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3848 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 136 — 14-6-1995 ceita propria desta, devendo ser consignada & acco so- cial. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 13 de Abril de 1995. — Anibal Antdnio Cavaco Silva — Eduardo de Almeida Catroga — Alvaro José Brilhante Laborinho Lucio — José Bernardo Veloso Falcdo e Cunha. Promulgado em 16 de Maio de 1995. Publique-se. Presidente da Reptiblica, MARIO SOARES. Referendado em 18 de Maio de 1995. O Primeiro-Ministro, Antbal Anténio Cavaco Silva, Decreto-Lel n.° 141/95 de 14 de Junho O Decreto-! .° 441/91, de 14 de Novembro, di- ploma que estabelece os principios gerais de promocdo da seguranca, higiene ¢ satide no trabalho, prevé que tais principios sejam concretizados, designadamente, através da transposic&o para o direito interno de di- rectivas comunitérias. De acordo com esta orienta¢&o, o presente diploma transpée para 0 direito interno a Directiva n.° 92/58/ CEE, de 24 de Junho de 1992, relativa as prescrigdes rminimas para a sinalizagdo de seguranga e de satide no trabalho. Esta directiva procede 4 harmonizagdo da sinaliza- fo de seguranga e de satide a utilizar no trabalho, vi- sando prevenir os riscos profissionais ¢, desse modo, proteger a seguranca e a satide dos trabalhadores. Na verdade, as diferencas até agora existentes nas sinali- zagdes de seguranga ¢ satide utilizadas nos diversos Es- tados membros vinham constituindo um factor de in- seguranca, especialmente agravado pela livre circulacAo de trabalhadores, com diferentes culturas ¢ linguas, no Ambito do mercado interno. O projecto correspondente ao presente diploma foi publicado, para apreciac&o publica, na separata do Bo- letim do Trabalho e Emprego, n.° 2, de 26 de Setem- bro de 1994, tendo os comentarios apresentados pelas organizacées de trabalhadores sido ponderados na ela- boragdo da versio final, Assim: ‘Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigd0, 0 Governo decreta o seguinte: Artigo 1.° Odjecto © ambito © presente diploma transpée para a ordem juridica interna a Directiva n.° 92/58/CEE, do Conselho, re- lativa as prescricdes minimas para a sinalizaglo de se- guranca e de satide no trabalho. Artigo 2.° Ambito I -- 0 Ambito de aplicagdo do presente diploma cor- responde ao estabelecido no artigo 2.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro. =O presente diploma néo se apli @) A colocag&io no mercado de substncias ¢ pre- parados perigosos, de produtos e de equipamen- tos, regulada por disposigdes legais, salvo re- feréncia expressa em contrério; ») A sinalizagdo utilizada para a regulamentacdo do tréfego. Artigo 3.° Definigdes Para efeitos da aplicagfo do presente diploma, entende-se por: @) Sinalizagdo de seguranga ¢ de satide — a sina- lizagdo relacionada com um objecto, uma acti- vidade ou uma situacdo determinada, que for- rece uma indicagdo ou uma prescricdo relativa ‘8 seguranca ou a saide no trabalho, ou a am- bas, por intermédio de uma placa, uma cor, um sinal luminoso ou aciistico, uma comunicaclo verbal ou um sinal gestual; ) Sinal de proibigio —o sinal que profbe um ‘comportament ©) Sinal de aviso — o sinal que adverte de um pe- rigo ou de um risco; @) Sinal de obrigasiio — o sinal que impde certo comportamento; @) Sinal de salvamento ou de socorro —o sinal que da indicagdes sobre saidas de emergéncia ‘ou meios de socorro ou salvamento; ‘f) Sinal de indicag&o — o sinal que fornece indi- cagdes no abrangidas por sinais de proibicdo, aviso, obrigaclo e de salvamento ou de socorro; #8) Cor de seguranga — cor & qual € atribufdo um determinado significado; ‘Ay Simbolo ou pictograma — a imagem que des- creve uma situacdo ou impde um determinado comportamento e que é utilizada numa placa ‘ou superficie luminosa; Placa — o sinal que combina uma forma geo- métrica, cores e um simbolo ou pictograma, vi- sando fornecer uma indicagdo cuja visibilidade deva ser garantida por iluminacdo adequada; ‘D Placa adicional — placa utilizada em conjunto com outra placa ¢ que fornece indicagdes com- plementares a esta; D Sinal luminoso — o sinal emitido por um dis- ositivo composto por materiais transparentes ou transhicidos, iluminados a partir do interior ou pela retaguarda, de modo a transformé-lo numa superficie luminosa; ‘m) Sinal actistico — 0 sinal sonoro codificado, emitido e difundido por um dispositivo especi- fico, sem recurso A voz, humana ou sintétic n) Comunicago verbal — a mensagem verbal pre- determinada que utiliza voz, humana ou sinté- tica; 0) Sinal gestual — 0 movimento, ou uma posicAo dos bracos ou das mAos, ou qualquer combi- nagdo entre eles, que, através de uma forma co- dificada, oriente a realizacdo de manobras que representem risco ou perigo para os trabalha- dores. N° 136 — 14-6-1995 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A 3849 Artigo 4.° Regulamentacio As regras técnicas de execucdo do presente diploma sio aprovadas por portaria conjunta dos Ministros do Emprego ¢ da Seguranca Social e da Sade. Artigo 5.° Obrigasdes do empregador 1 — O empregador deve garantir a existéncia de si- nalizagao de seguranca e de satide no trabalho ade- quada, de acordo com as prescrigdes deste diploma, sempre que esses riscos ndo puderem ser evitados ou suficientemente diminuidos com meios técnicos de pro- teceao colectiva ou com medidas, métodos ou proces- sos de organizagao do trabalho. 2 — Na colocagao e utilizacdo da sinalizacdo de se- guranga e de satide no trabalho deverd ter-se em conta a avaliagdo de riscos a que se refere 0 artigo 8.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro. 3 — Se for caso disso, deve ser utilizada, no inte- rior da empresa ou do estabelecimento, a sinalizagdo especifica dos tréfegos rodovidrio, ferrovidrio, fluvial, maritimo ou aéreo. 4 —E proibida a utilizacdo da sinalizago de segu- ranga ¢ de saiide do trabalho que contrarie as regras téenicas estabelecidas na portaria referida no artigo an- terior. 5 — Tendo o empregador ao seu servico trabalhado- res com capacidades auditivas ou visuais diminuidas, ou quando 0 uso de equipamentos de protecedo indi vidual implique a diminuigdo dessas capacidades, de- vem ser tomadas medidas suplementares ou de substi- tuigo que tenham em conta essas especificidades. Artigo 6.° Sinalizacho permanente ‘Tem carécter permanente: 4a) As placas de proibigao, aviso e obrigacd 4) As placas de localizagdo ¢ identificacdo dos meios de salvamento ¢ de socorro; ©) As placas e cores de seguranea destinadas a lo- calizar e a identificar o material ¢ equipamento de combate a incéndios; 4) As placas e cores de seguranca destinadas a in- dicar 0 risco de choque contra obstdculos ¢ a queda de pessoas; @) As placas ¢ rotulagens de recipientes e tubagens; A) A marcagéo, com uma cor de seguranga, de ias de circulagdo. Artigo 7.° Sluallzagio acidental Tém cardcter acidental, devendo a sua utilizacdo ser restringida ao tempo estritamente necessdrio: 4) Os sinais luminosos ou aciisticos, ou as comu- nicagdes verbais destinadas a chamar a atenco Para acontecimentos perigosos, a chamar pes- soas para uma acco especifica ou a facilitar a evacuacdo de emergéncia de pessoas; 4) Os sinais gestuais ou as comunicagdes verbais destinadas a orientar pessoas que efectuam ma- nobras que impliquem riscos ou perigos. Artigo 8.° ‘Eficidncia da sinalizasio 1 — O empregador deve garantir que a acessibilidade € a clareza da mensagem da sinalizacdo de seguranca € de saide no trabalho ndo sejam afectadas pela sua mé concepedo, pelo niimero insuficiente, pela localiza- so inadequada, pelo mau estado de conservacdo ou deficiente funcionamento dos seus dispositivos ou pela presenga de outra sinalizago ou de uma fonte emis- sor 2— A colocacdo ¢ utilizagdo da sinalizacdo de se- guranga ¢ de satide implica, nomeadamente: 4) Evitar a afixagdo de um ntimero excessivo de placas na proximidade umas das outras; ») Nao utilizar simultaneamente dois sinais lumi- ‘nosos que possam ser confundidos; ©) Nao utilizar um sina! luminoso na proximidade de outra fonte luminosa pouco nitida; d) N&o utilizar dois sinais sonoros ao’ mesmo tempo; ©) Nao utilizar um sinal sonoro, quando 0 ruido ambiente for demasiado forte. Artigo 9.° Tnformaglo, formas ¢ consulta dos trabalhadores 1—Sem prejuizo do disposto no artigo 9.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro, os tra- balhadores os seus representantes para a seguranca, higiene e satide no trabalho devem ser informados ¢ consultados sobre as medidas relativas & sinalizagio de seguranga ¢ de saiide no trabalho utilizadas. 2.— Sem prejuizo do disposto no artigo 12.° do Decreto-Lei n.° 441/91, de 14 de Novembro, os tra- balhadores devem receber formagdo sobre a ‘sinaliza- fo de seguranga e de satide adequada as caracteris cas dos locais de trabalho, em especial sobre 0 seu significado e sobre os comportamentos gerais e espec ficos a adoptar. Artigo 10.° Aplicagto da sinalizarto de seguranca e de sade 1 — 0 disposto no presente diploma ¢ na portaria @ que se refere © artigo 4.° é aplicdvel @) Relativamente aos processos de sinalizacdo que ndo se encontrem j4 em utilizacdo, a partir da entrada em vigor do presente diploma; 4) Relativamente aos processos de sinalizagao jé em utilizacdo, decorridos 18 meses sobre a en- trada em vigor do presente diploma. 2 — Quando estiver em causa a utilizago de sinais Juminosos ¢ aciisticos, o Instituto de Desenvolvimento € Inspec das Condigdes de Trabalho pode, mediante requerimento do interessado ¢ apds avaliacSo da natu- reza da actividade e da dimensdo dos locais de traba- Iho, autorizar a sua isengdo total, parcial ou tempord- desde que sejam tomadas medidas alternativas capazes de garantir 0 mesmo nivel de proteccdo. 3850 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.? 136 — 14-6-1995 3 — Nos casos a que se refere o mimero anterior, © Instituto de Desenvolvimento e Inspeceio das Con- digdes de Trabalho deve proceder a consulta dos re- presentantes dos trabalhadores para a seguranca, hi- giene € satide no trabalho. Artigo 11.° Contra-ordenagbes 1 — Constitui contra-ordenagio o incumprimento, por parte do empregador, das obrigagbes relativas &s prescrigBes da sinalizago de seguranca e de saide nos locais de trabalho estabelecidas no presente diploma ¢ na portaria a que se refere 0 artigo 4.°, bem como dos deveres de informagdo, formagdo ¢ consulta previstos no presente diploma. 2 — As contra-ordenagdes previstas no niimero an- terior sdo puniveis com coimas, nos seguintes termos: 4) De 15 0008 a 70 0008, quando o nimero de tra- balhadores da empresa ou estabelecimento for até 20; b) De 20 000$ a 100 0008, quando o mimero de trabalhadores da empresa ou estabelecimento for de 21 a 50; ©) De 30 000$ a 130 0008, quando o nimero de trabalhadores da empresa ou estabelecimento for de 51 a 100; 4) De 50 0008 a 250 0008, quando o mimero de trabalhadores da empresa ou estabelecimento for superior a 100. 3 — Os montantes referidos no niimero anterior so elevados para 0 dobro nos seguintes casos: a) Auséncia absoluta de sinalizag&o de seguranga € de satide no trabalho; b) Auséncia ou insuficiéncia de sinalizagdo de se- guranga ¢ de saiide no trabalho em zonas, sa- las ou recintos onde se armazenem substncias ou produtos perigosos; ©) Auséncia ou insuficiéncia de sinalizagdo de se- guranga e de sauide de recipientes ou tubagens que contenham ou transportem substincias ou produtos perigosos; d) Auséncia ou insuficiéncia de sinalizagio do isco de choque contra obstaculos ¢ de quedas de objectos ou de pessoas ©) Auséncia ou insuficiéncia de sinalizagdo de meios de combate a incéndios em locais de tra- batho onde se manipulem ou armazenem pro- dutos inflamdveis ou explosivos; J) Auséncia ou insuficiéncia de medidas suplemen- tares ou de substituig&o que tenham em conta a especificidade dos trabalhadores com capaci- dades auditivas ou visuais diminuidas. 4 — Para efeito da aplicago das coimas previstas nos mimeros anteriores, considera-se o nimero de tra~ balhadores por conta de outrem independentes que prestam em simultneo a sua actividade na empresa ou estabelecimento. 5 — As contra-ordenagdes referidas € aplicdvel o dis- posto no Decreto-Lei n.° 491/85, de 26 de Novembro, na redac¢lo dada pelo Decreto-Lei n.° 255/89, de 10 de Agosto. Artigo 12.° Flscalizacdo A fiscalizagiio do cumprimento das disposigies do presente diploma, bem como da respectiva regulamen- taco, e a aplicacdo das correspondentes sancdes com- petem ao Instituto de Desenvolvimento e Inspecedo das Condigdes de Trabalho, sem prejuizo da competéncia fiscalizadora especifica atribufda a outras entidades. Artigo 13.° Revogasto E revogado 0 Decreto-Lei n.° 310/86, de 23 de Se- tembro. Artigo 14.° Entrada em vigor presente diploma, com excepedo do artigo 4.°, en- tra em vigor decorridos 90 dias sobre a sua publicagao. Visto ¢ aprovado em Conselho de Ministros de 16 de Margo de 1995. — Anibal Antonio Cavaco Silva — Eduardo de Almeida Catroga — Luls Francisco Valente de Oliveira — Luts Fernando Mira Amaral — Maria Manuela Dias Ferreira Leite — Adalberto Paulo da Fonseca Mendo — José Bernardo Veloso Falcdo e ‘Cunha — Fernando Manuel Barbosa Faria de Oli- veira — Maria Teresa Pinto Basto Gouveia. Promulgado em 16 de Maio de 1995. Publique-se. © Presidente da Repiiblica, MARIO SOARES. Referendado em 18 de Maio de 1995. O Primeiro-Ministro, Anfbal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS Decreto-Lel n.° 142/95 de 14 de Junho O Gabinete de Saneamento Basico da Costa do Es- toril, criado pelo Decreto-Lei n.° 91/88, de 12 de Margo, é um servico personalizado do Estado, de subs- trato empresarial, dotado de um patriménio préprio que ¢ integrado pelo Sistema de Saneamento Basico da Costa do Estoril, cuja construcdo Ihe tem competido assegurar. O Decreto-Lei n.° 379/93, de 5 de Novembro, veio criar o regime legal de gestéo e exploracdo de sistemas que tenham por objecto a actividade de captagdo, tra- tamento ¢ rejeicao de efluentes ¢ a recolha ¢ tratamento de residuos solid distinguindo entre sistemas muni- cipais ¢ multimunicipais. E, por isso, conveniente adap- tar a anterior solugéo do casuistica para o Sistema de Sa- neamento Bisico da Costa do Estoril a0 enquadramento legal de gestdo ¢ exploracdo de siste- ‘mas multimunicipais de recolha, tratamento e rejei¢éo de efluentes, procurando, ao mesmo tempo e em arti- culagdo com os municipios interessados, uma nova efi- ciéncia para o sistema em causa.

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