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SETEMERO, 1978 Lembrando Allan Kardec Depois de se dirigir aos numerosos mis~ sionérios da Ciéncla e da Filosofia, destinados & renovacio do pensamento do mundo no sé culo XIX, 0 Mestre aproximou-se do abnegado ‘ofio Huss e falou, generosamente: — Nio seris portador de invencdes novas, no te deteris no problema de comodidade ma- terial & civilizacio, nem receberds 2 mordomin do dinheiro ou da autoridade temporal, mas deponho-te nas mios a tarefa sublime de le~ vantar coragées ¢ conscidncias. A assembléia de orientadores das ativida- des terrestres estava comovida, Fao passo que 0 antigo campeio da verdade © do bem se sentia alarmado de santas emogies, Jesus continuava: — Preparam-se os circulos de vida plane- téria a grandes transformagies nos dominios do pensamento, Imenso nimero de trabalha- dores no mundo, desprezando o sentido evolu- cionério da, vida, cré na revolucio e nos seus principios destruidores, organizando-the movi- mentos homicidas. Em breve, nio obstante nossa assisténcia desvelada, que neutralizaré os desastres maiores, a miséria ¢ 0 morticinio se levantario no seio de coletividades invigi- lantes. A tiranin campeari na Terra, em nome da liberdade, cabecas rolariio nas pracas pi- blicas em nome da paz, como se o direito ea independéncia fossem frutos da opressio e da morte, Alguns condutores do pensamento, desvairados de personalismo destruidor, con- vertem a época de transic¢io do orbe em tur- bilhio revoluctonério, envenenando o espirito dos povos. O sacerdécio organizado em bases econdmicas no pode impedir a catistrofe. A Filosofia e a Ciéncia intoxicaram as proprias fontes de aco ¢ conhecimento!. .. B indispensével estabelecer providéncias, que amparem a fé, preservando 0s tesouros religiosos da criatura. Confio-te a sublime ta refa de reacender as limpadas da esperanca no coracio da humanidade. © Evangetho do Amor permanece eclip- sado no jogo de ambicdes desmedidas dos ho- mens viciosos!... Vai, mett amigo, Abriris novos caminhos & sagrada aspiracio das al~ mas, descerrando a pesada cortina de sombras quo vem absorvendo a mente humana. Na res tauracéo da verdade, no entanto, nao esperes 65 Iouros do mundo, nem a compreensio de teus contemporineos. ‘Meus enviados no nascem na Terra para serem servidos, mas por atenderem as neces sidades das criaturas, Nao reocbem palmas © homenagens, facilidades ¢ vantagens terres- tres, contudo, minha paz os fortalece © le vanta-os, cada dia... Muitas yezes, nio co- nhecem senio a dificuldade, 0 obstaculo, 0 infortinio, nio encontram outro refégio além do deserto. ® preciso, porém, erigir 0 santud- rio da fé © caminhar sem repouso, apesar de perseguigées, pedradas, cruzes ¢ lagrimas}... Ante a emog&o dos trabalhadores do progresso cultural do orbe terreno, @ abnega~ do Joio Huss recebeu a elevada missio que Ihe era conferida, revelando a nobreca do servo fiel, entre jibilos de reconhecimento, Dai a algum tempo, no albor do sé- culo XIX, nascia Allan Kardec em Lyon, por trazer a divina mensagem, Espirito devotado, jamais olvidou 0 com- promisso sublime. Nio encontrou escolas de Dreparacio espiritual, mas nunca menospre- zou o manancial de recursos que trazia em si mesmo. E como se quisera. demoustrar que as. fontes do profetismo devem manar de todas as regides da. vida para sustenticulo © iluminagao do espirito eterno, embora no qua- dro dos grandes homens do pensamento, esti- mou desferir os primeiros vGos de sua missio divina da zona comum onde permanece a ge- neralidade das criaturas. Consoante a previ- sio do Cristo, a Revolueio Francesa prepa- rara com sangue o império das guerras napo Jednicas, Enquanto os opersrios da cultura moder- na Inngavam novas bases ao edificio do pro- gresso mundial, 0 grande missiondrio, sem. qualquer preocupacio de recompensa ou exibi- cionismo, di cumprimento & tarefa sublime. foi assim que o século XIX, que recebeu a na~ vegacio a vapor, a locomotiva, a eletrotipia, 0 telégrafo, o telefone, a fotografia, o cabo sub- marino, a anestesia, a turbina a vapor, 0 fo- négrafo, » miquina de escrever, a luz elétrica,, © sismégrafo, a linotipo, o radium, o cinema~ tografo ¢ 0 automével, tornou-se receptor da. divina luz da reviveseéncia do Evangelho. 0 discipulo dedicado rasgou os horizontes estreitos do ceticismo 0 plano invisivel en- controu novo canal a fim de projetarse no mundo, atenuando-lhe as sombras densas ¢€ re= novando as bases da 16, Alguns dos companhelros de lua espiri- tual, embora em seguida &s hostilidades do meio, recebiam aplausos do mundo e protecio, de governos prestigiosos, mas 0 emissério de Jesus, no deserto das grandes cidades, traba- hava em siléncio, suportando calinias ¢ zom- Be get tea | REFORMADOR: 298, 294 REFORMADOR Yeta de Dis Ouviste oradores inflamados, advogando ‘a causa da pax sobre toneladas de pélvora, ¢ anotaste a presenca de supostos vanguardei- 05 do progresso, solicitando-a sobre monties de ruinas, Esperaiti-na, fomentando a desordem, ¢ falam dela, portando rifles. Em plano maior, os poderosos alinham bombas © os fracos acumulam desesperos. ‘Talvez, por isso, em plano menor, muitos ado- taram férmula idéntica. Em sociedade, acre- ditam que a asticia vale mais que a honesti- dade e, no campo individual, aceitam o egofsmo & feicio de senor, Afirmam-se cul- tores da harmionia, concorrendo As maratonas da dise6rdia; referem-se & indulgéneia, dispu- tando © campeonato da eritiea; aconselham bonidade, acentuando a técnica de ferir, @ re- SETENBRO, 1978 portam-se ao mundo, regurgitando pessimis- ‘mo, como quem segue adiante, a engulhos de enxurrada e veneno, Ea equacéo de todos esses desntinos seri sempre a guerra... Guerra de principios, guerra de interesses, guerra fria superlotando manieémios, guerra quente esparzindo a morte. Sabes, porém, com a Doutrina Espirita, que a consciéneia carrega consigo, onde es- teja, 0 fruto das proprias obras. Nioo incensaras, dese modo, 0: delirio dos que apregoam a conedrdia, incentivando 0 dis- sidio, a rebeligo, a injaria ¢ 0 desinimo. ‘Trabalharis, infatigavelmente, pelo bem de todos, aperfeicoando a ti mesmo e sabendo ‘que caminhas, em penhor de tua prépria imor- talidade, para 2 exaltagio da, vida eterna, com ‘paz verdadeira comecando de ti. EMMANUEL (Mensagem recebida por Francisco Gan- dido Xavier, na noite de 80-12-1960.) arias, vencendo dificuldades © incompreen- sées. Ao fim da laboriosa tarefa, 0 trabalhador fiel triunfara, Em breve, a doutrina consoladora dos Es- Piritos iluminaya coragdes ¢ consciéncias, nos mais diversos pontos do globo. £ que Allan Kardec, se viera dos circulos mais elevados dos processos educativos do mundo, nao esquecera a necessidade de sabe~ doria espiritual. Discipulo eminente de pro- fessores consagrados, como Pestalozzi, nao e: quecen a ascendéneia do Cristo. ‘Trabalhador no servico da redencio, compreendeu que nio viera & Terra por atender a caprichos indivi duais ¢ sim aos poderes superiores da. vida. Sua exemplifieacto 6 um programa e um sim- bolo. Conquistando a auréola, dos misssion’- ios vitoriosos, niio se incorporou A galeria dos grandes vultos do mundo, por que apenas in- dieasse 9 caminho salvador & humanidade terrestre, Allan Kardec nfo somente pregou a doutrina consoladora; viveu-a. Nio fol um simples colifieador de principios, mas um fie! servidor de Jesus ¢ dos homens. HUMBERTO DE CAMPOS (Mensagem recebida pelo médium Fran- cisco Candido Xavier, em 22-9-1942. Lida, aos 3-40-1942, durante a 3° Concentragao Espirita de Séo Paulo, no Gindsio do Pacaembu, por Olivio Novalis. Reproduzida da revista "O Re- velador", Sdo Paulo-SP, ano 1942.) jo do Planalto, il de todos nés, Escuto celeste vor, D’arauto nobre e seguro: — "Eis a Patria do Evangetho, Coleiro almo e fecundo, Que se levanta no mundo Come o Pals do Futurcl...” Extasado, contempt, Polos centrios do Além, Os mumes que vio © vim Sab o eslice done, Enqvanfo em letras de fo9o fe acende na Imensidade © "Deus, Cristo ¢ Caridade” Do labora de lemecl. Um Nove Pacto forjames, Em seletas diretrizes, Vieand felizes, ‘Ao porvir do mundo incrév. Educadores da Infanei Distendem solicitude, Construinds @ Juventude Para as grandezas do Cév. CASTRO ALVES (Manns de 25 do Julho de 1976 — FEB — tivo. Nacional, ‘Brasila-DF, 20 igo, Estrofes extraidas do poema médium Julio Cezar Grandi Rl belro.)

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