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O Fantasma da Critica Bach man i hs specre's power Unt the arival of that hou When his Humanity awake And cst his spectre into the take, Quando o proceso cratvo entra em pane, sentimos uma insuportvel sensago de apisionamento, que & a anitese da ‘duce extado de expritoalertae rilhante a que nos referimos como “"desaparecer”. Em vez de experimentar uma concentragio relaxa- da eenergética, nos alramos avidameate sobre qualquer coisa que nos dstraia, por mals trivial ou ridicula que seja; nos eansamos fa ‘mente; quando olhamos para tris, nada no nosso trabalho nos agra- {a nosas plpebras pert, nosso oar seembaca, as elles de nosso ‘brebro parecem paralsadas. ‘A pessoa criativa pode ser vista como a incorporaro ou a eX- pressio de dus personagensinteriares: a musa 0 revisor. Sdo 0 piloto eo navegador do capitulo anterior vstos sob um Angulo dife- Tente. A musa propae eo revisor dspée. O revisor critica, da forma ‘corpaniza 0 material bruto gerado no livre jogo da muse. Mas se 6 revisor preceder a musa em vez de segu-la,teremos problemas. Seo artista julga seu trabalho antes que haja algo a julgar, ocorce ‘um bloguelo ou uma paralisia. A musa €ertcada antes mesmo de se manifesta ‘Se o artista perde o controle, a critica interior assume o papel {de um pai severoe punitvo, Tralase de um Fantasma inibdor gue cnfaa Vida de muitos artistas, uma forgainvisive,juiciosa, opres- ‘sora que parece se interpor em nosso camino. Assim que brota de sua fonte misterosa, 2 obra de arte se torna ‘objtiva, algo que se pode ouvir, avaliar, exelocar. Em arte, st ‘mos continuamentejulgando nosso trabalho, acompanhando cont mm ‘nuamente as configuragbes que criamos edeixando que nossaseriti- ‘as realimentem esse contiavo desenvolvimento. A musica € auto ‘ontroladors, aco reguladoraeautocrica. B assim que criamos arte ‘nko ocaor;¢ ashi que a evoluedo gera um organismo endo uma jungto aletéria de atoms de carbono, aitrogenio, oxigtni, hdro ‘nko, sddio, enxofre te ‘as existe dois tipas de eiten: a construtiva ea obstutiva ‘A erica construtiva ocore paralelamente no tempo da eragao, na ‘orm de um feedback continvo, uma especie detrlho peraleo consi tente que facta a agdo. A crfica obstrutiva atu perpendicularmente {linha de ago, intepondo-se antes (loquelo) ou depos (eeicdo ‘ou indiferenya) da criaglo. A habildade de uma pessoa criativa es fom ser capaz de perceber a diferenca entre os dois tipos de erties ‘eculvar a crtica construtiva, Isso significa pereeber a diferenca entre dois tipos de tempo. O continuo relacionamento entre a critica construtiva eo trabalho eri tivo ofcla numa velocidade mais rpida que ada luz: ocorre no nf0- tempo (eleridade) Os dois parciros, musa e revisor, esto sempre fem sincronia, como tm par de bailarinos que se conhécem hi muito tempo. ‘Quando a ertica € obstrutva, es interpde perpendicularmente 0 faxo de nosso trabalho em ver de corer paralelaa ele, nosa vi So de tempo se fragmenta em segmentos, e cada segmento €um pos. ‘vel ponto de parada, uma oportunidade para que a confusdo ou ‘dividaentrem em cena sorrateramente. Apreciar ou rejeitar nos- fo trabalho por mals do que um minuto pode ser perigoso, A vor fo fantasma juleador logo pergunta: “E bom o suficiente?™. Mes- ‘no que tenhamoseriado algo realmente estupendo, mais cedo ou mais tarde vamos ter que repett 0 desempeano, eo juz interior volta ‘2 semanifestar:“Dificmente va sar melhor do que da ultima ver’ Portanto, até um grande talento pode serum fator de bloqueio da ‘iatvidade, Tanto 0 sucesso quanto 0 fraeaso podem detonar esa ‘A maneira mais fel de fazer ate €reaunciar a qualquer expec- tativa‘de sucesso ou fracas e simplesmente ir em frente. ‘Como esreveu Seng-Tsan no século VII: "0 Caminho (o Graa- de Teo) ndo é dificil, basta evita a seloelo” Em outras palavra, ‘asta evar parar a fodo momento para fazer uma opgaoc escolher culdadosamente um caminho. Mas, como sempre, a teoria na prti- ‘ex outa, Vivemos assalados plas presses do desejo, da aersto, a vacilagdo ede todas as emaobesafltivas que os acempanham ‘As emodessftivasincivem a inveja, a raiva, a cobiga e a presun ‘glo, mas sua riz — como araiz do vicio, da protelagio ede outras ormas de bloqueio — ¢ 0 medo. ns Os buulsas falam dos Cinco Meds que nos assatam ¢ impe- ‘dem nossa tiberdade: 0 medo de perder a vida; 0 medo de perder ‘0s meios de sobrevivenca; 0 medo de perder a reputacto; o medo os estadosalterados de conscencia © 0 medo de falar em pibio. ‘© mo de falar em pablico parece um tanto idiotacomparado com ‘9s outros, mas, para os propésitos da live expresso critiva, & fun <éemental Podemos Ihe dar virios nomes: “medo de dizer 0 que pen- sa”, tmedo do paleo”, “bloqueio da esrita” ¢ outros nosso ve thos conhecidos. Esté profundamenteligado 20 medo do ridiculo, ‘que tem duas faces: 0 medo de ser julgado idiota (medo de perder 4 reputacio) eo medo de realmente ser idiota (edo dos extados al- Terados de conscinci) ‘Vamos aceseentar 0 medo dos fantasmas. Um dos fatores que ‘bloqueiam a critvidade 6a sensaglo de esmagamento dante de pais, utoridades, professores ou grandes mestres. O afestamento do ver-

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