Você está na página 1de 142
Teoria e Pratica do Siren TT Volume 1 Ke que nao € cxagero dizer que meant ce Mitre tec Teovauaieve an sale ptreercie Genoa (Wociaatetuetcerzete i pos na terra, E ela que possibilita 0 aprovelta- mento dos:rectirsos minefais de forma’ que 05 TS ee erent nidade precisa para sobreviver de forma digna. : Arthur Pinto Chaves GCE ethyl Neste sentido, consideramos que um dos ramos mais importantes dentro da Engenharia de Minas é 0 do Tratamento de Minérios, nao apenas por sua abrangéncia e complexidade, mas também porque 6 de fato a ciéncia que, numa definicao simplista, transforma pedras Gninetciee sitar erie pies techvar Sos ramos industriais. Meets cen cap ap arc) | meer] Este 6 exalamente o tema deste livro do Prof. Arthur Pinto Chaves ¢ varios colabora- dores: uma abordagem das diversas areas do, Tratamento de Minérios, indo desde concei- Hotere cyres, eres cremate oro Karegonceye ae iante conhecer as nocoes basicas desse ramo da Engenharia de Minas, até operacoes mais Ropes Du Peytate note mitts 2 eat) TEORIA E PRATICA DO ‘TRATAMENTO DE MINERIOS VOLUME 1 ARTHUR PINTO CHAVES E COLABORADORES 2* EpIcAo (Revista F AMPLIADA) Esta edi¢io contou com 0 pattocinio de metso minerals 2002 signus EDITOR EpicAo Francisco B. Atves PROGRAMACAO VISUAL SéRGIO DE OLIVEIRA Eprroracdo ELetRONica Victor F. O. Awves £ Macttto Yostpa DIGITALizA¢Ao DE Fotos & FIGURAS Lirreais ED. BLETRONICA EprroracAo DE GRAFICOS & FIGURAS ANA CAROLINA CHIEREGATI Dados Internacionais de Catalogagao na Publicagao (CIP) (CAmara Brasilera do Livro, SP, Brasil) Chaves, Arthur Pinto, 1946- Teoria ¢ prética do tratamento de minérios / Arthur Pinto Chaves, —2. ed . — So Paulo Signus Editora, 2002, Varios colaboradores. bra em 2. Bibliogratia 96-1103 cpp.s27 indices para catalogo sistematico: 1, Minérios : Tratamento : Engenharia de mines 622.7 2,Tratamente de minéries : Engenharia de minas 622.7 Para Lais, com muito amor Prefacio 4 segunda edigao primeira edligao deste livro, rapidamente esgotada, foi edi- tada com 0 apoio do PADCT - Programa de Apoio a0 De- senvolvimento Cientifico e Tecnolégico - de 1994. Esta se gunda edicao - revista e ampliada - foi assumica pela Signus Edi- tora e contou com o patrocinio da Metso Minerals, aos quais regis- tro o meu mais sincero agradecimento. Desde o inicio deste proje- to, ainda um sonho, quando da elaboracao da proposta ao PADCT, a Signus e seus diretores apoiaram-no decididamente e dele parti- ciparam entusiasticamente. Quero externar também os meus agradecimentos a todas as pessoas que deram o seu quinhao de esforco e empenho: = aos meus alunos e colaboradores, a quem esta edigao é dedicada, + a0 Victor Alves e ao Marcello Yoshida, que cuidaram da editoracao eletrénica, * 3 engenheira Ana Carolina Chieregati, responsavel pela maior parte dos desenhos desta edicao. Logo que a primeira edigao chegou aos leitores, varios ami- gos e colegas se preocuparam em chamar minha atengao para os exros de digitacao, falhas e omissdes que o texto continha. Gracas a eles foi possivel redigir a errata & primeira edico e cuidar para que esta nao 0s tivesse. Nas pessoas do eng. Luciano Cabral Rezende e do Dr. Antonio Rodrigues de Campos registro aqui o meu agra- decimento sincero a todos. Finalmente, este livro é destinado ao uso dos técnicos e enge- nheiros militantes na operagao e projeto de usinas de beneficia- mento e para os estudantes de engenharia metalirgica ou de mi- nas dos tiltimos anos. Ou seja, para quem jé tem 0 conhecimento tedrico necessério. O enfoque dado foi essencialmente pratica e dirigido para o dimensionamento das instalagdes ou para a solu- So dos problemas do dia-a-dia da usina. O tratamento tedrico foi restrito ao minimo essencial, de modo que o leitor que nao tenha este embasamento tedrico precisa necessariamente completar 0 estudo com a leitura de outros textos. Arthur Pinto Chaves Apresentacao da 1* edicfo Minas 6 a arte de transformar em riguezas aquilo que a natureza dispés na terra. E ela que possibilita o aproveitamen- to dos recursos minerais de forma que os mesmos possam gerar 0S PLO dutos que a humanidade precisa para sobreviver de forma digna. Neste sentido, consideramos que um dos ramos mais impor tantes dentro da Engenharia de Minas é 0 do Tratamento de Miné- rios, ndo apenas por sua abrangéncia e complexidade, mas tam- bém porque é de fato a ciéncia que, numa definicao simplista, trans- forma pedras em matérias-primas para suprir os mais diversos ra- mos industriais. Este 6 exatamente o tema deste livro do Prof. Arthur Pinto Chaves e varios colaboradores: uma abordagem das diversas ére- as do Tratamento de Minérios, indo desde conceitos elementares, que permite ao leigo ou iniciante conhecer as nogdes bisicas desse ramo da Engenharia de Minas, até operagdes mais sofisticadas. O grande mérito desta obra, segundo nosso julgamento, é que a mesma nao é de um tratado académico, acessivel apenas aos entendidos no assunto. Ao contrério, esta “Teoria e Pratica do Tra- tamento de Minérios” faz jus ao titulo e se caracteriza como uma importantissima ferramenta didatica muito wtil para aqueles que se iniciam nesse ramo do conhecimento e para os profissionais que, no dia-a-dia de suas atividades, enfrentam muitas dificuldades para solucionar problemas especificos relacionados com o Trata- mento de Minérios. Defendemos 0 ponto de vista que o principal objetivo de um livro 6 transferir para os leitores, através de suas paginas, experién- cias vividas na pratica por seu autor ou autores. Esta definicdo en- caixa-se perfeitamente no caso deste livro do Prof. Arthur Chaves. Em primeiro lugar, porque, exercendo ha varios anos atividades docentes no Departamento de Engenharia de Minas da Escola Poli técnica da USP, o autor transfere para as paginas deste livro tudo que tem ensinado durante esses anos. Em segundo, porque ha mui- tos anos ele também exerce ativiclades de consultoria na area mine ral e tudo o que aprendeu na prética, tanto no Pais como no Exteri- or, ele repassa para os leitores, através do livro. Além disso, os diver- sos colaboradores desta obra sao profissionais de grande vivéncia creditamos que ndo é exagero dizer que a Engenharia de errs tre no cotidiano do Tratamento de Minérios, 0 que amplia ndo apenas 0 leque de conhecimentos, mas também a praticidade dos conceitos abordados. Um outro dado a ressaltar é que, pela forma clara e con- cisa como sao abordadas as diversas técnicas do Tratamento de Mi- nérios, um tema que aparentemente poderia parecer drido torna-se uma leitura agradavel e facil. Além disso, depois de cada capitulo ha um conjunto de exercicios, o que possibilita na pratica ao leitor testar 05 conhecimentos adquiridos. Por tudo isso, este “Teoria e Prética do Tratamento de Minéri- os" nao poders faltar na estante de todos aqueles que ja atuam na Engenharia de Minas e dos que iniciam carreira nesse ramo do conhecimento. Ou seja, é uma obra mais do que necessatia a0 en= sino da Engenharia de Minas no Pais que, alias, apresenta uma grande caréncia em termos de bibliogratia especifica. Finalmente, é importante destacar que esta edicao somente se tornou possivel gracas a0 apoio do CNPg, através do PADCT (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnolégico) que, desta maneira, cumpre a sua fungéo de fomentar a evolucao da ciéncia e tecnologia no Pais O Editor Indice - Volume 1 BE Nocoes Basicas Introdugio - Objetivos do Tratamento de Minérios .. Operagdes de concentracao. Adequacao granulométrica Outras adequagdes : Operacées Unitarias de Beneficiament: Fluxogtamas ncn Outros Conceitos Importantes Teor. : a : Polpas e sélidos particulados ....... sevweinee AP Exercicios resolvidos ...... " is Balangas cle massas, metalirgico e de 4gua......21 Exercicios resolvidos «ro. Quantificacao de processos Exercicios resolvidos .. Curva de seletividade ... Rougher, Cleaner e Scavenger Tamanho... = Area de superficie Densidades. Exercicios resolvidos Referéncias Bibliograficas Bombeamento de Polpas Equipamentos e instalacées .. Bombas centrifugas de polpa .. Tubilagdes & acessdrios Bombeamento... : Curoas ceracteristicas da bomiba e do sistema. Desempenho das bombas de polpa Poténcia consunida - Comportamento das polpas .o.cnnnrennn Tipos de fluxo de polpas oon. : Velocidade de traisporte a Exercicios resolvidos ... Reologia das polpas - Carncterizagto reolégica de uma polpa... Perda de Carga Escoamento heterogéneo. Escoamerttos homogéneos .. : Uso de polinieros redutores de arraste... Dimensionamento de Bombas e Tubulagée: Exercicios resolvidos Minerodutos... Colocagao do assun! Descrigdo de instalagoes.. Peculiaridades de projeto... Distribuigdo gramilométric 0... Diluigao de polpa e velocidade de transporte ... 145 Perfil da tubulagto e gradiente hidréulico 146 Desgaste abrasivo & corrasio oe 148 Declividade méxina nn. . 150 Utilizagao de borbas centrifuga vovssusscsccss 151 Utilizagao de bombas de deslocamento positio 451 Outros sistemas de transporte. 7 154 Investimentos e custos operacionais, 156 Deseri¢do de Minerodutos .. 159 Samarco. 159 Black Mesa Referéncias Bibliografica 161 161 Classificagio 163 Introdugao sanenve 164 Equipamentos 165 Ciclones .. 166 Equipamento .. Instalagdes...... Funcionamento do ciclone Classificador Espiral .. Equipamento Instalagies. 170 173 crema 179 : 179. 182 Funcionamento do classificador espiral 183 Regime de classificagia ...ncieece 183 Regime de corrente . 185 Outros classificadores 186 Discussao de Conceitos 187 Distribuigdes granulométricas. 187 Diémetro de corte 188 Par . Conceituacao probabilistica de particao 190 Conceito de eficiéncia de separagio veces 192 Modelagem de processo Modelagem da Particao de Ciclones “Yoshioka ¢ Hotta Lynch e Rao - Curva de particao ... d,, corrigito Rélagto pressto-azio.. Partigao de dgua .. Pitt on Curoa de artigo Vaz. Cateuio do by ps Outros . Delboni Jr. Modelagem da Particao de Classificadores Espiral . Modelo de Paulo Abib ... Modelo de Spotiswood Conclusao Projeto de Instalaces Exercicios Sobre Classificacao. Referéncias Bibliograficas Areia para uso em constr Beneficiamento de Areia paraUso em Construgio Civil ... 250 Conceito de “areia” 1... 251 Beneficiamento de areia para uso na construcao civil... 254 Iavagem e desagregacto eee ass peneiramento, fennean 287 classificagio 258 desaguanento 258 equipamentos. traddicionads onus. 259 equipantentos recentes - técmicas recenttes ......260 Referéncias Bibliograficas Nocées Basicas Arthur Pinto Chaves Introdugao O objetivo da atividade mineira é a descoberta, a lavra e a conceniragio de minérios. Ou seja, as atividades executadas dentro da mineragao consistem em: 1 = descobrir os recursos minerais escondidos no subsolo, 2- trazer o bem mineral do subsolo até é superficie para, final- mente, 3 ~ colocar esse bem mineral em condigdes de ser utilizado pelas indiistrias metalirgica, ceramica ou quimica O universo do tratamento dos minerais é a ter- ceira atividade, ow seja, 0 conjunto de operacaes unitdrias de reducfo de tamanhos, separacéo de tamanhos, separacio de espécies minerais e sepa~ racito de sdlidos ¢ liquidos, bem como a arte de combing-las em fluxogramas de modo a obter con- centrados e produtos aceitdoeis pelo mercado. © escopo das atividades do engenheiro tratamentista com- preende, portanto: - redugdo de tamanho das particulas, separacao das particulas em classes de tamanhos, elevacao dos teores de elementos titeis (concentracio), - eliminagao de elementos indesejaveis, - eliminacao de propriedades indesejaveis, manuseio do minério entre as operagoes suces eparacies sélido-liquicio Estas atividades e a ligagao com as atividades profissionais diretamente ligadas a elas sao esquematizadas na figura 1. Os pro- fissionais realmente capacitacos e legalmente habilitados a cuidar de tratamento de minérios no Brasil sAo os engenheiros de minas e os metalurgistas. E importante chamar a atencao para o fato de que o perfil profissional dos engenheiros de minas e dos metalurgistas, tal como definido pela legislacdo brasileira, € dife- rente do perfil dos profissionais formados em outros pafses. Nogoes Basicas Goologla | Lave! Srtagom 1 Tatamonto | Hido- 1 Pro 1 ndGsrian 1 Brlagem | eaten tela elena: | coramien, |} mantiselo! miners! furg |! etal” quimes, 7 1 ' ' | vidraria, ! | ! ‘Vc. civil, >1 athe " metal mec- 1 1 1 nica, ete, r feng. minas brasiiero ' t ‘<~ Sng: melalurgieta brasileiro <>< eng: minas | 1 i 1 i i Tmining geologist japonés Figura 1 - Competéncia profissional em diferentes paises Objetivos do Tratamento de Minérios Operacdes de concentragio Raramente as espécies minerais se encontram puras na na- tureza. As excegdes sao conhecidas: calcérios e dolomitos, hematita, adubos naturais (guano). Outras encontram-se num estado de pureza relativo, que permite a sua utilizacio ou transferéncia ao processo seguinte — quimico ou ceramico — sem maiores trata- mentos. Este é 0 caso do petréleo, sal (cloreto de s6dio) e argilas. Em todos os outros casos, as espécies minerais encontram-se misturadas. Para aproveitar industrialmente alguma delas, por- tanto, é necessario separa-la das demais. Nisto consiste a concen- tragao da espécie util. Exemplos: - diamantes encontrados em cascalheiras, em teores da or- dem de 5 K/m}(quilate/m’), exigem que se separe as gemas e os diamantes industriais dos seixos de cascalho e da areia. Ou st de cada metro ctibico (cerca de 1600 kg), separa-se 1g; ouro encontrado em leitos de rios — por exemplo, com teo- res de 0,2 g/t — requer sua separacdo da areia e demais minerais, pesados; minérios de cobre sao lavrados até teores da ordem de 0,4% Cu. Entretanto, a metalurgia sé é econémica a partir de teores de 36% Cu, de modo que torna-se necessdrio concentrar esses miné- rios antes de envid-los para a usina metaltirgica Dos exemplos acima, verifica-se que partimos sempre de uma concentragao menor do elemento ou substincia titil no minério até chegarmos a uma concentracao mais elevada do mesmo no con- centrado. Esta concentracao pode ser a maxima possfvel — caso dos diamantes ou do ouro — porém mais frequentemente é a mé- xima concentragao econémica. Simplificadamente, estas operacdes podem ser representa- das conforme mostra a figura 2. Exemplo: - a partir de uma alimentacdo composta de duas espécies minerais A e B, totalmente liberadas, sendo A o mineral titil e Bo mineral de ganga (0 conjunto dos minerais sem interesse), 4 Nogoes BAsIcas ~ queremos separar numa fracio (concentrado) as particulas de A, - pretendemos, também, separar numa outra fragao (vejeito) fculas de B, De tal maneira que: = 0 concentrado tenha o minimo de contaminacao de parti- culas do mineral de ganga, = € 0 rejeito arraste o minimo de particulas do mineral «til Isto é feito por meio de operacdes unitarias, que tiram parti- do das diferengas entre propriedades fisicas caracteristicas e indi- vidualizadas de cada espécie mineral — tais como cor, forma, densidade, propriedades magnéticas, propriedades elétricas, pro- priedades da superficie das particulas etc. as par A+B 3 x GQ@o~ — BO@ oo 2a —” 99a Figura 2 - Concentragao de Uma visio extremamente simplificada de como funciona uma operagao unitaria qualquer é dada pela figura 3: as particulas das espécies A e B da alimentagio sao disper sas num meio fluido conveniente, que é a Agua ou o ar (quase sem- pre a gua); - 0 meio é colocado em movimento e arrasta as particulas de AedeB; - 0 proceso de separacao escolhido faz com que as particu las da espécie que se quer separar adquiram velocidade diferente das _demais particulas ou do meio fluido. ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 1 C©8eGeg 4 Figura 3 - Mecanismo de concentragao de espécies minerais O uso das diferentes propriedades fisicas para efetuar a se- paragao é que define os diferentes processos de concentracao de minérios. Citamos alguns: catacao: consiste na separacao das diferentes espécies medi- ante a escolha através das diferengas de cor, forma ou textura. Exemplo: o minério de manganés de Itaberai (GO) era lavado e colocado num transportador de correia largo ¢ lento, ao lado do qual mulheres apanhavam as particulas brancas de quartzo e dei- xavam passat as particulas pretas de pirolusita. Separacdo magnética: espécies de alta suscetibilidade mag- nética, como a maghetita, podem ser separadas por meio de um campo magnético, que retém essas particulas ¢ deixa as demais pas- sarem. Em Jacupiranga (SP), este processo € utilizado para retirar a magnetita presente no fosfato e em Itabira (MG), para separar a hematita da ganga (separagio magnética de alta intensidade). separacao em meio denso: 6 carvao (densidade 1,5) é sepa- rado de arenitos e xistos (densidade 2,7) mediante a colocacao das particulas a serem separadas em um Ifquido de densidade inter- mediéria, por exemplo, 1,8. Neste processo, as particulas de car- vao flutuam e as de arenito ou xisto afundam. O mesmo é ou foi utilizado no beneficiamento de carvao no Lavador de Capivari, em Tubarao (SC), e em Charqueadas, Sao Jerénimo (RS); na separacao de diamantes em Nortelandia (MS); e na separacao de finos de minério de manganés em Serra do Navio (AP). A titulo de comentério curioso, citamos o fato — que nos pare- ce bastante ilustrativo destas idéias — que nos foi contado pelo en- genheiro Gildo $4: num garimpo de tantalita no nordeste do Brasil, ele encontrou um garimpeiro que separava particulas de tantalita de particulas de columbita (absolutamente nao distingufveis na base da cor, brilho, densidade ou forma) pela sensacao de temperatura que ele tinha quando as segurava na mao. E que uma das espécies, 6 minerais, por ter maior capacidade térmica, retirava mais calor da mao, transmitindo uma sensaciio de frieza, suficiente para que 0 garimpeiro pudesse fazer a separacio. Note qiie sé usamos Propriedades Fisicas. De acordo cont a defi- nigfo eldssica, em nenkiuna operagao unitéria de Trataniento de Minérios pade ser introduzide qualquer alteracao da estrittura interna da matéria, Rengoes quinicas, melaliirgicas ow cerdmicas fogem: do escopo do Trata- mento de Minérios, Esta definicao é atualmente contestada por um ntimero crescente de estudiosos. Veja-se, a respeito, a discussao fei- ta por Horta (1). Conforme ja foi visto, na generalizacdo maxima que se pode fazer, qualquer processo de concentracao de minérios pode ser des- crito como a capacidade de se dar a um ou mais componentes de ‘uma mistura heterogénea uma velocidade diferente da velocidade mantida pelas demais espécies minerais presentes. Para que tais. velocidades diferenciais possam ser dadas, & necessdrio que exista alguma diferenca de propriedades fisicas. Mencionando 0 exemplo da cata manual, descrita acima: ba- seado em caracleristicas de cor, forma e aparéncia, 0 operador esco- Ihe as particulas desejadas, apanha-as com a mao (impde-lhes uma velocidade vertical), enquanto que as demais particulas permane- cem sobre a correia (velocidade vertical zero). Da mesma forma, no meio denso a espécie mais leve boia (move-se para cima) e a pesada afunda (move-se para baixo) (0 processo de flolagio (em inglés, froth flotation) & talvez. 0 pro- cesso mais importante do ponto de vista da tonelagem de minérios processada em todo 0 mundo. Ele e alguns processos correlatos baseiam-se em propriedades muito menos evidentes que as anterio- res. E uma separacao feita numa suspensao em agua (polpa). Como nos demais, as particulas sao obrigadas a percorrer um trajeto e, num dado instante, as particulas que se deseja flotar so levadas a abandoné-lo, tomande um rumo ascendente. A diferencincdo entre as particulas é dada pela capacidade das mesmas se prenderem a (ou prenderem a si) bolhas de gas (geralmente ar). Se uma particula consegue capturar um ntimero suficiente de bolhas, a densidade do conjunto particula-bolhas torna-se menor que a do fluido e 0 con- junto se desloca verticalmente para a superficie, enquanto que as demais particulas mantém inalterada a sua rota. A capacidade de atrair ou repelir as bolhas de ar é obtida mediante a adigao criteriosa de compostos quimicos ao sistema. [As situages mostradas nas figuras 2 e 3 sao simplificagdes pois, na realidade, raramente aparecem populacées minerais com Teoria & PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 as particulas totalmente liberadas. Na maioria das vezes, as parti- culas sido mistas (out intercrescidas), compostas de ambas as espécies minerais (ver figura 4). O conceito de concentracao deve entéo ser cortigido, conforme seré mostrado no item Curva de seletividade. Figura 4 - Particulas liberada e intercrescida Adequacao granulométrica Certas utilizagdes exigem que as particulas da espécie mine- ral tenham tamanhos adequados. Por exemplo: ~ miinério de ferro usado “in natura” ent alto forno nao pode ser fino, para nao impedir a passagem do ar soprado para dentro dele {alto forno). Nao pode também ser excessivamente grosso, pois se assim o for a reacdo de reducao demorara muito até chegar ao cen- tro da particula. O minério de ferro natural utilizado em alto forno 6 chamado “lump” e deve, por isso, ter tamanho entre 2 e 8", admi- tindo um maximo de 20% de particulas com tamanho inferior a 2". vidro ¢ fabricado mum proceso continuo a partir de uma matéria-prima basica, que é a areia. Nao é possivel admitir finos, pois estes poderiam gerar poeiras no inicio do proceso produtivo. ‘Tais poeiras se depositariam sobre o vidro jé acabado, mas ainda quente, prejudicando a qualidade da sua superficie. Nao se pode, por outro lado, utilizar partfculas muito grosseiras, pois elas pode- riam nao fundir totalmente no proceso de fabricagao, fazendo com que 0 produto acabasse apresentando defeitos discerniveis vi- sualmente. A especificagio fica — 20 + 140 # (0 sfmbolo # € mesh, uma unidade de tamanho usada em Tratamento de Minégrios e que sera apresentada no item Tamanho). Outras adequagées Geralmente, as matérias-primas industriais devem atender a exigéncias tanto quimicas como granulométricas. Eventualmente podem ser exigidas outras propriedades e, ainda, uma mesma subs- 8 Nocoes Basicas tancia mineral pode ter que atender a exigéncias diferentes para diferentes aplicacées. Os exemplos que se seguem, de especificacées comerciais, so auto-explicativos. a - areia para vidraria: granulometria: - 30 #, < 2% - 140 #; . teor minimo de ferro (0,02% maximo), para nao afetar a cor do vidro; . isengio de minerais refratérios como a turmalina, por exem- plo, para evitar a ocorréncia de defeitos punctuais; adimite "impurezas” que venham a ser adicionadas no proceso de fabricacao do vidro, como alumina, cal (ou carbonato de calcio), feldspato e outros. b - arcia para concrete: . granulometria: +3/8" -3/8"+4# ~4+16# -16+50# -50+100# Yretida: 0 aS 20055 70290 998 forma das particulas: gréos ctibicos ou esféricos so melhores que graos chatos, compridos ou em forma de discos. composicéo quimica: SO, < 1% para concreto armado < 5% para concreto ciclépico matéria organica < 0,25% ailcalis < 1% total das impurezas < 3% do peso do agregado € = talco para costéticos: alvura superior a 92 GEG; - granulometria: 99,6% menor que 44 1m; - PH entre 65 a 9,5; - teor controlado de elementos t6xicos: As <3 ppm; - isengao total de minerais aciculares (por exemplo, tremolita, © popular “pé de mico”). d= falco para carga de papel: alvura entre 77 © 87 GEG; - granulomeiria: 95% menor que 44 jum; - particulas de formato lamelar. e = cal para construgio civil: . pureza baixa - admite silicatos; nao admite a presenca de MgO; finura maxima para dar reacao répida e massa homogé- nea; calcinagao total. £ - cal para conversoves LD: minimo teor de silicatos; TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 admite MgO; granulometria entre 4 e 40 um - particulas mais finas sio sopradas para fora do conversor, particulas mais grosseiras podem nao fundir. calcinagao total 10. Operagées Unitarias de Beneficiamento Todo circuito de beneficiamento 6 constituide por uma sequéncia de operagées que se denominam operncoes tnitérins, por- que elas so sempre as mesmas. O que varia ¢ a combinacao e a sequéncia delas, para atender a um determinado objetivo, ou para atender as caracteristicas especificas de um determinado minério. As operagées unitarias podem ser esquematicamente agrupadas em: ~ aperagies de cominuigto: visam colocar as particulas mine- rais no tamanho adequado as diferentes operagdes a que devem ser submetidas. Sao elas basicamente os sucessivos estdgios de britagem, necessérios para permitir 0 transporte continuo do mi- nério (e também a sua estocagem e homogeneizagio), ea moagem para liberar as particulas de apatita das particulas dos minerais de ganga. Estas operacdes sao sempre auxiliadas por operacées de separagio de tamanhos, em peneiras e classificadores, = operacdes de concentragio: visam separar as particulas das diferentes espécies minerais. ~ operagdes auxiliares: que transportant os diferentes produtos intermediarios entre uma operacio unitéria e outra e separamt a gua contida nesses produtos. Muito resumidamente, sao elas: transporte de sdlidos particulados, transporte de sélicos em sus- pensao em agua (em polpa), estocagem e homogeneizacéo em pi- Ihas, estocagem em silos, espessamento, filtragem e secagem. livro Manual de Usinas de Beneficiamento, de Adao B. da Luz e Salvador LM, Almeida, publicado pelo Centro de Tecnologia Mineral, CETEM, do Conselho Nacional do Desenvolvimento Ci- entifico e Tecnolégico, CNPq, em 1989 (2), descreve 0 processo pro- dutivo ¢ apresenta fluxogramas e as caracteristicas dos equipa- mentos principais de processo do circuito de beneficiamento de fosfato da Serrana S.A de Mineragao, entre muitas outras usinas. Sucintamente, esse texto mostra que 0 minério era, na época: ~ britado em trés estagios suicessivos, - homogeneizado em pilhas alongadas, - moido em moinho de barras, circuito fechado e com uma operagao de separacao magnética intercalada, 4 = deslamado em quatro estagios sucessivos de ciclonagem, - ‘TponIA £ PRATICA DO TRaTAMENTO DE Minérios - VOLUME 1 - condicionado com os reagentes que participam do proceso de flotagao, - flotado em um circuito de células de flotagao convencio- nais, complementado por células pneuméticas, ~ espessado e filtrado, - secado em forno rotativo, Fluxogramas Nunca uma operagio unitéria sozinha é suficiente para for- necer um produto final. Geralmente sao necessérias varias opera- Ges unitarias que combinadas, levam do minério inicial ao produ- to final. Nés, tratamentistas, gostamos de dizer que 0 Tratamento de Minérios é uma arte, pois estabe- lecer a sequéncia correta dessas operacdes combind-las de modo a obter 0 melhor teor 0 concentrado e a méxima recuperagao do elemen- tu ou substdncia titil é muito dificil, exigindo conhecimento pratico e tedrico, sensibilidade, experiéucia anterior ¢ envolvendo sempre traba~ Tho experimental em laboratério ou usina piloto. Isto porque no existem dois minérios iguais — cada caso é tinico — de modo que 6 sempre de- sastroso tentar transferir resultados bem suce- didos, obtidos em outros lugares, para as condi- des especificas da jazida e do minério em ques- tao. E claro que a experiéucia acurmilada é vali- osa e no deve ser desprezada, mas ela tera sem- pre que ser adaptada e reavatiada frente ao caso especifico que se esté enfrentando. A figura que representa o proceso produtivo é chamada fli- xograma. Ela representa as operactes unitdrias, ndo os equipamen- tos. A escolha da sequéncia correta destas operacdes é que vai de- terminar o sucesso de um dado circuito. As figuras 5 e 6, também extraidas de Da Luz e Almeida (2), apresentam dois fluxogramas de tratamento de mesma substancia mineral (carvao)com diferentes graus de complexidade. As figurinhas representam operagies € nao equipamentos. O fluxograma mais 12 Nogozs BAsicas abrangente e completo possivel apresentaria operacSes unitérias dos seguintes tipos: - reducao de tamanhos: britagem ou moagem, - separacéo de particulas de tamanhos diferentes: peneiramento, classificacao, deslamagem ou desempoeiramento, = concentracao: magnética, eletrostatica, flotacéo, meio denso, lamina d’gua, jigagem, catagao etc., ~auxiliares: desaguamento (espessamento, filtragem e outros), secagem e embalagem, = manuseio: transporte de sélidos, transporte de polpas, estocagem e homogeneizacao. Como jé foi dito, as operagdes de tratamento de minérios sao feitas, sempre que possivel, em meio aquoso, que se diz. “a iimida”. Isto é uma regra to geval, que esse fato nen sequer & mencionado; a situagio contraria, isto é, 0 fato de 0 miinério estar serdo processado a seco, é que precisa ser mencionado. ‘A mistura de minério e agua é chamada polpa. Uma polpa de um concentrado qualquer, obviamente, nao pode ser comercializada — € necessario eliminar a 4gua contida, raz30 por que as operacdes de desaguamento e secagem tém a sua participa- do sempre garantida em qualquer fluxograma. 13 ‘Nocons BAstcas ‘Teonis & PRATICA Do TRATAMENTO DE Minerias - VoLUME 1 Ore peceed Sm ayn ow opus vere Outros Conceitos Importantes Teor Define-se teor como a massa de um elemento ou substancia pura, referido & massa total em consideracao. Pensemos numa substéncia pura, por exemplo 0 éxido de céicio, CaO, constituinte basico das cales virgens. Essa substancia € constituida de duas espécies atémicas diferentes: o cdlcio, de peso atémico 40 e o oxigénio, de peso atémico 16. O seu peso molecular & portanto, 40 + 16 = 56. O teor de célcio sera de (40/56) x 100 = 71,4% de célcio. Consideremos outra substancia, também pura, Nu seja, sem contaminacao alguma, nao mais uma cal, mas uma doloma, CaO.MgO. Como 0 peso atdmico do magnésio é de 24, 0 peso molecular da doloma passa a ser 40 + 16 + 24 +16 = 960 leor de calcio passa para (40/96) x 100 = 41,7% de calcio. Ou seja, a massa de calcio contida é sempre a mesma, mas a massa total da molécula variou, variando em consequéncia a relacao entre ambas, que 6 0 teor de calcio. Esses dois exemplos _referiram-se a substiincias puras, Quan- do elas nao sao puras, isto 6, estéo diluidas por outras substancias diferentes, 0 conceito permanece 0 mesmo. Imaginemos que a nos- sa doloma tenha também 20% de substancias estranhas (somente 80% da massa da nossa amostra é doloma — 20% sao outras subs- tancias, argila, por exemplo). O teor de calcio passard a ser 334% de calcio. A figura 7 é auto-explicativa CQ ® 100% massa 100% massa 100% doloma 80% doloma 41,7% Ca 334% Ca Figura7 16 Nogoes BAsicas Em Tratamento de Minérios, teor significa sempre a quanti- dade das substancias que nos interessam, referida a quantidade total da amostra. O conceito é amplo e podemos nos referir a: = teor de um elemento: g de ouro por t de minério (ppm) ou % Fe em um minério ou concentrado; = feor de una substincia ou mineral: quilates de diamante por m' de cascalho ou % de caulinita em uma argila; - teor de alguna coisa que nem sequer tenth e3 P.O, num fosfato; = teor de mit conjunto de minerais, substdncias ou elementos: % terras raras num mineral, % minerais pesados num concentrado, ou % de RO, num minério (R,O, = ALO, + Fe,0,) téncia real: % de Polpas e s6lidos particulados Em tecnologia mineral trabalha-se com sélidos particulados, ‘ou Soja, compostos de particulas. Estes s6lidos podem ser manipu- Iados com a umidade natural com que se apresentam, sem que se adicione qualquer quantidade de 4gua a mais, ou sem necessidade de secagemt, ¢ esta circunstancia € dita a seco. Operagio “a seco” nio significa, portanto, que 0 material tenha sido secado! Isto é a regra geral para a britagem, estocagem em pilhas, ensilagem e peneiramento grosseiro, As demais operacoes, ou seja, o peneiramento fino, a mo- agem e classificacao e as operacdes de concentracio sao, via de regra, executadas i timido. Isto significa que sito adicionadas quanti- dades substanciais de gua, formando uma mistura, chamada polpa, em que as particulas sdlidns esto ent suspensio em agua. E sempre muito mais conveniente trabalhar a timido que a seco, porque a gua facilita 0 transporte do minétio, retira 0 excesso de calor ge- rado, impede a geracdo de poeiras etc. A quantidade de agua, sem- pte presente, entao, no minério ou sélido granulado que esta sen- do manuseado, pode ser quantificada de duas maneira: “~umidade € a quantidade de agua presente no sdlido dividida pela massa de sélidos (seca). E 0 que se chama umidade base seca e €a referéncia normalmente utilizada em ‘Tratamentos de Minéri- os, Sempre que nos referirmos & wnidnde, referir-nos-emos it base seca, salvo mencio ao contrdrio, Existe uma outta umidade, que é a umidade base timida, muito conveniente para a inchistria cermica, para 0 projeto de transportadores continuos, de transporte em caminhao, mas que nao ¢ tio prética para os nossos objetives como a umidade base seca, Ww ‘TEORIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 umidade _ _ massa timida - massa seca (base seca) massa seca umidade __ massa imida - massa seca (base Gmida) massa umida - porcentagemt de sélidos é a massa de sGlidos (seca) dividida pela massa de polpa (massa de sOlidos mais massa de Agua). Sem- re que mos referirmos & porcentagen: de solidos, referir-nos-emos @ porcentagent de sdlidos em peso, salvo mengio expressa ent contrério. Novamente, aqui, outros grupos costumam utilizar a porcentagem de sdlidos em volume, mas isto também 6 coisa deles. Nos s6 fala- remos em porcentagens em volume no bombeamento de polpas e no dimensionamento de ciclones classificadores. massa de sélidos massa de sdlidos + massa de agua Dizer que uma polpa tem 15% de sdlidos significa que, em 100 g de polpa, existem 15 g de sélidos. Existirao, portanto, 85 ¢ de égua. Em termos de vazao, se a vazao dessa polpa for 200 t/h, estarao passando 30 t/h de sdlidos e 170 t/h de agua.Na lista de exercicios existe alguns que tornarao 0 leitor familiarizado com umidades e porcentagens de sdlidos. E conveniente tentar resolvé- los sozinho, antes de acompanhar a resolucao jé feita. Exercicios resolvidos 1- Ent 100 g de uma polpa a 10% de sélidos, quantos g de sdlidos existem? E de dgua ? Solugao: em Tratamento de Minérios, diluigdes de polpa sao sempre expressas em peso, a menos que explicitamente menciona- do 0 contrério! Assim, 100 g de polpa, das quais 10% sao sélidos significa que 10 g sao de sdlidos ¢ 90 g sao ce agua. 18 ‘Nocoes BAsicas 2- Mesma perguuta para 4,5 t/h de sélidos. Solugéo: no muda nada, exceto que a unidade agora nao é mais de massa, mas de vazao. Se 4,5 t/h de sélidos correspondem 2 10% de uma polpa, a massa total da polpa (s6lidos + agua) sera 45t/h - 10% -, 45. = 45 t/h de polpa. x = 100% © 0,1 pole Se nessas 45 t/h, 4,5 sao de sélidos, a vazao de dgua seré 45 - 45 = 40,5 t/h. 3+ Messia pergunta para 150 g de polpa, Solugao: analogamente, 150 x 10/100 = 15 g de sélidos 150 - 15 = 135 g de dgua. 4- Idem a 2, exceto que agora a polpa.tem o dobro da porcentagen: de solidos (20%). Solugio: 45/0,2_ = 22,5 t/h de polpa 225-45 = 18 t/h de agua. 5- Qual a porcentagen: de sélidos ent volume (o/o), de uma polpa a 10%? A densidade do sélido é 3,0. Solugao: 100 g de polpa terao 90 g de agua e 10 g de sélidos. Os volumes ocupados sero: volume de agua = 90/1 volume de sélidos = 10/3 volume de polpa 90,0 ml de agua, 3,3 ml de solidos, 93,3 ml de polpa. Portanto, % solidos v/v = 3,3/93,3 = 0,035 ou 3,5% v/v. 19. ‘TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 6- Quanta dgua ex preciso adicionar a unia polpa a 60% de sélidos para levd-la a 35%? A vazio considerada & de 300 t/h de sélides. Solugao: 35%: 300/0,35 = 857,1 t/h polpa 857,1 t/h polpa - 300.0 t/h sélidos = 557,1 t/h agua 60%: 300/0,60 = 500 t/h polpa 500 t/h polpa - 300 t/h sélicos = 200 t/h égua. Portanto, égua a adicionar = 557,1- 200 = 357,1 t/h agua 57,1 m'/h agua. 7- Qual o volume de polpas do exercicio ante- rior, se 0 sdlido for calctrio (densidade 2,65) ? Solugao: 35%: 300 t/h sélidas/2,65 = 1132 m'/h solidos 113,2 + 557,1 = 6703 n’/h de polpa. 60%: 300 t/h sdlidos = 113,2 m*/h sélidas 113,2 + 200 = 313,2 m’/h de polpa. 8: Idem ao exercicio 7, para respectivamente 8 @ 6% de sélidos. O sélido agora é carofo mine- ral (densidade 1,7). Solugao: 8%: 300/0,08 - 300 = 3450 t/h agua= 3450 m'/h agua 300/1,7 = 1765 m'/h carvao 3450 + 176,5 = 3626,5 m°/h de polpa. 6%: 300/0,06 - 300 = 4700 t/h agua = 4700 m’/h Agua 300/1,7 = 1765 m’/h carvao 4700 + 1765 = 4876,5 m°/h polpa Note que no exercicio 7 para passar de 60 para 35% de soli- dos (variacda de 25%) foi necessétio adicionar 357,1 m*/h. No exercicio 8 para passar de 6 para 8% (variacao de apenas 2%) foi necessério adicionar 1250 m'/h ! 20 9 - Qual é a umidade base iimida de wn mate- Nocoes Basicas rial com 10 % de untidade base seca ?. eee ase seca = —assa de agua massa de sélidos Admitindo 100 g de s6lidos, teremos: 10 g Agua e 110 g de sGlidos + Agua. een massa de Agua _ 10] massa de sélidos +massa de agua 110 0,09 ou 9,09 % Balancos de massas, metahirgico e de agua O conceito mais importante do Tratamento de Minérios e também a ferramenta mais utilizada pelo engenheiro tratamentista é 0 bnltco. Ele consiste em nada mais nada menos que a aplicacio pura e simples da Lei de Lavoisier: todas as massas que entram numa operacéo de tratamento tém que sair em seus produtos — nao ha geracdo, nem consumo de massa no Tratamento de Minérios! Estudemos o conceito de balangos através do exemplo da operagao unitéria mostrada na figura 8, | Aimmeragéo 40 Uh ce Concentrado 25 0h 64% Fe 7% umidade Fejeto 2 umidade 2% Fe Figura 8 - Operagdo unitdria e seus fluxos de alimentagaio produtos © balango de massas corresponde & soma das vazies massicas de minério, 40 = 25 + x, onde x é a vazao do rejeito. Para satisfazer & Lei de Lavoisier, x 86 pode ser 15 t/h. oT ae "TeonIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéios - VOLUME 1 Na alimentagao existem 40 x 0,5 = 20 t/h de Fe contido. No concentrado, 25 x 0,64 = 16 t/h de Fe contido, Para atender a Lei de Lavoisier, no que se refere As massas de ferro contido, a quantidade de ferro que sai com 0 rejeito s6 pode ser 20- 16 = 4 t/h de Fe contido. Este balango, 20 = 16 + 4 chamado balango metaltirgico corresponde a aplicagio da Lei de Lavoisier para o metal contido. Entretanto, expressa-se-o através dos teores do metal na alimenta- ao, concentrado e rejeito. O teor de Fe do rejeito é 4t/h Fe 15 t/h totais x 100 = 26,7% Fe no rejeito. Na alimentacio existem 40 x 0,1 = 4 t/h de agua conticas. No concentrado, 25 x 0,07 = 1,75 t/h de agua contidas. Para atender & Lei de Lavoisies, a quantidade de agua que sai com 0 rejeito s6 pode ser 4 - 1,75 = 2,25 t/h de agua contidas. Este balango, 4 = 1,75 + 2,25 6 chamado balanigo de gua e corresponde a aplicagao da Lei de Lavoisier para as massas de agua que acompanham a alimentacao e os produ- tos. Entretanto, o mesmo é expresso através das umidades da alimen- tacdo, concenirado e rejeito. ‘A umidade do rejeito é, entao: 2,25 t/h de agua 15 t/h de sdlidos x 100 = 15% de umidade Os balangos de massas, de agua e metalirgico da figura 8 ficarao, entao, expressos como mostrado na figura 9. Alimentagdo 40 Uh = 10% umnidade Soe Fe Goncontado ‘Operacdo Unitaria ene 64% Fe Rejeito 15un 15% umidade 26.7% Fe. Figura 9- Balancos de massas, de agua e metalirgico completos da ‘operacdo unitaria mostrada na figura 8 Nocoes Basicas Um processo de beneficiamento de um minério qualquer (e que é representado pelo desenho chamado fluaograma) é sempre a soma de muitas operacdes unitérias. Cada uma delas deve ter os seus balancos de massas, metahirgico e de Agua. Usualmente, 6 Litil, ou necessério, para casos especificos, fazer ainda outros ba- langos — balangos volumétricos, balangos de polpa etc. A idéia e 0 objetivo sio sempre os mesmos. Como o procedimento mostrado acima acaba tornando-se muito trabalhoso e sujeito a erros, adota~ se uma representacao gréfica, que facilita muito o trabalho, como passamos a explicar: a ~a bandeira mostrada na figura 10 passa a representar 0 fluxo. Cada janelinha da bandeira representa um patémetto es- peeifico do processo que est senco acompanhado. b - cada balango passa a ser feito na janelinha correspon- dente. Desta forma, a figura 9 passa a ser representada conforme a figura 10. ‘Aliment wo [ao, — [a0 zh = (Consent Operagao 25 [2075 Unitania aii Tale is ra] ‘Wenicngio do Fino =| T7siides “eT spol == ilesalides| we agua a0 | ap ‘ida 1 /npelga th obi Belonenia sil Figura 10 - Representagao grafica da operagao unitaria E importante comentar, neste ponto, que todos estes exerci- ios se referem a situacdes de perfeito equilibrio da usina, ou a balancos médios de um dado periodo de operagao. Na pratica in- dusitial ocorrem variagoes instantaneas durante todo o tempo em que se esté trabalhando. Fechar os balangos de uma usina a partir das medidas experimentais (valores instanténeos) ¢ tarefa bastante 93 TrorIA E PRATICA DO TRataMENTO DE Minenios ~ VouuME 1 dificil e que exige métodos mais sofisticados. Uma boa discussao esses métoclos ¢ um programa de computador para isso sao apre- sentados nas referéncias (3 e 4). ‘Vamos fazer agora alguns exercicios sobre balangos de mas- sas, metaltirgicos e de agua. Existem varias profissdes e oficios em que s6 € possivel aprender a fazer, fazendo. Engenharia de Pro- cessos € um deles. Portanto, mao a obra! Somente resolvendo os exercicios & que voce adquiriré desembaraco e competéncia. Nao deixe, portanto, de tentar resolvé-los, primeiro sozinho, depois con- ferindo com 0 exercicio resolvido. Finalmente, dé-se ao trabalho de acompanhar passo a passo a resolugao feita por nos, onde as diividlas que deverao ter aparecido estarao sendo solucionadas. Exercicios resolvidos 10- Dispomos das seguintes irformacdes so- bre uma dada operagao unitaria encode %silidos % Fe onzfode wmziode -sélidas poly gua (e/n) (m°/h) (mm/h) alimentagio 40 #8 AB concentrada 25 4 rejeito 30 Complete a tabela, Soluga a vazio de rejeito = 40-25 = 15 t/h bb - Fe contido no rejeito = Fe na alimentagio - Fe no concentraclo 40 x 0,48 - 25 x 0,64 2.t/h. Entao, % Fe rejeito = (3,2/15) x 100 = 21,3% Fe. ¢- vazio de polpa da alimentagao = 40/0,48 vazio de polpa do rejeito 15/03 vazao de polpa do concentrado = 83,3 - 50,0 Como a vazio de sdlidos do concentrado = 25 t/h, a % soli- dos do concentrado € (25/33,3) x 100 = 75,1%. d- vazio de agua da alimentacao = 83,3 - 40 vari de agua do concentrado = 33,3 - 25 vazio de agua do rejeito = 50,0- 15 Nocoes BAsicas A tabela fica, portanto, assim: vazio de %sélidos % Fe vaziode vazao de sélidos polpa agua (t/h) (t/h) (t7h) alimentacio 40,0 43,0 48,0 83,3 43,3 concentrado 25,0 75,1 64,0 33,3 83 rejeito 15,0 30,0 21,3. 50,0 35,0 Note que algumas colunas (vazio de sdlidos, va- do de polpa e vazto de dgua) sao aditivas, por que sdo massas ou volumes ¢ para eles vale a Lei de Lavoisier. As somas respectivas tém que fe- char sempre, como se fosse um balanco contabil. Um quadro como o acima é chamado balanco de massas, metaltirgico e de agua. U1- Calcular as recuperagtes de massa e metaliirgica do problema 19, aplicando a re- gra dos dois productos. Solucao: a “regra dos dois produtos” nada mais é do que a expresso do balanco metaltirgico. Vamos deduzi-la. Seja uma alimentagio caracterizada por uma vazio mi, ¢ por um teor f, e um concentrado e um rejeito, caracterizados respecti- vamente por vazdes mi, ¢ mt, ¢ teores f, ef, As expressdes dos balancos de massas e metaltirgico sao respectivamente: m, =m, +m, im, Xt. +m, xt, Explicitando m, na primeira equagao e substituindo na segunda, fica: 25 ‘TEORIA £ PRATICA DO TRATAMENTO DE Minerios - VOLUME 1 Meee limentagao t/h sélidos t/h polpa % sélidos m*/h agua densidade | — [48 ] teor do elemento titi ; Solugao: a operagio unitétia pode ser representada grafica- tot = (tet) mente como: recuperacao = | alimentacao concentrado] De maneira semelhante se demonstra que: 40 [833] a8 [43,3 recuperagao metaltirgica = recuperagio x_teor do cunwentzaclo ae teor da aliimentacao sracio metabingica = tt xf ou, recuperacto metaltirgiea = 7% xi man 15 [50 Estas duas f6rmulas constituem uma das ferramentas mais 30 1 35 is de que o tratamentista dispoe. O exercicio fica: Te 48-213 _ 267 $8 219 = 207 = 0,625 on 62,5% 64-213 42,7 recuperacao . 13- Com a mesma técnica, complete os balancos 48-213 0,83 ou 83%. das paginas segiintes. 64-213 42,7 26, recuperagio metalirgica 12- Usando a representagio gréfica da pagina seguinte, refaca 0 exercicio 10, Admita que a densidade do minério ndo varia. rep a Nodes BAsicas: Teoria & PRATICA DO TraTaMENTO DE Minérios - VOLUME 1 log Os valores que aparecem ou deixam de aparecer nas bandeiras dos fluxogramas nao sito mero ca pricho de um professor chato. Eles traduzem uma realidade industrial — a de que nem sempre é possfvel tomar amostras ou medidas de vazao em todos os pontos de um circuito. Outros va~ lores, especialmente de porcentagens de sdlidos, traduzem parimetros de proceso que, por isso, so impositivos Uh m’/h agua mm densidade Uhsélidos “i sélidos Solugao: 1° tempo ° Inicialmente vamos resolver os balangos de massas & de agua 1 Devemos comecar sempre pelo mais facil ou mais Sbvio, procu- rando apenas completar as informagdes a serem apresentadas em cada bandeira. Os algarismos ardbicos ao lado das bandeiras indi- cam a sequéncia seguiida para preenché-las. 1 - alimentagio do circuito: 3 300/0,95 315,8 - 300 315,8 15,8 2 - produto do britedor: tudo o que entra no britador tem que sair por aqui. Portanto, esta bandeira tem que ser absolutamente igual & bandeira da alimentagii (1). 3e 4 produtos do peneiramento: rr 1 300-200 = 100 100/0,98 = 102 z 102-100 = 2 = 158-2 = 138 a 200 + 13, 8 = 2138 (200/213,8) x 100 = 93,6% estocagem internal 5 criamos uma bandeira auxiliar representando a alinenta- sao da pillta. Esta bandeira nao existia no fluxograma original, n como ela é de nossa conveniéncia, nés a abrimos quando e onde quisermos. 5 serd a soma das bandeiras 4 e 3 ou, 0 que dé no mesmo, serd igual as bandeiras 1 ¢ 2. Wo | pa 29 TeoRIA E PRATICA DO TRATAMENTO DE Minéntos - VOLUME 1 6 - apés a pitha, a vazao de sélidos variow. A vazao indicada é exatamente 1/3 da vazao antes da pilha. E 0 caso, por exemplo, da britagem e rebritagem trabalharem apenas um turno didrio © 0 peneiramento e separagdo magnética trabalharem 3 tumos. Todas fas caracteristicas permanecent as niesmins (% s6lidos, densidade e tear). Apenas as vazies 6 que variam. 100/0,95 105,3 - 100 = 05,3 53. 7 ¢ 8 - como nao dispomos dos valores de vazao para fechar os balangos, mas temos 0s teores da alimentagao ¢ dos produtos, podemos fazé-lo pela REGRA DOS DOYS PRODUTOS. 40-30 5-30 ae 0,677 = 67,7% Portanto, 67,7% da alimentagao vai para 0 produto de mai- or teot, no caso, 0 oversize. 100 x 0,66: 100 - 66,7 33,3/0,5 = 66,6 66,6 - 333 = 33,3 66,7/90, 741-667 = 74 verificngao do balanco de dguas: 7A + 33,3 # 5,3! © balango de aguas nao fechal Escndalo! Como a Lei de Lavoisier no foi revogada ainda, a conclusao a que podemos che- gar é de que entrou dgua no penciramento. A quantidade de agua adicionadla, ent&o, é a necesséria para fechar 0 balanco: 7,4 + 33,3-5,3 = 35,4 m'/h, adicionados na peneira. 9e10-33,3-0= 33,3 281,8 - 0 = 281,8 0/281,8= 0 (o teor, obviamente, também é (0) 33,3 / 0,65 = 51,2 oe eee verificagio do balanco de aguas: 281,8 + 17,9 - 33,3 # O! Portanto, entrou Agua na operacao de ciclonagem (na caixa de bomba): 281,8 + 17,9 - 33,3 = 266,4 m*/h. 30 354 av agua/h Nocoes BAsicas Sel |e F 3) 2|2|3 4 fais S| aa &) belle 2 re Xl? Fe Se aan OE BFL LE Propo ld oe Sled a 2 B qa ela EF ae 2 5 ct) eal Els} © _© isfals Ea 7 lele|s Q § OE ue fe I rs a Ho Qi ale ort oO 31 Tonia PRATICA DO TRATAMENTO DE MiNERIOS - VOLUME 1 Vamos entao, apenas a titulo de curiosidade, criar uma ban- deira para representar a alimentagao da ciclonagem: 11 ~ 2664 + 33,3 = 299,7 = 281,8 + 17,9 299,7 + 33,3 = 333,0 33,3/333,0 = 10%. O teor, obviamente, 6 0 mesmo da bandeira 7. 12 e 13 - novamente somos obrigados a utilizar a regra dos dois produtos: R= 30-8 — 052 ou 52%. 50-8 0,52 x 33,3 = 17,4 t/h = vazio de sélidos no concentrado (fluxo de maior teor) 33,3 - 17,4 = 15,9 15,9/0 4 = 39,8 39,8 - 15,9 = 23,9 17,4/0,6 = 29,0 29.0 - 17, 116. Verificagao do balango de Agua: 23,9 + 11,6 - 17,9 4 0! Portanto, 23,9 + 11,6 - 17,9 = 17,6 m’/h agua adicionados no separador magnético (ou na sua alimentagio), tempo: célculo do balanco metaliirgico ‘Como nao existe, nas bandeiras, uma casa para as t/h do elemento ou substancia util contidas em cada fluxo, anotaremos esse valor ao lado da casa do teor 1-00 x 0,4=120 -6 0 mesmo valor que tem que aparecer em 2e5. 100 x 0,4 = 40 4-120 - 40 = 80 (80/200) x 100 = 40 6-100x04=40 7- 3 x 0,3 = 10,0- é 0 mesmo valor de 10 e 11. 32 Aw Agua /h ‘m’/h polpa peneiramento Nocoes Basicas ons aE 9 % 3 a est intermediary i of At] Ole ole |) 2 33 TeoRIA E PRATICA 00 TRATAMENTO DE MINERIOS - VOLUME 1 Nocoes Basicas 8 - 67,7 x 0,45 = 30,5. Verificagao do balanco metahirgico no peneiramento: | .| 2 30,5 + 10,0# 40,0. | |= Hé aqui uma diferenga de 05 t/h. Isto é um erro acumulado zle/z Eel dos sucessivos arredondamentos dos valores analiticos. Se aceitar- 3/313 PEI mos 30% como o valor correto, teor do oversize terd que ser: ' 8) 2\S a #] i | al" a4 2 S| ale 2 100 x 0.4 = 33,3 x03 , 199 = 44.3%. 77 12 - 15,9 x 0,08 = 13 Fa a al slalal 13-174 x05 = 87 = J AFR Verificagao do fechamento do balanco metahirgico na sepa- ragdo magnética: 10 = 1,3 + 87. 3° tempo: cfitculo dos balancos voluntétricos 2 donde: volume = =<533—_ jolume ‘CONES FONE densicade (no caso, densidades reais). volume de polpa = volume dos sélidos + volume da agua, densidade = 266m sigua/h Exerci 1- 300/36 = 833 . ore 83,3 + 15,8 = 99,1 Belg Estes valores se repetem em 2 ¢ 5 alatele 100/3,6 = 27,8 a EPEE] | 278 + 5,3 = 33,1 aaaa ! Olgasa 12- 159/308 = 5,2 3] 2 + 23,9 = 29,1 (lo 46 Q 62 13 - 174/38 4641 Br te valor nao esta presente no fluxo 10. Entao vazio de polpa em 10 = 16,2 + 29,1 - 17,6 = 27,7 34 35 Teoria F PRATICA DO TRATAMENTO DE Minérios - VOLUME 1 27,7 - 17,9 = 9,8 = volume dos sélidos densidade dos sdlidos = 33,3/9,8 = 3,4. Este valor 6 0 mesmo de 11 e 7. 11-33,3/34 = _9,8-6 0 mesmo valor de 7 9,8 + 299,7 = 3095 7 -98 +333 = 43,1 No peneiramento entram 27,8 m*/h de sélidos e saem no. undersize 9,8. A vazao volumétrica dos slides no oversize &, por- tanto! 27,8 - 98 = 18,0 18,0 + 64 = 24/ 66,7 / 18,0 = 37. Faltam as bandeiras 9, 3 e 4 como 0 fluxo € s6 de Agua, idealmente nao existe sélido. fo coloque, entretanto, 0 nas casas correspondentes. Coloque um -, que € mais correto. O volume de polpa ¢ 0 volume de agua. Para 3 e 4 teremos que adotar um Volume estimado (“chutar’) ‘Mas como “chutar” dentro do gol? Como estimar um valor coerente ? O tratamentista é frequentemente obrigado a ado- tar valores arbitrérios, estimados por ele mesmo, de acordo com 0 seu bom senso. Estes valores po- dem estar errados —e frequentemente esto, O que itdo se admite é que o engenheiro fuja da responsa- bilidade de estimz-los, com medo de errar. A solugio é, portanto, usar 0 melhor do seu bom senso e depois verificar os célculos. Se estes estiverem errados, muito prova- veliente a fonte do erro serd o valor da estimation e é af que a correcio deve ser feita No nosso caso, esta estimativa é facil. Note que a densidade aumenta com 0 teor. Para teores de 40%, temos 4 bandeiras com a mesma dlensidade 3,6. E este o valor que adotamos: 36 Nocoes Basicas 100/3,6 = 27,8 27,8 +2=298 200/3,6 = 55,6 55,6 + 13,8 = 69,4. Verificacao do balanco volumétrico: 27,8 + 55,6 = 83,4 # 83,3 Hi, porianto, um erro de 0,1 m'/h, que ou decorre da estima- tiva adotada, ou de erros acumulados nas operacies aritméticas. Corrigindo a bandeira 4, ela fica: va vazio de polpa densidade O erro é, portanto, de aproximagio dos resultados TH Resolon os balangos do fluxograma da pagina 38. Solugio: 1 ~ 1440/1600 x 100 = 90 1600 - 1440 = 160 1160/1440 x 100 = 11,1 (umidade base seca) 2- 1440 - 720 = 720 720/839,2 x 100 = 85,8, 839,2 - 720 = 119,2 119,2/720 x 100 = 16,6 3 - 1600 - 839,2 = 7608 720/760,8 x 100 = 94,6 760,8 - 720 = 40,8 40,8/720 x 100 = 5,7 vazao certamente sera diferente de 1. Todos os demais ‘bre o teor, 4- parimetros so iguais. De 5 obtemos a informacao s que é o mesmo que em 4e 1 Podemos, entao, fazer o balanco metaliirgico do trecho do fluxograma antes da pilha. Como nao ha janela para as t/h do clemento/substincia de interesse, anotamos o valor respectivo debaixo da casa do teor: 37 ‘Teoria & Prarica Do TRATAMENTO DE MINERIOs - VOLUME 1 Exercicio 14 Ub solide ERT TTD] 7h papa 7 esdion mi/hagua ‘oor imidade st AK a 15 x = = a = 36 T 38 Exercicio 14 ‘Nogoes Basicas: @ Yh etd IO] pps x Sita EST P-TOT] me /hagan : wor Pepa mune Ti © A Sor] spa ® © 3 ra Fa PJ seine = 1 Le = { | I © | i 7a aR I we fips I 3 Lee { i a i ! | Hb | | al il A i | © L-~_ fs I @ I ! 2 | ha mee | I sae | = ae | mijn I e i agua i: = al @ @ ® spor] Caf Gar fwr shar] Parte] Pete apa] Ei 5 7 7 $

Você também pode gostar