E na palidez que o sucede; Nas trmulas plpebras do olhar que se desvia; No sorriso que se prova parente de um suspiro Assim fala o amor.
Como fala o amor?
Nas trepidaes atrapalhadas do corao, e na loucura Das pulsaes que surgem e paralisam e dem, Enquanto novas emoes, como marinheiros estranhos, Navegam por dentro das veias com sua rota perturbadora, Assim fala o amor.
Como fala o amor?
Quando tentamos evitar aquilo mesmo que queremos, O repentino silncio e reserva quando prximos, O olho que brilha com uma lgrima no derramada; A alegria que parece irm do medo, Enquanto o alarmado corao pula no peito, E conhece, e nomeia, e sada seu divino hspede, Assim fala o amor.
Como fala o amor?
No esprito orgulhoso que subitamente se amansa, No corao altivo que se torna humilde; naquela Suave e inominvel luz que inunda o mundo com seu esplendor; Na semelhana que os olhos afeioados traam Em tudo quanto belo de uma s face amada; Nas tmidas mos que se tocam e vibram e tremem; Em olhares e lbios que no podem mais dissimular. Assim fala o amor.
Como fala o amor?
Em palavras ousadas que ditas parecem to fracas Que se recolhem envergonhadas ao silncio; no fogo Que um olhar lana ao outro, queimando mais e mais intensamente, Como raios que antecedem uma feroz tempestade Na profunda e calma bonana; na quente E apaixonada correnteza que se alastra por veias pulsantes, Entre os litorais de agudos deleites e dores; No abrao onde a loucura se derrete em alegria, E no delrio convulsivo de um beijo. Assim fala o amor.