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SAO PAULO: Segregacao Urbana e Desigualdade frente a Recife, no capitulo se a pare Belo Horizonte: © Caminhamento da Alt Rend Dh» palavra“tendem Concentraglo ni & exclsividade. A con al em determinada regio da cidade ndo sa Testo escrito em 2011, para revista Estudos Avongados VILLACA, 2011) Introdugao Provavelmenteo maior van acorrda no campo da ciénia da goog fia em todos os tempos tena sido a conscignca € 2 recente difaso da ida (Lefebvre, Harve, Gotidienere tantos outros) de que o espa social ~ no nosso eas, o espagorbano ~ &socialmente produzida, ou sea, alo & dado ‘pel mtureza, mas ¢ produto produ pelo trabalho humana. partir desa ‘concepedo do espago sociale 6 parr dela, fi possivel inser sew extudo a égca do materialism histrico da dominagSo do conto de clases, coi {que no s6 no tinka sido posvel antes, como também vin entavando 0 desenvolvimento da geografa,impedindo-a de uleapasar a etapa prima de ‘um cigncia humans que s iia simples dscrigio do expago. [Ese texto procura mostrar uma abordagem do epago urbano como produto produzido, arte da premisa de que nen ape da scedade buss ped sr jamais expliado /comprendo senda for considera a enorme desgualdade cre ‘nica de poder polis que some em now scedade. maior problema do Brasil nfo & a pobreza, masa desigualdade e a inusiga a ela asociadas Desigualdade econdmicae desgualdade de poder polico. Dai decorte a importincia da segregagio ma anise do espago urbano de nosas metrdpoles, pois a segreyacio & 4 mais importante manitewagion cspacial-urbana da desigualdade que impera em nossa sociedade. No eto dhs metnopoles basen, a segregagio urbana tem outra caracterisia, condizente com nossa desigualdae: 0 enorme desnivel que existe entre @ «espago usbano dos mais ricose o dos mais pobre. Transfrida para o campo do urbano, a premissa acima passa a ter 0 seguinte enunciado: Newlum spe doe urban brasil poded jamais expla compreendide no Lorem considers xpeifcidades da seca sacle cami que caaceriza sas metrpes cidades grandes ¢ iis a segreggourhana pode ser siitoriamente n= tendida se for aticulada explicitamente (© nio apenas implicitamente ou saentendid) com a desigualdade Esa explicit se di deswendand-se os a mesma fen co ai aS vinctlosespecifics que ariclam oexpago urbano segregido coma econo ‘ni. politica ea ideologia através ds qus opera a dominaeio por mio dele, Os Avancos Desacamon neste text, ses pects nos qua noses reflexdes sobre e- trois urbana articulan expltamente com 3 desigaklae € 3 domina- ‘i.e avangam em relago3 maria dos etudosbraeios atu soreo tema. las avangam no sentido de: 1) meyer clini desegregaio que se aprenntaria ob a forms de cteuloecnctetios, cota on ala cn cents © erat po bres ma prin 2) hisoriciar a Sereyaco. Af de imereSo istica & uma das responsves por vases initagdes mas anise ata sobre sesrea- «0 hana 3) mostrar como x di a relagio ent a sgrearoe a otaidae das ‘trum social urbana. Sem so, os estos sobre segegae lam ‘ncompetse, por ia maceiives 4) --movnararlagio ene a dominio ¢ seep celarecend 3 ‘pec da dominasSo por db eu aan, ou ejp,mentat ‘© papel do expagourbano no proceno de dnsinacio 5) abou a segegatio nlo mais por baler, mas por ri el da ‘ide x abordage tre un enorme potencal explictve, mito mar que 0 da sgreziio por buieo © 56 ela €capar de explica as rele acima indica, (6) Finalmente cm nts, aranam na sentido de explcar asegreeaio, spenas no de denen deren ou med (Or estos tradicionaie da segregagio (como os da sociologa urbana cana entre a décadas de 1950 ¢ 1970), alguns produridos no Bra, mostram objetivamente (is vezes, nem implictamente) as laces en- se un lado, a segregacio e o restante da exrutura urbana, e, de ovto, 16 vues sn coves etm sus relagdes com or demi aspetos da totalidade soca, ou sj, com seus axpectoseconémico, politic e ideoligieo. ‘A forma mais tradicional de esudo da segrgagio urbana € aquela que bord o centro von a periferia wrbanos ssa forma raramente& apresen ‘ada como sqepa nem & anata sob ess ica Tem o mri de io ser por bairro, mas por regio urbana ou conjunto de bros. Entretant,kimi~ ‘ase fandamentalmente a uma descrigio. As abordagens sobre a ica cen tro venus periferia, quando ultapasam a descrigo,limitam-se a denunciae 2 injustga, no conteguindo explicar a segregacio nem artiulila a0 res tange da estrutura urbana e da totaldade social. Além dso ~ € iso j era motivo suficiente para rejeti-la so fleas como deserio da segreyacio. Segundo elas, em nosss metrépoles (¢ também nosss cidades médias € grandes) a segregasio dar-se-ia segundo ciculos concéntricos, com os mais cos no cent « of mais pobre na periferia, Esa fs visio decorre da teoria dos circulosconcéntricos da Escola de Chicago, do inicio do século XX.O Rio de Janeiro, por exemplo, sempre desmentu ess visi, pois Zona Sul nunca tee periferia pobre. Seja no inicio do séulo XX, tempo fem que Ipanema e Leblon eram periferias, sea no tempo em que Batra da Tijuca o era, sia hoje, quando © Recreio dos Bandeirantes 0 & Favela incrustada na mancha urbana (Com a Racinha) nio & perifera segundo renhum conceito do termo. Além disso, em Sio Paulo, Granja Viana Alphaville ou Aldeia da Serra mostram que bi décads exstem seas mais cas no x fora do centro, mas na periferia afitada, ‘Abordagens Recentes da Segregacao. ‘Talvera manera mas destacada de extdo da sepregagio moderna sea sa manifestagio soba forma dos condominios feehados. Esesestudos = ‘como a maioria daqueles sobre segregacio ~ nio colocam a segregacio num context histrico nem a ariculam com o reante da estratura urba- 1a, como também no mostam explctamente (is wees, deisando apenas snbentendidis) as artculagSes entre a segregario € 28 esferas econdmicas, politica ideoligicas da sociedad. nfm, nio explicam ese tipo parti- cular de segreyac,limitando-se a atcul-lo ao advent da suranga da oléncia urbana, dos interests imobilitios, da cultura dos novos valores por ses criados e/ow divulgados. Em que ox condomsinios fechados se disinguem das tadicionais formas, de segregagopor clase e por burro, que exstem hi mais de um séulo em oss cider? Em que se ditinguem do Jam América, Pcaembu ou. ‘Ao de Pinheires? S6 no tocante & protegio conta a violencia? Aos con~ les de portaria? A produgio imobiliia? No tocante & novidade imobi- Hiri, cles em nad se ditinguem deses batros hi 50 ou 80 anos. Hi ows iterpretagdes desas novidades que ultrapasem a relagdes com 0s Jreses imobibirios (a criagdo de wm novo “produto” imobilirio) ox om a questo da seguranca. Em que e porque exes aspectos so ag sig Jicantemente novo? Claro que s30 novos. A questio ‘ienifcanemente novos. Ein que © por que sio irrelevantes ow rlevantes? ‘Com integra sua anilise a procesos socioespacais mais amplos? Como Jierpretar ox condominios fechados,superando a denincia€ os ineresies ‘ox moradores? Sobre iso, pouco ou naa e tem fad, ses extadon—como muitos exuds urbanos~ tm um fundo no mui daco © nunca explicitado, wm fundo moral, co, que destaca 3 injus- ‘Quando destacam a opresso ou a dominacio,fazem-no sob a duica da jst. Como sua causa real no & esdada nem claramente explicitada, Joss 20 Ito (0 que deve ocorrer também ma cabega de muitos dos au- ‘idea de que sua causa & a maldade a ganinca eos intereses mes- inhos dos homens. Ness. base tica esti © maior perigo de qualquer ue social ¢ urbanas inchids, Iw i foi denunciado hi mais de um lo por F Engels a0 critica os socialists utépicos que eriticavam 0 xpi- ‘comm bate na ica, Criicou-os por acreditarem que, com ese socia- \dspontaya o reno da razio ¢ que, com ele,"asuperstcio,ainjusie, io ope sriam substiidos pela verdade eterna, pela eterna pela iguakdade baseads na natuteza pelos direitos inalensves do sn” (ENGELS, p.29).A segregacio &, asim, vista por ese estudos (tea da justia e da raze asim moralmente condenive ‘Quis os limites dos estudos da segregagio por air, por clase socal les que abordam os condominiosfechados ou © centro versus a ia? insistimos, se so Fimostramos antes que esa vio & fila. A descriio centro vests peti- feria no permite por exempla, que ve atcule a segregagdo com as est tras urbana © social. Esa desriglo iio explica, por exemple, por que 0 centro tradicional de nossscidadescrese mais numa determinada diego 4 que em outeas (ou iso mada tem a ver com a segregigdo urbana?) Pela propria Iogica do exquema centr ves periferia, 0 centro devera crescer :mais ou menos sniformemente em todas a dregBes. No entanto, hi mais 4 um século isso no acorre em nossas metrpoles. Nio explica ainda aticulago da segregagSo com as esferasecondmicas, que sed por meio da ativdade econSmiea que maioe interes tem no espaco urbano:a atvidade ‘mobili, Nio toca sequer nas articulagdes entre de um lado, segrega~ 0 ¢ de outro, 0 poder politico e 2 ideologia. Como tanta andes da sere ‘cio, cla enfitira ~ explicita ou implictamente ~ a desigualdade como injusica, mio deixando clara se ela & ou ndo devida 3 maldade dos homens preciso ultrapasa mo 6 a descrigso, mas especialmente a explicg30 fandada cm rade ies © morais Em obras anteriores, abordamos a segregacio por clases, no por bar ros, mas por grandes conjuntos de batros, ou sea, por grndes rides da ‘dade. Com is, abrin-se uma enorme posibildade de explicagio ecom= prcensio no s do préprio proceso de segrepacio, mas também com sus arcculagdes com apectosfandamencais da sociedade. Descrever e Explicar A iferenga entre descrevercexplcar no & simples e varia de um ga po de ciéncas para outro: ciciasexatasabstratas(matemsiic),ciincias ‘vata aplcada,cidncas da natureza ou ciaciassociis Vamos abordar ape nas caso ds cgncias soci, de uma maneirasmplifcads, porém Randa mental, ede tim énico proceso socialasegregagio urbana [Em que comsite expla ou omen a sepregacio urbana? Temos initio {que a aborlagem da sepregio por regio da cidade tem um poder explicavo rita stor do que sua abordagem por baie. Iso porque ela permite ua melhor explicaio da esrutura urbana como um todo ede sua arteuag0 com ‘os procesos wei fandamentase do pri proceso de sero. ‘Simplificadaments explicar qualquer proceso socal ~ a vegregasio ur- buna inclusive ~ & articli-lo& toaidade socal (os aspectos econdmico, politico e ideoligico da sociedade) e 2 seus movimento. F, por meio dele, mostrar como 2 segregao se artcua com a mais importante (mas nio a \inica) das maniforagen explication ds transforma soci 00 a do= minago social, que gera a desiguakade, especialmente acentuada no Brasil. 'Nio bass, portato, nem denuncia nem medi egregagso em n0s68 luandes cidade e mewpoles, sea por bros sja por conjuntos de baireos 1 preciso explici-t ‘AParticipacao do Espaco Urbano na Dominacio Social Para haver uma boa interpretaio ou explicacio de um proces socal & preciso have antes uma boa descrigio dese proceso. Esa, enretanto ns congo nce mas sfcient pars uma bo expiasSo Una ‘yn descrigio no lea necesaramente a uma bos inerpretagio, mas wma a desrigo leva necenatiamente a wena mi interpre, ao wr por vincidéncs ou acato (0 qe, cietifcsmente, no tem quer valor) [No cato particular dis cidade brains, éindspensivelarcular © pc ds segregago urbana na producio da desiguadadee da dominagion foci so porque a sgregago (om gral ¢ em inmers de uss maf luis “ici” @ aquela forma de exchiio sociale de dominagio gue Ao uma dimenso espacial. Es dimensio aparece, por exemplo.ma detr= ‘ino, comm nos Estados Unidos até» décads de 1970, de que os ne- os ocupem of ios lugares dos bus (Componente espace Panicios sepurads (componente esac), Gequentem esol sepaadis omponence espacial) et enh extdo do espagourbano ser stisirio se no entender 4 Wo expacia ubna Hi uitasdads.asegregacio residencal vem sendo objeto de inves 0 por muito exons. Eretanto, no ae arial ag men malas no tm sido eschrecs, como tambémn apenas a segreagso Hi tempos estamos desenvolvendo a tse de que asegregagio deve ser analsada por regio da cidade (endo por bairos) euluapassarasegregagl0 residencial. Vamos aqui abordar ess ulrapasagem ¢ anlar, também, a segregagio dos empreyos, do comércio © dos servicos. (© cxtudo das relages ente espaco e sociedad € tio antigo quanto complexo. Noss tentativa de enffentar ex complexidade levou-nos a im plificaro“Lado sociale “lado espa repo da ade (© poder expicatvo da segregago far tho maior quanto mas smples « profindo el for, ou seja, quanto mais xe conse sar do terreno move digo que, em geal, envolve o estudo das clases socais. Do “ado social” Aividimos entio a sociedae metopolitana (no 24, So Palo) em apenas has clases soca, que chamaremos“os mais rico alka rend, ¢“os mais pobres” ou os de “mas baixa renda”. Do lado do espago ess simplificagio teve suas consequéncias. Tendo «em vista que qualquer metrépole tem centenas de bart, a egregacio por bairro acaba perdendo veu poder explicativo, pos esa quantidade leva a anise para ui lado abytato, que conduz o estudo a bairos ideas ow tipologis de bros. Estes poderiam,entio, ser agrupados em regides ho- rmoggness. Iso, entretante, aio tem sido feito. Foi ese 0 caminho que’ cexploramos ao analisarconjuntos de bairos ou regidesurbanas Tnicilmente, vejamos como sedi a segregaio na capital pauls, ‘Analisando a distribuicio espacial das classes sociais no municipio de So Paulo, vrifiea-se que hi wma regio geral da cidade onde ocorre uma cexcepcional concentragio dis clases de mais alta renda. Esa regio & ine tegrada por virio Barros, das mais distintas clases socias, porém a maior parte desss clases esti concentrada nessa regio. Ela foi por nés, chamae di de Regio de Grande Concentagio das Camadas de Mais Alta Renda, No caso de Sio Paulo, é seu Quadrante Sudoeste, mostrado nas Figur 1 418, Eas figuras mostram a segreyago dis camadas de mais ala renda do Quadrante Sudoeste, de acordo com uma grande variedade de indicado= es: lis foram apresentadas em outas obras nos.) Chamarnos a ater «lo especialmente para o mapa que mostra o cima na cidade (Figura 4). da anise, Nasco asi aida de wa"aecamadas de mais foto mosque, ro Cdn Sues, once 6 8 res omen bia psvcio soi ewsss ave espandem por 2% popcioh numa pes Hote retical aha de Pavia, 2322002 p.C31Segunde aoe ocOr- de winecticide sc deseo se limaments ized pe, rma dt de Cat Mund do Duet Ce, prov no Frum Sac as Ac fr Gute, Equador em ho de 200. Faia most oF Ssbios de menor vide Socio Manno de Pai, igri mm, 1% eg e200) ‘igura3 Osmosis joes on cept ede as Med «Cr Ben de ne Panera (tc Jom qua mosra qa no Quadane Sues, to clade odor os de cro so o+'measloct pa rer (a acira deO8S numa de 08-9 8.904, tor as jens rec) Nes pesquisa foam conse een opt orem mies adolescents veges or ain de crescimeto popu Iatakiae por homies ele die de maida erent ara” Fo, 2082003 9.8, fsa figura monte a dsuibuigo de nos cidade Ela most eo Ouacnte Supe est ances mst dos eros cm mero porlao nega. Nees trina, 108 de neg eto aos ma teminlogi ds pest. Fl de 2vsren nC Figura 4 Cima mice os xen orga nd ei ha eh Antero rk dado Site tenner emma e crn deen Tab here. sta fiua monte que o cla. no Quant Sues, ¢ mise ave no estate zona una do munkip, Nese Quan tempers vai ete 25 29 Uh ‘quanta no Zona eset ete 293. gaus Nee 3 terpersue che ser 9905 Toric Zona ete Vlh de Pas, 52208 p C8 Nosaieterpeaio€ aves (ev 0 fata de care Sudoeste st mas tora es mas poe aes (ura Zon Lee por eer Of em aco com a atu, oma Se ode [Gro Air parte dobro olonge do Peis eso stad ee co Tins Amer europa, Ao de Por City utr pr exert tos 0 Sips emarmesma tse quea mao pate da Zonas fsa ive mass deeper Mos Area extant elentemente, 5 ee serra Zora {Gerad cantata edo exter sl do muna. Fst fouemosra que. o Quasar Sudes, est ances odo ose et ast nce de Derervolvinero Humano (OH do mania, Nara scl de send os valores masts representa de chores nds, ses tht a om OM sl30884. oma ato do muncipe: Mount com 086m ae, Pah am 833 Ra come Ako de Fos om 0801 Nese fra amb calendar os tos com De acina de O68. ses eur spenas 353% da pols do murine Dente, pera of Sor nape Satan exavarforado Qian Suet Fig fend dria ssecnciio nse 57 ua 7— Tne 172 Zs xs seni ties 21) en aut Oger Ds mapas 17 Fis gua mosva quero Quadrant Sudoest, estan lcalaads pratt Zonas 21 ona Excuoworente Reser Untarare} J oneamento 3p Jpn 708/72 Segundo o zaneamentssxovado er 2004 os Panos Reina 3 rae das Zonas Excsament Resencais (ZR) conta concentada no Sudo fafa most que o Qusante Sues concn a toad os os sas ends ns ees ana de RS 30008 nes da poe) Figur -Nines ebsparhonia or 0000 abies ree og fronts tar ade no Ma eS ads FO AM ‘id eocr i Rew Banga xan Se sua « hoa Mesa mora com alguns dora Zona None. mail dos sts com menor nie ecto or mii por 100000 abe ds) estan ocala no Guat Sudo [Até o clima ~ que supostamente aio seria obra dos homens ~ & mais aneno no Quadrante Sudoeste do que no estante da cidade 80 se deve 1 Fito de essa regio ter muito mais parguese ser muito mais arboriada Alo que © restante da cidade (como também da metrbpole). No caso do io de Janeiro, o clima nio € produzido (como em Sio Paul), mas as amadas de mais ala renda sempre se apossaram das ries ambiental- mente mais fsvoriveis. Desde o final do século XIX, est regio € sa co hhecila Zona Sul (© estudo da seyregasio das camadas de mais alta rends, 08 dos mai Fieos (por oposigioo das clases de mais baixa rend), encarado do ponto se vista de uma regio gral da cidade, permite as seguintes artculagSes: ‘Com os aspectos politicos: por met da Iyisacko urbaniica, da auscio do Estado, cipecitnene sobre o tema de tarports (produto, como vermnosadane de"Tocalace) ou da loesliagio| dos spurs do Estado. Quadrant Sudo, entra anes, & eile th pr cae sim cos pr cous ecg ~ Conn or pecos econdmices especinimente por meio do mercado «da ert, ds formagio dos pregos da tea e pel atid mobi Esa sio muito mais dindmiss no Quadame Sudocste, ea tere tem prego misao (uta coisa senda ig ants aaron cader- nosde inves dos pincpasjrnat de quguermctrSpoe braaeirt fart vera concenroio i avdade mecblrn ras rppectves css {de concentraio das cama de mai als rend ~ Com procesosieolgicos, por meio dos quis cle dominante provkz € ifande Weis que vim esconder os procesos reas de roto do espazo urbana desgual, que no &necesuramente cen too vem peri “Tendo em vista que esse sitio item € muite pouco abordado © co- wecido (apear de sua grande importnci), vamos falar mais sobre ele. A log domina os pensamentos da mairia, que os adota como verdadei- yTrata-se de entender quem produz eses pensamentos e com que fina- Daremos apenas dois exemplos,lembrando sempre que, sem 2 nosa gem da segregaso por ries urbanas, ees seriam imposiveis ————————— (© primeiro exemplo se refer idemificagio coma cidade”, daguela parte ds cidade de interee clase dominant O segundo most lem [esse aspect, também outro que chamaremos de “naturalizasio Sos pro ‘© primeiro € ilusrado pela sinte dein dominant: cidade do Rio de Jancis et comprinidaente 0 mare 4 montanha, Nada mais fo. Iso vale pense para a Zona Sul Essa zona (20a ocupads pea clase dominane) im identiieada com “a cidade”, Asim, quando a Prefeicuraabre wma nova via nia Zona Nort, ea et beneficiando a Zona Norte. Quando ca sve uma via na Zona Sol, ela esti beneficando “a cidade” ‘© segundo exemplo mostra 0 dois casos acima mencionados. A ieia dominante€: Oat da cidade ets “deer”. A deterioragi0, 08 2pO~ “recimento,€ um proceso natura que s6 ocorre com os seres Nos, sat idea pretnde econder o proceso real roulado de" decadénca"e que é de responsiilidade da clase dominantemas que io © quer asumir-A vende {Eque chamada"“deeadénca” decorreu do ato de ena else ter abandonado f centro de Sio Paul, dele reirindo suas lous, exitrios, cinemas et € ream suas morals, como at da Av, So Lois, Jutamente a partir do m0~ mento em que o cento dea dese patrocinado pels elites e pasa a er Pa ‘rocinado pela maioria popula, cris a ideia de que ee st se deter, ‘Mi and, Justamente quando a maioria toma conta do centr ri-s¢ ‘dela de que ee no € mais 0 centro da cidade que ci teria un nov cen to Ele ter-se-ia mudado para aA, Palisa ou para aAv- Fara Lima, ow pra tod a regiso que inclu dessa avenidh até 0 vale do Rio Pinheiro. Tomas também dominant, ideia de que es suposta dean seria motivad pe elhice ¢ obsclescénca dos edifcios cena (Jterorago), Esa idein tor to-seplenamenteaceita pela mora das populagde de nosis mettle ‘Se dade dex eifcios Fosse uma importante causa da"decadéncia” dos cen tron a que seria dos centos de Roms, Paris, tlm, Made ow Londres? A rade & que a classe dominante considera que ocento que for se ( mi 1 da maiora) ser o centro dasdade, i mas de um século,a centela de alta Tena ven abandonando o ceteo de Sdo Paulo e deixando sews "restos" pat ve eamadas populares Gs quis pertence hoje todo o centro “welho”).O des Jocamento do cestode Sio Paulo ~ sempre na dies3o de crescimento dos ‘miro residencias dos mais ricos ~ pode ser wagado pelo deslocamento de rus que snttizam 0 comércio 6/0 08 servigs das lites. Inicialmente para 1 Raa Quinze de Novembro (ao inal do século XIX), depois para a Rou iret, depois para a Rua Bardo de Itapesininga, depos para a Av. Paulista c pute do final ds Ra August, até chegar hoje & Av Paria Lima, 3 Marginal Pinhctos eA, Las Cah Berrni, ino final da dada de 1940, prenun= ciando sua “decadéncia"a Rua Diritatornou-se, nas nots de fim de ema rus tradicional pont do fing dos ners [A producio dessa ideologia sera impossvel sem aabordagen da sere ecto por regio da cidade Em outras oportunidad ji desenvolvemos virias consderages a res- pito dessa ideas, que fazem parte de tm processo mais amplo de domi gio por meio do espaco urbuno, Resumidament, podemos jéadianat, ‘esa dominagao se di pela desigual disribuigio das vantagens e desvanta- jens do expaco produzido; esas vantagens ¢ desvantagens dizem respeito fpecialmente & manipulago, pela clsse dominant, dos tempos gastos 08 Mfslocamentoserpacias dos habianes da cidade. A Estrutura Urbana e os Deslocamentos Espaciais ‘A importincia que a segregaio por regio apresena para compreen- ‘No da estrutura urbana & mostrada 20 longo de toda eta se letacar apenas os seguints axpecto, que mostram como: 2) --aaborlagem da sega por regio da cidade permite seu rel- onamento com tos 3 etrauraueban, a fcaizar a interrelg30 ‘entre produc do espa uno, como wm todo, com a sepreggio as rsdn dos mas ios (, poe posi, ds dos mas pobre), coma segmpago dou seus loci de emprege eerie, fnalmente, com a donsinag por me do espago urban; 1) cela fir aflorr novos posives pos de seregacio problematizdo seu conceit. 0 xo da segeygo dos loca de emprego, dead A segregacio dos empregos:o espago ‘he flrs segregaio da losiaio ds empregon,earemas flan do sag Asda dscnvoleids a sequirsobre trun urban ¢ eres das lois de emprego referemse a Sto Paul, man podriun pefeeomene ‘frre 4 Ro de Jans, Helo Horizonte ow Subador Acedo sue o estudio deca cidade ou metpole baci nio encom ic deem zea necessris adap, Esa pond ss outs el seeedora vantage da borden da segreiqio por wei da cidade Ta éidade bases acim da més tm uma regio perl epee cheney 2 ai desert para So Paul. Flext no Rio, com aus conhelda oo Sah, sspecialmenee em décadas mais recente, com ocrecente vem da Barada Tijvs como local de shins, servos ¢eaieis ot real corporat en priculr.O memo ocore com tots reibes ea politanas do Bri, ja em Porto Alegre (Idependénca’Moiohes de Yento},em Beto Horizont (Lourde/Ssvai)em Recife (Bos ingen} a riba Bute), em Fortaleza (Aldcox) ou em Sahador (eis ae late. facta muito as moradores esas merépoes compost opus cas ds quests agian Iniciemosdesacando que a loealiago dos emprego ecitioy apre- sen un dip interes pr populate gue deer & eae arte dos casos (on cmpregos que atendem o pic), cada pont de Preyo dese tor & no au lel deemprep,ma taba loa do senlimento da poplaio nas sae comprs €or ses servgon Ani oncentio ds emprgostecisios tm um pl interes, sta ae ‘lo oor com 0 setor secundii, que io tendo pice Tods as nosis mettpols detmvoherm sua Ares de Grande Concentra das Camadas de Alt Rend, Como jf ag stad no «ao da Regio Metopotana de Sao Paulo, ea iea€ seu Quadros Sedocste (ver Figur 1 8, epecinente a 1) Partin do conus se nese quate os sirros de Higinpols, Pacami, Conslarin he Paulas, Via Mariana, Aina pranga, Sumar, Peres Vila Pampa, ‘Altos ds Lapa e de Pinheios, Jas, Butanti, Morambi © viinhorean, sna, Brooklin, Alto da Boa Vita, Granja Jit ete: Para aqueles que pus que a et ou Sio Paulo lembramos que esa regio, ncluindo os Iuiros populates nela conte, nio abrange nem 20% da populasio da ogtio Metropoliana,e que dea esto excluidos as Zonas Norte e Leste (ote Mog dat Cruzes), am do ABCD, Mau e Ribeiro Pires, Guarulhos, (Osco, Caraicuiba ete, Dela estio também excluidos,emboralocakzados fora do municipio, porém dentro do Quadrante Sudoeste ou suas bordas (vonfirmando nossa tese de diego Ginica de crescimento) os baits de Grima Viana, Tamboré, Alphaville e Aldeia da Serra. No caso do Rio, sojropasio & ainda mais acentuada. Sua conhecida Zona Sul, da Gléria 20 ecteio dos Bandeirantes,¢ incluindo a Recinha e suas demas favelas,tem pens 10% da populagdo da Reto Metropolitana ‘Asegreyasio resdencial vem sendo muito estudada hi décadas Vamos pons acrescentar a ela a segregacdo dos empregose dos locas de compras S sereigos Trata-se de wma abordager o particular quanto fundamental Vamos mostrar 0 caso de Sio Paulo, destacando as concentragbes dos em egos da mairia (os mais pobres) eda minoria mais rca.’ F sabide que 3 absoluta maiora dos empregos em nossas metrdpoles& ‘onsituida pelos empregos do setor terciirio. Nese stor trabalha a maio- w dos mais rcos (a reiproca nlo & verdadeira). No setor teria, et a suande concentragio dos empregos dos mais cos, especialmente nos est NGrios (as virias profisses liberais © ainda os das atvidades modernas, como marketing, publicidad, comunicag3o, propaganda, informiica etc), Jus sede ds corporagdes multinacionas, nos bancos © nas fnanceias, mas ees das empress médias e grandes das mais varias naurezas, nos con sulios et, ¢ainds no comércio vagjsta, ses empregos esto concen oados numa Gnica rea, que & preciamentea mesma onde esti concentadas 1 resdncias dos mais rcos, que & jutamente © Quadrante Sudoeste da file. As Figura 1 a8 moscram a segregagzo dos mais rcos nesse quadran- (e,segundo virios indicadores. [No Quacante Sudoeste de Sio Paulo, concentram-se nio apenas 0s Jcais de emprego dos mais ricos, mas também seu comércio (seus shop- pin), su escola elementares¢secundirias, as excolas de judo nstagio {que fequentemente exigem também o deslocamento da mie) or bes de al

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