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Uma Anilise do Capitulo de Abertura da Confissao de Fé de Westminster Derek Thomas EDITORA OS PURITANOS 1998 E proibida a reprodugao total ou parcial desta publicacao, sem autoriza¢do por escrito dos editores, exceto citagdes em resenhas. Traduzido do original em inglés: The opening chapter of the Westminster Confession of Faith. By Derek Thomas (EPC - June/July - 1993 - Belfast) Traducao: Marcos Vasconcelos Revisao: Emir Bermeguy Filho 1". Edigao: 2.000 exemplares Junho de 1998 Capa: Elaine Bertoni Clemente Editora Os Puritanos Fone: (011) 6957-3148 Impressao: Facioli Grafica e Editora Ltda. Telefax: (011) 6957-5111 Drefacio A Assembléia de Westminster foi a mais notavel assembléia protestante de todos os tempos. Na Aba- dia de Westminster os grandes tedlogos puritanos se reuniram durante cinco anos, seis meses e vinte dois dias, com 1163 sessdes (1643-1649) para redigir um dos documentos mais importantes da histéria da Igreja: A Confisséo de Fé de Westminster, além de dois Catecismos, um Diretério de Culto e um Saltério. Cada delegado participante desta assembléia teve de fazer um voto: “Solenemente prometo e fago voto diante de Deus Todo-Poderoso, que nesta Assembléia de que sou membro, nada sustentarei em matéria de dou- trina sendo o que creio ser mais de acordo com a Palavra de Deus..., senéio 0 que possa contribuir para a gloria de Deus e para a paz eo bem de Sua Igreja”. Mas temos percebido ao longo do tempo que existe um descrédito e falta de zelo por parte da liderancga reformada do nosso pais em relacao a importancia, validade e cumprimento da Confissao de Fé de Westminster. Verdades confessionais sdo freqiientemente omitidas para que se ordenem pas- tores para congregacGes ditas reformadas. Temos conhecimento de igrejas “reformadas” que elegeram oficiais que nao aceitam a doutrina da predestinacao, da expiacao limitada, da deprava- ¢ao total do homem, da suficiéncia das Escrituras, apenas por necessitarem de elementos para compor o numero de presbiteros. O mesmo se aplica para pastores. Sabemos de igrejas que ordenaram pasto- res claramente arminianos para assumirem 0 pastorado de igrejas presbiterianas. O que eles vao ensinar ao rebanho? O que a igreja aprenderé com estes pastores? Se eles nado s4o reformados, calvinistas, 0 que iréo ensinar? Nao ha doutrina neutra. A resposta esta com Spurgeon e George Whitefield que diziam: “o homem natural j4 nasce arminiano”. Por que eles fizeram esta afirmag4o? Porque a doutrina arminiana, centrada no homem, na sua capacidade, no seu livre-arbitrio, é prépria do homem natural. Isso é 0 que eles irao ensinar. Infelizmente estA caracterizada o pragmatismo jesuita na igreja brasileira, a falta de zelo pelas ver- dades biblicas e o amor pelo rebanho: Os “fins” é que séo importantes sem se olhar para os “meios”. Estive conversando com determinado ministro sobre o fato de que alguns pastores que se dizem reformados, afirmarem categoricamente com um “sim piiblico, no dia da sua ordenacdo, ao serem confrontados com a pergunta constitucional: “Recebeis e adotais sinceramente a Confis- sio de Fé e os Catecismos desta Igreja (Westminster), como flel exposigao do sistema de doutrina, ensinado nas Escrituras?”. Eles respondem: “ Recebo, sim, senhor"! E quan- do dizem “SIM”, estéo apoiando afirmagdes como estas. “Isto torna a Escritura Sagrada indispensdvel, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelara sua vontade ao seu povo" ...Todo conselho de Deus concernente a todas as coisas ne- cessirias para a gloria dele e para a salvagao, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode ser légica e claramente deduzi- “ dela. A Escritura nada se acrescentar4 em mpo algum nem por novas revelagdes do Eeutito, nem por tradigé6es dos homens” (Confissio de Fé de Westminster cap. I. — Paragrafos I.VI). Mas, na pratica, por raz6es pragmaticas, negam o que “sinceramente” e positivamente responderam. Reconhego que muitos pastores nao se enqua- dram neste raciocinio. Quero ser honesto com es- tes. Quando sao ordenados dizendo “sim a Con- fissao de Fé de Westminster e Catecismos o fazem sem atentar para as implicagdes da sua afirmacao. Outros acham que a existéncia de uma Confissao de Fé é irrelevante e assim fazem afirmacées insinceras e contraditérias como o “sim” ‘que pro- nunciaram na ocasiao da ordenacao. Esta é uma ati- tude condenavel. Para ser mais preciso ainda, afir- mo que muitos disseram “sim” por nao terem estu- dado com afinco a Confissao de Fé no periodo que passaram no Seminario. £ verdade que alguns, de- pois do ato de ordenagao, mudam de pensamento e conviccées. Dizem: “Se soubesse que era assim, nado teria dito o “SIM” na ocasiao da minha ordenagao!”. Isso é possivel, mas nao menos estranho pois a situ- acao continuara sempre contraditoria, visto que es- tes pastores labutam em uma igreja confessional e sem concordarem com a Confissao de Fé que a igre- ja considera ser baseada na propria Palavra e uma fiel exposicao escrituristica. E como se estivessem sendo infiéis para com a igreja todos os dias. Al- guns mais arrojados e pretensiosos (mas coerentes por discordarem da mesma) defendem mudangas na Confissao de Fé de Westminster e nos Catecis- mos. Diante disso, as perguntas obrigatorias séo: O que mudar? Quem ir4 mudar? Como mudar sem ferir as Escrituras? Como mudar certas afirmacdes sem ter de mudar outros pontos que a elas estéo entrelagados? Isto me faz lembrar um pensamento puritano que dizia: “E facil dizer uma mentira; difi- cil é dizer s6 uma mentira”. Diria eu: “E facil mu- dar uma afirmacaéo da Confisséo de Fé de Westminster (seria?), dificil é fazer s6 uma mudan- ca”. Quero fazer um destaque aqui que considero muito importante. A Confisséo de Fé nao é um dogma que deve ser obedecido como uma bula Pa- pal, uma afirmagio ex-catedra, considerada infali- vel. Nao! Ela é falivel e nao canénica, mas é uma fiel exposicao das Escrituras, uma “grande explicacdo da Biblia”. Pessoalmente creio que este é um tempo em que a Confissao de Fé de Westminster é de extrema necessidade para as igrejas reformadas do Brasil. Por que? 1) Ha uma necessidade de Unidade doutrindria baseada na Verdade. 2) Para termos uma forte defesa contra outros pressupostos baseados em tradic6es religiosas hu- manas. 3) Para termos armas para defesa contra inimi- gos teoldgicos. 4) Por vivemos uma época de indefinigao dou- trindria na Igreja Brasileira. 5) Por termos lideres que estao trilhando o cami- nho pragmatico do experencialismo. Para eles, as experiéncias é que ditam as doutrinas e nao o inver- so. A experiéncia 6 que tem sido “a regra de fé e pratica”. Se nds féssemos considerar como verda- deiros certos ensinos, apenas porque as pessoas tém experiéncias “extraordindrias”, estariamos destru- indo as Escrituras, visto que muitos tém experién- cias as mais bizarras e antibiblicas. E bom lembrar que muito do que se ver relatado na Biblia de extra- ordindrio nao era de Deus e até condenado pelo pr6- prio Senhor Jesus. Devemos ficar com a Biblia ou a experiéncia dos homens? E muito comum ouvirmos esta pergunta: “O que vocé diz de ‘fulano’ que é tao piedoso e teve tal experiéncia”? A resposta é: A ver- dade vird como resultado de se ser muito piedoso ou pela Palavra de Deus? Sera uma batalha para se saber quem é mais piedoso e assim se aprovar seus atos e ensinos? Nao. Quantos piedosos foram here- ges? Nas seitas, por acaso, nao existiram e existem pessoas tao zelosas que nos fazem corar de vergo- nha? 6) O pluralismo religioso invadiu o “arraial” evangélico brasileiro. Nao mais ha uma verdade a ser aceita e ensinada. Todos sao donos da verdade, ou seja, todos tém a sua verdade. Por outro lado, esta afirmagao tem uma outra face. Ela pode ser dita assim por alguns: “Ninguém é dono da verdade”! Acham que est4o fazendo uma afirmagao piedosa e coerente. Indago destes: Vocés quando sobem ao pulpito para pregar, estariam pensando: ”O que vou dizer aqui é apenas o que acho ser a verdade. Mas talvez esteja errado e até acho que existem outras verdades. Depende da forma como cada um faz sua interpretagao ou depende de certas culturas onde se vive. De modo que, espero que os ouvintes fa- cam as apreciagdes devidas e decidam o que acei- tar, porque n4o sou dono da verdade, apenas pode ser que seja verdade”. Teriam coragem de pensar assim? 7) Por nao termos pureza doutrinéria. A influén- cia arminiana, dispensacionalista, mistica, pragma- tica, tem trazido impurezas ao nosso meio. Um dos meios de se defender a fé (Fl. 1:27) é pela Confissao de Fé. Nossa fé deve ser confessada. 8) Por nao se colocar em pratica a afirmacao de que sé a Biblia deve ser regra de fé e pratica. Isto é exatamente 0 que a Confissdo de Fé exige e afir- ma. Mas muitos tém quebrado este pensamento com 0 pretexto de combater uma “ortodoxia morta”. Nada mais equivocado, pois os que formularam a Confisséo de Fé foram homens de extremada pie- dade (puritanos) e de profundo conhecimento bi- blico. O problema é que muitos sao influenciados pelo pdés-modernismo que afirma que as crengas do passado foram condicionadas pela cultura da épo- ca que as produziu e por isso nao serve para nds hoje. Assim, surgiu a idéia falsa de que se pode ser piedoso e sincero sem doutrina, sem um corpo teo- l6gico formulado sistematicamente. Uma piedade sem biblia, uma piedade mistica. Chegam a pensar que doutrina sao meras palavras e que servem ape- nas para dividir ou nao tém aplicagao pratica. Ja ouvi de pastores afirmagées como esta: “Agradece- mos muito a Calvino e todos os reformadores; as doutrinas da Reforma foram importantes para aque- la época, mas temos de ficar é com a Biblia” (Como se a “batalha” da Reforma nao fosse fundamentada na Biblia). Se é assim, nao podemos fugir daquele ensino que a Reforma mais resgatou; temos de ficar com o principio Reformado: Sola Scriptura. Quando alguém fizer a afirmagao de que s6 aceita a Biblia e nao a Confissdo de Fé de Westminster, pois é “coisa de homens”, devemos perguntar: Aceita a Biblia aberta ou fechada? Se aberta, deve ser apenas lida ou também explicada? O coerente era té-la ape- nas fechada, ou no maximo lida, pois se for aberta e explicada, creio que todos nés vamos preferir nado a sua “explicagéo” mas “explicagéo” da Confissao de Fé. Além do mais, nao é coerente fazer uma afirma- cao desse tipo (de que prefere somente a Biblia) e subir ao pulpito, pregar a Palavra, explicar a Pala- vra, interpretar a Palavra, expor a Biblia, e exigir que aceitemos a sua interpretagdo que pode estar tao cheia de pensamentos pessoais, tao centrada no homem (caso seja simpatico 4 énfase arminiana, por exemplo). Nao é mais coerente aceitar a inter- pretagdo da Confissao de Fé, fruto de quase seis anos de intenso estudo, debate, oragdo e preocu- pagdo em ser o mais preciso possivel? E verdade que a Confisss4o de Fé é uma interpretagao falivel das Escrituras, mas desafio, especialmente os pre- gadores de hoje, que preguem e facam uma inter- pretacao biblica a altura da Confissdo de Fé de Westminster. Vocé pregador, que lera este livro, acha que seus ouvintes devem ficar com sua expli- cacao das Escrituras e rejeitar a explicagao da Con- fissao de Fé de Westminster? Chamo atengao para esta argumentacdo: Pas- tor, néo entendeu ainda que rejeitar a Confissdo e ficar “s6 com a Biblia” (como dizem) é “pedir” para que eu nao aceite também sua exposi¢&o biblica? Nao percebeu que ao pregar vocé esta fazendo uma confissao também; uma confissao daquilo que cré, e mais, esta exigindo que a congregacao aceite esta sua confisséo? Se vocé pensa s6 “aceitar” a Biblia, nao faga exposi¢ao biblica, nado faga sua confissao, apenas leia a Biblia para a congregacao. Nada mais! Caso contrario, entraré em contradicao. Mas 0 problema é que nao queremos ficar s6 com as Escrituras. Queremos “algo mais”. Os reformadores diziam: Sola Scriptura! Ela é sufici- ente! Mas os lideres de hoje querem novas revela- ges. O nosso problema hoje é um problema de fal- ta de fé, nao de falta de fé em Cristo, mas de fé nas Escrituras, elas nao sdo mais suficientes. Isso acaba sendo um menosprezo as Escrituras e um insulto a Cristo. Creio que este livro podera nos dar uma visao profunda da importancia das Escrituras como uUni- ca regra de fé e pratica. O Pr. Derek Thomas é um estudioso do pensamento puritano e expde aqui o pensamento dos puritanos com respeito as Escritu- ras, conforme é apresentado na Confissao de Fé de Westminster, no seu primeiro capitulo. Manoel Canuto (Editor da Revista OS PURITANOS) A Vis&o Puritana das Escrituras Uma Anilise do Capitulo de Abertura da Confissao de Fé de Westminster A composigdo da Confissao de Fé de Westminster constitui a realizaco central da As- sembléia de Westminster e, provavelmente, a maior aquisicao do século XVIL. Ao avaliarmos o seu valor nés consideraremos apenas o seu ca- pitulo de abertura, DAS SAGRADAS ESCRI- TURAS, que é uma avaliagao extensiva e cuida- dosamente redigida da natureza das Escrituras. B.B. Warfield escreveu certa vez sobre a im- portancia deste capitulo: “Certamente néo ha em todo o conjunto da literatura confessional nenhuma exposi¢ao de doutrina concebida de manceira t4o nobre, ou téo habilmente trabalhada como o capitulo ‘Das Sa- gradas Escrituras’, que os tedlogos de Westminster colocaram no topo da Confissao, e ' Assembléia de Westminster e sua Obra. (Mack, 1972), p.155 colocaram-no como o fundamento do seu siste- ma de doutrina”!. Warfield cita Schaff, o historiador da Igreja que assinalou: “Nenhum outro simbolo Protestante tem uma exposi¢gao to clara, judiciosa, sensata e exausti- va deste artigo fundamental do Protestantismo”?. O fato deste capitulo ser colocado em primei- ro lugar, antes de qualquer considerac4o sobre Deus ou Cristo (como outras confissdes o fize- ram) nao se trata de um acidente de composi- ¢40. Mas reflete a convicgao dos tedlogos de Westminster de que toda teologia que sabemos de Deus é baseada naquilo que o préprio Deus revelou-nos nas Escrituras. A Biblia é, nas pala- vras de Calvino’, nosso “guia e mestre” em cada area da vida. O fato de a Biblia ser a Palavra de Deus escrita forma a pressuposi¢4o basica sobre a qual toda e qualquer outra doutrina é formula- da. Segue-se a isso que uma visdo defeituosa das Escrituras leva a uma teologia defeituosa. * Ibid. Warfield esta citando “Os Credos da Cristanda- de”, 1877,p. 767. * Os tedlogos de Westminster tomaram emprestado de Calvino na produg4o deste primeiro capitulo, vide B.B. Warfield, Op. cit., p. 161 O capitulo comega com uma afirmagao sobre a Escritura: “Ainda que a luz da natureza e as obras da criagdo e da providéncia manifestam de tal modo a sabedoria e 0 poder de Deus, que os homens ficam inescusaveis, todavia nao so suficientes para dar aquele conhecimento de Deus e de sua vontade, necessarios 4 salvagao; por isso foi o Senhor servido, em diversos tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar a sua Igreja aquela vontade; e depois, para melhor preservagdo e propagacdo da verdade, para o mais seguro es- tabelecimento e conforto da Igreja contra a corrup¢ao da carne e malicia de Satanas e do mundo, foi igualmente servido fazé-la escrever toda. Isto torna a Escritura Sagrada indispensa- vel, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo” (Capi- tulo I. p. I). A relevancia desta afirmacfo vai muito além de uma simples exposi¢ao escrituristica. Ela con- tém uma afirmacao de tremendo significado so- bre a revela¢ao em geral. Todo homem tem im- plantado dentro de si um conhecimento de Deus, ou como Calvino coloca, “a semente da religiaio”. Mesmo sem a Biblia o homem natural esta cons- ciente da bondade, sabedoria e poder de Deus. E isto, naturalmente, que Paulo deixa claro no ca- pitulo de abertura de Romanos, uma verdade que 13 é fundamental para tudo que ele vai dizer mais adiante. A conseqiiéncia desta revelagao é que o homem € indesculpavel. Se ele reconhece a real revelagéo de Deus é outra questo: o homem natural se apropria da verdade em injustiga. Po- rém esta supressio da verdade nao invalida de modo algum a genuinidade da revelagao. Todo homem sabe mais do que esta preparado para admitir. Mas a revelagao geral nao traz consigo a mensagem redentora. Ela diz aos pecadores nada mais do que Adao em sua inocéncia sabia. Ela nao da qualquer indicagao de que Deus pode perdoar aqueles que quebram a Sua Lei. Ela con- vence do pecado, porém nao oferece qualquer esperanca de perdao. Ela prega a Lei, mas nao 0 Evangelho. Por isso, Deus decidiu assegurar que sua mensagem de perd&o por meio da fé em Je- sus Cristo fosse escrita na forma de um registro permanente. A afirmacdo da Confissao de Fé € um testemunho de que a Biblia é mais do que um simples registro de revelagdes passadas de Deus através dos séculos; ela é em si mesma uma re- velac4o de Deus. Ao produzir a Biblia, Deus es- tava revelando-nos o que precisamos saber para nossa salvagao. A afirmacdo de abertura contém uma nega- cao da continuacao de revelagdes da parte de Deus. Tudo que precisamos saber foi escrito na Biblia, e todas as assim chamadas revelagGes pri- vadas cessaram. Isto tem relevancia para um pro- 14 blema contemporaneo: o fendmeno do falar em linguas e a profecia. Se profecia e linguas sao novas revelagées - como elas sem duvida sdo no NT - elas sao rejeitadas e nio admitidas até ao ponto que concere esta afirmacAo da confissiio. Inspiragdo e Canon A segunda afirmacao do capitulo de abertura é uma afirmagao do canon da Escritura. Para es- clarecer melhor, uma terceira afirmag4o descar- ta os escritos apécrifos como sendo Escritura. Além disso, a segunda segao acrescenta uma afir- magado curta, porém crucial no sentido de que todos os livros canénicos foram “dados por ins- piragao de Deus para serem uma regra de fé e pratica”. A expressio “Inspiradas por Deus” (as referéncias Biblicas foram acrescentadas mais tarde como notas, na Confiss&o, mas indicam as passagens das Escrituras que eles tinham em mente ao formularem esta Confissao) traduz uma unica palavra grega, theopneustos, que quer di- zer “soprado por Deus” - expirada, poderiamos dizer, e uma tradug4o mais acurada do que ins- pirada. Esta é uma referéncia nao tanto para os escritores, mas para os seus escritos: toda Escri- tura vem de Deus. Em outras palavras, 0 que os tedlogos queriam dizer com inspiracdo é que homens escreveram precisamente 0 que Deus queria. Ao citarem II Pedro 1:21 eles estavam se referindo aquela expressdo, “movidos” pelo Es- pirito Santo que capacitou os homens a falarem 15 da parte de Deus e escrever de Deus. Deste modo, as palavras das Escrituras sio as proprias Pala- vras de Deus: elas sao os ordculos de Deus, ci- tando a frase de Paulo (Rm. 3:2). Segue-se tam- bém que a parte do homem na produgio das Es- crituras foi meramente transmitir o que recebeu. “Teologicamente”, escreve J. I. Packer: “...a Bi- blia encara os escritores humanos como nada ten- do contribuido, e as Escrituras como sendo in- teiramente a criac&o de Deus”. Dois corolarios emergem da inspirac¢&o. A primeira é o canon das Escrituras: para que um livro seja canénico ele deve ser inspirado e a ta- refa da Igreja no estabelecimento dos limites do canon era de discernir se os escritores eram ou nao inspirados. Ao reconhecer esta qualidade, a Igreja nao conferiu autoridade a escritos huma- nos, mas simplesmente reconheceu a autoridade inerente ao proprio escrito. O segundo corolario tem a ver com a autoridade, e a Confissdo forne- ce uma exposi¢4o separada para isso: “A autoridade da Escritura Sagrada, razZo pela qual deve ser crida e obedecida, nao depen- de do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas depende somente de Deus (a mesma verda- 4“ Inspiragao da Escritura” , A origem da Biblia, ed. P.W Confort (Tyndale, 1992), p. 33 16 de) que é 0 seu Autor; tem, portanto, de ser re- cebida, porque é a Palavra de Deus” (Cap. I p. IV). A autoridade biblica se apoia na inspiragao biblica. A autoridade das Escrituras se apoia no fato que Ele a deu. Por que deveria eu acreditar no que a Biblia diz e obedecer 0 que ela ordena? Porque a Escritura é nada menos do que o falar de Deus a nds dirigida: “O VT em Hebraico...e 0 NT em Grego...sendo inspiradas imediatamente por Deus...”* (Cap. 1 p. VIID). As palavras da Bi- blia sdo nada menos que “o Espirito Santo falan- do” (Cap. I p. X). O dobrar-se perante as Escri- turas resume a pura religiao. E 0 Cristianismo! Inerente a esta exposic¢ao da confissao de fé esta uma crenga na infalibilidade ou inerrancia da totalidade das Escrituras. A doutrina da Con- fiss&o é 0 da inspiragdo plenaria: tudo que for Escritura é inspirado. Segue-se a isso como Warfield insistiu tao vigorosamente, que a afir- mac&o da Confissdo sobre inspiracao exige a veracidade e confiabilidade total de tudo que as Escrituras dizem. Nada nos faz concluir das pes- quisas e estudos modernos das Escrituras que a Biblia contenha erros em algum ponto. Essa é a - pedra de toque do evangelicalismo hoje. O capi- 5A oitava secao deste capitulo foi considerada tao impor- tante, que uma conferéncia especial foi feita entre certos membros da Camara dos Comuns e os Tedlogos da As- sembléia. 17 tulo de abertura da Confissfo de Fé de Westminster néo encontra nem um minimo de falta neste exato ponto. O Testemunho Interior do Espirito Seguindo Calvino, a Confissao enfatiza o tes- temunho interior do Espirito Santo (o testimonium internum Spiritus Santi). Apesar de todas as evidéncias da autoridade das Escritu- ras, o homem precisa da preparagao interior do Espirito para convencé-lo da sua confiabilidade: “...contudo, a nossa plena persuasGo e certeza da infalivel verdade e divina autoridade provém da operacdo interna do Espirito Santo que, pela Palavra e com a Palavra, testifica em nossos coragées” (Cap. I p.V). A razao para tal nao é dificil de se achar. O pecado dentro em nos, a tendéncia anti-Deus que esta enraizada em cada um é um legado recebido de Adao que tem um efeito sobre nossas mentes assim como sobre nosso comportamento: ela produz uma insensi- bilidade para com a verdade; a isso a Biblia cha- ma de cegueira ou dureza de coragdo. Assim como a luz de nada serve para um cego, a Biblia permanece um livro fechado até que o Espirito Santo o abra. E a verdade exposta por Paulo em 1Co 1. Nas palavras de Calvino: “Se nds deseja- mos providenciar o melhor caminho para nossas consciéncias - para que elas nao fiquem perpetu- amente tomadas pela insensibilidade da duvida ou do vacilo, e para que elas também nao hési- 18 tem diante das menores discussdes - temos que buscar nossa convicc4o num lugar mais elevado de que razdes, julgamentos ou conjecturas hu- manas, isto é, no testemunho secreto do Espiri- to” (Institutas I. 4). Esta é uma énfase que € no- vamente repetida no capitulo que trata da Fé Salvadora (14). Refletindo sobre o que a Escri- tura nos diz de como o coragao de Lidia foi aberto para que ela cresse, a Confissao da mesma for- ma enfatiza que “a graca da fé, por meio da qual os eleitos sao capacitados a crer para a salvacao de suas almas, é obra do Espirito de Cristo nos seus coracées...” (14.1). Bem no come¢o da Confiss&o, encontramos uma énfase na obra do Espirito Santo: na inspi- ragdo e preservagao da Palavra de Deus, junto com a necessidade da obra do Espirito em con- vencer o nao crente da credibilidade e do signifi- cado da Biblia. Ja que a Confissao é comumente criticada por sua omiss4o de um capitulo sobre o Espirito Santo, estes pontos precisam ser trazidos na mente. Hoje em dia, a Igreja poderia desejar da Confissdo uma afirmacao mais clara sobre os dons do Espirito, e possivelmente sobre o batismo do Espirito, mas estas nao eram questées de contro- vérsias no século XVII. Em esséncia, cada aspec- to da obra do Espirito é abordado. 19 Suficiéncia Numa outra secao (I. VI), elaborando mais adiante sobre a necessidade da iluminagdo inte- rior do Espirito de Deus como necessaria para 0 entendimento salvifico das coisas como sfo re- veladas na Palavra, a Confissao acrescenta uma exposigdo sobre a suficiéncia das Escrituras. “Todo o conselho de Deus concernente a to- das as coisas necessarias para a gléria dele e para a salvagao, fé e vida do homem, ou é expressa- mente declarado na Escritura ou pode ser logica e claramente deduzido dela. A Escritura nada se acrescentara em tempo algum, nem por novas revelagdes do Espirito, nem por tradigdes dos homens...” (Cap. I, p. VI). Duas questées estao por detras desta afirma- go: primeiro, a posi¢ao de Roma em reclamar a autoridade da Igreja em matéria de fé e vida; se- gundo, a tendéncia dos anabatistas de citar no- vas revelacdes do Espirito como algo normativo da fé e comportamento cristos. A implicagao desta afirmagao para o fenémeno carismatico moderno dificilmente poderia ser mais relevan- te. Reivindicagdes de revelagées diretas e imedi- atas do Espirito nao tém lugar no pensamento dos tedlogos de Westminster. Varias quest6es emergem desta afirmacfo: 20 I) A Biblia € completamente adequada para governar cada area de nossas vidas. II) Sobre a quest&o da consciéncia crista, nds nao temos o direito de ir além do que a Escritura claramente colocou. Trata-se de uma imposi¢gao, insistir na obediéncia a qualquer lei feita pelos homens. TID A Palavra de Deus é¢ a unica regra para nos guiar na fé e na vida. Por conseqiiéncia a propria Confissdo nao deve ser colocada ao lado, muito menos acima das Escritura; A Confissado sao padrées subordinados cuja autoridade ape- nas é derivada da sua conformidade aquilo que diz a Escritura. IV) Nem tudo que precisamos saber é acha- do explicitamente e afirmado nas Escrituras. Al- gumas coisas devem ser inferidas por “boa e ne- cessaria conseqliéncia das Escrituras. Assim as doutrinas da Trindade, batismo infantil e o direi- to das mulheres de participarem no ceia do Se- nhor s&o todas deduzidas das Escrituras. A Bi- blia nao nos da descrigdes minimas e detalhadas de cada detalhe da vida. No culto, por exemplo, a Biblia nada tem a dizer sobre horarios de culto ou coisas como roupa, ordem de culto, as ver- sdes das Escrituras a serem usadas. Aqui nds devemos usar nossas mentes renovadas, ordena- das pelo Espirito Santo, usando tudo que a Bi- blia diz, como um guia. 21 Clareza Talvez seja a doutrina da clareza da Escritu- ras, agora muito negligenciada, porém ainda con- servada na teologia Protestante, que parece ter um lugar de honra na Confiss4o de Westminster. “Na escritura ndo sdo todas as coisas igual- mente claras em si, nem do mesmo modo evi- dentes a todos; contudo, as coisas que precisam ser obedecidas, cridas e observadas para a salva- ¢4o, em uma ou outra passagem da Escritura so tao claramente expostas e aplicadas, que ndo sé os doutos, mas ainda os indoutos, no devido uso dos meios ordinarios, podem alcangar uma sufi- ciente compreensao delas” (Cap. I. p. VII). A razdo para esta énfase nao é dificil de en- tender. Eles sabiam que existem partes nas Es- crituras que seriam dificeis de entender. Jesus nao disse que as pardbolas seriam dadas para que aqueles que as ouvissem nao pudessem entendé- las? (Marcos 4:1 1-12). Nao foi Pedro que disse que achou alguns trechos de Paulo ininteligiveis? (II Pe 3:15-16). E verdade! Porém, os reformadores queriam afirmar algo importante: que cada crist&o tem acesso 4 verdade da Pala- vra de Deus. Em outras palavras, por detras des- ta doutrina da clareza da Escritura esta a igual- mente importante verdade do periodo da Refor- ma: o sacerdécio de todos os santos. 22 Tendo exatamente derrubado o Papa do lu- gar de autoridade, a Igreja Protestante foi con- frontada com o dilema: “Como saber que vocé entendeu corretamente a mensagem de Escritu- ra a menos que tenha uma interpretagdo autori- zada?’. A resposta esta na clareza das Escritu- ras: a mensagem da Biblia ¢ essencialmente cla- ra. Ao dizer que a Biblia é “clara”, a Confissfio esta dando uma descrigéo geral de toda a Escri- tura, ao invés de sua partes individuais; esta fa- lando das principais doutrinas, mais do que da exegese de um versiculo em particular. Enquan- to Roma apontava para as sucessGes dos sacer- dotes como intérpretes da verdade, a Igreja Pro- testante apontava para a Biblia como um livro para 0 povo, capaz de ser compreendido pelas pessoas através do uso dos “‘meios ordinarios”. Isso foi, é claro, uma “bomba”; isso queria dizer que a maneira de conhecer a Deus e viver para Ele era dar a devida atengfo 4 leitura da Biblia e a pregag&o biblica. Isto é parte da propria essén- cia da Reforma Protestante. Transmissao A proxima secao trata da transmissao das Escrituras. Dois pontos séo desenvolvidos. 1. A inspiragao das Escrituras diz respeito aos autégrafos originais e nado a qualquer tradugao dos mesmos. 2. As cépias dos originais foram mantidas 23 puras em todas as geracdes pelo singular cuida- do e providéncia divinos. Esta afirmagdo nfo quer dizer que nenhum erro tenha se infiltrado em qualquer um dos ma- nuscritos existentes em nossa possessdo. E tam- bém n&o quer dizer que qualquer dos textos ori- ginais existe de forma completa e inerrante em qualquer dos manuscritos. O que a afirmagao faz referéncia é que Deus por meio de Seu cuidado e providéncia singulares, nos proporcionou um numero enorme de testemunhas (no caso do NT mais de 5.000: alguns dos Classicos tém apenas uma!); que existe uma consisténcia assombrosa entre eles (somente uma referéncia em mil tem alguma duvida). Nas palavras de B.B. Warfield: “Ele tinham a intengao de asseverar que as vari- as leituras nas varias copias nao evitaram a pre- senc¢a do texto absolutamente puro na multiplicidade de copias’’. Isso quer dizer que a Igreja, pelo uso devido de comparaco de ma- nuscritos e analise, pode chegar ao texto verda- deiro e “Admite-se em todos os lados que 98% do texto do NT esta além de qualquer disputa e os 2% onde existe algum questionamento real nao abalam a certeza de qualquer doutrina Cris- ta, qualquer que seja a interpretagao preferida”.® 5 Rowland S. Word, A Confissio de Westminster para a Igreja Hoje (Igreja Presbiteriana do Leste da Australia, 1992), p.21 24 Um ponto importante freqtientemente esque- cido é que, para os tedlogos de Westminster es- tava clara a obriga¢ao da Igreja de providenciar para 0 povo uma traducdo “na lingua vulgar de cada nagfo”. Seguindo a descoberta de que o proprio Novo Testamento fora escrito em grego comum, ao invés do grego classico dos acadé- micos, houve um impeto de traduzi-lo no idioma moderno daqueles dias. A versaio King James (Rei Tiago, de 1611) é baseada no exame dos manus- critos e vers6es antigas a disposicdo naquele tem- po, no entanto se deveria perceber que os tedlo- gos de Westminster néo mencionaram a Versio Autorizada, nem o Textus Receptus (um termo latino que significa “o texto recebido” - apesar de nunca ter sido recebido por qualquer igreja ou reuniao ecuménica, ele serve de base para o texto da Versdo Autorizada) como o unico texto digno de andlise. A Nova Versio King James (NKJV) de 1983 usa os mesmos textos base que a King James, porém usa variagées de notas de rodapé de outras fontes. Também tenta-se tra- duzi-la de forma mais fiel ao inglés correntemente usado. Ambas as traducdes tendem a uma abor- dagem da “equivaléncia dinamica” favorecida pela Nova Versdo Internacional de 1978 (New International Version). A Confisséo de Fé de Westminster, no entanto, reflete uma convic¢ao Protestante sobre a necessidade de se fazer tra- ducGes das Escrituras que sejam fidis ao original 25 e que sejam compreensiveis por parte daqueles que as léem. Uma outra verdade de grande significagao emerge no capitulo de abertura: a verdade que sublinha 0 principio hermenéutico reformado que “A regra infalivel de interpretac4o da Escritura é a propria Escritura” (Cap. I, p. EX). Se a Biblia é o produto do sopro de Deus, como a Confissao insiste, e j4 que Deus nao pode mentir (Hb. 6:18), segue-se dai que cada palavra por Ele expirada nao contém erro (é inerrante). Isto quer dizer que nenhuma parte da Escritura pode contradi- zer outra parte da Escritura. Ao lermos a Biblia, este principio - de que temos 0 compromisso de harmonizar 0 que encontramos numa passagem com 0 que encontramos noutra - tem que preva- lecer. “A Escritura nao pode falhar”, disse Jesus (Jo 10:35) - literalmente: ela nao pode ser “frag- mentada” ao colocar-se uma passagem em con- flito com outra. O que isto quer dizer é que ao lermos a Bi- blia, temos que permitir que outras passagens lancem luz sobre a passagem em mos. Quanto mais vocé souber do restante da Biblia, mais cla- ra se tornara a passagem corrente para vocé. Freqtientemente uma passagem que, inicialmen- te parece obscura, pode tornar-se mais clara por- que alus6es a algo semelhante so feitas em um outro trecho. 26 Uma Palavra Final Sobre a Autoridade da Escritura O primeiro capitulo das Confiss4o termina com uma afirmacdo que ressalta a autoridade das Es- crituras em solucionar cada discussdo teolégica. “O Juiz Supremo, pelo qual todas as contro-. vérsias religiosas tém de ser determinadas, e por quem sero examinados todos os decretos de concilios, todas as opinides dos antigos escrito- res, todas as doutrinas de homens e opinides par- ticulares, o Juiz Supremo, em cuja sentenga nos devemos firmar, ndo pode ser outro sendo 0 Es- pirito Santo falando na Escritura” (Cap. I p. X). E uma mensagem primariamente dirigida con- tra Roma, mas ela pode ser igualmente aplicada as tendéncias correntes no ensino evangélico. Como ja notamos, clamores de que os dons de profecia e linguas existem hoje, devem ser con- frontados com o fato de que estes dons eram for- mas de revelagao, acompanhadas de toda auto- ridade de tais revelagdes. Reivindicar a formula “Isto é 0 que diz o Senhor”, como fazem os carismaticos, formalmente implica numa reivin- dicagao de uma revelacdo divina. “Em principio existe alguma diferenga entre um protestante afir- mar pronunciar revelagées imediatas através de profecia e linguas interpretadas, e um Catélico Romano afirmar as revelacgdes por meio do ofi- cio de ensino da igreja?”, pergunta Sinclair 27 Fergunson? A aproximag4o entre “cristéos carismaticos” Protestantes e Catdlico-Romanos sugere que esta visdo é freqiientemente compar- tilhada de forma inconsciente.’ Ela apenas subli- nha qudo continuamente relevante é 0 capitulo de abertura da Confissao de Fé de Westminster no final do século vinte. 7 “Como a Biblia Olha Para Si Mesma”, em Inerrancia e Hemenéutica: Uma Tradigao, Um Desafio, Um Debate editado por Harvie M. Conn (Daker, 1988), p. 61 28 EDITORA PUBLICACOES DA EDITORA OS PURITANOS ‘OSPURTANOS A Profecia no Novo Testamento, George W. Knight, Ill Avivamento na Africa do Sul, Erlo Stegen e Augustus Nicodemus Caivinismo, As Antigas Doutrinas da Graga, Paulo Angiada Chelos do Espirito, Augustus Nicodemus Fazendo a Igreja Crescer, W. Smith e Solano Portela Nada Se Acrescentara, Josafa Vasconcelos O Espirito Santo sob ataque, Augustus Nicodemus O Outdoor de Deus, Josafa Vasconcelos Paulo, Plantador de Igrejas, Augustus Nicodemus Sola Scriptura, Paulo Anglada Spurgeon e o Evangelicalismo Moderno, Paulo Anglada Titanic (folheto), Josafé Vasconcelos Revista Os Puritanos Visao Puritana das Escrituras, Derek Thomas OUTRAS PUBLICACOES Que Fazer Quando as Coisas Dao Errado?, Jorge |. Noda Somos Deuses?, Jorge |. Noda DISTRIBUICAO Facioli Grafica e Editora Ltda Telefax.: (011) 6957-5111 e-mail: purltano@mandic.com.br A Vis8o Puritana SEM eulelttc) O autor faz uma andlise do contetide ¢ importancia do primeiro capitulo da maior Confissao de FG reformada elezonrtes “A composigio da Confissdo de Fé de Westminster constitui a realizacdo central da Assembleia de Westminster ¢, provavelmente, a maior aquisigag do século XVIE Ao avaliarmos o seu valor nos consideraremos apenas o seu capitulo de abertura, DAS SAGRADAS ESCRITURAS, que 6 uma avaliagao extensiva ¢ cuidadosamente redigida da natureza das Seco “O fato deste capitulo ser cologade em primeire lugar, antes de qualquer consideragda sobre Deus on Cristo {como outras confissdes o fizeram) nao se trata de um acidente de composigao. Mas reflete a convice tedlogos de Westminster de que toda teologia que sabemos de Deus & baseada naquilo que o proprio Deus POCO Neco Sess eam el Cometh eC (Or) OOO UIE RU eS Oman een (en nn en Gen ee AOC ae Ste eS ch eae Bee pressuposicao bdsica sobre a qual toda ¢ qualquer outra doutrina 6 formulada. Segue-se a isso que, uma visdo Raat tonne Pen re Own Re oe ecole A afirmagdo de abertura contém uma negagdo da continuagae de revelagdes da parte de Deus. Tudo que precisamos saber foi escrito na Biblia, ¢ todas as assin RHR OO CCRC eM ERn Seca Rua Canguarctama, 181 aOR ua Cn TORT Og 1S OR Nem od eT Enea ae mR

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