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1O | cmvseusnousriua: & comerctat DO PORTO (1883-1899) arosLouriro ‘mutts Pome teagan a “Theindti sn Met Meu Rat has dese tas este bea ‘vine lndopeoffartgiee melpy ft ath cary this balan {ison twatie le Periapical Morn Mao nto sewer 186 fori plage cartes pot re ‘enon indy and de ayo hisses tae fi ope ‘escent contig othe ‘ec bua an onal damit == Peek cto — avonne me 1, vrRopegio! CCriado por Decreto-eiem 24 de Dezembro de 1853, Museu Industral «Comercial do Porton fi um event sold cextermporinen no Portugal do séculoxrx. Pel contro, insee-se numa conjuntura europa e nacional ‘materializada numa sei de medidas tomadas pelo governo portugues em selagio 20 ensino industrial e comercial que er analisado o lengo deste stud, Almportinca deste Museu para o ensino industrial comercial a sua rle- ‘incia para o desenvolvimento da indistria edo comércio, as singularidades que estveram na base da sua fandagso eo se impacto na socielade nacional eportuenss, liad i acilidade de acesso a documentastolevaram ao dese volvimento deste aballo deinvestigasso. © periodohistrico em estado rt situar-se essencialmente na segunda metade do scl x, fase em que steve em Inborags,reportando- seem alguns casos todo este culo por rizdes de contextoe precedents histrieos fundamentais para oentendimento do process deformatura da instituigao. Numa primeira sordagem sera reaizada uma breve andlse a contexto muscoligico do séclo xx tendo em conta o espago fic europed local Seguidamente sero referenciadososantecedentes do Museu Industrial © Comercial do Porto, Amusrorots wa score xix (O século x1 asstiu ao desenvolvimento ea difuso das pliticas do lberalis- so eaoavvar das sentiments nacionaists,Pede-se mesmo afirmar que, dante primeia metadedo sul six, estabeleeu-se entre liberalism enaio: aloo uma cones to fn (Bonificio, 199: 3], que iriam aabar porter ‘uma profundsinfluéncia na Europa aeranda asua forma de ver o mundo ¢a sociedde ao qual os museus no ficaram imunes Assiste-se uma emergénia da vida urbana, um novo conetto de tempo & ‘spago wma culture burgoesa que procurastuir-seneste novo universo| temporal, poltico, socal eeconmico, ‘Gonstats-sena Buropa deste séeulo a repetigio a ebre artistic da renascenga, ‘carta é um dos personagens dominante (Magalies, 8851] apreiado pelas elites ultras endinheiradas que pemitem o desenvolvimento do seutraba- Tho com garantias de serem agraciados sociale monetariamente Siurgem novos instumentos de divlgasio edenvolvimento ultra, industrial eagecola: universidades, biblitseas, ato imprensa Ena emer ‘cia destes novos dais relacionados com a oxdem, 0 progresso ea expe- gnc que wo surge por toda a Europa os primeiros muscus modeenos de Ate, Hstra,Etnogeatia e Ciencia com o abjecivo de satisfre 0 ideas politics da altura,a maioralgadosa universidads ouaoutra associagbes «de nanurezacientifia [Viana 970:12-13] Estes ovo ideas esto telaciona- ds com a nova nogao de tempo e expasoassociados aos procesos de ind Uwalzago e urbanizagto Entre final do séeulo xv ¢inico do séeulo 2x, reflectindo uma nova forma de pensar, museu pass agregar novasactividades que evoluem 18 Independent deters vor ieioe de rele Reh Frac American go ever espa po do simples coleccionismo is priticas de conservago, registoedasiiasio dos objectos [Filho 2005-3) Em 18450 Parlamento inglés obrig tds osconcelhos ou cidads com mais ‘de 10.000 habitantes a possuitem museus de arte ede inca coma fnalidade soinstrirem cdivertica oy idadion Tostsiraente, tant Ingle, ‘Thomas Greenwood, definis os prncipsisobjetivos do museu,devendo este proporcionar ao vsitantevlger distracg rcionalleao mess tempo ser ‘uma insttigioeducativaacessivel as cidadios de todas as clases sci, A termina afirmou que o museu deve promover a educagio do maior nimero ‘de pessoas permitirestdos especalzados queles que tiveremcapacidade ‘vontade para. fizer Vana, 197013] Eilean Hooper-Greeshil, no ens “The Museum inthe Disciplinary Society” argumenta quea Revolugdo Fr 8 condiges para apa recimento de uma nova verde uma nova racionalidade que por seu ldo _gerou uma nova fancionalidade para uma nova insttugdo:o muse pbc, Este teve que lidar com duas ealidades distintas ade se destna elites spre lecimentos de emsino industrial Simultaneamente,sorgem na cidade do Portoontrasinsituigbes de earécter cultural como. Rel Biblioteca Pablica do Portoe o Museu Portuense er 833 ‘ou o Museu Allen em 838, B pois wma cidade em metamorose,influenciadn pelo poder da sua indistra ‘edo seu comércio, pelo pode centrale peas novascorrentes cultural quent Europa se am propaganda. 3. ANTECEDENTES DO MUSEU INDUSTRIAL E COMERCIAL, Do PoRTO AS EXPOSIGDES AGRICOLAS EINDUSTRIAIS DO SICULO XIX NA CIDADE DO. ‘As primeiras exposigoes industria elizadas er Portugal no século x0 ‘corer em Lishoa nosanos de 838, 184 ¢ 18. Na segunda metade do scala rig de um ministria destinad exclusvamente aos trsbalhos pblicos, so comércio 1 indastra, confere um 20v0 impulso nests reas da scdministrago central LaINomenos endospore (Garp mein ht ‘rome [No Fort, primeir rellexo deste novo impulso asco indastral ocorres 12 de Julho de 1857 com ainauguragio da sua primeira expositoagecola ‘organizada pea Sociedade Agricola do Porto. O abjctivo er incetiva os agrcultores produsio eas novas tecnologia [Vians, 1970: 70] ‘Aexposio, relizada no campo Torre da Marca sob grande aencao da imprens,prolongou-se por tuts dias. A colocaga0e disposigi dos paves ‘edos objects fo muito aplaudida [0 Periods Pores 3 Julho 857: ‘que pla imprens local, quer pelos cerca de 1.000 vistanteslrapass todas.sexpectativas [0 Comercio do Porta Jl) sta exposiga voltou a reaizar-se em 60, cantando desta vez com a presenss do rei. Pedro Ve dos InfantesD. Lise D. Jodo {Idem 33 Novembro 1860: 2) (Com uma disposi idéntica a de 185. fo considerada superior antevior io 6 no arranjo eb collcaga dos objets, mus pela excelena dos productos expostos (idem). 186 tem lugar aprimelea Exposigso Indra organizada ela Asociasto Portuense,no Paco da Bols [Viana,1971:71]-Semelhante3 Exposicio Universal de1851 em Inglaterra, contou com a participasio de (so expositores alguns dele expan As exposgoes pla cidade ams evolumando ediversifcando nas mais diver: sas reas: pintura, desenho e belas-artes.F nesta cnjuntura que um grupo de «idadaos resolve criar «Sociedad do Palicio Agricola, Indusale Comercial com objetivo de cnstrur um eifcio no lugar da Torse da Marca que aber suse todo otipo de exposiges, fests e vend de objectos. Assim sugiuo Plicio de Cristal que acabou por sera cOpiaposivel do edifcio construid para A Feira Industria de Londres” (SSren, 2000; $94. su inauguracaoocorteu em 16s com a realizago da primeira Exposigio Tnermacional da Peninsula Ibérica,contando mais uma vez, com presenga real Acxposicoalangou um grande sceso a0 nivel da participa do public eds expositoresA partir deste momento o Plicio de Cristal passa ser recinto ot 14 spree speoncnns Sey eam Ct et in terrence Corto der res Of de "ae deh Psst tne sn eben a “eno oma de esd de dito deur riviegado par todo tipo de expoigdes ea cade do Porta pasava a dispor partir desse momento de um local ioe projet par ese tipo de eventos. 0 CONSERVATORIO DE ARES EOFICIOS AO MUSEU TEENOLGICO Aideia de constiuig de um museu industrial ro nosso pais comegou.a ser Alicatid eegncioneds pr voll das ann 20d deux! Beta «em 8s6 por Decreto-k de 8 de Novembro é qu fo rida @ Comserva de Artes eOfcios de Lisboa, eguindo-se 0 ConservatrioPortuense de Artes ‘-Oficosem 9 de Janeiro de 837. finadade principal deses estabelecimentos era,deacordo com os refridos decretot lia ineruto pris em tdosos _rocesosindustriaes por meio da image. -Acolecgio do Conservatbrio deveria ser forma por maquinas, models, ‘tenis, desenos,desriges livros relacionados com as diferentes artes, cespalhados polos viros stabelecimentos Publics. sts objecos deveriam scr devidamente clssifcados de acorda com asta naturezae guardados pot ‘oxdem cronolgca,estando previst a reaizago,de dois om dois anos, de uma “xporisiopiblica ns saa do Conservatério com prodtos dasindstris Em 152, com anova reforma do ensino industrial, os Conservtérios de Artes ‘ Ofcios so substiudos peo Instituto Industri de Lisboa e pela Escola Industrial do Porto com ajustifcagi de que nto tinham atingido os objectivos propostos[Decretoei de 30 Derembro i852, a0. .°]-Apenas last tuto Industral de Lisboa tnha anexado sua estutura um Muset Industrial, uum nova reforma do nsino industrial Nesta teforma de 1864 a Escola Indusval do Porto pasa Instituto Induseal, pasando paisa contar con dos institutos industria Foram necesrios apenas doze anos paras asst Jntamente com ests estabeecimentos de ensin so criados uma série de cstabelecimentosausiliaes entre os quais um muse tecnoldgico que devera compreender modelos deseo, nstrumentos, diferentes productos materaes todos os objets proprio parm lustre o enna dunia [Decreto-le de 20 Desembeo 185) a1 41°) ro emote oes cnahafe [sto same leiaamens memsobjcie| ae cael Sibe-se no entanto,atavés da correspondéncia oficial do Instituto Industri o Port existente no fundo documenta do Museu Parada Leitio, que o Museu Tecnlgico do Porto pasou por bastantes difculdades nomeada- ‘mente de ordem financeira eda falta de um espago condizente com 3 9s recesses. ‘Apenas em Abril de 183 fo-Ihedestinado uma sla para ella princpiar a cstabeleero muse tecnaligico (26 Abril 873). No entanto fae 2 reduridas imensoes da sala fea dela de que est era mais um espag pata depostar ‘sobjectos que iam sendorecolhidos. Nao obstante esta conrariedades,0 Museu entre 1875 ©1883 reyitou aguiscao de vavaspecas objects, designadamente ferraments e miguinas versa, algumas dlas adquridas em exposiéesinternacionas. Peo meio, ainda contribu para pateipaga portuguesa na Exposigo Univeral de Paisem 178, Inifeentea este esforco,0 governoconsiderou que o Museu ‘Teenologico no atngi os obectivas propostos Por este mative crow em substtuigso dos Museus Tenaldgicos“ os Museus Industrisise Comerciis de Lishoa edo Porta, 4. OMUSEU INDUSTRIAL F COMERCIAL DO PORTO FUNDAGkO, ORGANIZAGAO HOBIEETIVOS ‘Acriagao dos Muscus Industriaise Comerias de Lisbos edo ort inerem= se numa politica adoptada pelo govern em relas80.0 easing industrial e ‘comercial ue visavaacompankarepromove odesenvolvietento industrial, ‘comercial aquelaépaca (Oficalmente,o Museu Industrial e Comercial do Porta suginsm 24 de Dezembro de 883 [Diario do Goveron. 297,31 Dezembro 188: 3193] porn ciatva de Anténio Augusto Agua", Pretendla-se que estes muses fossem ‘um complementondispensivel escola industria ede desenbo industri «tindas pouco depois em 3 de ancro de 854 [Gomes, 19795] 8s ‘© museu estava divi em dua secede uma industri e outta comercial, acl uma subdividida em nacional eestrngeira. A zona nacional ainda estava Avia em metrdpoee colonial [Dito do Governo ns 1057 Mato 1881160) Asa administra deveria ser compost por tes membros:0 presidente da Assoctagso Comets! do Porta, um delegado fo isto Industral do Porto uma outra pessoa que una os dots necsris para 0 bom desempeno estas meges[ Gomes, 1979: 5] Os objects estavam organizados de acordo ‘coma sus origem efinaldade, procurando demenstrar os vrios estados que © object passava desde a matéria-prima original at km forma quit, “Ambieionava-se também que. Museu Industral e Comercial do Porto pro- porcionasse instrusio pritica através da exposigio dos produtos, prestando 20 ‘mesmo tempo um servigo aos prodtoresecomerciantes através da amostra- gem de obteng dos objecos necesros de uma forma vantajosa [Dido do Governo n. 103,7 Maio 1884: 159-116] (© muscu, com entrada ie, poderi ser vistado dariament,devendo exibie exposiges de caricter permanente dspondo a maior informacso possve junto a cada objecto — pro, fabricanteorigem ou qalquer outro eslarecimento ue fose necesito [em 160]. A exo dos objetos era da responsabilidad da direcgio do muscu. ara alm das escoas industria de desenho, i anteriormentereferida, 20 ‘Museu estava também anexo uma biblioteca quedeveria ter 0 mesmo horitio| do Museu, sendo.oconservador também bilioteciro [Ibe], ara garantiro seu funcionamento o Museu preva a incluso de um conser- ‘dor, um guard e dos serventes, podendo ser amentado sempre que as necessidadesoexigisem Ubider], ‘Ao conserva cabin tarela de organiza as coleegoes a biblioteca, formu Jaros catalogs, redigr toda a correspondencia do museu esuperintender 0 servigo dos outros funcionios. © guarda estavaincumbido de vigiar as sas, prestar indicages a0 publico em gral eexecutt qualquer outro pedi do ‘onservadr biden 194 Dros mee saline de [ah ecu inode Indust ‘ean de rans Vise prapisn ae bebo Em fnas de 1888 o governo portugues sentiu a necesidade de terar| novamentealgunsaspectos da organizagso ds museusindustrias¢comer- ‘ins partir desta altura 0 maseu pass a estar dvidido em ts seebes: comercial industrial e arte industrial com acorrespondente ses80 nacional cestrangit,introdrindo-se a expresso de “muscu abulant”[Decretocei dens Dezembro 1888, art 9"¢ 22°)". Naestruura ditetva, cargo de rector pasa ser remunerado,podendo agora acumula a fuagio de con- servador. partir de 8910 Muse passa ater cinco secges gers em verdas rs que tinha até ento: ds existentes comercial industrial etecnoldgisjunta-se ate industrial e« pedagegica [Decreto-1ei de 8 Outubro 89), ant° 75 CCriou-se um gabinete de estudo para os visitantesfazerem cSpas ou dsenor os objects expostose uma oficna modelo para abastcimento do material as escola edo Instituto Industral e Comercial [dem art 75°61 (0 Museu fica obrigado a realizar uma exposigio com a periodicidade de dois aos que englobasse todos os tabalhos produzidos nas escolas ndustrais do reino Para alm desta exposiho,o Museu do Por sinha que realizar uma ‘exposigio anal com os trabalhos das excolasindustriss da suacircunscrigio [idem ares 68" INSTALAGKO EFENCIONAMENTO Do MUSEU -Acrganizagoe instalagso do Must Industrial ¢ Comercial doPortodeve-s¢ {eriniciado pouco depois da nomeasio de Joaquim de Vasconcelos para. 0 cargo de conservador do muse. _inaugurago do Museu que conto coma presenga da minis Anna Angustode Agung scedeu-s 0.1 de Maro de 8860 Antigo Cico Olypco do Palio de ris [A Actua, 9 Margo 186] acthenco ma sua nau sarap cera de 3.00 vstante dem, 2 Margo 8862] e mencend grande destague daimprensaportusnse Aden do Museu tnha a forma de um poligono de dove faes eon: uma re otal «de1.a5o metros quadrados e mais de 40 vtrinas numa “dispsicosimilhante 195 (a Danica pen cress ‘momar 4 que em muito maior esa foi adoptads pars opalicio da exposigao univer sal de Pars em 1867" [A Actuaida 19 Margo 8861) ‘Ao Museu estava anexade a exola de desenho, a secretaria a biblioteca, Ess titima contin por esta altura entre 4008500 obras afectas ao ensino indus ‘rae comercial, n0 possuindo ainda tl como 1 sereuria,do mobiliacio ‘completo. Por seu ado, a escola de desenho estas complet, funcionando js "hi mens” [dem 9 Margo 1886: 2] _Deaconto com alegistago em vigor na altura, as oleyBesdistribufam-se em dus grandes scccdes:a nacional ea estrangeira,nibividindo-sa nacional em metropolitna¢ colonia A seegio nacional eraa que mais produtos expusha, tanto em quantidade como em qualidade, exposicao das colonas oupava pouco mas do que wma vtrna ea ecco das indstriasestrangeea era composta por produtos rovenientes de paises como a Inglaterra, Helgi, Austria, Hungria Estados ‘Unidos da Amica, Inmeditamente apo fim de semana dainauguragaoadtecgao do Museu, através do seu conservador Joaquim de Vasconedos, publica ma mprensa da ‘dade um anunci informando a abertura diva do Museu entre a0 © a8 1 horas, com excepo da sun feira™| [0 Frineio de Janeiro, 23 Mango 23863)" “Enquant fosqum de Vasconcelos is trabalhando por et ltrs n catalogs ods peas, uma crescenteaflutncia de novos produtos obrigou o muscu a _ncertr provisoriamente em meados de 886 para que se procedese 3 wins reformulagao!\(a Actualiade, 27 Julho 186: 2] {A1 de Outubro de 886, em reuniso de direc, fot comunicado 0 aumento

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