social em que não basta apenas saber ler e escreve, é preciso também fazer uso do ler e do escrever, saber responder às exigências de leitura e de escrita que a sociedade faz continuamente.
É fundamental que a escola através de sua intervenção
propicie essa aprendizagem significativa, proporcionando a inserção do aluno no dia-a-dia das questões sociais. Deixar de explorar a relação extra-escolar dos alunos com a escrita significa perder oportunidades de conhecer e desenvolver experiências culturais ricas e importantes para a integração social e o exercício da cidadania. (BRASIL, 2004) Nas palavras de Ferreiro (2001), “a escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário”.
Um sujeito, para ser considerado letrado ou estar em
processo inicial de letramento, precisa no mínimo ser alfabetizado ou ter adquirido a tecnologia da leitura e da escrita.
Alfabetização e letramento são conceitos
freqüentemente confundidos ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo em que é importante também aproximá-los, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele. (SOARES, 2003, p. 90)
Não que o educando não tenha qualquer saber antes da
alfabetização, pelo contrário, sabemos que todo indivíduo possui, da alguma forma, níveis de conhecimento. E, isto, foi muito bem discorrido por Freire (1996, p.69):
O ato de ler e escrever deve começar a partir
de uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até mesmo historicamente, os seres humanos primeiro mudaram o mundo, depois revelaram o mundo e a seguir escreveram as palavras. Ainda, de acordo com Freire, a leitura do mundo precede a leitura da palavra e aprender a ler e a escrever é também, compreender o mundo no seu contexto, vinculando linguagem e realidade.
DIMENSÕES DO LETRAMENTO Soares (2003) enfoca duas principais dimensões do letramento: • A dimensão individual; • A dimensão social.
O que se pretende é incentivar o educador a fazer uso do
conhecimento nato de mundo que o educando possui e sua relação com a língua escrita, assim ele poderá alfabetizar letrando. Freire afirma que para o educador, a ato de aprender “é construir, reconstruir, constatar para muda, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito”. PASSOS PARA O DESEMPENHO DO PAPEL DO “PROFESSO-LETRADOR”. 1) investigar as práticas sociais que fazem parte do cotidiano do aluno, adequando-as à sala de aula e aos conteúdos a serem trabalhados;
2) planejar suas ações visando ensinar para que serve a
linguagem escrita e como o aluno poderá utilizá-la;
3) desenvolver no aluno, através da leitura, interpretação e
produção de diferentes gêneros de textos, habilidades de leitura e escrita que funcionem dentro da sociedade;
4) incentivar o aluno a praticar socialmente a leitura e a
escrita, de forma criativa, descobridora, crítica, autônoma e ativa, já que a linguagem é interação e, como tal, requer a participação transformadora dos sujeitos sociais que a utilizam;
5) recognição, por parte do professor, implicando assim o
reconhecimento daquilo que o educando já possui de conhecimento empírico, e respeitar, acima de tudo, esse conhecimento; 6) reconhecer a importância do letramento, e abandonar os métodos de aprendizado repetitivo, baseados na descontextualização.