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ange tomy id aan aa tems ecstasy ger oe tr ut Ee Scr sets 7 eons yacht Sa abe Saati ie he, es Pe Pee Fe" er otmer oe 22 Tc nat pat Pectin 20s. 3 base & oes fein Lay Se gob sas Pe. fen eT uae Teds Kasco eas ERORWLNAHD ane er NSO EH: Eae Noo af ayecsin wate TAG ECIPA x eo. apni tas Mae roan adie Asn lees ei ener :7om beh ayer css ‘Sumario Pretcio-Apresetando Spnak Sa ere Gat arts 1 Pode o subate tar? 19 Feferéncas wr Prefacio - Apresentando Spivak Em seu farnaso preféco que abre a tradugao para a inglés, pubicada em 1976, da obra Grametaogia (1957), do, ‘ilbsofo Jacques Derride, Gayatri Chakravorty Spivak ciscore sobre a prefécia como uma forma peculiar de escrta. Tara proveniente do latim nrae-atio (ag80 de falar ao principio Ge}, oprticio 6, para Spivak, um eserita que eelebra una iferenca estahelecida no cere de sua identidace por estar insetido no ambiguo espago entre duas possheislitutas — esse caso, a leita do texto do prefaciadorradutor, que rearranja 0 texto de outrem, e a do liar, que [80 texto ptefaciado da tradugdo de uma outa escrita" Essa forma textual - que, para Sava, se configura commun importante veiculo de teoria erica — deve seguir alguns protocolos especticos, a0 tentarabordar ao mesma tempo sujeto concreto biografado e o texto por ele produzdo. Esse SPIVAK Tanta’ Pete, incessante movimento de intermediagio entre o suet, a ‘obraeoletortoma-se, pois, um pocesso deescita marcady pela contradio © pola ambivalnciae, por isso masiro, a ‘autora qualice tal exercicio como um arco trabalho xtc, Ardus também & a tarefa de escrever este preticio, (que ptocuraexecuter esse mesma. deintermeiacio entre 1 pensamento da autora, seu texto, a obra ara traduzida eo ltr. Em se tratando de um dos nomes mais relevantes da trtioa cultural contemporinea como o de Spivak, adic dade para regi seestende tamaém a ntengao de etratar ‘a autora e, prncioalmente, seu texto crtico e sua escrta, considerados densos, cpacose, por vezes, hernias. Nesse sentio, 0 ato de traduir Spivak ou um texto seu torna-se também uma tarefa iboviosa e um desafin instigante. De fato, a dficuldade do texto da autora ede sua esc alsiva « enciclopédica refete um pensamento complexa eavesso 2 formulagbes simplistas. Uma das preocupagdes centrais de Spivak 6 dasaiar os discursos hegeminicas @ também rnossas préprias crencas cama litres e produtores de saber e coniiecimento. Seu tenta&pincipaimente pensar a teats. citica camo uma prticaintervencionista engajadaecontes- tadore. Como observam Dona Landry @ Geral MacLean, a ificudace da eserta de Spivak denota princpalmente sua preocupagéo em produzr um ciscuso cree que procure influenciare alterar a forma como lemas e apreendemas 0 ‘mundo contempardneo LANDRY, MacEAN, The Spat Reade: Slated Was of Gay Chl Sal 8 erento ie _ Em outro proeminenta artigo pubicada posterior. monte & taugao do texto deridatian, "The Potics of Translation” (‘A potica da tadgSo"] em que se discutern lis signficativos deautoneflxaae critica para o géner, Spivak aborda mais uma ve a tarefa quase impassivel do lradutor, que tem por ficioo papel desconcertante de tentar fazo falar 0 texto de autem, em um constante processo Je adiamentos, apraximagées e, sobretudo, negociagées. , portanto, diante de tais enfretamentos tedricos que este poficio e esta tradugdo se colocam, sabendo da intizads ‘eponuse empreitada de apresentar uma teica da esttura de Spivak e radu seu mais polémica texto ertcn, Gayatii Chakravorty Spivak nasceu em Calcut linia, em 1982, onde realzou seus estudos de oraduacio ‘em inglés, na Unversiado de Calta. A segui, mudau-se pata os Estados Unidos para fazer mestrado e doutarado fm iteratura comparada ne Uriversdade Comel. Sua tese ce doutorado, desenvolida sab a atientagio do renomado cco literério Paul de Man, mais tarde um dos expoentes cla chamadsalinha teérca desconstrucionisa de Yale” versou sobre vida e obra do posta lands Yeats. Antes mesmo de cbter odoutarado, Spvakiniiou seu trabalho de docéncia na Universidade de awa, Atualiente,¢ professorade Literatura Comparada do Departamento de Inglés e do Instituto de gpa dts fixes ue far pa dss gu noo me ‘hiocra Ure ena ge fos 1800 180 lem ge Fauld: Men ertens were coro Got Hen. His Met ‘Hated lo, ue ae td acto se dtnsea do pups 252 ‘errno een cers LUteretura Sociedade Comparadas, da Universidade Colum bia, em Nova lorque. Spivak autora das sequites obras: ‘Myself Must | Remake: Tho life and Poetry af W. B. Yeats 11974, Otter Wort: Essays in Cultura Pali (1967), he Past-Colonal Cc: Interviews, Strategies Dielogues |1990), Thinking Academic Freedom in Gendered Post-Colonisliy 1993), Cutsice othe Teaching Machine (1983). Imperatives to Re-Imagine the Panetiimperative zur Neverindung des Praneten {1999}, A Critique ofPosteoonial Reason: Towards a Histov of the Vanishing Present {1998}, Dsat ofa Discipline 2003), Otter Asias (2005) e Red Thread |a ser publcado}. Spivak também ecrou um ds volumes dedicadas aos estu- os subalternos (1988) etraduas para o ings vias obras de fiogdo da escitora indiana Mehasweta Devi Embora tonhe se tornado conherida primeramente ‘como a tredutora de Derrida @ por seu trabalho de descons- ‘nucéa, hoje, Spivak transita por vérias éreas do conheci- ‘mento. Sua erica, do base marist, pds-estuturalista © matcadamente desconstruconsta,frequentemente se aia ‘a posturas teéricas que abordam o feminismo contempor’- neo, 0 p6s-coloalismo o, mals recentemente 2s teoras do multiculturalism da plbalzago. artigo “Pode osubalte falar, publcadoprimei- ramente em 1985, no periédieo Wedge, com o subtiula "Especulagties sobre osacrifcio das vdvas, ecebveunotéria repereussdo,prncipalmonte apés ter sido repubicado, em 10 ccc sat 1998, na coleténea de aig inttlada Macs and she ‘rterpraton of Cute, garda par Cary Nelson e Lary Grossberg Partindo de uma critics 2s intlectuais ociden- tas, em pateular Deleuze e Foucaut, para relic sobre a pxdtcaciscursive do intelectual pés-colaial« também de ume auocrtica a0 grup deestudossubaternas, ao qual se vineula, Spivak delnea um dos ergumentos mes incisvs dos estudas ps-oloiis contempordneos. Reconhecido or sua important intervengZonahistoriografiacontempo- "neo grupa de estos sualteros aie estucioos que. seguinda a formulagdc do tei italiana Antoni Gramsci sobre as classes subaltemes como ura categoria aliada do poder atculam uma prtnente dscussao sobre os suits suivalternos no context do sul asic. Para Spivak, que constantomente aude suaadeséo as princi do grup, mas mantém uma posture critica que ea juga necesséria 20 trabalto intelectual, 0 grupo dos astudos subaternos preciaria flat sobre uma questo promente os estudos 6s-coloniais: 0 subaltemo coma tal pode, de fato, flr? Esse questinamento, baseado em uma erties & énfase de Gramsci na eutonomia do sujito subaterno coro ua premisa essencialista, ramets 8 preacupago de Spivakern teofzar sobre um suits subatemo que néo pode aeupar uma categoria monoltia e ineiferenciads, pois esse sueto 8 inedtvelmente heterogéneo, “vee, Spe punta 1392-1283 corm dota decompo de texto SPVAK Fema Upon ending the Carpanor Poses Stats, x Const seu argument sempre por meio de um és problemetizado pela desconstugao deiariana, autora teeta ainda 0 ue la considera ume onde apropriagde ‘do emo subalern, que no pode ser usado par se eer todo quauersyjeto marginazado, Para el, 0 tema deve sr respstado,cetamndoosigificado qe Gramsci he atria se tei pleted", ou sea, quel uj vor ro pe ser owida, Otome subaltemo, Spivak arguments, descrve as carraias ais bens da soredadeconstidas los mods espera de exctuso dos mercado, da rope sertago pola legal da possildade de se tomarem ‘membros plenasno estate socal dominate” ‘Sau influent artigo procure, por autre lado, ques- tionar 8 posigéo do intelectual pés-colonial a0 explcitar ‘que nenfum ato de resistncia pode ocoer em rome do subalteno sem que esse ato este imbricado no discutso hegeménico. Dessa rma, Spivak desvea olugarincdmodoe ‘.cumplcidade do intelectual que juga poder falar peo outro €, por meio dee, constiir um discursa de resisténcia, git dessa forma, Spivak argumenta, é repraduir as estruturas de pnder e opressao, mantendo o subslterna silnciado, sem lhe ofeecer uma posigdo, um espago de onde possa falar e, princigalmente, no qual possa ser ouvido. Spivak alert, portanto, para 0 perigo de se constituit 0 outro © 0 SPNAK. Foreword: Upon Readng te Conpanion tn Pastcolois) ‘Sues pa ha) 12 yearn subaltrno apenas como objetos de conhecimento por parte de inclectuns que almejam meramenta far pelo ouro® ‘autora reconheve sua prépria cumpiividade nesse processo, mas faz dase recanhecimenta um espago produ tivo que he permite quostionaro préprilgar de onde teria, Para ciscuti esse polémico argumento, @ autora langa mao do termo “tepresentagéo, istinguindo os dos sentidos da lava, segundo seu significado em alemao —Vorretng & Darstefing: 0 primeita term se refere ao ato de assum 0 lugar do outro numa acepcéa politic da pala, eo saqunso, ‘a ume visaoestétca que prefigua o ato de performance ou ‘encenagéo. Na andlise de Spivak, hd uma rlacSo insinseca entre 0 “falar por” 9 0 “e-presentar, pis, em ambos os ‘casos, arepresentacéo € um ato defala em que. pressu- posigdo de um folate ede um auvinte, A autora argument ainda que o provesso de fala se caracterza por uma posi¢ao, discursva, uma transagao entre falante e ouvinte e, nesse sentido, conclu afimanda que esse espago cialgico de interagdo no so concretia jamais para o sueito subalterne ‘que, desinvestido de qualquer forma de agenciamento, de {ato,ndo pode fal Tal conclusdo ndo pode set tomada em seu sentido literal, ois osubalttno, ¢ caro, 6 capazde faa, na sentido estrto da expresso, Spivak, porém, ressalia a auséncia "SAK, the Fos-alint Cte: teins, States, Comes, pat cesses 13 esse cardter daligica na fala do subaltemo. Da mesma forma, 0 pacesso de eutorrepresentacio do steito subal- termo também nBo se efeta, pis 0 ato de ser auvido ndo var. Ao conclir que o subaltero néo pode falar, Spivak \vaialém de uma mera respostaobjetive a esse pergunt. Tal afimagdo tem sido interretada ertaneamente e de forma simplsta como se Spivak estivesse afimando categorca- ‘ante que o subllema — au os grupos marginalzados © ‘optimides ~ ro puresse fear ou qe tivesse que recorer ‘a0 dscurso hegomnica para fazblo. Aqui Spivak refere-se a0 fato dea fala do subslterno do coleizado ser sempre internediada pela vor de outrem, que se coloca em posigéo de revndvar algo em rome de umtal ouvola. Ese argu manta dastaca, acme de tudo, a ilusdo e a cumpiicidade do intelectual que cr poder falar por esse outrola). Segurda Spivak, tarefa do intelectual ps-colaial deve sora de crit espagos por meio dos quais o suetosubelterno possa alr para que quanto ele ou ela ofa, passa ser ouvidola. Para 128, no se pode falar pelo subelterno, mas pode-se rab Thar “conta” a subaltridade, criando espagos nos qua 0 subalteno possa se articular e, como consequénia, poss também ser ov. NNesse contest, para Spivak, se 0 discurso do suibak ‘tera €oblteredo, a mulher subalterna enconta-se emuma posigdo ainda mais perifica pelos problemas subjacertes Hewat As questdes de gnc.’ tesica exempliica sua cic por meio do rolato de uma histria que priviegia subelterna ferinino, pois, segundo ea: “Se, no contexto da produyso colonia o suet subatero no tem hstriae no pode fla, ‘osujeto subalteroferinino est ainda mas profundaments ra obseuridade."" ‘Ao relat sobea hist das mulheres indians © da eolagdo das viva, Spivak aborde olor inrincado @ ingietanteccupad ples msheres ro contento ps-clnial mais, ao rele a hist de um joer indona que no pode se autorepresenta , logo, no pode “flr” fra do context patncale ps-colonia, Spivak exempiica seu argumento de qu 0 subalterna, nosso caso em especial a mules como subaema, no pode flare quando tenta fezé-lo no encontra os meios para se fazer ouvit.E, prin cipaimente, 8 mulher intelectual que seu apeo final se rig ~ a ela cabers a trefa decir espagos econdigbes de autorepresentacéoe de questonar os lites represen tacinas, bam como sou prépro ugar do anunciagdo o sua cumplidade no vebaho intectual fm um texto posterior, que inrodur a coleténea A Companion to Postclonia! Studs, Spivak argumenta que seu artigo "Pode o subaltera fear?” questiona SEWAK. Cen Sutter peal, p. 62.83. + SAK Can te Sata Spee p22 oxosnemora 15 princpeienteo “agenciamento” como uma fara de ago validada insttucionalmente, Dai a impossibildede de se articular um discutso de resisténcia que esteja fora dos iscursos hegemPnico.°Sivak loge ainda que seu objetivo principal 20 elaborarosse artigo eta contar a historia de Bhubaneswar Bhadur, ¢ mulber indiana cuj ato derebelia 6 suprimida da hist6ria da nagao por jamais ter sido reconhecida eaceito, razdo pela qual elando pode ser ouvida « seuname é apagado da memiéria fila e histor. “Pode o subalterna fla?” continua serdo um texto de elrfncia nda apenas para 0s estudospis-coloniais, mas também para as estudosculturase para crtica Feminista 10 indagar as formas de represséo dos sujetos subater- nos, inttrogando a propia cumplcidade dos intelectuis. contempardneos nesse process, Spivak elaborou ums outa verso desse texto, que foi publicado em seu ivioA Critique of Fastoolonialfzason [A cic da azo pos-colril], em 1999. Esta tadugda, no entanto, usa como texto fante 2 primeira verso tal coma foi publcada na coleténes de Nelson e Grossberg. Noto “The Poitics of Transition” citado anterior ‘mente, Spivak alma que "no soos corpos de sentido que io transteridos nas tradugdes’,” mas sma linguageme seu 2 SURE. Foreword: Upon Reading the Compan to Poston Sues 2, 1 SAVAK The Pics of tasatn, 178, (aso minha 8 onan amon see papel pare um determinade agente. Da mesma forma que 10 uso da inguagem e as formas de agenciamento recebem tendo especial em seu texto, essas questdes também informam a processo racutéio do texto de Spivak. iia que a so somentcorpos de senda ques trarseridos, mas. ‘também a5 opo6es delinguagem que emanam dasindmeras escolhas que s2clocam a agente da radu, A dficuldade inetente ao texto de Spuak no escapa a esta treducéo. Por mais laboriaso que tenha sido, esperamos que o presente twabalho, ao tentar transmit ocomplaxo emaranhado teico {que fa parte da escita edo pensamento da autora, contibua para uma maior compreensao dvugacSo do trabalho de uma das mais relevantestedrivas da aluaidade. Sancta Ragin Gowler Aimias Referéncias LANDAY, Danna; MacLEAN, Gerald. invaducton: Reading Spivak In: _. (E01. The Spivak Reader. New York Foutedge, 196. p. 1-13, LANDAY, Donna; MacLEAN, Grad Eds. The Spi Rear: Selected Wetks of Gayatri Chakravorty Spivek. New York London: Rutledge 2006, rosacea 17 SPIVAK, GaytiChatrevrtyTenslatr’s etac. fr DERADA, ‘aoques. OF ammataagy. Tans, Gayl Chalrsvorty Sak Balimore/tondon: The Jotns Hopkin Unversity Fess, 1978, pide SPIVAK, Gaye Chakravrty. Can the Subalter Speak? ln: NELSON, Cary; GROSSBERG, Lay (Eds). Maccsm and the Inerpretaton of Ctr, Unbane: Univers of Minis Pes, 1988, 271-313, SPIVAK, Gaya Chokravoty, The Past-Cloia Cit: ne vows, Statgis, logue. New York Routedge, 7980 SPIVAK, Gaya Cakovarty A Citique of Fosteloi Reson: ‘Toward Histor ofthe Vanishing Present, Cambie, Moss cust: Harvard University Press, 199, SAVAK, Gaya Chaksavorty. The Polis of Tesla. I BARRETT, Michal; PHLPS, Anne (Es) Cestabiing Thea Contemporary Feminist Debates. Cambricge: Poly Press, 4902. p.177-200 SPIVAK, Gayatri Chakravarty. Foreword: Upon Reading the Companion a Postetonial Stubs. x: SCHWARZ, Henry, Sangeeta (ds). Campari to Fostealoial Sues. Oxo Blackwell 2000p. nox 18h st Pode o subalterno falar? 0 tuo orginal deste texto ere “Poder deseo, intresso! De fatc,qualouer poder que possam tr estas teflextes pode ter sido conquistado por meio de uma recusa poftcamenteinteresada em evar an exttemo as pressupo- sigbes fundamentais de meus desejos, até onde este ao meu alcance. Essa ‘emu comum de rs tapas, aplicada tento ao discursa mais comprometido quanto ao discuso maisinico, segue que Alhusserchamouepropriadamente de “flosoias da negac0"? Invaquei meu poscianarento dessa manera inafaca para ressatar0fato de que ques- tionaro lugs do investigadox parmnece send una erenga sem sentido em muitas das crtcas recentes 20 sujeito Soberano, Assi, embora eu procure destacaraprecariedade MAMBC Capa’ A Cru of oil oy, SN Gaoseaes spat ‘A passagem que se segue, contiruando a ctagio ‘de 0 18° Brumdri, tam discute 0 prncpio estrutural de um sugito de ciasse dsporso e deslocado: a consciéncia ~ coletiva ausente ~ de classe de um pequeno pronitéio ‘camponés encontr seu "portador” em um “Tepresentant’ ‘que patece trabalhar no interesse de um outro. A palavra “eoresentante”aquindo se refereadrstalen~ssoacentua a cistingdo que Foucault e Deleuze ignorem: dstingdo esta, podommas dizer, entre uma procuragao e um retrato. Ha, € claro, uma relaco etre eles, elago esta que tem sido ava de umainquetago policaeideckigicana tradi¢ao europea, pela menos, pela fata de 0 poeta eosofista, ator eo oradot setem vistas coma nocivos. Sb a pretexto de uma descrcao pés-manxsta da cena do poder, encanta, assim, um deba ruita ais antigo: entre a epresentago ou retrica camo topolagia @ como persuasao. Dastelen pertence & rime constelacdo; venveten ~ que sugere conotagbes mas fortes de substitu ~,& segunda, Mais uma vez, 0S termos so relacionados, ras agrupé-los, especialmente ‘comm o abjetva de clzer que olém nesses trmos se situa 0 lugar no qual as sujitos opimidos falar, conhecem eager ‘por simesmas leva a uma polities utépica e essencialista Naciiagdo que se seque, Mart utilza otermo “verte ten” onde a qua inglesa usa “representa, an ciscutir um. | “syjeito” social eva conscigncia e Vertetung (tanto uma substtigdo quanto uma representagSo}” so deslocadas e incaerentes. Os pequenas proprietrins camponeses io pedemrepreseatara simasros; deer serrapre setados. Seu repesenante dive sw mastar sul taneamente camo seu meste, coro ura autrade sobre les, cara opodergoveamentalinestito que os protege ds outras classes elhes ania china eo sold clus. infludnca pala nobugerdointeresse de dass, jé que néo MS suita de case uicacol dos pequencs propriettos camponeses encanta, nto, sua ira expresso fs consaquncia una aden substugies — Yareenrgan efor aqui ro pader executwo [Eetutvgewatt — menos pessoa) fm alemio] que sutordina a sociedad si mesma Talmadelo de dssimulacdo social —isto 6,2 ecunas nacassirias ene 2 fonte da “influénca" (neste caso, 0s pequeros proprettios camponeses|, "vepresertante” (Luis 'Napaledo} eo fonémeno hstérico-poltic fo conto execu- tivo} ~impkca ndo apenas uma critica ao sueito como um. ‘agente inviosl, mas tamibém uma critica & subjetvidade dde um agerciamentocolatv, Améquina da histéra neces- solamente deslocada se movimenta porque “a identidede rang éaabsragia dover enter um makina “agra ager dun ota er esa de eu Pode sii dete; mos bb "agra dais oT) 35 caarioaan ah das interessas® dosses proprietérs "ido conseque produit. um sentimento de comunidade, de gages nacionais cu de uma orgarizago poltca". 0 caso da ropresentacéo como Veretung (na configuragdo da “rettica como persuasao"| se comporta como uma Darstellung (ou “tetérica coma twopo"), ocupando seu lugar no espago entre a formacéo de uma classe (desvtvah ea ndo formagio de uma classe (tuansiormadora: ‘Na meri em quo mihacs de falas vier sob cancigfes exndmias de esta aun distinguem sou mado de vds (.) as foaam via case. Na medida em qu (2 idntdade de seus ineesses io consequeproduar um sontiranto de comuriade [fel fo fomnam ama cose Acumplcidade entre as terms Verreten Dart, sua “idontidad na ciferenga” como o local da pita — aque essa cumpicdade & exatamenta 0 que 0s matxistes deve expr, como Marxofazem 6 78° Sram, somente poe Ser apeciada S205 tarmos no forem simplemente agiupados eomo am un ogo de plavas Seria meramente tendenciasoargumentar que isso textuaza Marx derma, trando-inacessireao "born" comum, que, vtims do senso comum, est to profunde mente araigedo em uma heranga postvista que a érfase iredutvl de Marco trabalho do negative, na necessdace dedestetchizar oconcreto lhe é persistentementearancada esuannasaan 37 pelo acverséio mes forte: incerta "watt tistical” Estou tntando mostar que o “homer” neomumy, 0 ik sofu contemparineo etc sagan cal nara tr, 60 ar po 8 Sil do eto a alae repr sepa tesa tre ‘anfarena qe dutia dum nent paca eect 3 lupin oi rosea. 20, 2 yar oaramsat nas iscipinas das Circias Humanas,é muitas veres aber ‘tamente étnico. Nasci na india e lé recebi minha educagaa, desde o Ensino Fundamental até o Superior, inlundo dois ‘anos de pbs-araduagdo. Assim, o exemplo indiana que utlaa pode ser visto came uma nostélgica investigagao das tees perdidas de mina prOpria identidade. Embora eu salva que no se pode entrar lvremente nos meandros das ‘mativagbes",afkmo que meu projet princial 6 destacar ‘a variodade positvst-Wealsta de tal nostalgia, Volto-me ‘20 materia indiana porque, ra ausércia de um treinamento discipliner avanado, esse acidente de nascimento e de educagio me proveu de um sentido do cenéri histérico, um dominio das lingusgens pertinentes que sao feramertas Utes para um Bricoeur, especialmente quando imbuido do ctcama masta da experincia concreta coma bi final de uma crtica das formagdes discilinares. No entant, © caso indiana nao pode ser tamado carn representative de todas os pases, nagbes cultures, que pndem serinvacados ‘mo a Quo da Europa como um Eu [Se Aqui, entéo, segue um resumo esquematico da Volacia epistémica ds codfcagio da hindu, Se ela esca- recera nocéo de viléncia epistémica, minha discuss final do sacrfiio das vives pode ganhar um significado adional. No inal do século 18, ale hindu, até onde pode ser deserita como um sistema untéi, operava em termos de (quatro textos que “encenavam” uma episteme de quatro partes defnida pelo uso que 0 sujito faia da meméxia acosiourena se 09

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