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O Pequeno Principe e suas li¢Ges aplicadas ao Marketing "A sociedade do excesso tem um excesso de empresas similares, que empregam pessoas similares, de formacao similar, com ideias similares, que produzem coisas similares, por preco similares e de qualidade similar. Num universo de empresas similares, em uma sociedade cada vez mais diversa, o cliente quer ser unico. * (Nordstrom: Riddestrale, 2001) A cada dia que passa o Mercado de Trabalho torne-se mais competitive, a concorréncia cresce constantemente, O consumidor, por sua vez, torna-se mais exigente e procura cada vez mais um atendimento que atenda as suas necessidades e desejos, Se antes era possivel vender 0 mesmo produto, da mesma forma durante Longas datas. para todos os tipos de consumidores, hoje as empresas devem modificar-se constantemente, segmentar 0 seu mercado adaptando seus produtos para cada tipo de consumidor, ou correm o risco de cair no esquecimento. O triste & saber que, na maioria das vezes, principalmente no varejo, as empresas parecem todas iguais. um aglomerado de prédios e placas aleatérias que nada transmitem e, as vezes, nada representam. Caminhando pelo centro de Itapeva, comecei a observar as lojas e 0 comercio a minha volta e, & excecdo das grandes varejistas como Casas Bahia, Pernambucanas etc, as lojas me pareciam todas iguais, a Unica coisa que as diferenciavam era a fachada e 0 rosto dos atendentes (grande diferenciall), Comecei a observar as promoges e também eram bastante parecidas (Aqui 3x sem juros - Ali 4x sem juros ~ Do outro lado 50% de desconto ~ Logo abaixo 40% de desconto). Parece impressionante, mas a maioria dos empresérios ainda acha que o nico modo de competir é utilizando-se dos precos. Acham que as vendas seguemn um raciocinio logico: “quem possui 0 preco mais baixo e um prazo maior tem maior SuCeSsO”, mas serd que esse pensamento condiz a realidade? Isso me fez lembrar de um famoso livro de Antoine de Sant-Exupery: “O Pequeno Principe’. Olivro traz em suas paginas grandes ensinamentos que também podem ser aplicados ao mundo empresarial (0 Pequeno Principe ao se aproximar da raposa a convida para brincar, ao passo que ela responde: “Nao posso, nao me cativaram ainda”. A raposa entao explica ao Pequeno Principe que, se ele nao a cativar, ele sera como um humano qualquer, apenas um no meio de tantos. Eu, no momento em que passeava pelo centro da cidade, me senti como aquela raposa, via tantas lojas, mas eram iguais, nenhuma me cativara e a Unica colsa que elas tinham a oferecer eram produtos iguais, sservicos iguais, de um modo igual. Precisava que alguma me cativasse, como disse a raposa, e entéo pensei “cade o Marketing? * Infelizmente, na cidade de ltapeva, ndo existe nenhuma Agencia de Marketing e a grande ‘sacada’ do varejo por aqui parece ser “comprar a um preco x colocar na prateleira a um preco x+1", vender y unidades, e obter z de lucro, apos pagar w para os n funciondirios que ld trabalham’, Pura matematical Talvez essa matematica empresarial contribua em muito para a matemnatica estatistica do SEBRAE: 90% das micro e pequenas empresas fecham em menos de 5 anos. A raposa do Pequeno Principe nao sabia matemaética, e sinceramente, mesmo sabendo matematica (2 gostando, por coincidéncia), nao me deixo cativar por um célculo ou por um simples numero menor que 0 ntimero ao lado; sou um ser humano, € no uma calculadora. Se querem cativar e conquistar um consumidor, facarn como aquele principezinho Fez areposa A Raposa, muito sabia, diz uma brilhante e essencial frase: “Os homens ndo tem mats tempo de conhecer coisa alguma”. Repassando ao nosso tema: “As empresas, na ansia e na correria em aumentar seus nuimeros, néo tem mais tempo de conhecer consumidor algurr’, Muitos lerao este texto e deverdo fazer a mesma pergunta que 0 principezinho fez a raposa “Entdo, que é preciso fazer?" “E preciso ser paciente, tu te sentaras um pouco longe, e a cada dia sentara mais perto”. Infelizmente, as empresas tendem a apressar as coisas. Se 0 principezinho sentasse préximo da raposa, ela logo pensaria ser “apenas mais um cacador” e sairia correndo. Foi o que eu fiz neste dia: no meio de tantos predadores, todos iguais, e senti ameacado como uma raposa e volte para casa, no gastei nada, “E preciso ser paciente, tu te sentaras um pouco Lange ea cada dia sentara mais perto” ~ No Marketing, estudamos e damos importancia também aos “Consumidores em Potencial’, pessoas que no utilizam um determinado produto ouservico, mas que, com © tempo poderao utilizar. O servico de Marketing projeta suas acdes também nessas pessoas para que elas venham a fazer parte do puiblico consumitior dos produtos ou servicos da empresa. Poderiamos fazer uma releitura da frase da raposa: “E preciso ser paciente, tu irés comunicar-se estrategicamente com os consumidores em potencial e ira chegar cada vez mats perto..” 56 assim € possivel conquistar um consumidor, mas no podemos nos esquecer também de outra dica do Pequeno Principe. Na continuacao do episodio, a raposa diz outra brithante frase: “O essencial¢ invsivel aos olhos, 36 se vé bem com o coracao’, Embora fatores concretos como embalagem. preco. pesoetc,, influenciem no proceso de compra, muitos fatores emocionais ou psicoldgicos so fortes e até determinantes no momenta em que os consumiclores optam por escolher qual produto comprar. O bom atendimento, por exemplo, éindispensavel ao vareja. Pesquisas recentes, afirmam que “95% (quase a totalidade) dos consumidores estao dispostos a pagar mais por um bom atendimento’, um fator emacional e psicoldgice, afinal: com bom ou mau atendimento, 0 produto sera 0 mesmo, mas mesmo assim o atendimento conta decisivamente na escolha entre as diversas opcoes. Nesta altura, muitos que lem devem pensar que é dificil e leva-se muito tempo para conquistar e cativar um consumider, que é mais facil continuar com o velho célculo frio, mas é justamente no tempo gasto que esta a esséncia de um bom relacionamento, afinal "foi o tempo que perdestes com sua rosa que fez tua rosa tao importante’, Lembrar-se disso pode ter sido essencial também para 0 Pequeno Principe quando chegou num jardim cheio de rosas e descobriu que sua rosa nao era a nica no mundo, mas que existiam muitas outras semelhantes ou até iguais & dele “Sois belas mas vazias, disse ele ainda, Nao se pode morrer por v6s. Minha rosa, sem divida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vos todas, pois foi a ela que eu reguei Foi a ela que pus sob a redoma. Foia ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu mateias larvas (exceto duas ou trés por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar- se, ou mesmo calar-se algumas vezes. € a minha rosa. " Dentre tantas empresas, a grande maiorfa continua igual. pois a nenhuma rosa regaram, protegeram, mataramas larvas ea nenhuma cativaram, comportando-se apenas como predatdrias num capitalismo desregrado. E necessario que as empresas estejam conscientes do valor das rosas e da conquista do consumidor, sem esquecer-se tambem da frase mais bela de todo o livro: “Tu te tornas eternamente responsavel por tudo aquilo que cativas' Cative, e voce serd eternamente responsavel, no apenas por um consumidor, mas por um parceira importante e fundamental para a existéncia de sua empresa Itapeva, 29 de janeiro de 2010. Everton do N. Siqueira- Estudante de Marketing. www.marketingsemmascara blogspot.com

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