Mecânica Geral
Cinemática
Cinemática é uma das partes da Mecânica que estuda o movimento em si, classifica-o e
descreve-o matematicamente, sem levar em conta as causas e seus efeitos.
Para sabermos se um corpo muda ou não de lugar, é necessário comparar sua posição
com a dos outros objetos que o cercam. Logo, o movimento é relativo. Uma pessoa,
sentada no interior de um carro, está em repouso em relação ao móvel, porém, em
movimento em relação à estrada.
0s 1s 3s 5s
Fórmula:
s=vxt
Exemplo1
s=vxt S = 80 x 5 = 400 km
3 – Se a distância entre São Paulo e Santos é 90 km, calcular o tempo gasto por um trem
que fez este percurso com a velocidade de 30 Km/h.
s=vxt 90 = 30 x t t = 90 / 30 = 3 h
Sistemas de Padronização
Transformação
Km/h em m/s
1 Km = 1000 metros
1 Hora = 60 minutos 1 h = 3600 segundos logo 1 Km/h = 1000 m = 1 m/s
1 Minuto = 60 segundos 3600 s 3,6
Ou
Exemplo:
Exercício
Transformar em m/s
Transformar em Km/h
A fórmula s = vxt recebe o nome de equação horária, pois ela relaciona o espaço
percorrido com o tempo decorrido. Para representarmos graficamente basta tomar os
espaços em ordenadas e os tempos em abscissas. O gráfico obtido chama se gráfico
horário.
S = 50 x T
t (h) 0 1 2 3 4
s (Km) 0 50 100 150 200
Lista de exercícios 1
1) Numa plana limadora o cabeçote leva 2 seg no curso de 50 cm. Supondo constante,
calcular a velocidade em m/seg e em Km/hora.
2) Calcular quanto tempo demora para um elevador subir ao 10º andar com velocidade de
1,5 m/s. Cada andar tem 3 metros de altura.
3) Um navio com velocidade de 36 nós navega 9000 metros. Calcular o tempo gasto
sabendo que 1 nó = 1 milha/hora = 1,852 km/hora. Transformar o resultado do problema
em minutos e segundos.
4) Para aplainar uma peça, a ferramenta leva 4 seg no curso de corte e 1 seg no
retrocesso. Supondo constante, calcular a velocidade de corte e de retrocesso se o
percurso da ferramenta em cada curso é de 100 cm. Transformar em m/s.
5) A distância entre Rio e São Paulo é de 500 km. Qual a velocidade de um avião que fez
este percurso em 1h e 15 min.
7) Uma bala é atirada horizontalmente com uma velocidade de 300 km/h. Supondo que o
movimento é uniforme, deseja se saber quanto tempo levou para cair num lugar distante
18 km do ponto de partida.
9) Um elevador leva 30 seg para subir 12 andares com velocidade de 1,2 m/seg. Quando
mede cada andar.
10) Dois carros, um a 40 km/h e outro a 60 km/h, iniciam uma viagem de 120 km no
mesmo instante. Qual é o carro que chegará primeiro e de quantas horas chegará
adiantado em relação ao outro.
Gráfico Horário
250
200
150
100
50
0
1 2 3 4
s (km)
t (h)
Movimento Uniforme
S = S0 + VxT
Equação horária do movimento uniforme
Lembrete:
S = S0 + VxT
V = ∆S S – S0 V= S – S0 VxT = S – S0 S-S0 = VxT
∆T T – T0 T
T=0 T +
S0
Exemplo:
V = - 15m/s
Ponto de origem +
S0=90m
T=0
T=0 S = S0 + VxT
V=15m/s S = 90 + (-15)xT
S = 90 -15xT
Após 4s de partida S=90-15x4
S=90-60 S= 30 metros
Lista de Exercícios
Determine
t(s) 0 2 4 6 8 10
s(m - 0 10 20 30 40
) 10
- (negativo) 0 + (positivo)
r
Exemplificando
-2 -1 0 1 2 3 cm
Resumindo T
0 T1=2s T2=5s
S1=2 m
S2 = 5 m
∆S = S2-S1 e ∆ T = T2 –T1
Vm = ∆S ou Vm = S2 – S1
∆T T2 –T1
Exercício
1-
0 T1=2h T2=6h +
S1=30Km
S2 = 70Km
T1 = 2 horas S1 = 30 Km
T2 = 5 horas S2 = 70 Km
Vm = S2 – S1 Vm = 70 – 30 = 40 = 10 Km/h (positiva)
T2 –T1 6 – 2 4
2–
- S2 = -40 Km S1 = 30 Km +
T2 = 7 h T1 = 2 h
T1 = 2 horas S1 = 30 Km
T2 = 7 horas S2 = -40 Km
Fato importante : Baseado nos exercícios, o fato da Vm ser positiva ou negativa nos
indica para onde vai o móvel, isto é, se o móvel se desloca no sentido concordante com a
orientação atribuída a trajetória ou no sentido discordante.
Aceleração Média
A maioria dos movimentos apresenta uma velocidade variável, como por exemplo, o
movimento de um automóvel por uma rua da cidade. Esse automóvel pode encontrar-se
inicialmente parado diante de um semáforo; em seguida pode começar a movimentar-se,
ganhando velocidade cada vez maior. Mais tarde, por motivo qualquer, pode ser obrigado
a frear, de modo que sua velocidade diminua.
Podemos tomar um outro exemplo, como uma pedra lançada para o alto, que em um
determinado tempo perderá velocidade, até atingir o ponto mais alto da trajetória. A partir
daí, cai com velocidade crescente.
Sempre que a velocidade do corpo variar no decorrer do tempo, dizemos que este corpo
tem aceleração.
Esta é definida como sendo o quociente entre a variação da velocidade (∆V) e o intervalo
de tempo (∆T) considerado.
am = ∆v
∆t
Observe que uma unidade de aceleração é o resultado da divisão de uma unidade de
velocidade por unidade de tempo.
Exemplificando:
Porém tal notação costuma sofrer uma alteração matemática que é a seguinte:
Exemplo:
1- Um veículo parte do estado de repouso e ao fim de 5s sua velocidade é de 20 m/s.
O valor de sua aceleração média, nesse intervalo de tempo, corresponde a:
∆t = 5s e ∆v = 20 m/s
am = ∆v 20 m/s 4 m/s2
∆t 5s
Um corpo tem aceleração desde que sua velocidade varie. Mas, essa velocidade pode
variar arbitrariamente ou uniformemente com o tempo, o que implica numa aceleração
variável ou constante.
Veja a tabela abaixo, que mostra a variação da velocidade de um corpo em função do
tempo:
V(m/s 0 2 3 6 10 12 14 16 18 20 20 20 20 15 10 5 0
t(s) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Conclusão
O fato de um corpo ter aceleração constante significa que sua velocidade varia com o
tempo.
Definição
Movimento uniformemente variado é o movimento efetuado por um corpo cuja aceleração
é constante e diferente de zero.
M.U.V. acte ≠ 0
Denominamos de equação das velocidades aquela que nos permite calcular a velocidade
V do corpo num instante T qualquer.
V = V0 + at
Exemplo
Um corpo está animado de uma velocidade de 10 m/s no instante T = 0s, quando adquire
uma aceleração constante de 2 m/s2. Para esse movimento, temos a seguinte equação
das velocidades:
Resolução
V0 = 10 m/s V = V0 + aT V = 10 + 2t essa equação nos permite
determinar a
a = 2 m/s2 velocidade V do corpo em qualquer
instante T
t(s) 0 1 2 3 4 5
V(m/s) 10 12 14 16 18 20
Gráfico
V(m/s)
Base x Altura
20 2
Calculando-se a área da
figura, obtemos o espaço
percorrido.
10
t(s)
0 1 2 3 4 5
INTRODUÇÃO
Dentro da mecânica vimos à Cinemática, que descreve sem se preocupar com as suas
causas. A dinâmica, no entanto, estuda as causas que produzem e modificam o
movimento. A dinâmica admite proposições que não podem ser demonstradas
matematicamente; são verdades obtidas através de observações experimentais e
raciocínio lógico. Tais proposições são denominadas princípios.
1ª Observação:
- Se estamos sentado num ônibus que dá uma arrancada brusca, sentimo-nos
pressionados contra o encosto.
- Quando um elevador sobe rapidamente, partindo do estado de repouso, sentimos
aumentar o esforço sobre nossas pernas, como se nosso peso aumentasse.
2ª Observação:
Conclusão:
PRINCÍPIO DA INÉRCIA
5N 10 N
r r
Todo corpo sujeito à ação de uma força adquire na direção e sentido dessa
força, uma aceleração cuja intensidade é diretamente proporcional à
intensidade da força aplicada.
Exemplo:
Se aplicarmos a um corpo diversas forças, isoladamente, de mesma direção e sentido, as
acelerações serão diferentes, porém de mesma direção e sentido.
F1 F2 F3
a a a
Conclusão:
O quociente entre cada força e a aceleração correspondente é constante.
F1 = F2 =... Fn = Constante
a1 a2 an
m=F
a
Outros exemplos:
• Frear um automóvel lotado de passageiros é mais difícil do que frear o mesmo
carro só com o motorista.
Obs.
Mais passageiros representam maior massa e, portanto, maior oposição a variação da
velocidade.
Para aumentar a velocidade do carro é preciso forçar mais o motor, pois o carro lotado
tem mais massa.
F=m.a
Força e aceleração são grandezas vetoriais, e que no caso têm a mesma direção e
sentido, o que nos permite escrever:
• Peso de um corpo
Modelos de dinamômetro
F=m.g
Essa força é devida à atração gravitacional da Terra sobre o corpo: a intensidade dessa
força é chamada de PESO.
P=m.g
A massa de um corpo é uma grandeza física que caracteriza esse corpo. Quanto mais
massa tem um corpo, mais difícil é movê-lo. A unidade de massa no Sistema
Internacional é o quilograma (símbolo kg), e mede-se através de balanças.
O valor do peso é proporcional à massa, mas peso e massa são grandezas físicas
distintas.
No dia-a-dia as duas grandezas confundem-se: por exemplo, uma pessoa pesa-se numa
balança e diz que “pesa 70 kg”. Mas, de fato, 70 kg é o valor da sua massa; o peso vale
70 x 9,8 = 700 N.
Em Física é importante a distinção entre peso e massa. O peso é uma força – um vetor -
que depende do local onde está o objeto (o peso é seis vezes menor na Lua do que na
Terra), mas a massa é uma propriedade do objeto, que tem sempre o mesmo valor, onde
quer que o objeto se encontre (a massa é a mesma na Terra e na Lua).
Então temos:
F= m .a m= 1 kg
1N = 1 kg . 1m/s² F= 1N
a = 1m/s²
F= m .a m= 1 g
1d = 1 g . 1cm/s² F= 1d
a = 1cm/s²
Exemplo1:
Um corpo de massa m = 3 kg parte do repouso, e após 4seg sua velocidade é de 24 m/s.
Determinar:
a) Aceleração
b) A força resultante que atuou sobre ele.
c) O que ocorre após t = 4 seg, se a força resultante passar a ser nula.
Resolução
a) Aprendemos na cinemática que V = V0 + a.t
Substituindo temos:
V0 = 0 24 = 0 + a . 4
t = 4 seg a = 24 a = 6 m/s2
V = 24 m/s 4
a=?
Exemplo2:
Um corpo de massa = 12 kg encontra-se em um local onde a aceleração da gravidade é
g = 10 m/s2 Qual é o seu peso?
P=m.g Peso de um corpo é a força com
a qual é atraído pela Terra.
P = 12 . 10
P = 120 N
Introdução
A existência de uma força está condicionada à existência de outra de igual intensidade e
direção, mas de sentido oposto, e atuando em corpo diferente.
Exemplo
Toda vez que um corpo exerce uma força sobre o outro, este exerce
sobre aquele uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido
contrário.
Observação importante:
• As forças nunca parecem isoladas, mas sempre aos pares;
• As forças do par “ação e reação” nunca se anulam, pois são aplicadas em corpos
distintos.
Mais exemplos:
Sabemos que esse corpo está sujeito a uma força gravitacional (peso) de direção vertical,
sentido de baixo para cima e módulo P = m . g.
Mas o corpo está em repouso; portanto, a resultante das forças que nele agem devem ser
nula. Isto ocorre se admitirmos a existência de uma força N de direção vertical, sentido de
baixo para cima e módulo P.
N
Baseado na 3ª Lei de Newton, explique o que ocorre quando um lutador de Boxe acerta
um cruzado no rosto de um lutador B. Será que o lutador B reagiu sobre o lutador A? Se a
resposta foi sim justifique.
R:
Exemplo
Dois corpos de massas respectivamente iguais a 4kg e 6 kg encontram-se ligados por um
fio resistente e de massa desprezível.
Sobre o corpo de massa 4 kg é aplicado uma força paralela ao plano de intensidade F =
50 N. Considerando-se a inexistência de atrito, determinar:
a) A aceleração adquirida pelos corpos;
b) A intensidade da força de tração no fio.
fio
F = 50 N
6 kg 4 kg
Resolução:
a) O corpo de 4 kg desloca-se para a direita, puxa o fio com uma força T; o fio, por
sua vez, reage no corpo com uma força de módulo T.
N
fio T F
4 kg
T
T
6 kg
P
Apliquemos o princípio fundamental da dinâmica a cada um dos corpos:
Corpo de 4 kg F – T = m1 . a
50 – T = 4 . a
Corpo de 6 kg T = m2 . a
T=6.a
Somando membro a membro as duas equações, temos:
50 – T = 4 . a 50 = 10 . a a = 50 a = 5 m/s2
+
T=6.a 10
T=6.a
T=6.5
T = 30 N