No psiquismo a classificao de normal e patolgico dos comportamentos
humanos exige realizao de passos preliminares como a medicalizao da loucura e
a normativizao da sade mental (Silva Junior, 1999). Para Silva Junior (1999), a ideia de que a loucura um fenmeno de mesma natureza que a normalidade uma conquista terica relativamente recente, at ento esta era considerada como uma entidade estranha pessoa, de origem alterava e que perturbava sua razo. O autor define dois passos fundamentais para a prosseguimento entre os fenmenos normais e patolgicos da psique, em primeiro lugar a uma mudana na compreenso da natureza da doena na medicina e em segundo lugar a hiptese de que no somente distrbios orgnicos, mas tambm as representaes, as ideias, poderiam exercer um fator etiolgico nas doenas mentais. Coutinho-Jorge (2010 apud Silva, 2012) afirma que desde seus estudos iniciais sobre os sonhos e a psicopatologia da vida cotidiana, Freud esteve sempre tentando isolar, na estrutura daquilo que considerado patolgico, alguns pontos que so denominadores comuns ao que considerado campo da normalidade. (p. 63). Freud (1913), ao demonstrar que os fenmenos psquicos podem ser explicados por meio de hipteses de natureza puramente psicolgica, ressalta que por um lado a psicanlise restringiu a rea submetida ao ponto de vista fisiolgico, por outro trouxe uma grande parte da patologia para a esfera da psicologia, o que justificaria os fenmenos normais oferecerem argumentos mais persuasivos, a psicanlise no pode ser acusada de ter aplicado a casos normais descobertas a que chegou partindo de material patolgico. As provas, nestes como naqueles, foram atingidas independentemente e demonstram que os processos normais e os descritos como patolgicos seguem as mesmas regras.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
FREUD, Sigmund. O interesse cientfico da psicanlise. Totem e tabu e outros
trabalhos, 1913.
SILVA. Claudia Ciribelli Rodrigues. Reflexes sobre o normal e o patolgico e a tica da
psicanlise. Psicanlise & Barroco em revista, v.10, n.2, p. 62-73, 2012.
SILVA JUNIOR, N. Metodologia psicopatolgica e tica em psicanlise: o princpio da
alteridade hermtica. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 3, n. 2, p. 45-73, 1999.