBRO - 1991 SUMARIO BIBLIOGRAFIA: MACIEL DE BARROS, Roque Spencer - 0 Fendmeno Totalitério (Anténio Paim); DELIVOYATZIS, Socrates - La Dialectique du Phénoméne (Sur Merleau-Ponty) (Creusa Capalbo); LE- FEUVRE, Michel - Merleau Ponty au dela de la phénoméno- ‘ogie (Creusa Capalbo); SICHERE, Bemard - Merleau-Ponty do Direito Moderno (Pedr PUBLICAGOES RECEBIDAS ......... : 235 REVISTAS EM REVISTA ...... be seer 236 PEDIDO AOS COLABORADORES. Pede-se, encarecidamente, aos colaboradores que ndo exce- dam de 20 paginas datilograjadas com 30 linhas em cada lau- da, d vista do grande niimero de trabalhos recebidos A Revista Brasileira de Filosofia reserva-se o direito de publicar ou ‘io artigos espontaneamente enviados & Redacéo. Os originais no serio devolvidos. CODIGO: BL ISSN 0034-7205 I RETORICA ANALITICA E DIREITO* Ottmar Ballweg (Universidade de Maine) “When I say that we might regard law as a branch of rhetoric, ‘may seem to say only the obvious. Who ever could have thought It was anything else?” James Body White, 1% OTTMAR BALLWEG RETORICA ANALITICA E DIREITO aI6) a Ret6rica fundamenta confianga. Esta frase parece revelar inge- < ‘uidade ou intengées demagdgicas. Na Alemanha pode-se dizer: eis ‘fica causa desconfianca. Também no passado o apoio a este ressenti- ica: “a linguagem & retdrica, poi ‘waduzir apenas uma déxa © ndo uma epistéme"’®, Isto 6: ligiSes encontram-se as rerdrieas mateiais, com as quis preeache-~" 0s as fungées bésicas da vida em comum, tais como orientagdo ¢ or- denagSo®, regularidade ¢ vinculagéo duradoura, posicionamento ¢ re- gill, Donald N. McClosky (rg) The Rhetoric of he Human. W. Somons (org), Rhetoric inthe Hunan Sciences, © er Rietork, in: Wildchteien, im denen wir eben, Statgare lorescu, Re 78 OTTMAR BALLWEG ‘endanen,senés da confine inguegem 5 enguno no va conianga ca cute os quae 2 - As retdricas préticas ensinam 0 emprego transcendente dos /eios retéricos imanentes & linguagems objetivando a transmissio das ddoxai tal como estas sio reunidas nas dogmaticas, na intengSo de per- = suadir, convencer ou fazer crer!, No campo das opinides, s6 se pode lidar com opinibes (§ 286 ZPO, § 261 StPO)*. Para tanto, a etérica’ ‘prética desenvolve a t6pica (inventio) a teoria da argumentagdol?, a teoria das figuras'* e a teoria do starus!®, Se bre a conduta discursiva ¢ a ago lingifstica. Essas retGricas priticas, formais, na. médi twansito efetivo ¢ bem sucedido no trato com as retéricas materiais Este conhecimento que tinham os oradores antigos sobre a imanéncia linguistica dos sinais e sobre a possibilidade de aplicagio a0 mesmo tempo soberana ¢ transcendente dos mesmos - mostrando a conduta inteiramente esclarecida que tinham diante do discurso - foi especial- ‘mente mal interpretado pelos fildsofos, sobretudo PLATAO, que se sentiam postos a descoberto. Os fil6sofos, naturalmente, também viam wou igo 20 Zprou Orang) CS « SWO (SrafproseBordnang) & 0 Cougs Se Proceso Peoal slemdes. Os artigos mencionados =e ee Beene ot eee cree / TELES, Logos, Ethos e Pathos passaram a ser 0s trés meios retsricos // cuja interrelagio adequada despertava confianga. Af © Ethos do ore RETORICA ANALITICA E DIREITO 19 ‘mo uma ameaga a ideologia estamental da univocidade lin afirmavam, /,__ Nio se deve perder de vista que, no mais tardar desde ARISTO- dor, no sentido de uma conduta digna de confianga, constr6i os pré-| 3 - A retérica analitica diferencia-se das retéricas priticas ¢ ma- terial por ndo estar submetida aos constrangimentos destas, quais se- jam: a obrigatoriedade de estabelecer normas, a obrigatoriedade de decidir, a obrigatoriedade de fundamentar e a obrigatoriedade de in- terpretar’2, Isto significa apenas que a retrica analitica se submete a ‘constrangimentos inteiramente diferentes; desde que Ihe baste a exigéncia de averiguabilidade de seus resultados: a limitagdo a enun- ciados formais; a conside de que tais enunciados po- idade de sua complementagéo através de outros princfpios a possiblidade de controle das Popes teres ¢ sua compatbiliade com otras cris alti também certo que 0s res analfticos servem indiretamente 4 praxis e podem otimizé-la na efeti- 180 OTTMAR BALLWEG Th Le Nihilisme est encore U hypothese de l analyse 1a plus féconde. Audemars Balbec Com a referéncia & distingSo entre imanéneia ¢ transcendéacia da agua, acreditamos ter mostrado 0 mais importante mecanismo para Produgéio lingufstica de credibilidade ¢ fundamentagao da confianca. E evidente que esse macanismo jf se completara com o aparecimento ~~ este € 0 plano em que Boe BT ca de recoahocer a 1s aniingcheac Aladin oto dese na dimensio SZ ¢ que the 6 prpria, Aqui bastaria a aluso de que 2 - Na visto intemo-dogmética da praxis, a transcendéncia da dual express a mais alia dogmaizacio, ov si anon ‘Sales € produzida da seguinte maneira: 0 holismo em 132 OTTMAR BALLWEG RETORICA ANALITICA E DIREITO 183 -m- Rien ne trahit tant le vulgaire que sa peur d érre decu. Stendhal Nesta oportunidade, para concluir, chama-se energicamente atengéo para o fato de que democracia © retGrica condicionanrse: | ““toda dominago baseia-se na opiniéo.’ Esta convicsio tomou-se uma doutrina fundamental das democracias ocidentais.”3' A ret6rica ‘estaneto 9 debate "Government by Rhetoric” sea desis lade 6 casa candcicta Gand into lan pon w rebdies For consegui ee A confianga na retria tem seus fundarentos nas relag6es demo- ‘mon, biomorfimon)wlizadn ex fngor dos bolismon. Ct Var Ursprang un Ende der Mesaphyah. Eine Sai ut Wetanschaungitih, Vieos, 1958 Sgr fata OTTMAR BALLWEG Cenamente que 0 ddio & democracia e a aversio jé andavam de mos dadas na antiguidade. Por outro lado, nio se deve esquecer que @ ‘er6rica foi mal utilizada com bastante frequéncia também em sistemas democriticos. De mais a mais, siretdeica\analttics parece smelhor mancira de " ———__- aie ‘menos arelagsoy || 4 © DIREITO COMO SISTEMA AUTOPOIETICO’ "i se tomou Sbvia na histria do di- reito, riteradamente, Lembremos, entre muitos outros, apenas MAR- (CUS TULLIUS CICERO*5 ou GIAN BATISTA VICO, Finalmente a retérica penetrou na linguagem forense. O direito deu entéo o pri- a Willis Santiago Guerra Filho teiro passo rumo & confianga na ret6rica. (Da Universidade Federal do Cears) aie tes viv Snag, 197) pn cater xs vives coecn ROMANO GALEFFI sistemas que produzem a si préprios (ro utd potén). A extensio do . cece ft ocilapca oe deve 2 " FUNDAMENTOS DA CRITICA brlesir da Usversae de Bell, Alun coubeiie Sa OEVARTE tnt pr suas conse pr odesenvolvitans da ee ei Shuckamp, Frankfurt a. M. 1990). A tworia sistémica, como se vé, é dotada de uma universalidade 34 Kat opp, De ene Gest ue Feb, vol: Dr Zab Plato Pra K: Foptabead, Bera, 1957, p. 13 st; saben 0 VLD, Paache Prophet, 6S tudados: a auto-referéncia. lama atalidade ntemporal,precismeateboje, quando comejames anos liv dees ede us icipuie ecarascon. 35 Carstoft Newneiser, Granddize der forensochen Rhetorkgexig an Gerichureden Ci- * Comunicag4o fei em abril de 1991 no Seminiro imersscplinar de Teoria dot Sistemas, ceron Michea, 1968. ‘ealizado no Mestad em Cidncias Sociais da URC, sob a diegio do Prot. DIETER 36:De Nani Tenport Studion Ration, ef. Iati-slemko, Godesberg, 1947, red. Dar- RUHL. com prs én Prot HELIO ROLA, do Beparament de Fi maa, 1963,

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