Você está na página 1de 31
ELISA PEREIRA RES Cotesto GY seearbs ie dna Sr ine 1. Proeston casas ets descilgia polities ‘Pa Rt Pprocessos e escolhas estudos de sociologia politica Copyigh © 198 li esi Ree Copy ds eats B 1998, Cone ips "Med, ada tga Mains denne Sob id eTocs igual pls’ je Gio Pas in Cpe “etre er in a de co poli Bi ei dein Cn Gps 198, = coeabisttins scatter me eee SUMARIO presenta PARTE Gencralizagio¢ singulsidede mas cifncae humans Sobre idhdania Reflexes sobveo hme lps PARTE IL © Estado nacional come ideologi ‘cao basire As tansgbes do Lest edo Salt ‘dena tesise Desigualdedee soidariedades ume elie do Frimo amos" Ranild PARTE It As elites agciias eAboligio da ecravidio no Brasil Engi. Res & Bl Pia Res der prvad econsrugio do Estado soba Pimeia Replies Mercado, Btndo cada 2 esas bras de dvenstimento PARTE IV Opressio butocetic ‘ ponto devine do cid Pobrezs, desiguldadee dentidade polis Bibiogrfia a 27 8 7 on 183 a3 239 am 295 APRESENTAGAO (Os capfalos dese listo foram escritos 10 longo de quase duss décadas de pesquisa ¢ easino em sociologiae em ciéncia pi ‘Teabalhando sempre na confludncia dessz dune disciplinas ‘enciaincenss com colegas alunos de ambas as fess propiciou-me um dngulo particular pata integer eflexdes sobre a teora eociolSgica ‘esobeessociedade brler. E quando flo de sociedade beasilees, tefiro-me a essa unidade de andlise to valorizada pela sociologis politics, mesmo seem declinio no momento, que & 0 Estado-nagio. Busco utilizar a ceoria socioldgica pare pensae nossa sociedade nacional, a9 mesmo tempo que vajo no exame de procestos hist t= cos beasileios a oportunidade para refletie teoricamente. Como os leitores vero, hf elaramente argumentos eeSricos que se repacem aqui eli, come hi também o retoma a determinados ‘processes histdricos. Embora tis repetigies possam ser explicadas pelos publicos especicos a que Forsm dirigidas, existe na verdade ‘uma explicagio mais bien: eatam-te de revomadas deliberadas de Gquestées, analogamente 4 um tema na composigfo musical, Nfo {que eu insinae qualquer parlelo com reslzasioexttica da mises. Sugiro apenas que hi recoreéncias que permizem ver nos eapétulos 2 seguie movimentas de um todo, Destaco neste conjunto a Enfase aributds 3 conjugasio de escolhas e process, termos que por ests razio aparecem no titulo do lio, (Oargumenco bisico,enfatzada tanto nos exescicios de efle- ‘fo cerca como nas aniliseshistricas aqui reunidas,€ iia que 10 processos sociaissfo ceias de decerminagSes e excolhas, Nesse sentido, constrangimentos estrutucis, por um Lado, e opgies his- ‘reas, por outro, slo os dois termas gern que permitem conceber lama articulaglo entre pressupostor epistemoldgicos fatalistas € voluntaristas, assim como entee premissascoletivistas¢ individua- listas (Alerander, 19822). Nio se infra daf que exis aticulagSes cstcjam bem solucionadas na ois socioldgia cfssiea ou ma con tempertnes, Assim, por eremplo, na obra de Weber, que caborou notivelareabouco de socologis politica eeorrendo simultancamente to trabalho de elaboraio conceitale# hist ria comparads, € mais ficlentender determinagbes etatuaise escolhasindividais como cexpieagbespaalelas que integradas, Da mesma forma, 0 execiios iro snes cntmpoinens fo mi cists come lurlismo analftico que como sinceses gia. Pe met da pespetvhisrc, al como consoiade na teadigo da sociologia politica, decoreprecisamente des cl tin analtica que fz do dislogo entre parimetrosestatuas€ x= cobhas indviduais a senha da relevcia da expicgHo, anda que 38 tustas da eleginca formal. & ease 0 compromisso que vemos pre~ Sct tegen i or ogn tas piginas 9 seguir Autores que levaram 2 frente a proposta bern de xtra conseitni 50 nenionss diene Tn maior ow menor rau. or os gue ier st elena so, como nfo poderiam desa de ser datados, Mesmo aqueles que teatam predominantemente de questéesterica nfo so imunes 3 Wistorieidade, sl come se deprende da manera particular como Ouirosextéo Serna questar pve dus tc so Tiplcomente frit a uma eines conjunr ns sme su cre "asd? psece fas josie 3 Nt Conte seed queen eset ou aes pecnete pesca) des camper papel dentro inc de Ti cant vig p= eles ove ite no comeo dow noe 190, confer pre 20 vabams dened pence deme seu alee veneer can it ih Brae wnt der ec {oss dehy spies cep que se mona fie. eee comer ite foam neque pr fe ete 4 Seer pleas © econbicon ules gem [A primeira parte do livo rene artigos voltados para at social, So trabalhos de career sintético, que buscam express de forma estilizada alguns dos grandes esquemas teéricos ou concetuais que esto no ceme dis dsputasacadémicae no eerrieG- tio das citncias sociais. Assim, © primeito capitulo constta um cuetccio intelectual livre que busca enquadrar a tensio entre © sgenérico eo singular nas ciéncias socais. Em certo sentido, constiui tum esforso pessoal de encarar essa tensfo, Tendo trabalhado persistentemente com essa inter-relagio entre teoriae histSria, «tendo vivido grandes oscilagées conjunturais na valorizagfo do histérico, proponho uma sstematizasfo de tendéncias no imbito vcore sel Ocal dis tad conceit de dada, le ma veda- de untae sob encomend’ par neationl Pel Siene Asocntion, ue seleciono um pune conan de com estes det inten noite da pina com ejee de di ‘sai par de roe de sutre convo, Minha opto pe self! pr enguneo onchann cd sili pole, fl atic contmporinennsiad or Matsa (1950), Como cr Ikoves vedo, a motvagoes do atthe sfo canto a andise Cenc proprianent come um ied pastas © rarer capitulo cute Dust ¢ Weer como epes- stes de dun vite comps ma eo toeialgin eee tebe qu com me sup dios inditements tm monentan dliveesos da pritics académica, Minha formulagio deve muito ao Aidlogotravado com geragées sucessivas de alunos de corissociol6- ica em cursos de graduagio e pés-graduagio, A discuss € também muito marcada pelo dislogo com of colegas que hoje incest 0 grupo toca socio6gica da International Socologieal Association ‘A segunda parte do lio redine tabalhos em que o peso da tcoria € 0 da andlise hist6rico-concreta tendem a se equilib Fazendo andlises de process hieticos sngulate, rato, a0 mesmo tempo, de propor mancizs lgieas de se conceber procestos gers ° i ‘Assim, no capitulo quatto, abordo a dimensto ideol6gica do pro- cesso de consituigho dos Extadosnacionais que tem lugae no mundo rmdeeno; no capitule cinco, erate das transighes recentes para a ddemocracia liberal no Segundo ¢ ne Terceto Mundos; eno capilo tes, iscuto os fundamentos interessados ow altrufsticos da soli- dariedade social, Quera erer que nesse subconjunco de estudos a consideragio das processos empiicos importa tanto quanto a preocupagio de enguadtar ceoricamente procestos que dizem respeita & dimensio ideolégico-cultual 'A terceia parte da liv centsa seu foco na interasio entre autoridade piblicae inceresses privados, com base nas experiéncias histéicas brosiletas. Assim, o capitulo sete aborda a eansigfo para 1 tabilho live, 0 capitulo oitoa consteugio do Estado, o capitulo nove as estatégiasnacionais de desenvolvimento. Como na parte anterior da coletine, a interagio encee ceoria€ interpretagfo is érica & 9 nica, mas agors 0 Foco desloca-se para os interesses ceonBmicos, fazendo a discussfo pender na diregio da economia polities. Essa inclinagfo & mais dbvia no caso do capielo sete, Erito em colaboragio com umm economist. Finalmente, os dois capitulos da quata parte voltam-se para a Aiscussio de dilemas da sociedad brasileira no presente, tendo como pano de Fando a questio da demoeracia, Discutindoseja a butoeracia ba dtica dos cidadios, sea a questio da desigualdade e suas im- plicagées para as identidades coletivas, 0 volume conclei com um Esforgo de cazer para 0 contexte contemporineo questOes que. tanto histrice como teoricamente, podem se vistas como desdo: bramentos das abordagense temas desenvolvidos nos capeslos an- UAs dividas incelectuaiscontraidas 20 longo dos anos em que tenho trabalhado os temas sbordados aqui so inumendveis. Ante o vastoelenco de credores, que inclu colegas, alunos e tantos outros incerlocutoresinclectuss, as omissBes seriam ineitiveis. Asim, ‘uso o siléncio,limitando-meacelebrar o didlogo que faz da avivi- dade académica uma pritica t3o graificante PARTE GENERALIZACAO E SINGULARIDADE NAS CIENCIAS HUMANAS 1 = Introdugio Minha exposisio esté organizada em quatro t6picos: em primeico lugar. inereduzirei, através de uma breve reviso da socio- logia clisic, o tema de que me ocupate, aque das relagdes encre 0 genético © singular nas cigncias socisis. Na segunds parte da conferincia, falaeessobee a telag entee teoria eandlisehistérico- comparads na sociologia contemporinea. Em seguida, deter-me-ci na comsideraci espectica da peespectiva macro-histériea a socio- logia. Finalmente, coneluirei com uma breve discussio sobre a6 tsSticasatusis 3 perspectivahistica nas cncias £0 Quero comesar lembrando a relago simbistia, tensa € contea~ dlicéia que exist entee hist ria teora nas ciéncas sini. De alguma Forma, questio da relagfo entre 0 genérco eo singula, entce urn ‘nunciado geral sus vivénciaindivicualizada sempre fez pare dos «prin, dos peessupostos de andliseimplicita ou explicitamence dliscutidos. A nogio de que as cigncias humanassf0 0 fruto de um decerminado desenvolvimento hiseérico sempre fex parte de um onsenso minimo entre os cientistas sociis. Discardamos sobre Iuitas coisas, adotamoe paradigmas ow perspectivae de anslise Aiscintos e muitas vezes conteaditérios, mas todos, creio, aceite mos que © surgimento dis citncias humanas so fruto de uma de- teeminada configuragSo histies, -Muitos de ns talvez nfo cectem tango nn histéria para exa- ‘nina o impacto da eadigfo judsico-cristl ou mesmo o impacto ds crengase valores difundides pelo Renascimento. Mas de algu- “ma forma, sempre que organizamos nossos cursos sobre 0 mento das ciaczs humanase socias, adotamos um ponto de rsa comam, ema geese histria ars nossa dsciplinas: andes tanafornagbesecondmicas, ons polices dos css VII e XIX. Mais clarmente, nosso ponto nero convencional tras sempre ona dois grandes marcor: 1 Revlusio Frances € 2 Revolugto Industria. Tso € uma dusteagf clara cde que vemos nosis citncis como send infomadas « confrmadss plo pro- esto histo ness sentido que Max sev fondando ums citnia da ise cérin — 0 mateilsnahistrico — un céacia cao objetivo € dar conta do peptio process hisrica. E € por ao que era de tm aula depos, Althusser fal de Mace come aque que esco- bre ocontinente ds ciéncis intra (Althusser 1970). nte- rettnceebserar que na visio de Althusser 0 “descobrimente” revel na cote a raconlidad copncns implicit rconalidade {ue teria sido derelad descoberea por Max Sie como fon Maer anda potagoita do procetohsSrico que cle tora sun vio anda et muito clad 3 Toso taconal nue a ciocia ea flosfia. Por isso sta ciéncin di histria€ também uma Filosofia da hist: hi exe censo constant ene Uierdada e detainame que dimeatou — « ainda aliments — tans poltmicas sada polities. O determinisme € nen ce aun pceegto do processo do concen cena como tm proceis gue eves a verdad; veradeentendids como nogso substantia eno como nor anaes Na visio de Marsa ago entre genérico co singular a oxgoiza de forma bastante act tis as maifeagdeshstvcesingoltes so vs sempre como aprovimagies a gral Assim, cle no petent a chave do pasado On eventos histic-singulaes conformam a um pao gral (Marx 1989; Maes, 1972: Mas & Engels, 1963). Nessa perspec- tiva nfo ae fala em fazer teoris: «ceria eat fits, ela jf foi deseo- brea a toria € a verdade que a pesquisa empiric revela ou ilustra “Tocqueville, contemporineo de Marx, tem uma rlagfo diverst com a teora, De certa forma ele extra s eoria da histria, Seu rabalho 6 sempre uma andlisehistrco-comparads que visa laminae lim reaidade singular, a da Franga. Entretanto ds comparagio ele ‘tea generalidades: sobre o papel catalisador das eeformas, sobre 3 conseaitaciassocias da frstragdo de expetaivs, sobre adispoat bilidade do incelectual esobve a tensfo entre liberdadee igualdade (Tocqueville, 1955: 1968). Weber, por sua vez, aborda de uma outra forma a questio das relagbes entre © singular e o geal, entre a histéra ea te feflexio epistemologica sabre © cema também encontea tradugio slceta em suas obras de naturezshistrica ou sociologica. Inserido cm seu cempo histérico, debate abestamente com historiadores fildsofos a questzo do estaruto das cinciae humanas, Potém, nfo ime decerei nas obras de cariter metadalégico de Weber, nem tampouco nas influéncias que reeebeu de Dilthey e Rickete ou em suas polémicas com Roschere Knies (Weber 1949; 1975 Oakes, 1988) Quero apenas lembrar brevemence sua contribuigio explicta & {questo ds relagées entre generalzacio esingularidade E verdade que Weber traga um claro divisor de dguas entre as cltncias “culeurais" eas demas, esse sentido, deina claro que his {ria ccitncias sociis sio ciéncias irmas. Contado, segundo ele, sss ims no sfo gémeas idntieass eausalidadehistriea ¢ causa~ Tidade sociol6gica sio distintas © & taefs analiica importante diferencis-as. Enquanto 2 causaldade sociol6gica Buse lis gers, 2 causalidade histbvica privilegin a sequéncia singular de eventos que caracterizam um fenémeno histérico particular. Enguanto a ia. Sua ausalidade histérica € “revivida” através de am encadeamento lgico de fats singulres,2causlidade sociol4gica & expressa como tum enunciado genérico e probabilistco, Como quer que seja, em Weber histériseteoria so diseiplinas irae js que se pressupsem «que ambas esto fundadas na acvidide cultural de atibuigio de sentido. Conforme Weber explicta, grande parte do srabalho de conceituasio e de tiificago nas cincias socias pressupde a con- ‘wibuigio da histria: capitalismo, feudalismo ets. sfo conceitos ‘onstrufdos a partir da refleo histrica (Weber, 1978), A patie he ranifetageshintins singlares,consteafmos cones ge- eirabsrtee Da mesma forma, quando obistrador se dbraga ‘Rha um puoceaehsedico singulay, quase sempre a selegfo que for dol nfonnada em mato menor ga or prestupostot tedncos Por exmplo, quando Till eflece sobre a formagio dos tordos nactnain elt su hittin informade por uma opsf0 fesricoranaltie (ily, 19752) TS Durkneiny Como ce argo ene hstria tori enuce enviar singlaiade) Como seu moved de citcia € srride cle asedn qu a soclogapreis emular a citcis elas past eset cenifea, Ness seid, spropoiss rose que formulae pretendem independentes do context his Sere, Ido progress do trabalho social ou 2 substiuigSo eee olideade metic pla npn soetaas como fensrcnoenaurit,como procesosdados cus eauss partial teoato ices bust Claro que hl sempre referncia a ftores sKumgcfices (elue ¢ densdade populacional), mas esses sfo nome fre exdgenos. come parieios dos eno como reader de pocestoRintrico (Durkheim, 1964; 1974; Lakes, 1973) Titi & cl gue Dt, come ce uo dio ude eran «queef de como process flsicos mauTais fm on- et gacn cbea” Maio emi ele € leva 2 dae importa “er fnbmenoecaltuas aos procesos de simbolizago queso ‘etceidos emo. cave do entendments da esta ec diica mess (Durkhci 1961: Alsandey, 19824) Aspectosfandamen- sae sds socal persist ou madam de acordo com o valor que cede abs eles Comtudo an de Dart pviegia idantifieagi de vendéncinsgentscs wniverai ‘Asin conclu a primeira parte de minha expos, aqucla ec s oni ou ea elisa da sciloia 0 ter ds tl (Ses ene geneaizaco singulidade. 16 IL = Anélise bistbrico-comparads ¢ tora na sociologia comtempordnes acd itis ssi incom o el XX cm mato enon refleco sobre suas elagbes com 3 hiss palatinamente pam {gor ee mania dln, No efege des lorem como verdhdeiamentcieufias, at eicashemanas com freqlfacia se postlam hisércas:petendem valdade univctl no tempo ¢ no espgo. assim com o cientfcismo postvsta du Excla de Viena (Halfpenny, 1982; Hempel, 1965) com o funcionalismo de inspirasio durkheimians de Merton (Metton, 1957); com 0 estas fancs, mbm ecto de Dkheim (Kurzweil 1980), ‘coma prspectivasistimico-cvoltivade Parsons (Parson, 19682). A petvasvidade dis variteit-padedo de Pacsons nfo deixa mar- gem a divides: elas so propostas como abeoltamence unersis (Parsons, 1951; 1969), Masinda, to spenas as sociedades pro- gressvamence se aproxinam do plo universalist, como tribe a prépria forma de conhecer 3 sociedade deve ser genria;€ esta a meniagem implicita. Todas as sociedades caminham do pticlarismo par ounivesalismo, ds adstigio a desempenho, do difuso 20 espectica. As singultidades so conesbidas como desvos como transizriedads,atrasos et Eenfim éassim com geande parte ds tcovias da muda social que se popularizaram depois da Sepunds Guers. © otimismo das teorias desenvolvimencistas do por-gucea, sobretudo o da teria ct modenizaso,aposta no progress dingnostin enraves e destios de rota, inspieapoleieas de aupersso dos obstfeulos, E muitas vezesa propria citica teoia dh moderizago prope uma visio igualmence simplifiadora da madangs social, ela ecrando a di mnensio histérico-procssual-Peno, por exemplo, nas verses mais smecinicas a peespectva da dependénci, Claro que sempre houte oposiio a essa perspectiva de asl. Os cinones esto destinados a seem questionados nas citncias hhumanas plo prprio Fito que els sfosuto-efleivas, Etarnbém 7 porque as polices rics sfo manifestaghes da dsp de poles a arademia. Assim, por exemple, de dentro do marxismo brotou 3 veto crfice da Escola de Frankfurt (Jay, 1973; Horkheimes, 19725 Habermas, 1972). Ela ousava desafiar dogmas cientfficos ¢ assim feconbecin que a hisrin preg pesas aos tericos. Par les a is- {Grin mostrava que sriam of intlectuaise nfo os operirios 08 que poderiam, em um contexto distinc do de Mars, exerts um papel Perlucionisio, Outta defesaveemente da anise hist6rica dos pro- estos soci fo Feit por Norbert Elias desde a publiasio original GeO proven clcadn em 1939 (Elias, 1978a: 1982). Mais eaede dle atecara diretamence a tori sst2mica de Parsons, conteapondo {els uma perspectva que incorporava a hata (Elias, £978) No context hegem@nico da citacia social nrte-americama,& ema contra oaristoricini das eorias de modernizagion oria, por exempl, das adlises de Bendix sobre os grandes pro- essos htbricos de modemizagio (Bendix, 1973: 1977)-Nos nos 11960, cle foi um dos primeisos a sesgatar na academia americans a immportncia da istsia por appa anise sociogic, Junto a outros nomics importantes, come Barrington Moore por exemplo, She teoue de novo para o primeico plano as relagbes tntimas, Simbigtcas, entee historia ereoria, que aeadigio clissica valorizara (Moore, 1967), “fais autores podem ser considerados no ambito das ciéncias socisis os pais da sociologia macto-hist6rica que tanto prestigio eve ein déeadas mais tecentss, Claro que do lado da histéria havis rromes de primeira grandza instruindo essa escols: Thompson (1966; 1975). Braudel (1980), Anderson (1978: 1979) ¢ outros historiadoresalimentaram a socilogia hisérico-comparada com suas excelenres andlises historias © nome de Bendix é paradigmético aqui porque. sem abrir ino de conceitosc postulagbescentrais na teoria da moderizasio, hamou a aengto para as limitages ea falsas pretenses da teoris Social, Conforme bem observaram Skoepol e Somers em artigo sobre toe sos da histériacompacsd nas ciéncias soins, Bendix usou 4 cago in ‘comparaio histSriea para qualifica, restringieo aleance da teori (Skoepol & Somers, 1980). Quando contrasta 0 processo de mo dleenizagio que tem lager na Alemanka com 0 do Japto, ele esté precisamente aponcando pars fito de que a ceotia no dé conta ie teens tie ee daa proce Nee snide oe adverse ot un desing shuts einige Nio gue para eleasteoriss seam supéfluas. Ao contrrio, fe varia eplictamenteotabilho de conceituagio egenealzagioe inclusive aposta em algum geau de eoificago, de sedimentagio do conhecimenta sociolégico, Foi assim que mapistralmente terizou sobre expansio da cidadanis no mundo moderna em Nation -alding and enceatip (Bendix, 1977). INT ~ A sociolopia bistrica como paradigma ce iru: Sanco eustchuctrews sks oe Geoplons coe ttugio dos estados nacionais para Bendix (1977), para Til I ja) cna (pty apie depts aia ce por Eoeand(ocpi grin colar fl Bip) hacer bs cas ope ea eo Wallerstein (1976): singular hn do cide para Jon perenne Pio sessiapiicu ccna ve ee ric a pela dimenso politi vida oil Como os poni= Ry dus tigi. oslscosmeaconads a primi part de vrnks expo. que uabalam ness pespecis deandie om Frejtncs ene sm ma ssilogia ts police, Os temas matures no dev divide quam so formas de Tmperconstugo deed aims sy auc ne ode compu ones cacti dessa linha bah Todos os ots que sab de mensions salem da comparagio como recurso analitico crucial. Ea ae oe vem punde pe eaberaie tir, o ame tio de a gr tetoneneeeentonentea eso ein Capagtest Pe cea compart machin dente des cago dente pade ump tara varie fete oti, conorme chicas i cmpesShopol «Sommer (1980): ea pode mer wigan un teora (Bisensad, 1969) pode resingie © “Tener ders (Bend 1977) pod inde peste 1 bootie tern Moos 1967: Shop, 1979). Na verdad ues autor pdeaner sod compara hs commis Somes popu Moore (1967) sux mod compivo cna peor a ea como pte aie, pra esting teuddaeeeliatv De sre forma quando Schvacaman compara © Brasil usta epetcias Marc x compart etn eng dn da Donets ee ume forma de enperao oltca pric, aaa espe cap Seworcaan 1983) x quan comp IS proceso hse de forms do Esto sail no Brie th Memonta edo meteado deeb no Bes os Estados Trader popto fn urs ern de Butngton Moore cae pts eta do mde como oper ‘tormlages daa ers (Rei, 1979) MT vebtacs ners brasil gu opotun pa Ken bear nn ute pet dg de nota com ado esto tex tenes por um ldo 2 prclrzagio ou singudade ere Quo de tooo sfogo ebio-compuatito was cits ve tmsede prognostic epee Gis singles em um undo de ferintia plese ma op Masao mesmo tempo nfo ht divas que ne marco de socleg histren lagi eno pata eo eda tem par ata sn sg: en pn deta sos paragecraizar busca geeaizgi,sexpcagt tears pr mndboriluminarohinssceesngdae oP ‘Asin quand core formulae eis de Moore pcs inser Baim un qa tetric que eantend sans ofr toca single ne me itt a Txmulage tees se dee explicate suas linger — como importa entender pore dermocrac iber enc ants ebtclos rong te oe hiséria.O mesmo ae pdera dizer do empeaho Webcode Shetaman que bse glen iar morula gens vie sobre forma de pia pla pr cmd o eters do aworiarsn oo Boil Da nana fms, rnd Tocle ua 0 métod histvicocomparnto, ele ses gener mae jamais pede devin eu ote qul su buco Assists que democracies na Banged seu tape IV - O genio co singular nas cnciasbumanas boje ‘Ao s aprorimar ofr do sul, a lads ene hist © ‘sora nis cincas humanse parece pasar norameate pot pros fandosquesionamenion En cet tee ese questions pode evcar a discussio ale de que Weber participa, mat» verdad uh também lifeenseprofundss em lad so dete duc época. a pespiahietra que ns faz recone espn cicada sngulidade do present e assim exige nos stengeo 3 ineitismo de nostosdesafios materia intlectuns “Tania. 0 rides 0 profs fram as eansformabes scondmicas, sci plas da histia recente ds humana uo dignsstico de una tetcire revolute indus feta por diferentes autores, € bastante convinente Dante das mista supe “Jes histrin een nos aus, por vere somos Teds a compari edecnce a9 momenta histérico das grandes tanformases que ‘efoemaram o surgimento das citcias hisrérico-cultoai ‘Oinventiciode palaens-chaveincorporadas 2 acetvo das cif~ cias humanas nessat dua dlcimas décadas no deira lugar a dvi- rent neaidade hist6rica levou-nos a incorporar conesitos € fendvicas até entio inexitentes ou raramence acionados. Assim, ial vimos conceitos racy mo psp cere da esi 90 re dade mvineto soins diem tenses aor al Ena nacional poder police Na verdad aa clase de stn onions, ue form domieantes ae si hoje so obj de prblematizgto, O gue a cae escent ads sch Qs aan atiarde Esa ion sociedad dic sacra do proceso de alo ¢»socicade de et aera aera ens oar apes 20805 ae eninarmos ia diepina agen eelerane aera oil ecient iid eae cena ponte pal, por, €0 fo que nse contac eee denen iar i ane pep process hucrico qu os des come ae oo sues cxetes inten Siesiindat dn ra patos nalts de ote isi, De mania Nae facta xqoemtin cw ensifia satis” Bente speci Nie poset sae ey Ign puspeni esti ds tetas doc ct inn Esa erspcindeandie, que gow um teal ten feito eo m3 frmelsBe, mb inne ae erada 3 perspectva stream ies air coded pont das ngsaads a dbordges is so a empatel oma gna om ters ona eapciade de presi, Baa pode een is popula nu citi poli do qu sa soilog, ma umber eta en ead, Claro et ue Ghewiotrentnsanlse pola, una ve gue estas fle de vol co ator empre fo mate mas eta Nese etd, pest, Tenino foro de Here doatos em depurt o marine de sun componente ra (tes 1983 Rumer 1982) ou ego tap dePracworh em confess importa aie de poe ‘wot hatrico 1 Batngton Moore come ele ropa epi Tamente menciona (Pzcwosi, 1988). Gon ols sin ih cn acon, com sa neo ntl da ic, ter ets ponte fase aco, co dean academics tm venir de ian dir uns uo Teche £987, Conk & Lov 1990; Bae, 1997). (que € importante lem € gue €» popes gear don epost o oct meno topo town towne aia er Poacal rpeaied pla ecg qiedoncane aes tee Tr cnet prokaniebution Se «Mg gon ple © chapels ors su dca ne dice daca olen cee pln de de citcin soi nbs sed g30- aa ese viment & Ply. 1984). concise PME: sea ida guem-igune momentos 3 il eee em post : " Ute Han Adonis dens meses ne de mpc 9 mena tengo em codon 0 RES See ere plgts hea anemia dod See, dgenendo do atx erie am gu cons aa é ivel identificar pea dame varagbes do cone, poe 1 eee aes hitoics coment como também alguns pontas consensuis nas diversas perspecivas tbrcat qve © Polbasam. A meu vet os seguintes aspectos caracterizam 3 base cO- vavpa dar diferentes perspectvas que abordam 3 cidadani: a) as aes hiseéricas do conceit: b) a referencia imediata 3 inclusio/ rls que circunsereve 2 nogio de ciadania; ¢) a constante “Kratidade de cudadania como satus € como identidade; d) a ensio chee virtues civicas e prestogativas; ou, em outras paavras entre 8 tama visforepublicana ds sidadanua © a concepgio de cidadio como consumidor de diteitos (Habermas, 1994), Ralges Quanto is orgens emotas do cone, como j fo sbserado pormuitos autores a fons insets mais importantes ncon- Ttam-se na religion dh Antigtidade, na evga grea © 90 Innpécio Romano (Cake, 1994). A pale "ciddio" prover do sermons citar, mas aside que leva a conceio de cidade tis ako bum mis anign, Na cing ges ox pei l= trent incorporads és de cidadania Form iberdad eat udes republicans Meso ances dno savin efcncia ia abstata cd gal- dae em texto ligisos segunda os quai toda ser humane, como pueda humanidade ina gual inte de Devs (Clk, 19943). Fein amigiidae gepn, por, que ipualdade ciberdade viseam 2 ganar elevinca politica no comtet da pl. Meitos |schamax fam ate para esa piinagi dos concitos ics in Prevaram como conseqidnca de guera a dispess ene iainhos lication an origean da pos conve cide Ferifiend, mas em tem conribirim para promoversenimenton de lealdade ene gules qu inka iimigos comune. Asin gradients «pols eto a ver entendida come una comunidad Mais ade as imunidades decorenes do lugar pels ocu- Fle pelo burge no mundo medical xcacentaran nora dea Besa deliberdde © bugutstornou-so potsip do isd, th cidade pssou a ser seu habit mara (Blk, 1984). A trade fo contrasts de que Locke (1963) e Rousse (1968) sioas presses mais caras é bse losis moderna do coneito de rca Finalmente. muitasvezes afirma-se que avis moderna dacidae in est intimamente associada 20 desenvolvimento do capitalismo instivucionaizacio do Estado-nagio. Como observa Roche: ita fo po in epee oma cone com amp eee ene sels VIl VITaesdo grandes iat eos us foram slugs ingles americans CRRA SadRtos saunas” « “Diets do Homent SRG Soe ese elutes ou cones de “ibedade, OSES Racendad® po ele aemadose seus xorson caged fanlentto Eseado-nagio modern cose asc teen wont do po jam » come = sae idetal modern fe eidalania (1992-917) Incluso ¢ exlusio ular eter prerrogaivas que simbio valida cashes de incluso. Status ¢identidade ‘Stare iene cepresentam outro tema recortene na literatura sobre cidadani. Tee ostats de cidadi € sero detentor leptimo de direitos obrigagSes. ss tlvexsnogSo mais comum dconcito saliteatua de ciéncia politica Porte, ainda que de mado menos cxplicito, a ceferéncia a uma identidade comum ambém € freqiente nas discusses sobe cidadania vd certo pol 85 = taccerstin dual da cidadaia deriva dsj menconada foto entre nage Estado que ocoreee nos leimos doi culos, a ual 2sso- iow com sucesso os prinepios de autoridade ¢ sliariedade (Bendis, 1964; Grill, 1980; Habermas, 1994). Vistudes¢ preeragativas Pr fim. nas mais diferentes abordagensteGricas dacidadania, rmuitas vezes v@-se ina tensio entre dua imagens do cidsdio: uma firma o ideal epublicane, vendo o cidade como detentor de vit- tudes voleadas para a esfeva pibliea, bem dentea da tradicio aistotlica: 2 outraconcebe a cidadania como odiceco de gozae de prerrogatvas, Ainda que os dois ideaislogicamente possam con- ‘verge les podem também divergir.O cidadio, na condigso de con- ssumidor de direitos, pode, por exemple, valerse de sev dirito 4 liberdade pata fee jada e deste moda evtar qual- quer envolvimento com se questdes piblicas, Qs sspectos conflicantes dessa dualidade ma cidadania moderna vém hi muito sendo abordados por tcorie polticas normativas Fundamentadas em diferentes filosofas (Meade, 1986; Runciman, 1966, Vincent & Plans. 1984; Wolfe, 1989). sena.esfera TIA cidadenia na tora sociale police contemporinca No século XIX einkio do sécwlo XX, os Fndadores da ceoria social fizeram algumas reflexes a respeito da cidadania, Uma das mais discutidas dessas contribuigbes das autores cissicos € ani lise ertica da cidadania apresentads por Marx em A ques fadsica (Mars, 1843). Como é de conhecimento comum, Marx via 2 cida- clania como uma Forma de alienacio burguess. Denteo de sua vis, enw ns fem less pls de pci, oats da Siena gular neradetas fone: ds excise, Tooele Fae cea sugmente do iad como consis da Ie cel comput 2d” maifetada pes soiedade Cece 1843, 1840) ot fin Weer vio dsemaviento Fists ome tad comps de proses hatrcs nage pss ord um la firma a atonoms dt cide sesee ns ede onto modifica os meis de forex gueret (Weer, 1921), ce oso aes imo ngn ao ume sondage epee do coe erm pleamente create nese tis A conferees de Nol sobre iui aie pronunia em 1949 const um mas ido do si sams honnra pn conc de cidaania Maral, 1950) eee dr mahal tm sido ced sempre que» quedo dt Jetset en jogo ene teicor de enc plis cit sae daa tee publiad pose, Marsal éum ds toes “eee lle cada anton Ses ds acs pla quanto ps a soclog pole aay descavavineto x cdaania como ia 4- uta elute pan ds dion cvs, pasando pos pol sree ifn coun aos sci Ase ver, deencgto ee ees de denon era unm cnsequncin de Fagmencasio sre achtqucccoren mea modern “Outror, es ot aa rmtsdonformando una dnc onl Ox dito fan- Saecegee vnetuiges erm amalgams” (Mata © Boomore. 19929.) ‘etedo Matha mens cl atende aos dito de ies dian era peso bed de exteso, Resumes eligi odio roped de firm cone aero co dnt justi Por save, o8 dios polos rer ronde oc de sia do exerci do pode el srencbon mic de um corpo vet de autre olin ve sou lear ds membros de nal corpo” Para Mahal 2 oe ji ila eee ie om Gos os ds cis jum epetadan,enqameoulaneeo co Conschs de gore lal tram ning soca sat dion poli Poi Nhl ei tema uaa sos secs ome proved tutta dein sr Ta dct Ao pore didn cone “oo pec qui do i tm nnn de open ebeorevar vrei dt de froin deed coal evi sda Seuss {ido sep padres os tcl” (Maral ¢ Boviomor 094.8) ‘ids deh in id oma denen dun, dette conv (le awe 1996) Seinen Terr dr sgund meade dere el, termes qu om dvi ssn ede dcetes bord dengan modo es tore ce ¢ suf: Ai, pedo eee qe ete ‘ico dbs saved ds eos propests por Maha [dais dasa banat co pede det el tse dnvelvinento opal s dap de dae form tenn argent de Maral una dees nest decor Tore bnmonin am apie sta mele ds Tne cco (Osher 195 Gen 996) Hosea ns ps nl dior iain rola econ pst pedis Cane 1980 1 i mon raat in pe da mune svi como bom shar Brae (1988, 1) Enbort muitos de a angumestn than is quested Aarne dea, o dete ohn denc de pies dete Bans, 1988 Bale ew 1996 Gens 19851996 Rach, 192; Seabee, 1994 Tune 1986, 1995). Nac io popu aor ma oi Seund de pein, ara spear prone ana mra ae ee Foren peciament» een de fra oma etn hse Peet prove pga onee seu deca sete | \ | ttc de uma sora gerald madanga seca. Os gue occ verneta que asa de Morale a verdad a lao “eer erie biic (ow mero ings). come oa de Pere plein set generalize verdad qc existe um wes eri na formula de Marsal aso fto de que ea ge soe terbs econtiensin em outros conextos inca

Você também pode gostar

  • Perpetivismo Fichamento
    Perpetivismo Fichamento
    Documento5 páginas
    Perpetivismo Fichamento
    Michelle Ludvichak
    Ainda não há avaliações
  • Antrop. Visual
    Antrop. Visual
    Documento401 páginas
    Antrop. Visual
    Tonatiuh Morgan Hernández
    Ainda não há avaliações
  • Aula Elster RI
    Aula Elster RI
    Documento24 páginas
    Aula Elster RI
    Michelle Ludvichak
    Ainda não há avaliações
  • 3 Lijphart1
    3 Lijphart1
    Documento7 páginas
    3 Lijphart1
    Michelle Ludvichak
    Ainda não há avaliações
  • 3 Lijphart1
    3 Lijphart1
    Documento7 páginas
    3 Lijphart1
    Michelle Ludvichak
    Ainda não há avaliações