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INTRODUÇÃO
Um sistema de distribuição, como mostrado de maneira esquemática na figura
1 é o último elo no complexo dos sistemas de potência, que, finalmente, entregam a
energia elétrica, produzida nas centrais, aos consumidores, ou seja, é a parte dos
sistemas que está diretamente em contato com o usuário. O seu desempenho está
intimamente relacionado à concepção, à construção, à qualidade dos materiais e
equipamentos empregados, às condições ambientais, aos danos causados por
terceiros e aos trabalhos de manutenção.
Esta diversidade de fatores, aliada ao fato de que o sistema de distribuição
depende da manipulação de uma quantidade imensa de itens, provoca grande
número de interrupções de fornecimento, que nem sempre são de controle das
concessionárias.
Por outro lado, os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes quanto
ao fornecimento de energia elétrica devido à utilização de equipamentos vulneráveis
às interrupções e às suas necessidades de conforto. Isto leva as concessionárias a
se preocupar com a prestação de um serviço de boa qualidade, procurando sempre
dar continuidade ao fornecimento. Para cumprir este objetivo, é conveniente que não
só passem a avaliar o desempenho do sistema, como também a atuar no sentido de
aprimorar os critérios de planejamento, projeto construção e manutenção das redes
de distribuição, como também se preocupem com a melhoria da qualidade dos
materiais e equipamentos utilizados.
No Brasil, existe uma preocupação bastante grande, inclusive dos órgãos
oficiais, no sentido de padronizar o controle de qualidade dos serviços de energia
elétrica. Para tanto, existem portarias governamentais que estabelecem as
obrigações das concessionárias de energia elétrica com relação à avaliação do
desempenho de seus sistemas, através de medidas de confiabilidade e, inclusive,
estabelecendo valores limites a serem observados e periodicidade das avaliações.
Observe-se que, em termos de medidas de confiabilidade, pode-se falar que
um determinado alimentador de um sistema de distribuição falhe três vezes por ano
e que este número é um dado importante. No entanto, quando se deseja avaliar o
desempenho do sistema com relação aos seus usuários ou às potências instaladas,
podem-se fazer perguntas tais como: qual o tempo que, em média, cada consumidor
do sistema ficou desenergizado ? E as potências ligadas ? Qual o número médio
de interrupções por consumidor ? Etc.
Evidentemente que as respostas a essas questões falam bem mais de perto
dos sistemas, sendo mais representativas para “medir” e diagnosticar o desempenho
dos mesmos, para acompanhar as suas evoluções com o tempo, para fornecer
dados que permitam a definição de metas a serem alcançadas, pois falam
especificamente do objetivo final, que são os consumidores ou as potências
instaladas.
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INTERRUPÇÕES CONSIDERADAS.
As interrupções que devem ser incluídas nos cálculos são todas aquelas
resultantes de saídas de um ou mais componentes que afetam os consumidores
alimentados pelo sistema que se analisa, qualquer que seja a origem delas (inclusive
as produzidas por distúrbios no sistema de transmissão ou interligação). Excetuam-
se os casos indicados, nos pontos seguintes:
a) os desligamentos dos consumidores, provocados por seus próprios dispositivos,
mesmo que sejam devido às condições transitórias do sistema;
b) os desligamentos dos consumidores, por falhas em sua própria rede, exceto as
que provocam interrupções em parte do sistema da empresa e, por conseguinte,
em outros consumidores.
OS ÍNDICES OPERATIVOS
A quantificação do desempenho dos sistemas de distribuição será feita
através de cálculo dos índices operativos, que nada mais são do que medidas de
confiabilidade ponderadas em relação aos consumidores ou às potências instaladas.
Estes índices serão calculados, de acordo com a necessidade, segundo os
mais diversos objetivos, ou seja, segundo as combinações “componentes x
interrupções”. Em outras palavras, podem-se calcular índices para interrupções
programadas nos componentes grau 1, para interrupções não programadas em
componentes grau 2, sob tempo bom, sob tempo adverso, etc.
Fica, assim, aberto um vasto campo para estudo e análises, que permite o
pleno conhecimento dos sistemas, em todas as suas partes.
Os índices operativos calculados pelas concessionárias de energia elétrica,
nos dias de hoje, são os mesmos apresentados no início do curso,
- Duração equivalente por consumidor
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CONFIABILIDADE DO SISTEMA
Confiabilidade do sistema é a razão, por unidade, em que o sistema ficou no
estado operável no período considerado
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
A duração equivalente por consumidor D, é igual ao produto da duração
média, por consumidor, pela freqüência equivalente, por consumidor, ou seja:
D=dxf
CS x T = significa o atendimento de todos os consumidores por todo o período, o que
representa a responsabilidade da concessionária
n
åC
i =1
a (i ) xt (i ) = significa a parcela da responsabilidade não cumprida;
n
C S xT - å C a (i ) xt (i ) = significa a parcela da responsabilidade que foi cumprida
i =1
Esta parcela por unidade da responsabilidade, evidentemente, é a
confiabilidade
LEVANTAMENTO DE DADOS
As concessionárias de energia elétrica têm a necessidade do perfeito
conhecimento de seu sistema de distribuição, tanto sob o ponto de vista operacional
quanto sob o ponto de vista de desempenho.
O levantamento de dados é a “matéria prima” para a obtenção das medidas
de confiabilidade e dos índices operativos do sistema de distribuição.
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GERAÇÃO DE DADOS
Na fase de geração de dados, estabelecem-se os procedimentos a serem
adotados para coletar as informações das interrupções e possibilitar o acesso destes
dados ao computador. Sob o ponto de vista de coleta de dados, entender-se-á por:
a) Componente do sistema – equipamento, linha, seção de linha ou grupo de itens
que são vistos como uma entidade para fins de relatório, análise e previsões de
saídas
b) Sistema – grupo de componentes conectados de maneira a permitir o fluxo de
potência de um ponto (ou pontos) a outro(s) ponto (ou pontos).
CODIFICAÇÃO DE COMPONENTES
A codificação de componentes objetiva tornar compatíveis com o
processamento de dados as informações relativas aos componentes
(individualmente ou em conjunto).
Sugere-se uma codificação que siga a ligação elétrica do componente dentro
do sistema, obedecendo a seqüência da fonte para a carga.
MAPEAMENTO
O objetivo do mapeamento é dar condições ao elemento de campo para
localizar o código do componente que abriu o circuito, bem como fornecer subsídios
para análise e providências relativas às interrupções ocorridas. Normalmente as
plantas abrangem apenas o perímetro urbano de cada localidade servida, em escala
1:5000 ou 1:10000, dependendo de sua dimensão física; devem conter as seguintes
informações:
a) traçado das redes e linhas primárias com indicação do circuito elétrico;
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ATUALIZAÇÃO DE DADOS
A manutenção de dados atualizados, além de permitir o estudo e a análise do
comportamento dos sistemas, fornece subsídios importantes para outros serviços,
tais como: reformas, melhoria ou manutenção a ser efetuada nos sistemas de
distribuição.
- Atualização do número de consumidores
- Atualização das plantas cadastrais