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TELEFONIA DIGITAL aTuaLeAoa Historia da telefonia no Brasil 5" EDIGAO, Técnicas de multiplexacao e transmissao Redes de computadores, de alta velocidade © pticas Teoria de trafego telefanice e planejamento do sistema AABIS2-4SO_| G2 232 | tora Een Ltda. —-A2etT wwe veseivedos. Proibida a reproducao total ou parcial, par qualquer meio ou proceso, expeciamente por sistemas gic, iicrahimices, fotogrdécos, reprogrlicns, fonogiafcos, videagratces, itemat, e-books, Vedada a memonzagao e/cu recuperacao total ou parcial em qualquer sistema de processamerio de dadoe @ a incluso de Gualqiar pane ca abva em qualquer programa jucctbemétice. Essas preiigtes apicam-se também fs caractersticas grafieas da obra @ a sta editoracdo. & volagao dos direitos autorals & unival como crime (art. 184 @ pavigvalas, do Cédkga Paral, conforme Lato” 10.685, de 97/01/2003) com pena de reclusao, de dois a quatio anos. © muta conjurtamente com busca e spreensae e indenizagées: dworsas (artigos 102, 103 parapralo unico, 104, 105, 308 107 tens f, 2€ Sa Lei n” 9.610, de 19/06/1298, Lei das Dieitos Autores) © Autor ¢ 2 Edtora aeredtam que todas as nformagdes ngul acresentades estao comets «podem ser utlizadas para qualquer fim legal. Entetanto, nfo existe qualquer garanta, fxpcta ou implieta, de que 0 us0 de tals inormagces conduaira sempre ao resllad Gesejado, OS nomes 69 sites @ ompteses, porventura ranelonados, fore vilizades ‘apenas para iustrar os exemplos, nao tendo vinculp nennum com olive. no garantingo a ‘Sua existancia nem divugagao. Eventuals enalas eslardo asponivat: para downoad re Site da Eatora Enea, Contato adaptado ao Novo Acordo Ortogrico da Lingua Portuguese, em exeougéo -dg6de 1°68 janeiro de 2008, Dados Internacionsis de Catalogacse na Publicagao (CIP) (Cémara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ‘Alencar, Marcelo Sampaio de Teletoria Digtal / Marcelo Sampaio de Alencar. ~ Erica, 2011 Biblogratia, ISBN 978-85-365-0000-6 4, Sistemas telotonines digtais. 1 Tul, tosis 600.621 385 Indces para catéiogo sistematico 4, Sistemas teletGnicos datas: Engenharia 621.385, 2. Telefonia data: Engenhavia eletrenica 621.985, Conseino Eeltoriat: Coardenagao Editorial: Rosana Amuda da Siva Capa: Marios 5. ae Franga Finalzaca, Rosana Ap. A. dos Santos Caria de Oliveira Morais Marlene Teresa S. Alves Editora Brie Lede ua Sao Gi 159 Talvape EP: 02401-099- Sac Pavia - SF Fone: (11) 2205-4066 - Fax: (11) 2097-4060 wonn edlorsericg.com.tr 64. Caracteristicas do Processo de Conexio 166 65. Exereicios 168 7 Redes de Alta Velocidade am 7.1 Redes com Integragdo de Servigos . . Renineees 71 7.2 Redes Digitais de Servigos Integra do Fl Largs « ot eee IT 7.3. Redes ATM 2 ‘| en bivads m 731 Nogies Gerais ot isi eee m 7.4 Modelo de Referéncia . - 174 Camada Fisica m4 Camada ATM 175 ‘Camada de Adaptagao 176 Sinalizagao de uma Rede ATM ates miae cosy s (RG: Operagdo e Manutengio . . . .« . Sempeaeeréla sree 176 Comutagio de Células ATM. 1 7.4.7 Comutadores ATM . . 17 7.5 Congestionamento $4 34 178 75.1 Falcias acerea do Congestionamento em Redes de Ala Velocidade . .... . - 178 7. Commas de ten 3 Congeioanictlnn 96-7 = + Pres ‘ 179 7.7 Qualidade do Servigo . werent chad sg 109: 17.1 Resultados da Transferéncia de uma Célula 7.1.2 Pardmetros de Desempenho 7.7.3. Modelamento do Trafego . . bee 180 7.8 Hierarquia Digital Sfncrona . He Fn : Ist 7.9 Estrutura da Hierarquia Digital Sincrona Pane ot é Ist 7.9.1 Tipos de Camadas no Modelo da SDH... 2-00 ss eee eee ee 183 7.9.2 Ponteiros, Concatenagio e Mapeamento . ‘ - 183 7.9.3 Métodos de Multiplexagao : 183, 7.10 Comutagio Automtica de Protecio 5 183, 7.10.1. Definigao de Segdo de Multiplexagio - 183 7.10.2 Protegiio da Seco de Multiplexagao sa Re noe es 7.10.3. Arquitetura e Modos de Operagio . . aio qerreeg oath LLL Parimeos ¢ Objetvos de Desempenho e Disponbilidade | Reawee basil 7.11.1 Parametros de Desempenho 0 pee 184, 7.11.2. Pardmettos de Disponibilidade da Camada Fisica... he sae” 185 7.12 Geréncia da SDH bee sania Gan tae ¢ 185 7.13. Sincronizagio da SDH 186 7.14 Exercicios 186 8 Redes Opticas 189 8.1 Introdugto 189 8.2. A Bxitra dos Enlaces Opticos 191 8.2.1 Fibra Optica 191 8.2.2 Fontes Opticas 193 Receptores Opticos . 2 : Saree 198 8.2.4 Amplificadores Opticos ... 2... “ et er 200 8.3 Introdugio as Redes Opticas 6.22 eee eee : - 200 84 Elementos de Redes Opticas “ as 202 84.1 Terminais de Linha Opticos 0.2.0.0 ee eee 203 u SUMARIO 8.4.2 Muhiplexadores Opticos de Insergdo e Derivagao : 203 84.3. Chaves Opticas ~h48 : 205 8.5. Arquiteturas Multicamadas «8 phone ssaGete ee 85.1 GMPLS 5 A Bhi é 209 852 UmaslternaivaaoGMPLS:ASON . sess. ceo 209 8.6 A Arquitetura Mutticliente 210 87 Roteamento ¢ Alocagdo de Comprimento de Onda 212 8.7.1 Estabelecimento Estitico de Caminho Optico 214 8.7.2. Estubelecimento Dindmico de Caminho Optico seee 216 8.7.3 Roteamento Shinar? ath 8.7.4 Alocajdo de Comprimentos de Onda gabe aee etsbece 218 88 Exercicios . x suas 3 21 9. Telefonia Celular 9.1 Introdugao . 9.2. Descrigao do Sistema Celular 92.1 Esirutura Celular 9.2.2 Estruturas Celulares 9.3. Reutilizagio de Frequéncia 9.3.1 Divisio de Células 94 Constituigao do Sisiemad Celdar 9.5. Fungies Caracteristicas da Relle Celular 95.1 Handoff 9.5.2 Roaming Avsonnatico 9.6. Tipos de Cansis de Radio . ‘ 9.6.1 Canais de Vor : é 9.6.2 Canais de Controle 9.7 Cupacidade do Sistema Celular OTA Tratego ne 9.7.2 Alocagio de Canal de Trifego 2 9.3 Weges 9.1.3. Céileulo da Capacidade de Trafego 9.8 0 Padido GSM 9.9 Arquitetura do Sistema 9.9.1. A Estagio MOvel (MS). 9.9.2 O Subsistema da Estagdo Radiobase (BSS) 19.3 O Subsistema de Comutacio ¢ Rede (NSS) 9.9.4 0 Subsistema de Suporte e Operagao (OSS) 9.10 Provedimento de Registro da Estacio Mével 9.L1 Estabelecimento de uma Chamada.. 9.12 Handoff ou Handover « 9.13. Pardmetros de Seguranga 9.13.1 Autenticagio . 9.13.2. Ientidade Tempordria do Assinante Mével 9.14 A Interface de Radiotransmissiio do GSM 9.14.1 O GSM no Brasil 9.14.2 O Escuema de Acesso Méltiplo 9.14.3. Codificago de Voz no GSM iadapribitie 9.144 Codificagao de Canal i BHR LA ALS SUMARIO 25 Capitulo 8 Redes Opticas Paulo Ribeiro Lins Junior 8.1 Introdugio |Até a década de 1970, as redes de comunicagio eram utiizadas essencialmente para transmissio de vo2 tilizando comutagao de crcuito. Qualquer evento, como uma falha ou oestabelecimento de uma nova conentio, que causassealteragdo na rede, gerava a necessidade de reeonfiguragao manual Com o passar do tempo o nmero de uswérios aumentou € foi incluida a transmissio de dados, elevando o trifego na rede e, consequentemente, a necessidade por mais lagura de banda, A fibra dpa se mostou dim mela de transmissao eficiente, eapaz de suprir essa maior demanda por largura de faixa ¢ velocidade de transmissdo (Soman, 2005) ‘Com a utiizacao da fibra 6ptica como meio de transmissdo, os provedores de acesso i rede estabeleceram ‘um formato padronizado de interconexio, que ficou conhecido como Rede Optica Sincrona (SONET ~ Synch- ronous Optical Network) na América do Norte ¢ como Hierarquia Digital Sinerona (SDH - Synchronous Digital Hierarchy) em outras partes do mundo (Siller and Shafi, 1996, Perros, 2005). TEs primeira geragio de redes de fibras Spticas fo utlizada para aumentar « capacidade da rede que @ precedeu, sendo toda a comutagi e servigos de rede efetuados por meio de sins elétricos "A taxa hisica de transmissio do SONET € 51.84 Mois. Essa taxa € atribuida ao sinal STS-1, sendo asigla STS referente ao Sinal de Transporte Sincrono (Synchronous Transport Signal). Todas as demais taxas usadas to SDH/SONET sio miltiplas dessa taxa bisica. de forma que o sinal STS-.V tem como taxa de transmiss40 * veres a taxa bisica. Apés ser submetido a uma conversio cletro-Gptica para que possa ser transmitido pela fibra, o sina Gptico na camada fisica recebe a denominagio de OC-LV, sendo a sigla OC atribusda & Portadora Optica (Optical Carrier), © 0 N indica o miipto da taxa bisica. Em termos priticos, é eomum se refer a ‘enlaces SONET como enlaces OC-N, O Instituto Americano de Padroes (ANSI American National Standards Insitute), no seu padrio T1105, estabelece os seguintes valores para N 1,3. 12,24, 48 ¢ 192. Parao SDH, osinal bisico tem uma taxa de transmissio equivalente ao STS-3, ou seja, 155,52 Mbit/s. Esse sinal 6 conhecid como Médulo de Transporte Sinerono — Nivel 1 ou STM - | (Synchronous Transport Module “Level 1), Taxas superiores sio designadas como STM-M. A Unido Internacional de “Telecomunicagoes ATU ~ Iinerational Telecommunication Union) recomenda os seguintes valores para M: 1, 4,8, 16, 32. 64, Esses valores sao equivalentes aos dos sinais OC-N SONET, em que NV = 3M. Isso mostra uma tentativa de manutengio de uma compatibilidade entre o SONET e o SDH, Diferentemente do SONET, o SDH nio faz distingdo entre osinaletrico (0 STS, no SONET) e o sinal dptico (OC. no SONET), denominando ambos os tipos de sinais como STM-M/. A Tabela 8.1 sumariza os valores recomendados pela ANSI, no caso do SONET «pela ITU, no caso do SDH, para os sinais OC-V e STM-M (Perros. 2005). Tabela 8.1: Valores recomendados para sinais OC-NV e STM-AM (Perros. 2005), ‘Taxa de Transmissio (Mbitis) _[ Sinais STS-N_|_Sinais OC 18+ STS-1 OCT 155.52 OCs 622,08 ociz DHIG OC2t 2a, STS-a8 OCs DI. STS.96 0C96 ‘STS-192 OC 192 Um enlace éptico ponto a ponto unidirecional é formado, em uma descrigio bastante elementar, por um ‘ransmissor éptico, tipicamente um laser ou um dioda emissor de luz (LED), em uma ponta do enlace ¢ na ‘outra um fotorreceptor, como ilustrado na Figura 8.1 a). Por exemplo, se for assumido que 0 enlace de fibra ‘ptica tem uma capacidade de 2,5 Gbit/s, entdo ele pode suportar até 16 conexdes do tipo STM-1 SDH ou OC-3 SONET operando a 155 Mbit/s. desde que submetidas a uma conversao eletro-dptica, porém, em redes SDHYSONET, uma fibra sé pode suportar uma conexao, Em outras palavras, para estabelecer mais de uma io simultaneamente, nesse caso, necessit-se fazer uso de tum enlace para cada uma das conexdes. come mostrado na Figura 8.1). Annum [Fy on Rx Lassa OC-12 OC-12 a) JUN T™ Om Rx Lowes 0C-24 0C-24 A Annan aca | TX Rx oes Iu Tx © Rx oes OC-12 OC-12 b) Figura 8.1: Progresso na capacidade dos enlaces 6ptieos: a) enlace ponto a ponto unidirecional ¢ b) enlace com tres can ‘Um problema surge. entretanto, quando & preciso estabelecer um mlimero maior de conexdes, tendo em vis- ta que se necessita de um mimero grande de fibras 6pticas para este caso. Além disso, o fato de estabelecer uma Sinica conextio em uma fibra Spica representa por si s6 um desperdicio considervel da largura de faixa dispo- ribilizada por esse meiv. Esses problemas podem ser contornados pelo uso de outra técnica a Multiplexagao por Divisio no Comprimento de Onda (WDM ~ Wavelengih-Div’sion Muliplesing). Nesse tipo de multiple- ago, conexdes distintas s20 portadas por diferentes. comprimentos de onda, que podem ser multiplexados e ra 82. Ou seja, para utilizar duas ou mais conexdes \rafegar em uma tinica fibra 6ptica, como mostrado na 190 Redes Opticas ie, no existe mais a nect 2006), sidade de varias fibras 6pticas: todo 0 trifego & multiplexado para Figura 8.2: Multiplexago por divisao em comprimento de onda De maneira simples. um sistema WDM pode ser visto como um conjunto de canais dpticos, cada wm usando um comprimento de onda, mas todos eompartithando um ti ddezenas a centenas de comprimentos de onda por fibra, com cada comprimento de onda podendo suportar uma taxa igual ou superior a Gbits » meio de transmissio. Tais sistemas transportam 8.2 A Estrutura dos Enlaces Opticos 8.2.1 Fibra Optica Fibras dpticas sin basicamente guias de onda cilindricos que propagam ondas eletromagnéticas em seu imerior com comprimentos de onda da luz visivel. A propagagao dessas ondas se deve ao fendmeno da reflexdio interna total, ue dessreve © que ovorre quando a luz esti se propagando em um meio e incide na interface com ‘outro meio de menor indice de refragdo com um Angulo de incidéncia tal que ndo hi luz refratada, ‘Sao formadas basicamente de trés partes: de transmitir a luz, Geralmente 4 Naicleo ~ trata-se da menor e mais frgil parte da fibra e tem a fan feito de plistic» ou de vidro extremamente puro (silica), dopado com algumas impurezas de germanio ou fisforo para controlar o indice de refragio do material. Tipicamente, sio fabricadas fibras de silica com dimetros entre 3,7 e 200 jim, mas em telecomunicagies os didmetros mais usados sao 8 jrm, 50 yume 62.5 pm ‘sca ~ tem a fungdo de proteger o niicleo e prover um meio com menor fndice de refrac, para permitir © fendmeno ds reflexio interna total, O indice de refragao tipico da casca de uma fibra de sflica € 1.46, enquanto 0 niicleo tem indice tipico de 1.48. Tipicamente em fibras de vidro, o didmetro da easca 125 jam, que suporta os miicleos de 8 jum, $0 yumm © 62.5 gum, 10 proteger a fibra contra fsticus 6p\ ‘« Revestimento = geralmente € feito de plistico ou aerflico e tem come fun esforgos mecanicos e misturas quimicas que porventura possam mudar as suas cara A variagiio do indice de refrago entre o nticleo ¢ a easca pode ocorrer de uma forma abrupta ou gradual, Com relagdo a isso, 2 fibras podem ser classificadas como: «¢ Fibras com tnsice em degrau —o indice de refrago muds repentinamente entre o nicleo e a casca, como itustrado ma Figess 83.2. Alen wm « Fibras com indice gradual ~ 0 indice de refragdo muda gradativamente entre 0 niicleo e a easca, come ilustrado na Figur 8.3 b). Revestinento (noice de Retragso Indice do Retracao 4 at q mse ed | | ~ > Disarcls Distancia Radial Racal » Figura 8.3: Segio transversal ¢ perfil do indice de refragdo para indice a) em degrau e b) gradual Por serem guias de onda, fibras épticas podem condurir ondas eletromagnéticas em um ou varios modos de propagagio, Com relagio ao ntimero de mods. fibras podem ser classficadas como monomodo,quando posstlem apenas um modo de transmisso € multimodo, quando possuem varios modos, Devido a interferéncia intermodal, ou seja, & interferéncia entre diferentes modos de propagagao em fibras rmultimodo, essa tipo de fibra apresenta Limitagdes com relagio a tamanho dos enlaces, o que inviabiliza sew tuso para transmisses de longa distancia, Por no possuirem a limitagZo imposta pela interferncia intermodal, fibras monomodo sio a escolha mais apropriada para esse tipo de transmissio. Tipicamente. fbras multimodo so usadas quase que exclusivamente em redes locais. Devido as suas caracteristicas, as fibras Gpticas apresentam vérias vantagens se comparadas a outros meios de (ransmissao; # Imunidade a interferéncias eletromagnéticas — fibras sio constituidas de materiais dielétricos, 0 que as fora imunes a quaisquer interferéncias eletromagnéticas externas. ‘© Auséncia de diafonia —fibras nao causam emissao de campo eletromagnético, logo: nao hi interferéncia entre fibras épticas, sendo comum a agregagdo de varias fibray em um tinico cabo, o que trav barateamento de custos ao sistema, ‘© Dimensdes reduzidas ~ cabos dp cconvencionais. cos podem chegar a ser vinte vezes mais finos que cabos metélicos + Maior alcance de transmissio ~ devido iis pequenas perdas por atenuagao, na ordem de 0,2 dB/km, 6 ‘0 meio ideal para montar enlaces de longa distancia, send» muito comum encontrar enlaces de fibras 6p cas com mais de 150 km sem uso de amplificadores ou regeneradores. 192 Redes Opticas ‘* Suportam uma taxa de transmissio maior ~os sistemas dpticos atuais operam comercialmente com taxas de 40 Gbits/s por canal, Considerando que € comum encontrar sistemas WDM com mais de 16 canais, entdo pode-se verificar que a taxa de transmissdo suportada por uma tnica fibra é alta se comparada suportadia por eabos metilicos. Logicamente. o uso de fibras épticas como meio de transmissio tumbém possui algumas desvantagens, tals como fragitidade da fibra, dificuldades na conexdo e nos reparas e alto custo de instalagdo. 8.2.2. Fontes Opticas principal papel de um transmissor 6ptico € converter o sinal elétrico em sinal Gptico que poss ser acopla- do a uma fibra 6ptica, Para sistemas de comunicagdes via fibra Optica, os transmissores sio dispositivos & base ‘de material semicondutor. As vantagens no uso de dispositives semicondutores sio muitas, entre elas tamanho compacto, alta eficiéncia, boa confiabilidade, drea de emissio compativel com as dimensdes do niicleo de fibras 6pticas disponiveis comercialmente, emisso em comprimentos de onda na faixa de baixas perdas das fibras de silica e, principalmente, possibilidade de modulagao direta Existem dois tipos de fontes Spticas: o diodo emissor de luz (LED — Light Emissor Diode). que consiste em uma jungao p-n polarizada diretamente, gerando emissio espontin € composto de heteroestruturas em miltiplas camadas cujas faces formam uma cavidade, gerando emissio estimulada, ‘© Laser semicondutor, que gerslmente Produgao de Luz de conhecimento que um elétron, fazendo uso do modelo mais simples de representagao atdmica, pode orbitar em torno do nticleo do dtomo em diferentes niveis de energia. Quando um elétron passa de ura nivel cou estado de energia mais baixo para um mais alto, significa que ele absorveu energia do mein (na verdade. significa que ele absorveu fétons! ; em contrapartida, quando ele passa de um estado de mais energia para um ‘de menor energia, ele perdeu energia (fotons) para o meio. Sob uma visualizagao simples, existe somente uma forma de produ Juz: por meig de uma rapida modifi- cago do estado de energia de um elétron, sindo de um estado de energia mais alta para um estado de enengia ‘mais baixa, Quando tal evento ocorre, existe uma liberagdio de ftons para o meio, que pode ser vista na forma de luz, A emissfo de luz (na forma de fétons) pode acontecer espontaneamente ou pode ser estimulada, Esses principios sao ilustrados na Figura 8.4. ‘Sob condigdes normais, todo material absorve luz*. O processo de absorgao pode ser entendido com tase na Figura 8.4 a), na qual os niveis de energia Ey ¢ Ez correspondem a um estado normal (de menor energia) € um estado excitado (ce maior energia) respectivamente, Se a energia do féton, calculuda por E'y = hi- f= h-c/ ‘na qual fh = 6,63 - 10-1 Js = 4, 14-10" eV’ «5 6 constante de Planck, e = 3+ 10° m/s a velocidade da luz. .€ 0 comprimento de onda, for aproximadamente igual & diferenga entre as energias dos dois niveis H, = Ha — Hy, cle & absorvido pelo dtomo e 0 elétron *salta” para 0 nivel energético maior. Quando um eléiron é excitado, ele no ficard desta maneira para sempre. Existe um tempo de vida para alguns niveis de enengia particulares depois do qual os elétrons inicialmente neste estado terdo decaido pera um estado de menor energia. Quando tal decaimento ocorre, a diferenca de energia entie 0 nivel em que o elétron estava € 0 novo nivel que cle estard deve ser liberada como um fiton. ‘0s fotons so purticulaselementares que viajam com a velocidade da luz, e a massa deles existe apenas quando se muvem & ‘elocidade da luz. sendo que sta massa tedrica de repouso ¢ igual zero, pois, de acon com a Teoria da Relatividade, ua panicula ‘que possi massa de repouso deveria ter uma massa infinite idade da Iu. 0 que € impossivel A partir desse pono quando falarmos em absorgao de luz falamos em aasorgo de ftons &2A Esinuura dos Enlaces Opticos 193 et Figura 8.4: Processos fundamentals que podem ocorrer entre estados de energia: a) absorydo, b) emissa0 espontiines ¢ ¢) emissay estimulada. Quando um elétron decai ao aeaso depois de um certo intervalo de tempo curto, & dito ter acontecido uma emissio espontinea de luz. A fase associada ao (ton que & emitido € aleatGria e deve estar de acorco com processo ¢ ilusttado ma algumas ideias da mecinica quaintica no gue se refere ao estado interno do atomo. Ess Figura R4b), Emm oueras situagoes, porém, quando 0 elétron entra em um estado de energia maior (excitado), ele 6 cae Pacitads 2 permanecer por um “longo” perfodlo de tempo (alguns poucos microssegundos) nesse nivel antes de descer pari seu nivel norneal espontaneamente. Quando perturbado por um fotwn, esse eléiron pode perder energia, resuitando «a eriayio de algu outto fton. 0 féton causados da perturbagio 10 € destruido no pro- cesso, © 0 segundo ftom & criada coms & mesma fuse, frequéncia, polasizagao e diregdo do fton original. A emissdo estimufada ¢ realmente um fendmien ds mecanica quiintica, mas ela pode ser entendida em termos de um campo efetromagnética clissico € uma mecénice quantice do tome, O provesso pode ser pensado como lum ampliticugiio Sptica e ¢ ilustrado na Figara 8:4}, Tanto para emisséo espontinea quanto paraa estimuluda ocorrerem, energia precisa ser fornevida pare Jevar lumelétron dé um nivel de energia para outro, Essa energia pode advir de diversas fortes, camo calor, eorrentes eletricas,reagies quimicts ou biokigicas (bioluminescéncia), radiagio nuctear. Ei sistemas de comunicagoes “pticas, essa energia é fomecida de fontes de comrentes que alimentam tanto os LEDs quarito os lasers 194 Redes Opticas Diodo Emissor de Luz. ‘Uma jungio p-n diretamente polarizaia emite luz naturalmente através de emissio espontines, C* LED é uma jungao p-n, entio ele gera luz por emissao espontinea. (Os LEDs slo os dispositivos mais simples ¢ baratos para gerar luz. As suas principals desvantagens so o especto relatvamente largo de lu? gerads uma menor elviéneia de acoplamento di luz com a lira ¢ sue redurida velocidade de modulagao. Por esses motivos, 0S LEDs sio utilizados em sistemas de menor capacidade. ‘Na primeira janla de transmisso, a dspersao materia fbr em tomno de 100 ps/inm « km). cominad mo um com a lrgura espectral de 50 nm, tipiea dos LEDs. resulta em ur alargamento dos patsos Spicos de 5 ns/kn Emo, os sistemas nessa janela ficam timitados a 200 MHz: km, Na segunda janela de transmissio, a dispersio Gquase nua da fbr permite o uso ce LEDs no limite de sua eapacidade de modulaeio,stuads ent 100 Mbitsis a DO Miss, Na terceira janela, predomina 0 uso dos diodos lasers em sistemas de wansmissio de alta capacidade, ‘Do ponte de vista das aplicugdes em comunicagbes, as sezuintes caracteristicas dos LEDs so importanies: «¢ Baixo custo ~ LEDs tém um custo de implementago muito baixo se eomparados com lasers, apesar de, ddo ponto de vista estrutural, no terem grandes diferenga. « Baixa pottncia ~ a poténcialuminosa de saida dos LEDS (na ordem de 20-30)W) normalmente € muito menor do quie as do laser (Hpicamente de 100 pW). « Especto relativamente largo ~ se comparado & largura especial dos lasers, @ espe dos LEDs pode sereonsiderado muito largo, 0 que dificult sua aplicagdo em fibras monomodo, tendo em vita a grande perda de acoplamento, « Incoeréncia da luz —o feixe de luz produzido pelos LEDs é demasiadamente incoerente, sendo portanto, pouco direciondvel. Para aplicagdes que necessitem de uma baixa dispersio do feixe, LEDs nto slo indicados. usados com transmissses com ‘* Modulagao ~ LEDs nao produzem pulsos curtos 0 suficiente para sere alls tans, na ordem de Gbis. Entretanto, LEDs operam satisfatoriamente com taxa de até 300 Mbatsis Estimara poténca interna gerada pela emissdo espontinea em um LED ni ¢ uma tarefa das mais dificeis Dacia uma corrente de alimentagio J. a taxa de injegao de portadores€ a razdo entre a corente © a quantidade de portadores disponiveis na jungao, 1/q, sendo q a carga elétriea T importante também defini eficicia quantica itera, que €a uzdo entre a quantidade de Fotons gerados ea quantidade de elgtrons recombinados com lacunas dentro do material, ou se n® de fétons emitidos ye ade eléirons recombinados — Nee hint = Desta forma, no & muito difieil ver que a taxa de geragao de fétons € o produto entre a taxa de injegdo de portadores ca eficigneia qudmtica interna do LED. Entdo, a potGneia interna dptica do LED. ou seja, a poténcia de alimentago do L Pry &2 A Estratura dos Enlaces Opticos 195 Como nenhuma conversio de energia € 100% efetiva, entio somente parte da energia produzida pelo LED «partir da alimentagao € realmente transformad em energia luminost. Iso nos Teva ao coneeito de poteneia cextema ou poténcia emitida, dada por Pout = Next Pins haa qual a grandeza vees exprime a eficiéncia externa ou eficiéncia de emissio do LED. A eficiéncia extema .gerada” que € emitida pelo dispositivo, Essa eficiéneia normalmente € muito le energia ‘mostra a porcentagem da enery pequena por conta de perdas inter intrinyecas do material e de pers acorridas na transfer para fora do dispositive. "A medida do desempenho de um LED & conhecida como eficiéneia total, va. também conhecida como eficiéncia de conversio de poténcia. Ela ¢ definida como a razio entre a pote poténcia elétrica de alimentagio do dispositivo, Py, ou se Pout E em que V) a tensio de alimemtagio do dispositive. Normalmente se considera Fy ~ dV & poRamtos that Hert nt Existem algumas estruturas bésicas que podem servir de base para a construgio de LEDs. No entanto, do ponto de vsta de comunicagdes dpicas,duas confguragées de LEDs merecem destague: 0 LED de emissio de tupericie (SLED Surface-emiing LED) co LED de emisso de extremidade (ELED - Filee-emiting LED) ‘© SLED pode operar tipicamente na reside do comprimento de onda de 850 nm (1* janela) enquanto 0 ELED opera na regizo de 1300 nm (28 janela). Nessa janela, a largura espectral do SLED € maior, 0 que leva a maiores perdas por acoplamento coma fibra. Essa diferenga se deve aos tipos de materais uuilizados na fabricagiio de cada composigdo. SLEDs também sio conhecidos como LEDs Burrus. em homenagem a0 trabalho de Burrus e Miller, que primeiramente descreveram ess estrutura em 1971 Ja Optica emitida, Pye. € 8 Lasers Laser sn aeronimo para amplificagao de luz por emissao estimulada de raiagao (Light Amplification by nsideradas as fontes ideais para a transmissdo de informacio the Stimulated Emission of Radiation). Si 6 . caso ndo posstia, Quando uma conexiio . Mas niio os bloqueia, entdo o comprimento jj deve ser escolhide em detrimento do comprimento i, apesar de a capacidade total de perda do com primento j ser maior que a do comprimento i. O RCL calcula a perda e cupucidade relativa para cada caminho em cada comprimento de onda disponivel e escolhe comprimento de onda que minimiza & ‘soma das perdas de capacidade relativa em todos os eaminhos. + Perda de Capacidade Relativa Distribuida (Distributed Relative Capacity Loss) -DRCL:o método DCRL € implementado usando o algoritmo de Bellman-Ford. Nesse algoritmo cada n6 permuta tabelas de roieamento com seus nds vizinhos e atwaliza sua prépria tabela de roteamento, O DRCL introduz em cada 16 uma tabela RCL e permite aos nds permutar essa tabela entre eles. As tabelas RCL sto atualizadas de maneira similar as tabelas de roteamento, Cada entrada da tabela RCL € uma tripla composta pelo ccomprimento de onda w, destino de pela perda da capacidade relativa rel(w,c). Quando uma requisigio ide conexdo chaga a0 né © mais de um comprimento de onda se encontra disponivel para o caminho solicitado, o método similarmente aos métodos RCL e MS procuratrabalhar com esses comprimentos de onda considerando o conjunto de caminhos potenciais para futuras conexGes. O método DRCL considera todios os caminhos Spticos do né origem da requisiglo de conexdo para todos os outros nos da rede, excluindo o né destino da conexdo requisitada, O métado escolhe 0 comprimento de onda que minimiza aa soma dos rel(w.d) sobre todas os possiveis destinos ‘» Reserva de Comprimento de Onda (Wavelength Reservation) — WR: nesse método um dado comprimento de onda em umenlace espectico & reservado para.o fluxo de trifego, usualmente trifego multissao. Esse método reduz a probahilidade de bloqueio para trafego multissalto, enquanto aumenta a probabilidade de bloqueio para as conexdes que atravessam um Gnico enlace da fibra (trfego salto simples) ‘¢ Limiar de Protecdo (Protecting Threshold) ~ PT: nesse método uma conexdo single-hop tera atribatdo tum comprimento de onda apenas se o niimero de comprimentos de onda disponiveis no enkice estiver ‘acima de um certo nivel de limiar, Os métodos PT © WR no especificam quais comprimentos de onda serdo escolhidos, mas especificam quais requisigdes de conexio podem ou ndo ter um comprimento de onda atribuido em fungao das condigdes de uso cvsrente dos comprimentos de onda. Esse método nie trabalha sozinho, mas em conjunto com as outros métodos apresentados. 20 Redes Opticas

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