Gregotti-Território Da Arquitetura
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ebates epates ; ebates arquitetura vittorio gregotti TERRITORIO DA ARQUITETURA Wy Z EDITORA PERSPECTIVA S Is Nl |Préximo langamento A Crise Mundial da Educagao Philip H. Coombs “Se a Arquitetura continuar yivendo, nossas palavras serao provavelmente sempre um pouco mais antiquadas que ¢ objeto de que tratamos.” Esta frase, do préprio Vittorio Gregotti deixa claro que em sua obra 6 territério da Arquitetura é tragado como um espacgo de ampla mobilidade cultural a ser continuamente explorado e preenchido de significados novos. A defesa de uma arquitetura como resposta poética ao problema da habitagao exige a constante reformulacio e construcio do ambiente fisico mas o surgimento de um sentido geral a partir da concepgao arquiteténica coloca-se para © escritor-arquiteto mais como aspiragio do que como um dado de nossa cultura. A fenomenologia de Merleau-Ponty e de Enzo Paci assim como o estrutura: lismo, através das pesquisas realizadas no campo da Semiologia ¢ da Antropologia, servem ao autor que com desassembro delas se utiliza sem o receio da contradicio e empolgando com suas teses uma gama variada de leitores. Uma indagagio sobre o real a partir da forma arquiteténica. Por uma arquitetura significante em interagio com as forgas produtivas do homem marcadas pela criatividade, debatesTitulo do original italiano: I Tervitorio dell’ Architettura © Feltrinelli, 1972 SUMARIO Introdugio ........ ne eax 9 1. Os Materiais da Arquitetura ... Stee A O projeto de arquitetura. Autonomia da fase de 2! edicéo | Projeto. Arquitetura e método cientifico. Mode- si lo e utopia. Elaborag4o e transmissio do projeto. , A organizagfo dos dados. O problema do signi- ficado. O projeto executivo. Criacao de instru- mentos de controle projetual. Esquema do de- senvolvimento das teorias da projetagio. O proble- ma do habitar como esséncia. Especificidade da Direitos em lingua portuguesa reservados & matéria arquiteténica. O ambiente total. Espe- EDITORA PERSPECTIVA S.A cificidade dos niveis dimensionais. Av. Brigadciro Luis Antonio, 3025 , og ils 01401-000 - Sao Paulo - SP - Brasil | A Forma do Territério srrteeeees OL Telefones: 885-8388/885-6878 \ A geografia da paisagem. A paisagem como 1994 ; ——————eobjeto estético. Teorias acerca dos aspectos for- mais da cidade. Uma interpretagao semioldgica. Dinamica morfolégica do territério, A tradigao do Landscape e a defesa da paisagem. A figura do territério e a tradigao disciplinar da arquite- tura. Problemas de leitura dos conjuntos ambien- tais. Um catdlogo das aproximagdes formais. Na- tureza da desenhabilidade A escala geografica. Arquitetura, ambiente e natureza. Arquitetura e Histéria .......-.-....-- Modalidade arquiteténica da experiéncia. His- toricidade dos materiais da arquitetura. Arqui- tetura e histéria da arquitetura. A formacao das categorias de juizo. A formagao do conceito de racionalidade em arquitetura. A nogaio de fun- cionalidade. Histéria e projeto. A tradigaéo do mo- vimento moderno. A busca da esséncia da arqui- tetura e a utilizagéo da histéria. Tipo, Uso e Significado ..........- ars Complexidade estrutural e funcional dos tipos. O tipo construtivo. A semantica do tipo. Crise e transformagio do tipo. O problema da técnica. As técnicas de construgio. Técnica e producio construtiva. Novo conceito de qualidade técnica. Fruigiio e uso. A semantizagaio do uso. Comple- xidade e complicag4o. 105 147 INTRODUCAO Este livro, creio eu, é algo contraditério e desti- tuido de sistematicidade. Por outro lado, nfo pretendo apresent4-lo como um tratado e sim como um exercicio de projeto, ou seja, como ao elaborar um projeto de arquitetura, continua- Mente se experimenta e se corrige, amontoam-se num! rosos problemas a 1 espera de solugao, anotam-se a mar: gem da folha solucdes possiveis ao lado de numeros de_, a lembrados. Em seguida, mesmo que os apaguemos, os vestigios permanecem sobre o papel a nos lembrar 0 que foi examinado e recusado; tentativas © erros dao sentido pleno 4 solugao final. _ Além disso, como em todo projeto de arquitetura, nao espero somente um piblico de especialistas, mas Possibilidades de leitura inclusive diversas, até mesmo de minhas préprias inten¢gdes; espero deste livro, por assim dizer, diferentes niveis de habitabilidade. OrAs idéias aqui contidas confluem de tantas partes, incorporam-se téo intimamente as minhas experiéncias de arquiteto que j4 nao saberia identificar suas fontes, distinguir sua procedéncia. Quero, apesar disso, testemunhar ao menos as di- vidas que considero mais diretas: aos arquitetos Lodovi- co Meneghetti e Giotto Stoppino aos quais estou ligado por anos de experiéncia projetual comum; aos que as- sistiram ao meu curso de elementos de arquitetura com quem durante dois anos discuti obstinadamente muitos dos temas incluidos neste livro; e, finalmente, aos ami- gos da jovem literatura italiana: suas idéias e suas polémicas representaram para mim fontes de reflexao que freqiientemente me serviram mais ¢ melhor que aquelas da prépria critica de arquitetura. Além disso, o leitor perceberd ao longo deste livro a presenga de dois grupos diversos de idéias: 0 pensa- mento fenomenolégico, particularmente na versio de Maurice Merleau-Ponty e, na Itdlia, de Enzo Paci, e as teses do estruturalismo, através das pesquisas que foram realizadas utilizando este método, no campo da semiologia e da antropologia. Estas idéias foram aqui adotadas como os exercicios de reflexféo mais adequa- dos, no meu modo de ver, para desenvolver a pesquisa no campo da arquitetura, para além dos fatos da prépria arquitetura que permanecem no centro de minha ex- periéncia. Percebo que estas idéias apresentam-se como teses e indagac6es sobre o real, nao facilmente concilidveis, e até mesmo freqiientemente «m oposicéo. Mas o que aqui me interessa é, por um lado, ter procurado con- tribuir neste debate com o material extraivel da arqui- tetura e, por outro, ter comprovado como as hipéteses presentes neste livro puseram de novo sobre a mesa problemas que sfo, no meu entender, decisivos para a cultura moderna e sobretudo para o sentido da disci- plina arquiteténica dentro dela. 10 1. OS MATERIAIS DA ARQUITETURA O projeto de arquitetura O processo histérico — afirma Norman Brown em seu livro acerca de significado psicanalitico da hist6ria — apéia-se no desejo do homem de vir a ser outro diferente do que é. A histéria é feita, para além de nossa yontade, nfo pela “astiicia da Razio” mas pela “asticia do desejo” 1, 1, N&o creio que se sa falar de roieto sem falar de desejo. desejo. O projeto & 6 modo airavés oO qual intentamos transformar €m ato a satisfagao de um desejo nosso. Existe, porém, implicito na "Salis projeto um Sentido de distancia entre o desejo e a sua satisfacio, © sentido de um tempo preenchido pelo esforco em Organizar uma série de fendmenos voltados para uma (1) Brown, Norman. La vita contro la morte. Milao, Adelphi, 1964 (ed. orig. Wesleyan University, 1959). 11 a2. A FORMA DO TERRITORIO A geografia da paisagem A finalidade desta segunda parte é a de indagar acerca da fundamentacdo de uma tecnologia formal da Paisagem antropogeografica do ponto de vista da ar- quitetura !. Vale dizer, indagar que problemas se poem €m primeiro plano ao considerar nosso trabalho de arquitetos como trabalho sobre conjuntos ambientais €m todas as escalas dimensionais. i (1) Em 1882, Friedrich Ratzel publicava o primeiro dos dois volumes de sua obra fundamental de gedgrafo intitulada Anthropogeographie, Ber- lim, 1891, que retine estudos acerca da atividade dos grupos humanos em fungio do ambiente geogréfico, Aqui empregamos o termo “antropogeo- &rafia” num sentido totalmente diverso, indicando “o ambiente modificado Pelo trabalho ou pela presenca do homem”, acepgao esta comum e presente €m muitos textos de geografia. Convém lembrar, porém, a importancia desta Questéo para a elaborac’o de morfologia social dos fins do século que se Centra no debate aberto pelos socidlogos (Durkheim e seguidores) com os fedgrafos. Seu objetivo era definir as influéncias ‘reciprocas entre a ago natureza e o ambiente fisico sobre a sociedade. 61Levaremos adiante nosso trabalho primeiramente como uma catalogagio de problemas abertos sobre arquitetura; segundo esta 6ptica particular: na espécie de projeto e de experimentago a partir da intengao de estruturar, de modo significativo, 0 conjunto do espaco fisico que.o homem habita sobre a terra, nado Ne} trabalhando e operando de forma estética na produgao de manufaturas, como também conferindo sentido ¢s- tético inclusive a conjuntos, cuja presenga no mundo precede a nossa acao direta 2, Empregamos aqui a nogao de paisagem em concordancia com uma ambigilidade de significado perfeitamente calculada, pois ainda que tratemos essencialmente da dimensdo da paisagem em grande escala geografica, este tratamento serd apenas um dos possiveis exemplos de nossa idéia de paisagem como conjunto; um exemplo particularmente significa~ tivo e pleno de uma modalidade talvez nova de condu- zir o discurso em torno ao problema da estrutura formal, em arquitetura, a todas as escalas dimensionais. Esta modalidade nao pretende apresentar-se como unitéria diretamente ao nivel operativo, mas sim ante- cipar-se, como caso geral, & especializagio das diversas metodologias formais, nas diversas escalas. Porém, este trabalho s6 é possivel depois de haver identificado alguns contornos relacionados com a ¢s- cala antropogeografica da intervengdo arquiteténica ¢ com a problematica induzida pelo aspecto formal desta intervengao, na hipdtese de que seja possivel isolar, para estudo, o problema da forma arquiteténica. Deste ponto de vista, deveremos encarar, no jnterior da disciplina arquiteténica, a relagao entre planning e design por um lado e 0 modo de articulagdo da disciplina do Lands- cape? por outro, até chegar a uma provavel mudanca de seu sentido. Ser4 necessério fazer uma referéncia especial a trés grupos de estudos que, exteriores & arquitetura, podem nos sugerir elementos muito validos para nosso estudo. O primeiro é 0 setor disciplinar que, por fungao histérica, diria, se ocupou da desctigao do ambiente (2) A primeira tradugio deste ensaio apareceu no numero especial 87-88 de Edilizia Moderna com o titulo La forma del territorio junto & outras colaboracées que posteriormente mencionarei. (3) O Landscape é definido pelo Chamber's etymological dictionary: “The shape or appearance of that portion of Land which the eye can at once view; the aspect of a country; @ picture representing the aspect of @ country”. 62 fisico, em grande escala: a geografia. Os d: podemos extrair desta disciplina “So cnattiaticometta impressionantes e qualitativamente valiosos para nés. E necessario, contudo, identificar os limites desta frea, para estabelecer uma coordenagfo entre os di- yersos estudos, mas também para determinar qual seja o campo préprio e especifico da arquitetura como ambiente total e diferenciado da geografia cientifica. Pierre George, em seu recente livro Géographie ‘Active, dedica o primeiro capitulo a uma discussao geral das diversas teorias sobre a geografia a partir das idéias de Alexander von Humboldt, através das doutrinas do determinismo geografico, as relagdes entre histéria e geografia * até chegar 4 doutrina do Landschaft. Propée o autor, contra a geografia aplicada que se fragmenta em diversas disciplinas especializadas, uma disciplina cientifica, cujo objetivo seja a descricao glo- bal de todos os estratos e relagdes que definem um ambiente fisico na articulagéo operativa de suas “re- Se eee , descritas estas por seus elementos A julgar pelas declaragdes dos préprios gedgraf a ae, por exclusio, podemos Taenibuir 5 arial. Bec oe as Areas de sobreposigéo que, nado se tra- le territérios privados, podem utilmente perma- er comuns a ambas disciplinas) ao menos dois campos precisos de trabalho. a o Pamere pode ser entendido a nivel de escalas: cial one uma determinada dimens4o, a definicaéo eee lo ambiente parece precisar-se através da i 8 ificagao de outras disciplinas técnicas, entre elas 4 quitetura como descrigéo técnica de um “circun- e também como técnica de construgao. mM contrapartida, o segundo campo nao depende . pbleimas a vps mas esclarece de modo muito ie p opésito das duas disciplinas, ca- Bees wand 2 uma como disciplina descritiva e a outra, isciplina projetual. A geografia nao constréi (4) Vejase, d i a ja-se, deste ponto de vista, o trabalho de Lucrm . 1922, inci entre histéria e geografia La terra e Revousiens atatan erga auido no volume Stxdi ew Riforma Rinascimento ed clint seritti, teotims ,Binaudi, 1966. E também, para o referente a cidade, veja-se a Seeofusits Bersisténcias “de Maxctx, Potts, Introduction @ Purbanisme ore Par ey ills, ta legon de Vantiquits, Turim, Einaudi, 1958 (ed. £ obviamente i aa amente impossivel oferecer aqui uma bibliografi das contribuigses da geogvafia para o catudo da forma do territério 63proposig6es, ela 6, por assim dizer, uma ciéncia do presente espacial, ainda que indague acerca de relagdes e constituigao; além disso, parece desinteressar-se pelos aspectos formais de tal presente que tém relagéo com seu significado e seu carater, ou seja, usando uma ter- minologia semiolégica diriamos que, embora trabalhan- do sobre o signo ambiental tanto em sentido sintagmé- tico como paradigmatico, parece nado atribuir a estes nenhum valor de comunicacio estética °. A paisagem como objeto estético O segundo aspecto da disciplina que devemos considerar diz respeito, ao contrario, as modificagdes dos instrumentos de comunicagio e das novas possibi- lidades de estruturag4o da forma visual propostas pelos artistas modernos capazes de enfrentar a dinamica do desenvolvimento temporal e espacial oferecida pela dimenséo geografica. A pesquisa neste setor tem sen- tido caso sejam satisfeitas duas condigdes: primeira, se consideramos que, de alguma maneira, a paisagem antropogeografica possa ser objeto estético; segunda, se admitimos como certas as diferengas, no que concerne & especificidade, entre as operagdes estéticas que dizem respeito a forma do territério e o que normalmente chamamos de operagGes estéticas visuais. Disto se depreende, em primeiro lugar, uma possi- bilidade de leitura e de juizo sobre o existente e, por- tanto, uma possibilidade de trabalho para quem queira levar aquele exisiente de um sentido a outro ou de um nivel a cutro. Como no caso da linguagem, o ambiente circunstante € o produto dos esforgos da imaginacio e pois, em certo sentido, coincidiria com a propria geografia, Naturalmente, a geografia urbana ¢ mais indiretamenve a geografia social foram as que mais de perto trataram o problema do “voluntariamente construido”. Uti- lizamos de maneira especial os estudos de Prerre Gzoncz, Précis de géo- graphie urbaine, Paris, PUF, 1964, e Géographie Active, Paris, 1964 (capi tulo primeiro); também o capitulo dedicado 4 geografia humana da anto- logia realizada por Gzonces Gurvircn, Traité de sociologie, PUF, 1962; 0 Cours de géographie humaine de J. Tricartt, Paris, 1963; 0 livro de EmItio Seren, Storia di un paesaggio agrario in Italia, Bari, Laterza, eet o livro de Arruur SMatLes, Geogrofia Urbana, Padua, Marsilio, 1965. (6) As tentativas de estética geografica de Banse (Geografia drtistica, 1922) e de sua escola, ¢ de Griino (Reine Geographie, Helsinque, 1929) de fundamentar o conceito de regido geografica como regiéo com caracteres formais homogéneos foram relegadas, apesar de seu extremo interesse, @ um plano periférico no debate atual da geografia, Veja-se a este respeito o ensaio de Euizro Bartistr e Szrcio Crorrt, Note sulla lettura Paesaggio antropogeografico, em Edilizia Moderna, n, 87-88, Mildo, 1965. 64 da memoria coletiva que se explicam e realizam por meio das obras que o sujeito constréi quando se de- fronta com o mundo e portanto também com a socie- dade. O problema foi tratado do ponto de vista da esté- tica de Rosario Assunto: “Uma primeira distingdo”, diz ele, “faz-se, a esta altura, necessria: a distingao entre as paisagens cuja existéncia material é resultado de um processo operativo humano e, ao mesmo tempo, de seu ser estético, e as paisagens cuja existéncia estética re- sulta nio de um processo produtivo, mas daquilo que se poderia chamar de outorga de sentido com relagao ao qual sua existéncia material era preexistente: resul- tado de uma descoberta, como se cosiuma dizer, gracas 4 qual se convertem em objetos estéticos os que antes eram pura e simplesmente coisas da natureza. Uma vez estabelecida esta primeira distin¢Zo, deveremos distin- guir as paisagens que, enquanto resultem de um pro- cesso produtivo humano, devem sua existéncia estética, cujo nascimento coincide com a vinda ao mundo de sua existéncia material, a uma preordenada intenciona- lidade artistica, e as outras cuja qualidade artistica é, por assim dizer, inerente a um processo formativo, cuja finalidade intencional se desenvolve sob o signo de uma categoria diversa da estética”’. A partir disso nasce uma pergunta de grande in- teresse para nds, operadores-arquitetos: de que modo nossa percepgado da paisagem se converte em percep¢iio estética, de que modo se adquire consciéncia da quali- dade figurativa da paisagem? No nosso entender, essencialmente de dois modos diversos, Ao primeiro, bastante raro, pertencem todos os modos diretos que podem ser resumidos pela idéia de mito: sempre que um grupo social elege um espago como lugar simbdlico, reconhece nele um valor dife- tente da natureza, ainda que a ela consagrado, que faz que o lugar se converta em objeto, que se defina como figura ciscunstante. Seja este apresentado como monu- Mento, como bosque sagrado ou inclusive como lugar Proibido (uma histéria dos nomes dos lugares seria um extraordinério testemunho da morfologia dos valores (7) Assunto, Rosario, Introduzione alla critica del paesaggio, In: ¢ Homine, n. 3-6, Roma, 1962, e 0 curso dado por Assunto na Uni- versidade de Urbino, 65
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