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LA alesialel clare) Concreto drenante € a sustentabilidade 1 TRoDugao concep¢do de um concre com bao toor de canto © levada porosicade interco- nnectada foi desenvolvido © apcado no Reino Unido, nos meados dos anos 0, Nesse periodo, a demenda para cons- ttugao de habitagées era alla, a mao de cobra qualficada apresentava-se em bal xa, assim como a dspasigfo fnancera do gover e da populagio. © concrato permedivel de cimento Portland (GPCP) dessa época recebia 0 nome da ‘no fines concrete’ (NFC) @ era empregado nna construgao de casas, representando uma economia de cimento e uma cons- ‘tug répida e faci, Portanto, em um pri- ‘meiro momento sua caracteristica princi palera estrutural Uslzava-se 0 NFC na construgéo de parades de alé 7,5 m de altura e 18 m do comprimento, alamentos com essa ccaracteristica aprosontavam uma espes- sura de 250 mm e na face externa um revestimento de 20 mm de argamassa, Na Figura 1, pode ser observado um tes- temunho de NFG [1] extraido da parede de uma casa construida na década de 60, onde esté representada tanto a par- te de NFO quanto a de argamassa am contato com o exterior da casa. Além das caractoristicas antoriormonte discu- RIGARDO PIERALISI ~ ANTONIO AGUADO DE CEA’ ‘SERGIO HENRIQUE PIALARISSI CAVALARO ‘Uwe Patra oe Coan Sco, Eonee MARCELO HENRIQUE FARIAS DE MEDEIROS ‘awasrsee Finca Psat (UFPR)~ Pat Bas tidas, essas paredes apresentam uma bbaixa conclutvidade térmica, trabahando como um isolante térmico entre o exterior eo interior da habltagao, Posteriormente, no fal dos anos 20, ess9 concreto especial foi novamen- te tema de estudos e aplicagées, agora ‘como nome comercial de /parvious con- crete’ ou ‘porous concrete’. Fntrotanto, ‘sua aplicagao nao apresontava mais cardter estrutural, por no ser competi- tivo frente aos novos tipos de cone. Nesse momento, sua caracteristica de transporte de liquidos {petmeaislida- de} era 0 principal objeto de estucs, sendo emeregado principalmente em pavimentos de baiKo carregamento, es- tacionamentos © calgadas. © uso des- ‘50 material representa. uma redugdo signifcativa no custo de implantagéo de redes para captagdo de agua pkwial evita a incicéncia de inundagoes, assim ‘como, a formagao de espelhos d'égua, De acordo com as flosofas de do- ‘sagem mais tradicional, a obtengao de um concteto permedvel de cimento Por- tland (CPCP) se dé mediante a reducao cdo conteiido de materiais nas utlizados. Nosse sentido, praticamente se elimina a incorporagaio da fragao_ granulométiica correspondiente as areias adigoes © se reduz a quantidade de pasta a0 minimo TGNAGIO SEGURA PEREZ igura 1 Testemunho de NFC extraido de uma casa [1] ‘ao para envoher os gras de agrogado grado. Essa mistura dé lugar a um material altamente poroso, com Uma elevada permeabilidade, babxo peso espectico na ordem cle 1600 a 2100 kg! rm, além de um bom comportamento como isolante térmico/actistico. No en- tanto, a redugo da compacidade e dos conlatos entre gréios também acarrata fom uma sigrfcativa perda das resistén- cias mocanicas. 2, PROPRIEDADES DO CPCP 21 Porosidade ‘A principal cavact tada por esse concrato espacial 6 sua clovada porosidade, que pode ser usada aplcando-o na redugéo de problemas ica_apresen- 98 | CONC -¢ > Figura 2 porosidade-granulometria (b) Porosidad (4) 12to20 stort” 25005 Granalomeeia (mm) Tipos de poros apresentados pelo CPCP (a) e relac3o ambientas, como inundagdes. Em goral, ssa porosidade varia om tomo de 15 — 30% do volume do concteto e pode ser dlvicida em tr8s tipos: poros da pasta; a retido; € poros da estutura granu, como apresentaco na Figura 2@). A po- rosidade apresentada pela pasta é mu to poquena (< 18 um) @ nao 6 definida como importante para o CPCP. O mes- mo ocome com os poros originados por ar tetido, entretanto podem exstr poros desta formagao maiores que 1 mm, mas gotalmente no s80 conectados. aos ous, A estrutura formada pelo arran- Jo dos agregados e allada a uma bal- xa quantdad de finos apresenta uma grande quantidade de poros, sendo o principal responsével pola permeabida- de caracteristica do CPCP. Dopendendo da curva granulo- mélrica, da quantidade de pasta © da compactagao, esses potos podem apresentar-se conectados ou desco- nectados, Na Figura 2(b) € apresenta- do um grafico que telaciona a poros dade (%) com a faixa granulométrica, considerando uma mesma quantidade de pasta © mesma compactagao. Ob- serva-se também nesse estudo que a granulometria 13 - 20 mm aprosonta uma porosidade de 30 %, a 5-18 mm na ordem de 25 % ¢a25-5mm de 20 %. Sendo assim, pode-se air. mar que utilizando uma granulometria formada por agregados de maior cla metto, obtém-se um OPOP com maior porosidade. 22 Permeabilidade ‘Come sugore a Figura 3, a perme- abildade & agua olevada @ uma ca- ractoristica intrnseca do CPCP @ esta irotamente relacionada com a conecti- Vidade dos poros, Portanto, um ensaio de permeabilidade @ agua pode ser consiceraco uma manera cle medir in- diretamente 0 quae conectado so os poros de um CPOP. Entende-se [2] que um GPGP com permeabildade na faixa de 18 2.40 mm/s nfo dave apresentar caracteristicas estruturais © na faixa de 1.2.10 mms so conerotos com malho- res desempenhos estruturas, Em goral, sfo aceitos como concretos permedveis para diversas aplicagées os que apre- sentam permeabilidade na ordem de 5 2 20 mnvs. A permeabildade & agua & fungao da forma do agregade, da cua ‘granulométvica, da dimenséo maxima caracteristica do agregado gratido, da ‘quantidade de pasta e do nivel de com- pactagdo aplicado. Para uma avaliagdo aproximada da permeabiicade, em campo, se utiiza 0 método definido pela ASTM C1701/ (2009) 3, o qual utizao principio do per- meametio de carga varidvel. Esse pine pio avalia 0 tempo necessétio para oma- tetial absorver um volume especttico de gua. O proceso de ensaio, utiiza um tubo de PVC (com diémetro dofinide do- pendendio do material poreso) em conta- to diteto com a superficie do pavimento, sendo que a regio de contato entre 0 tubo eo pavimento deve ser vedada para litar a regido de infilragao de Agua. Por ‘outto lado, para uma medigao da perme- ‘abildace om laboratéra (seja por corpos {do provas moldados ou por testemunhos Permeabilidade do concreto permevel SF correc cones 58 extraidos de pavimentos), a ACI 622 [4] recomenda a utiizacéo de pemeame- ‘ros de carga varével favala o tempo necossévio para um velime de agua frie permear pelo CPCP) e carga constant (avalia o volime de agua que ppassa através do CPCP em um determe nado tempo) 23Densidade Esse tivo de conereto também pode ser considerado como um conereto love, devido & sua elovada porosidade. Na literatura, pode sor encontrado que 1 donsidade do CPCP varia do 1600 a 2100 kg/m’, Além co mais, a densida- de esta diretamente ligacia & permea- bilidade © a resisténcia a compressdo: > Elovada densidace gera um CPOP com alla resisléncia & compressio, porém com baa permeabilidade de gua dentro da faixa do CPCP: > Baixa densidade gera um CPCP ‘com rosisténcia & compressao ro duzida @ elevadia permeabilciade a agua, Isso torna evdiente a necessidace de cconsiderar cada aplicagao para 0 CPOP ‘ue se pretende dosar, considerando a pormeatilcade, resistencia © densidade necessétia para o cumprimento das fun- (¢60s de cada projeto. 24 Fluidez ‘Ao longo dos anos, 0s problemas relacionados com a trabahabildade © © concreto vam sendo exaustivamen- te posquisadas @ dlscutidos. Com isso, cconeretes convencionais com alla fide S80 plenamente possiveis © utlizados ros clas atuais, Entretanto, os estudos do CPCP estéo um passo atrés, apre- sentando em geral uma trabalhabiliiade muito baixa com “slump” quase zero. Isso se deve principalmente & caracte- Fistica granulomética deste concrete Na tecnologia do conereto autoadonsé- vol, a fier elovada 6 conseguica com © uso de aditivos suporplasificantes © a quantidad de finos 6 elovada para redu- Zir @ segregagao, evitando que agie- ‘gad grat se conoente na parte de bbaixo das pegas. A exsudagao também 6 prevenida com a elevagao do teor de finos, que difculta a separagdo da agua da mistura © sou afloramento na super ficie das pegas de concreto. CPCP, 0 reduzido teor de finos ¢ uma caracteristica do material, 0 que cificuta sobremaneira a obtencao de alta fuidez ‘com a simples inoorporagae de acitve superplasticante, ‘Todavia, pesquisadores como Bhut- ta et al. [5] ivestigam como aumentar a fuidez clo CPC. Em seus trabalhos, Para o "slump test’ de uma amostra de CPCP e de HPPC. 6 apresentado um CPOP com proprie- dades malnoradas, denontinado “High Porformanca Porous Concrota” (HPP) (Os pesquisadores obtém asta caractoris- tica utitzandlo acitivos superplastiicantes ‘8 agentes cossivos, levando a fide 'mackda pelo ‘slump test’ quando compa- radlo com @ GPP convencional, como pode ser observado na Figura 4, 25 Caracteristicas mecanicas AASTM ©39 (2008) [6] define que a resisténcia minima & compressdo para um CPCP 6 de2 MPa. No entanto, aite- ratura atual aprosonta CPOPs com resis ‘tBncia a compressa na faixa de 5 a 30 MPa, Sendo que ensaios realzados nos laboratérios da Universitat Politécnica de ‘Catalunya (UPO) apresentaram resistén- ‘cla maiores que 30 Mpa, chegando a 50 MPa, Entrotanto, deve-se essalar que a NBR 9781 [7] exige que, em caso de utizago de _pavimentos intertrava- dos, a resisténcia minima deve sor de 35 MPa para ser utlizacos em estacio- namentos e vias de carros loves, Vale salentar que no Brasil ainda nao existe uma norma espectfica para pavimen- tos pemedveis de concrete, porém, ‘atualmente esté em atividade © CE 18:600.10 - Comissao de Fstudo de Pavimonto Permedvol do ABNT/CBI8. = Comité Brasileiro de Cimento, Conere- to @ Agregacios, cujo Coordenadior & 0 Engenheiro Cléudio Olveira, da ABCP (Associagao Brasileira ce Normas Téc- nicas). Esta comissdo jé produzis um texto de notma que esté sendo aprimo- rado @ a previsdo de esta norma entrar fem vigor 2015, sendo configurado um avango nacional sobre este tema. (0 uso de aditivos @ adigées, como fibras de polipropileno, s40 atternati- vvas bastante utilzadas para o aumento das propriedades mecanicas do CPOP, Nos estudos de Aguado et al. [8], fol apresentado um importante incremento do resisténcia com a utlizagao de pal meros na dasagom do CPCP e alguns studs da utilzagaio do latex {9] mos- ‘va um acréscimo de resistencia a com- pressao de quase 50% para concretos permedveis de baixa resisténcia, Devido & elevada porosidade, a re- Sisténcia A tragdo deste tipo de material 6 telativamente mais bata que a de um cconereto convencional. Entretanto, com uso apropriado de aditvos e adigdes no PCP, podo-se alcangar valores do até 5 MPa do resisténcia a tragao por com- pressao clametral. 26 Caracteristicas térmicas Devido elevada porosidads interco- neclada, 0 OPGP apresenta uma cond tvidade temica (0,7 —1,7 Wim inferior 10 concrto convancional 2,0 Wim) Quando 0 elemento de GPP permite a ppassagom do a, apresanta uma conde tividade térmica mais baixa, devido. a0 feo de convecgao entie 0 ar @ 0 cone creto, Com essa caracteristca, pode ser aplcaco como um isolate térmico em fachadas (sem apresentar caractrist- cas estas) © também no interior do pparedes-sanduiche, Aim do mes, quar do uttzando om pavimonios atua crota- mente na redueio da temperatura das cidades, diminuindo 0 efsito conhecido como tha de calor (‘urban heat stan). 3, MATERIAIS 3 Cimento, aditivos ¢ adicoes Devido as aplicagées do CPCP, 0 ‘mesmo esté constantemente am contato com agontes agrossives oxtornos 0, com cessas condigdes, tona-se necessitio 0 Uso de um cimento Portland resistente a anos térmicos, lxiviagéo, descaletica- (940 @ outros. Materials cimentantes com- plementares, como a sfica ativa, cinzas volantes © metacauiim, podem sor usa dos om conjunto com cimento Porttand para aumentar a durabilidade do CPCP, bbem como suas caracteristcas, © uso de aditivos quimicos para CPOP vem sendo exaustivamente es- tudado: como comentado na segao anterior, utllza-se actives principalmen- te para melhorar a trabalhabilidade © a resisténcia desse material. As adigbes ‘S80 estudadias come mansira atornativa do dlminuir a quantidace de cimento (- sando tanto aspactos ambentais quanto econdmicos) @ também para melhorar a resisténcia mecdnica da mati, BZ Agregados 0s agregadios uliizadas om concre- tos podem sor divdidos em duns fa: Ges: fina e grossa. Essas duas fragées aluam do manoira aiferonte no OPCP. Normaimento,afragdo fina ¢ descariada ui quase descartaca para recit 0 teor de argemassa, cle modo a debxar espa- 0s vaios, elevando a pemeabliade ddo materia, Quando a utlizagdo final do OPOP visa Uma maior resisténcia © ta: ta a parsabildade como requsito so- cinco, pode-se mantor uma parte da fragio fina do agregado. Uma mancia do ciminuir a perda da pemeabilcade quando so utiza a faqao fna na dosa- gem 6 tedzir a relagéo cimento/agrege- do, ou seia, substitir parte do aglome- rante por aeia, Entretanto, como argumentado an- teriormente, 6 mais comum, a0 traba- thar com um CPCP, descartar a fragao fina da cura granulométrica. Com 0 uso somente da frago grossa © com uma quantidade apropriada de pasta, 6 conereto resultante apresentara uma matriz estrutural mais aberta e mais pormedvel. Tennis at al. [10] sugeram © omprogo de curvas granulemétiicas contre 8,75 ~ 19 mm, sendo que as ox- poriéneias dos autores mostram uma ‘excelente resposta ao utilizar granulo- motiias de 2 - 5 mm e de 5 - 8 mm, Sugete-se também que, na fabricagao do OPOP, 0 uso de uma granulome- ‘ria descontinua permite ao material uma melhor capacidade de drenagem (maior cosficiante de permeabilidade) ‘Alm de agrogades convencionais, ‘0 uso de agragados reciclados também vem sendo objeto de estudos, tanto para reduzir ainda mais os impactos ambientais quanto para utilzar como fiios de Aguas-cinza, Ao empregar agregados reciolados, obtém-se um acréscimo da permeabilidade, porém ‘as propriedades mecanicas tendem a diminuir com 0 aumento da relagao de uso do agragado reciclad. 33 Agua Quanto ao papel da agua nas mis- tus de concreto [5] observa-se uma importncia ro empacotamento das particulas devido a sua propriedade lu brifeante, Sendo que, no caso de um CPCP, a relagao alc varia de 0,25 ~ 0,35, avitando-so a sogragagao © pro- porcionando a devida conexao da pasta (desenvolvendo 0 papel de agente de ‘conexéo de particulas de agregados ‘gratidos). © controle de qualidade da gua é de extrema importncia ¢ os re- ‘quisitos s40 0s mesmos defnides para ‘0 concrete convencional 4, DOSAGEM © apindice 6 da AGI 211.3R-02 [11] aprosonta um método para dosar um CPCP com ‘slump’ zero, Esse mé- todo baseado nas propriedades do Seonceer0 econsvucies | 101 Porosicade (4) > Figura s 3 compressio (b) Porastdade (%6) " Relacao entre porosidade e permeabilidade (a) e porosidade e resisténcia CPCP, onde, em um primeiro momen= to, se deve eleger a parmeabilidade ou a resisténcia & compressa desojada, A Figura 5{a) mostra uma curva tipica que rolaciona a porosidacie com um valor de permeabildace @ a Figura 5(p) apresenta uma curva tipica que relaciona a resis ‘éncia & compressio com a porosidade, ambas definidas pela ACI 211.3R-02 para um tigo determinado de agregado, Na sequincia do método de dosa- .gom, se dove relacionar a porosicads roti- rada dos gricos anteriores com a quan- ‘idade de pasta (Figura 6). Nessa mesma ‘igura, pode-se obsarvar a existéncia de dus curvas, representandl os limites de ‘compactagao (poug0 e muito compacta do), Para obter uma mesma porcentagem de pores, um CPP muito compacta do necesita de menos cimento quando comparado cam um mesma materialeom baie nivel de compactacao. (© timo ppasso do métedo & defiir a rolagdo ale ©, como exposto anterior monte, doverse trabahar na feixa do 0,25 ~ 0,85, sendo que a quantidade do ‘qua dove ser rigorosamente contolada [6]. A Figua 7 apresenta tés diferentes imagens de um mesmo OPOP com a ferentes quantidades de Agua, Pode-se observar na Figura 7la), que quando a relacdo a/c & deficiente, os agregadas no se adorem uns 208 outros. Por outro lado, a Fgura 7(b) apresenta um PCP com a quantidace de gua adequado (coserva-se que, a0 amassar 0 concrsto ‘tesco nas maos, o mesmo fica com suas particulas adetidas entre si sem segrega- (6), J6 a Figura 7fc) mostra um CROP com excesso de agua, onde a pasta es- corre sobre as partculas © favoroce a so- cregagéo, podendo inclusive formar um concreto do baixa permeabiilad. 5, EFETO DA COMPACTAGAO (© OPCP pode ter sua compacta ‘980 execulada de diferentes maneiras, ‘como por meio de rola compactador (n- cremento de carga axial, por rolo vibro- -compactadar (neremento de carga axial com vibragtes horizontals) @ por sapo (carga axal dindmica}, como observa ‘do na Figura 8, Sendo que cacia tipo de ‘compactagao apresenta diferentes 1e- sukados @ com eflcéneias também cife- rentes. Geralmente, emprega-se a com- pactagao via rolo compactador, por ser menas suscotvel a sogrogar, que pode diminir tanto @ resisténcia macdrica uanto & permeabilcdade, ‘Aiintonsidade da compactagao apl- ‘cada sobre 0 CPOP modifica bastante ‘suas propriedades finais. Como discuti- ‘do previamente, aprincipal caracteristica ‘dasse concreto especial ¢ sua proprie- dade de transporte de Fauidos, facilta- do por sua estrutura porosa interconec- tada, A Figura @ apresenta uma curva, onde séo corelacionadas a permeabi- dade @ a resisténcia & compressio com ‘0 aumento da eneigia de compactagao. ‘A.curva vermelha representa a evolupao da permeabilcade @, como esperado, © acréscime da energia de compactagao ‘ocasiona uma redugo considerével na petmeabilidade. Além do mais, uma ele vada intensidace de compactagao pode inclusive lovar a uma porda bastante Maite compactade — Pouco compactade Porosidat Relacdo entre quantidade de pasta e porosidade > Figura 7 e alta relacdo a/c (c) [6] CPCP em estado fresco: baixa relacso a/c (a); adequads relacéo a/c (b) > Figura s Rola compactador (a) e sapo compactador (b) 8 8 Resisticiaa compresse (MPa) oi 2 34 Energi de eompactasto (MPa) ura 9 Variac3o das propriedades do CPCP frente & intensidade da compactagao clevadla da permeabildace. Além disso, uma compactagaio mal apicada pode cocasionar um mesma resutado devido a segregagao da pasta, Por outro lado, a curva azul rere sonta a evolugao da resisténcia & com- presso com 0 acréscimo da energia de compactagao aplicada. Com essa curva, pode-se observar, dlferante do que ocor- recom a pemmeabilidade, que a resstén- cia & compressio aumenta com o inere- mento dla compactagao. Isso se deve & redugéo da porosidade @ aproxmagao dos agregados. 6, CAMPO DE APLICAGAO DO CPCP A caracteristica de drenagem faz esse concroto um material interes- sanle pelo ponto de vista de sus- ‘entablidade, sua aplcagao sendo inclusive contada como crécitos no sis- tema LEED (‘Leacership in energy and Envitonmental Design’), baseando-se na possiblidade de incorporagdo de agragados reciclados, seu efeito de redugdo no aquecimento das cidades @ manutengéio da permeabilidade do solo. Comparadio aos conetotos con- vencionais, © CPCP possibiita uma melhor drenagem de aguas pluviais, recarregando os lengois fredticos. Além disso, existe a possibiidade de apicar esse material para a putlica- 40 € lralamento de aguas residuais e contaminadas. © CPCP apresenta uma diversidade de apicacdes, com o denominador co- mum do sua capacidacle de drenagom © de isolamento térmico/actstico, entre tanto, geralmente, sem responsabiliade estrutural ou em elementos com badwos requistos estuturais. Nesse sentido, cabe destacar as seguintes aplicagtes: pavimentos do baixa carga, sub-baso © base de pavimentos conwencionais @ pa- vimentos urbanos com intuito de reduzir rides. Apesar da aplcagao predominan- te do CPCP em pavimentos, a Tabsla 1 mostra uma série de outros usos para esse material 7. CONSIDERAGOES FINAIS © OPCP ¢ apresentade como um material de elevada porosidade inter- ‘conectada, senco uma solugao aker- nativa para pavimentos de bakxa carga. ‘A rede de pores apresentada por esse material faclta o transporte de agua de ‘sua suporicie até 0 solo. Sou emprego acaneta uma redugao de equipamen- tos hidraulcos necesséios para capta- ‘980 de agua pluvial,reduzindo, assim, 0 ‘custo de implantagao da via, Além des- ‘se beneficio econémico, 0 CPGP ajuda ‘a diminuira incidléncia de inundagées no meio urbano, pela sua caracteristica de proporcionar permeabilidade ao pavi- monto, ¢ também de reduzir problemas ‘como 0 deslzamento dos veiculos dovi- do a formagao de uma lamina de agua sobre os pavimentos, Também sendo utllzado como pavimento (vias de tralego, calgadas @ estacionamentos) auxilia a diminuir © feito de aquecimento urbano, por ‘apresentar baixa condutividade térmi- ca, comparado com outros tipos de pavimentos. Além de contribuir para ma absorgao sonora dos ruidos pro- duzidos pelo tratego, Para sua devida aplicagao, al ‘gumas medidas de controle devem ser aplicadas, como © contiole da Pac eee et Elena) Pavimertos de o bolo caregamento —— “ahatas Estruras hideueas Sub-pase de pvimentos comencionals| Estacionamentos Tratarento to aqua Estabitzagao dd taldos Pisos Pavirentas ym dronagom Isoarto térmico Barras sonoras Parodos Georceer0 econsvucies | 103 quantidade de finos @ a intensidade da compactagao imposta. Um eleva do teor de fines @ uma alta intonsidade de compactagao reduzem a principal caractoristica desse material, sua po- pratica, ensaios de laboratério devem ser feitos para veriicar se a dosagem salisfaz as caractersticas de projeto ‘Além disso, um sistema de controle tecnolégico om campo 6 importante 8, AGRADECIMENTOS (© primeito autor agradece ao finan ciamento do ‘Ministerio de Educacién, Cultura y Deporte del Gobiemo de Es- afi’ por meio de uma bolsa de douto- rosidade interconectada. Antes do ‘emprego do CPGP em cada situagao de sor implantado para assegurar o sucesso da aplicagao. ara CML Oe ale [02] Ferquar, ree K Poaus Pavers, CRC tess, Bora Raton (2005) 417-45. [ot] AC Commitee 577, apron Panious Conc, 7010 [05] ruta, N.A.R, Tun Mia, Evan of high-priormance prs carcr [07 Assign Basra de Nomas Técnicas (ABN, NBR 978, Pas de conueo para pavimerta tel Comenioy sus iaciones (EC, (987 38 2019) 667-474 USA 2004 36 po. [01] 121138. Gude for SletingPoprtns for No-SturgCareets 2002. [ot] Sommer J, ral, Ne Chres, Nena conzte nthe UX scl hang sch 80 years on. Scale, 2902017) 28-202. {03} American Soc of esting ar Maleate AS, IM 1701 C1701 - 8; Sandal es Met fr iain Rae lh Pae Peru Concrete, (2009 roperes.Constueton ard Bung Mata 31 2012) 67-73. 186) Anercan Sac of osng an Vator STR, ASTM C3 / CSM — 14a: tard Tos Mato fo Caprese Seng Oial Coe Spciens, 200% —Espacagioe mos deena, 20"). [08] Aguado, As, A, Pda, M.A, Caraciarién expertly eutica de HamigoesPaososmodilesds con pliers, Barcelona: tt spate [09] Shen, W, Shan. L. Zhang, T. Mab, H, CZ. eh seston onpcymer-cubberagqrapte mode porous cont, Construction and Bulking Materia, {10} Temi, 0, Lening Lefer, 0. Paras ances Pavemerts, £8502.02 Port Caren Assan and Nana Real Med Concrete asc, rado “Formacién del Profesorado Univer- sltaio PUY. Confianga, produtividade, experién: Enquanto a gobalizagio & nara RI a 8 ppsip i incia para qualquer mercado, 0 giupo SCHWING-Stelter maniém sta filospfia de foco no Giente, superando suas expectetvas atraves de investmenios-em pesquisa = aBseh voIMIEAES do ¢ous procutos, procurando | sempre inovar e averfeigcar @ desempenho e& Sequranca'dos equinanentos: Com essa fpsofia © ‘equipamentos aprovados nas pengiptis obras do Brasil © do mugdd desde 1924, @ marca’ SCHWING-Stettore sindrimoastersaibiicace » sequranca, bax cusio Bemaruteneao, ato valor de revenda e competéncia 6énica para quclauer proto, www.schwingstetter.com.br Je Be eettonc es Cae ae pee

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