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A forma e ia convivern em conflito no direito, Merxistas he. em eontradisto dialética, Outros nio poderian pelo menos o paradoxo, sobre a for ia revolugio imperative d ' ica, de que igualmente nao to comercial, principalmente num pafs sinda a ser indado como o Brasil completamente bo) O livro as suas maos, la disto, do pendular da forma e da es- sfncia no trato de questoes jurfdicas, Seu objeto é a construgto de wy {cori juridica das reorganizagoes, em suas faces societéria, empresa associativa, Problematiza 0 quanto a forma impr ies pode ocultar questées RODRIGO ROCHA MONTEIRO DE CASTRO © autor, Rodrigo Rocha Monteiro de Castro, & professor comercial da Universidade Mackenzie e ad hecida comp de direito lo empresarial de reco- que no rico processo ‘omo inspirador, fun de Direito Societério Aplicado io organizadora dos Congressos ros de Direito Comercial, desde a primeira edig&o em 201 cerce também papel de dos comercialistas brasileiros, sejac primeiro presidente do Institu seja como integrante da comi: REGIME JURIDICO _ DAS REORGANIZACOES Societéria, empresarial e associativa (-) A literatura j mercialista brasileira ganha com a publicagao deste livro, assim como certamente ganharé seu leiton Fabio Ulhoa Professor Titular de Direito Comercial da Pont Universidade Catética de Sto Paulo URIDICO belt pr: REGIME J DAS REORGANIZACOES ea on Editora | Saraiva CAPITULO II Aspectos essenciais do controle: controle societario e empresarial, alienacdo de controle societario e empresarial: conceitos necessarios para compreensao e sistematizacao das reorganizacées e identificagdo dos agentes protagonistas As tramas relacionais que envolvem as reorganizagies nao se revelam sem a conceituacao de instifutos que The integram ou sobre os quais refletem, invariavelmente. Dai a abordagem, neste capitulo, dos controles societério empresarial e das situagdes que envolvem a alienagao e a aquisicao dos controles societério e empresarial. Com isso, abrem-se as perspectivas das reorganiza- ses, em suas trés modalidades (societéria, empresarial € asso- ciativa, detalhadas, adiante, no Capitulo II). 1. A classificagao do controle ¢ a necesséria distingdo dos controles societdrio e empresarial Adolf A. Berle e Gardiner C. Means (1932:67) identificaram, a partir da andlise das 200 maiores companhias americanas nao financeiras, 2. Controle intemo define so como aquele, segundo Fbio Konder Comparato, [.] ejo titular atua no interior da propria sciedade” ese fend “[] unicamente, 27 ran, Em obra classica, Fabio Konder Comparato (1976) diverge quanto a classificagéo do controle quase totalitério, indicando, entretanto, a existéncia de forma totalitaria de dominacao", edes- preza a terceira modalidade, porque ela expressa, ao final, algu- ma das outras quatro formas de manifestagao do controle, de modo que, qualquer que seja o expediionte ou a estrutura que se adote, o poder se manifestard a partir de uma relaco totalitariat, -na propriedade acionéria” (197651), Contrapdese ao controle extern, ques caace teriza, segundo 0 mesmo autor, peo fato de ocontolacr no se necesariaments smembro de qualquer gio social exerendo seu poder de dominasfo ab xe (197638. 3. A divergdncia faz sentido, A ditngo hi de ser feta com base em eto objetivo sem espaco para subjevismos interpetatves,sbretudo pels consequtncias zo plano juridico.O controle ser totalitra se houver una relago tai, sem «qualquer possibildade de elativicagfo do pode Debando deer total, cere ‘ese autbmaticamene, no campo major, +4 A propésito, segue explicagioa repeito da distin entre controle ttalits- ‘io e quasetoalitrio:“Iicalmente, descartase a modalidade do controle com 9 ‘use totalidade de ages votates.&inertezaconceltual ar ua ste de vidas dleonlem prea quanto’ rimero repesenatva desta ‘quae lidade’ iantoa oasis do nimero representa dessa quase aid sus olla lds Serio 57% oA” Once A Se 0 abaixo don extemos netaos? Aas Cor 601776 dscplina una sie de “eo ans quent epi om un neo eal. Aen doa 136 ‘Riinhea Hike gao, em eStatatos de compat s de qi Tira qualificadas, ile ti: oan npc ues mpi de controle quase 7, como pretendiam Berle e Means. Assim, 0 conttole ser “Totalitirio quando wm acionista deliver a ttilidade daa agdes, ou majoritiio, quando ‘islar a maior das aes votants, descartando-s qualquer vatago intermedia, ‘A dlistingto €relevante, no plano pritin, porque, como afzmado, ali etbelos quénns distintos para exec de din de minor, que poderiam se cloear ‘nm ou aban de qualquer defnigio de quasettalidade, Nese sentido, cite 0 caso da trenformacio. Fla opsracin, pela qual asociadade passa de um ipo pars {tGesdeon on aon salvo prevsts once no conto on ‘tir qitoacionitsdetentor da quae ttlidade aprovase catia mati subme- fendo-e & vontade minoritria. De todo que, ela demonstra impropridade, dlscre-e enna desrgtoimprocsa de Bele # Means” (Casto, 2015) No mos sentido, vejese também, actin de Fabio Konder Comparato dpa norte amert, Gana: "Asimilaci, porn, parece-nos oradne nadia, tanto ne Pano fei 28 eenT/MLE DA GOCIGDAPE TeetErGe CTOMLNKIB OD cromgens TAA é con NONITEE panne CoNeOUAL a - jnajoritéria, minoritéria ou gerencial. O autor nao faz, ao menos “pa apresentagao de sua classificagao das formas de manifestagio Go controle, distingao entre os controles societério e empresarial, apresentando 0 controle gerencial como espécie de controle so-— cietario. Assim, &m uma leitura superficial, pode-se concluir que o controle da sociedade se manifesta por quatro vias, da mais jntensa e totalitiria, reduzindo-se as formas majo ritéria, até configur jssa assertiva nao encontra, mesmo na obra de Fébio Kon- der Comparato, completa adesao. Ele priprio afirma, a respeito do controle gerencial, tratar-se daquele “[..] ndo fundado na par- ticipacdo aciondria mas unicamente nas prerro; ‘ticipacdo acionaria mas unicamente nas prerrogativas diretoriais _—_ £0 controle interno totalmente desligado da tittlaridade das ‘autor, para que se verifique, em decorréncia de “extrema disper- ‘so acionéria”, o controle gerencial, pois “os administradores as- sumem 0 controle empresarial de facto, transformando-se num 6rgao social que se aut tua cooptagao” (1976:52). ‘Essa classificacao do controle societério, dividida em quatro espécies, dentre clas a gerencial, que chamarei de classica, in- fluencia parcela relevante da doutrina. Mas h4, nela, um equivo- co cuja raiz é a mesma dos equivocos causados pela incompreen- sho dos fendémenos societarios e empresariais, no plano das reorganizagées (Castro, 2010). Nesse ambiente de incompreen- ‘so —e, mais do que isso, inconsistente com as realidades juridica e econémica ~, constroem-se modelos de reorganizacao para cap- tura e ampliagao de riquezas. Tntvo, quanto doutrinéro, Na sociedade unipessoal no hi nenhum outro interesse intemo a ser levado em consideragio, na aplcasio das normas legais,além do inte esse do titular dio do capital socal. Por iso mesmo, perdem eficéiatodasas regres postas para regular conlitos de inteesse entre wicos. Basta, no entanto, que exist {in 6 outro asonista, tular de wma Gnice ago, ainda que sem dircto de voto, para ‘ques dissipe ocaritertotalitirio do controle ereaparega apossibilidade de onflitos de interesse” (197653). 29 Por isso a necessidade de fixacio e compreensao das situa- ges que envolvem as quatro espécies, pois se descortinam, ali, fenémenos de duas naturezas: societaria e emy cau sas do controle indicam essa indisputavel dualidade: os contro- les tolalitério, majoritério e minoritério remetem a propriedade acionéria e & dominacao da sociedade, enquanto 0 controle ge- rencial & dominagio da empresa, por meio de posicio interna e nao associada, necessariamente, a investimento de capital. Essa dicotomia fética pode, sim, converter-se, materialmente, em uni- dade, quando a forca da dominagao societéria é irresistivel; mas também pode tornar-se intransponivel, quando (i) a propriedade acionéria se distribui em distintos acionistas nao integrados ou (i) a posicao gerencial supera a importancia do contribuinte; de capital, inclusive, hipoteticamente, em sociedade com controla- dor totalitario. No plano das reorganizagses, a légica éa mesma: a reorgani- zagao societaria é um ato de sécio, que afeta as bases da socieda=— de, _reorganizagao empresarial é ato da sociedade que “repercute sobre a empresa. DéStacam-se, nessa proposicio, situa- Ges distintas e reveladoras de causas e fenémenos igualmente distintos*. 1.1. Controle societério singular ou conjunto Qualquer que seja a forma de manifestacao do controle so- cietério, desdobra-se em singular (ou unipessoal) e conjunto. O controle singular caracteriza-se pela existéncia de apenas um sé: cio, pessoa fisica ou juridica, dominante das relagées societérias; © segundo, pela presenga de mais de um sécio, geralmente na forma do art 18 da Lein, 6404/76, 5. Como se aponta no item 3 do Capitulo IL, estes fendmenos néo englobam fodas ¢ quaisquer reonganizagies, visto que, além daquelas que afetam a sociedade ‘ou a empresa, hi espécies de negocios que no apresentam intersacgio dessas natu. rezas; mesmo assim, sio negécios de reorganizagio. Remetem, portanto, 8s rergat- 2zagies assocativas. 30 - doa partir da propriedade da maioria / remncipAle { 4.2. Controle societério totalitério O controle societério totalitério™ caracteriza-se pela proprie~ dade da totalidade das acdes de emissio da companhia (owda~ - girularidade de quotas da sociedad limitada). A origem 6 0 acti- | ulo de Todos, e nao menos do que todos os titulos em que se divide o capital social da sociedade, e se verifica na forma do art. "116 da Lei n. 6.404/76. O local em que o poder se manifesta é a i - assembleia, nao podendo o acionista expressé-lo, como regra, E . fora desse ambiente. 1.3. Controle societério majoritério Descendo um grau, atinge-se 0 controle societario majorité- ‘tio. Trata-se daquela situagdo em que o- ler societario é exerci- eee eee iximero 5¢ posicOna entre um intervalo relativamente extenso, ie vai da metade mais uma das agées com direito a voto (ou da | totalidade das quotas) até a totalidade menos uma deséas mes- mas acdes (ou da totalidade de quotas). Trata-se de poder esta vel, insuperdvel em néimerd quantitativo pela soma de todas as | demais ages votantes (ou quotas) detidas por todes os demais __s6ci0s, e que somente encontra resisténcia nas hipsteses de qué-_ FUN Guslificado e desde que o controlador nao detenha titulos: em numero superior ao tipo qualificador, bem como nas situa- ‘ges de impedimento de voto previstas em lei*. A manifestagao % Admite-seo controle societitiototaltério, permanente, em apenas uma si- ‘waco: subsidiria integral, na forma do act. 251 da Len 6404/76, 7, Noplano propositivo, trmita na Camara dos Deputades 0 Projeto de Lei. 4303/2012, de autorin do Dep. Laério de Oliveira, que ciao regime especial da so Ciedade andnima simpliicads, e nele prev® que a companhia constituda sob esse regime ou que a ele se submeta, a qualquer tempo, possa ter, de modo permanente, apenas um acionista.A propésto, v Warde fiir ¢ Casto, 2013. 8. CE,porexemplo,oart. 15 da Lein. 6404/76, que expressaoseguinte: “Ast. 1S. Oacionista deve exercer 0 dizeto a voto no interese da companhia considerar- $e abusivo 0 voto exercido com o fim de causar dano & companhia ou a outros e 31 do poder majoritério também ocorre em assembleia, nao sendo -admitide-da mesma forma, manifestaca0 Tora do ambiente as- _pleia. De forma que eventual dominacio se roduziria ndocomo _eflexiva de controle societsrio. == ~~ semblear. 1.4, Controle societério minori rio Aponta Fabio Ulhoa Coelho que "[cJontrole minoritézio [..] tem 0 acionista que, embora possuindo menos da metade das ages com direito de voto, dirige 05 negdcios socials © SIRES “Tevela-se nas sodiedades com grande dispersao (1998:277). Verda- de. Mas também pode verificar-se em sociedades com quanti- dade reduzida de s6cios, com participagdes significativas e condu- ta passiva, permitindo a um sécio (ou conjunto de sécios), detentor de participagéo minoritiria, dominar a sociedade. "As Tipéteses de verificagéo do controle minoritétio so opostas as hipéteses do controle majoritério: no controle minori- trio, 9 exercicio do poder ocorre com a detencio de ages que vvao da metade, menos uma das agdes votantes, a alé apenas uma _agio votante. Este ntimero apenas nao se reduz a Zero porque se desqualificaria a propriedade acionaria, deixando de existir rela- ao de sécio e, consequentemente, o direito de, comotal (ou. ‘como s6cio), comparecer e votar, em nome proprio, em assem- scionistas, ou de obtes, para si ou para outremy vantagem a que no faz jus e de que sult, ou possa resulta, prejuizo para a compankia ou para otros acionistas. § "0 ‘cionista nao poderd votar nas deliberagbes da assemblela-geralelaivas ao laudo de valiagio de bens com que concorre para a formacio do capital socal e& aprovacao de suas contas como administrador, nem em quaisquer outras que puderem benef- clo de modo particular, ow em que tverinterese cnfltantecoan 6 da compania, §2°Se todos os subscritoresforem condéminos de bem com que concorreramn para a formagio do capital social, paderio aprovar olaudo, em prejuizo da responsabilda- dede que trata 0§ 6 do artigo 8. §.3°O acionista responsi pelos danos causatios pelo ‘exercicio abusivo do direito de voto, ainda que seu Voto nie haja prevalecido. § 4° — de empresarial, pelo organizador dos mei sducao dedicados a empres {role minoritario nao pode servir de base para a interpreta- tole minontirid ‘ao po co Use) so dos casos de alienacao-de controle. [..] Nas companhias mente seré obrigado a realizar a OPA do art. 254-A se a aquisicao & es ~ 5 16, No caso Tim (Proc. CVM n. RJ 2009/1956), Eli Loria sustentou que: {a} at sob contol minoririe, no este un ee eet 1 209/196, Lota etnion cat ©) mas apenas um conjunto de aces com direito a voto que, " [uJzzmetendo ao art 106 da Lei n. 6404/76 ainda que sejao ‘controlador de feto, ocasonalmente, permite ao seu titular —o acionista controla- io pode alienar o que nio tem eo adquiente nko se obriga a wealzar a oferta pals AND -( -Guslonalmente, pemitezo seu Sul opconista conto 3 een % lor — exercer as prerrogativas que identificam o poder de ‘Goart. 254-A nas situagbes de alienagao de agoes que caracterizam o controle minori- ~ eontiole. GOERS 2 Faas mesmo e250, out 0 Spear de iio echentr diets = pals nao era cern da questo — prefer gist que, em su Opinion | Eandlse devera ser felt casisticemente, visto que, em cerns siuacées, 2 norma — APA esté associada a alienacio de controle estvel, ¢, pelo | fato de revelarse um Onus extremo, que encarece e, nfo Taro, : e mesmo ratendese fio de cont lado.em particpacta— ‘{ato-de revelarse um Onus extremo, que encarece ©, nfo rato, GEE tem ttn pasar nls — estos dear de i palo Divlor El Lara po presente caso, a epee aoe ees TE. ppl ode Neto ie Mosca de tsi oi: rs fo pin grin ed ‘inkria de contzole-em que este €assumido por meiode compras de agbes pertencen- im rda verdade, creio qu tal possbilidade nfo 6 de todo inconsisten-—- | tes a diversos acionistas isoladamente minoritérios, gem que, “ecom o regiite do Gtado art 25% Fiza que. muito — ‘cna nc ope ects ee Sore Siossos antag alan sta a | HUBER io € desta [o]-€ oats que, som balzad uasuer ages = por exemplo, por meio da celebragio de im anor deacons (Gui mais UCT ioe 6 contol WROD aS mem tempo OstGHAT | “ite eise que stervaar Sefton nlapcnrle fo &abrigatvia aealzasio da gamer dC ETGRIOT separanca necesiin, Ainds em. paRCE Me POTATO Sie pa peta eg CONT Szeto | Se Be 2 TOUS BU NEFEMDE N05 CES 43 COTE NYS Peavr ure eLiehaean DE Grane e ANNO SON CHADD (rnrossI@S OPO 9¢ agg AUIS noedoancisuaesnee Ra ginda, Se essa posigao alignada se revelar estivel e impossivel de superacao pela reunido de outras aces nao integrantes do néB6. Gora hipotese descrita no art. 254-A nao se aplica a alienagda de controle miniorttart0, inclusive se a dispersio acionéria for imen~ 5a. Essa conclusao Wao € afetada pela ocorréndia, ol nao, de ten tativas pretéritas de organizagao de blocos a fim de superar a Posigao do controlador minoritério JO que importa, portanto, é a transferéncia da maioia das ages rinnieS ue nto severe a alienagiote controle minortiiog Ta alienacad de controle mine encial e a OPA estatutaria A.pessoa que adquire coy ritdrio, em negécio tini- 0.0u varios negécios™, nao se sujeita A OPA do aFt 257 da Lei n. 6404/76, poigue sia posigao nao Ihe permite resistir A vontade de outros acionistas qué, eventualmente, se reinam com numéro “maior de ages do que as siias, levando-os ao controle da compa- hia € consequente dommagto a formagio da vontadi social. Exe €0 ambiente propio, ambem, parses Gwontclader ne rencial adote técnicas aquisitivas de posigao societadria e passe a dominar a sociedade — fundamentando (e de certa forma estabi- lizando) seu poder na propriedade acionéria minoritéria. Quan- to maior o poder gerencial, e quanto maior a dispersao da base aciondria, maiores serdo as oportunidades para que a burocracia diretiva contrate técnicas de financiamento para aquisicées de ages, modificando - ou ampliando ~ seu status interno. Ocorre, no entanto, que diversas companhias estabelecem, em seus estatutos, cléusulas que obrigam o acionista ou a pessoa 17. sea modelagem nto afta incdéncia,provével das normas contd na ICVM 358, de3 jan, 2002, sobretdo nos titulo que tatam de “Divulgacso de Infor tpacio sobre Nexécios de AdmnstradoresePesnoas Ljgadas” eda "Diulgagao de ‘nlormagioscbrea Aquiigiog Alionasig de Pareipasio AcondiaRlevante ca0bee [Negacios dle Controladores e Acionistas’. 44 ve [esp\OPDl Ens NEL? NEP CED OAR terminado percentual de acbes a realizar oferta adquire ‘para aquisicao das ages dos demais acionistas. Muito se discutiu a respeito da funcionalidade © dos propdsitos dessas clausulas, ‘mas no se produziui uma resposta univoca. Ela se presta a distin- ~ as finalidades, implicitas ou explicitas, e decorrem, sabretudo, da estrutura de capital da companhia. Ou seja, dos propésitos dos " agentes que comandaram a abertura de capital ou que, em algum ‘momento da existéncia da companhia, conduziram sua adesio a ‘um dos niveis diferenciados de listagem do Novo Mercado, esta- belécendo regras visando & protegao de certos interesses. Destacam-se trés situacdes distintas. Na primeira, a compa- mhia é controlada por controlador majoritario; na segunda, por controlador minoritério e, na terceira, inexiste controlador defi- nido. Em todos esses exemplos, fixa-se, como premissa, a exis- téncia de clausula com caracteristicas como a que segue": ‘Qualquer acionista ou pessoa que adquira ou se torne titular de agdes de emissao da Companhia, em quantidade igual ow superior a 20% (vinte por cento) clo Sat ae ages de coisa da Companhia, deverd, no prazo maximo de 60 (sessenta) ‘dias a contar da data de aquisigao ou do evento que FESaItOw na fifularidadé de agoes ent quantidade igual ou superior a 20% (vinte por cento) do total de ages de emissio da Com- — i, realizar Ou solicitar 0 registro de, conforme 0 caso, ‘uma OPA da totalidade das acdes de emissio da Companhia, . observando-se o disposto na rogulamentagao aplicavel da CVM, 0 Regulamento do Novo Mercado, outros regulamen- tos da BM&FBOVESPA e os termos deste artigo. Considerando 0 patamar estabelecido no estatuto, a OPA pode ocorrer em quaisquer das hipoteses de aquisicao de contro-_ IeSocietario, éxceto o totalitario. Assim, se o controlador detiver, ge cOnetario, exceto 0 totalitario. Assim, se 18. Clausulaextraida do estatuto de compartialistada no Novo Mercado; tata- |e, portanto, de situacio real, enlo meramente propostiva Alig, 0 percential naa xo, variando de comparhia para companhia, conforme se indica no tem 22.1 45 OITAS 6 BRECENGAS PCTS QUE Um eomsager D DEST NE LINAS NEGOUACAD NQ hipotelicaitente, 55% das agées de emissdo da companhia, res- tando um free float de 45%, e qualquer outro acionista ou pessoa ‘adqiiitir ou se tornar titular de ages representativas de 20%, de- vera realizar a oferta, tendo como objeto a totalidade das demais ages, ainda nao adquitidas, inclusive as ages do controlador majoritirio. A cléusula, nesta situacao, protege a posicio do acio- nao integrante do controle. ‘Na segunda hipétese, 0 controle é exercido por acionista minoritério, detentor de ages de emissio da companhia em, niimero superior a 20% e inferior a 50%. Apesar da instabilida- de de sua posigéio, que pode ser superada por qualquer acionis- ta ou grupo de acionistas que some mimero superior ao seu, a cléusula estatutéria impde um dnus a qualquer interessado em acumular posicao relevante, ao exigir que, para superar aquela | posigao acionéria, o pretendente faca uma oferta, que engloba- 14a totalidade das demais ages de emissio da companhia, in- clusive as ages detidas pelo controlador minoritério. Ou seja, para assumir a posicdo de controlador, minoritério ou majorité- rio, nao basta a aplicagao de recursos suficientes para superar 0 “rival”; deve-se, além disso, sujeitar a situacao de financiamen- to de aquisicao de todas as demais ages, inclusive do proprio controlador minoritario. Esse processo é carregado de tensdo e incerteza, Ao formular a OPA, o ofertante nao saberd exatamen- feo tamanho di hea que dever faze para adquirir as de- mais aces, pois 0 nivel de adesa0 € incerto. Mesmo assim, teré de se preparar pata, To limite, adquirir a totalidade de-agoes, negociando financiamento e garantias com base no cendrio mais drastico de Tiquidez. A consequéncia ten Porcional & causa. A razoabilidade € presumida quando a aqui- sigdo representa o controle majoritario, estdvel, pois, ao atingir este patamar, 0 adquirente nao haverd como ser superado nas 46 A\GUMINOLOGI A, UTILIBAdA VD, MNELAAS NF snbleias, exceto se impedido de votar, na forma de legisla jo socket. ane Na terceira hipétese, inexiste controle definido. Para domi- nar a assembleia, qualquer acionista ou pessoa deverd adquirir _agpes que superem o miimero de agies detidas pelo acionista que, participagio minima, prepondera, sem permanéncia, em as- mbleia anterior. Mas é possfvel que a dominacao seja manipu- ada por administiadores, que pedem e retinem procuracoes, smando VOWS MIeTiOres ou superiores a 20%. Ou seja, apesar de ministradores nao votarem em nome proprio, mas em nome e jor conta de acionistas, que Thes outorgam poderes de represen-__. “taca0, indica, na pratica, o dominio sobre a Vontade de grupo de *acionistas. Esse controle, que nao é societério, funda-se na con- fianca, inerente a relagdo de mandato. A quebra dessa "Fiduca" e— provavel pelo pedido de nova procuzaqao e oferecimento de rantagens, inclusive dividendos, por parte de acionista quetente = io contratuallecorrente de andsto)eonstraida- a ou Res los administradores. Dé maneira que o cami- _ pho para superacao e ominaga da asseinbTeGr passe pela aqui ‘Siqio de agbes Gm niimero superior ao controlado, pela confian- pelos administradores. Se o nvimero for inferior a 20%, niio se ancl as com esta composigao de capital, prota sea manutencao da dominagao gerencial, criando-se obstculo ao belecimento-de vinculagao entre capital (propriedade acio- dria) e dominagio da empresa Ou, sobroutro angulo, miovimnen- as agressvos, porparte do. conta ‘gerencial, visando & vant | fat que pode lhe transformar em. ee Tninoritatio. Por fim, no se pode deixar de reconhecer que é justamente “Aessas companhias que surgem, de modo mais evidente, oportu- " aidades de movimentos de tomadas hostis de controle. 47 2.2.1. A realidade das companhias listadas no Novo Mercado Ae eens as Commpaiiias listens na oval cron Em _novembro de 2014, havia 133 companhias listadas no Novo Mercado". Destas, 68 ostentam cléusulas que obrigani"o _acionista ou a pessoa que adquirir determinadoniimero de acées _sealizar'a OPA éstatutiria. O parcentual adotado como referén- cia varia de 10% a 35%. O quadro adiante indica os parametros identificados nos estatutos, as cortices eos pesentais que 4 cada parametro representa em relagao as 133 companhias (ou as 68 em cujos estatutos se fixam algum parémetro para realizacso da OPA). Destacam-se as recorréncias dos parimetros de 15% ¢ 20%, representativas de 10,52% e 23,30% do todo, e representati- wando-e, portanto rei, ap evan, hio fora completa, Tudo ce dispanivel em

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