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8. INDICIAMENTO.

8.1. Conceito.
Indiciar atribuir a autoria (ou participao) de uma infrao penal a uma pessoa. apontar uma pessoa como
provvel autora ou partcipe de um delito. Possui carter ambguo, constituindo-se, ao mesmo tempo, fonte de
direitos, prerrogativas e garantias processuais (CF, art. 5o,
LVII e LXIII), e fonte de nus e deveres que representam alguma forma de constrangimento,
alm da inegvel estigmatizao social que a publicidade lhe imprime.
Produz efeitos extraprocessuais, pois aponta sociedade a pessoa considerada pela autoridade policial como a
provvel autora do delito, ao mesmo passo que produz efeitos endoprocessuais, representados pela probabilidade de
ser o indiciado o autor do delito, considerado
antecedente lgico, mas no necessrio, do oferecimento da pea acusatria.
O indiciado, ento, no se confunde com um mero suspeito (ou investigado), nem tampouco com o acusado. Suspeito
ou investigado aquele em relao ao qual h frgeis indcios,
ou seja, h mero juzo de possibilidade de autoria; indiciado aquele que tem contra si indcios
convergentes que o apontam como provvel autor da infrao penal, isto , h juzo de probabilidade de autoria;
recebida a pea acusatria pelo magistrado, surge a figura do acusado.
Em relao possibilidade de indiciamento no mbito dos Juizados, entende-se que, por
fora da simplicidade que norteia a prpria investigao das infraes de menor potencial ofensivo, invivel o
indiciamento em sede de termo circunstanciado. Considerando a possibilidade
de incidncia das medidas despenalizadoras previstas na Lei 9.099/95 (composio civil dos
danos, transao penal, suspenso condicional do processo e representao nos crimes de leso
corporal leve e culposa) e, tendo em conta que a imposio de pena restritiva de direitos ou
multa nas hipteses de transao penal no constar de certido de antecedentes criminais (Lei n 9.099/95, art. 76,
6), revela-se invivel o indiciamento, j que tal ato acarretaria o registro
da imputao nos assentamentos pessoais do indivC.uo.

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