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Ovelho axioma “um gene, uma proteina” ndo faz mais sentido. Quanto mais complexo o organismo, maior a probabilidade de ter se tornado assim ao sintetizar varias proteinas a partir de um Unico gene Genoma Alternativo CAs Avisio cl EXPRESSAO DE GENES CLASSICA Uma seqineia de DNAé transerta numa cépia deuunas fa eta de RNA. O mecanistro cebular ent3ofaz osplcing nessa transcicBoinica: asietrons, cada qual definio porseqidncias particulars de mcleotieos-em seuprincpio ‘seu en, conheridasrespectivamente como pontos de splicing [cincofinha) e 3 (tbs linha], sdoremovidos edescartados.enquamto cs éxons so igados numa verso de RNA rmensageiro (eA) do gee. que ser raduzido numa rteinapela cla ‘SPLICING ALTERNATIVO “Atranscriio inci do gone pode ser cedtada de vias formas (3 drota),em que aatvdade de spicing estérepresentada tem lnhas raejadas: Um éxon pode ser «xa de fra (a). 0 mecanismo de sping pode recanheceras pntos de splicing ‘temativs 5paraum intron (b) 040s onto de splcng 2), Umintron pode ser ‘artido ra ranserigao final de mRNA (al). ‘rons podem sermantidos num sistema de cexclusde métva (e) Exonquesempresotcesplicing Exonde splicing aternativo sca da expresso dos genes era simples: um gene de [DNA 6 inicialmente transcrito em forma de RNA, depois o mecanismo de splicing celular remove as trechos de “lxo” chamados introns € liga as partes significativas, os éxons, em uma versio final de RNA mensageiro, que enti é traduzida para uma proteina. Mas agora Gene de ONa POU Ud Exon Intron rranergte |g Transcrigaoinicialde RNA RNA mensageiro Tradugao r Proteina a EXON “IGNORADO™ d {NTRON RETIDO e RETENCAO DE EXON POR EXCLUSAO MUTUA std claro que essas regras nem sempre se aplicam, Em organismos complexos, a transcrigat ‘akemnative —0s éxons padem ser descartados, ¢ os introns, ou partes:deles, mantidos — para produzir miitiplos RNA mensageiros,€ portant proteinas diferentes, a partir de um mesmo gene. E TTT TTT TT TC ical de RNA pode sofrer splicing fntrons mRMAresultante proteinaa partirde um mesmogene fo feita ha 25 anos, mas 0 fendmeno era conside- rado raro. Comparagées recentes mostram_ que ele nao sé ¢ comum como funda- mental, em mais uma dristica reviravolta, da visio clissica de como a informacao armazenada no gene se traduzem proteina. Amaioria des conhecimentos basicosainda se sustenta: 05 genomas contém todas as \WWW.SCIAM.COM.BR instrugdes necessarias para a criagio € a manutencio do organismo, codificadas em linguagem formada por nucleotideos de DNA de quatro lenas (A, G, Ce T). Nos cromossomos humanes, 3 bilh&es de nucleotideos esto ligados entre si em cada uma das duas fitas complementares, para formar a dupla hélice. Quando chega © momento de as instrugées do gene ser “expressas”, o ziper de dus fitas do DNA se abre apenas pelo tempo suficiente para que a cépia de uma fita da seqiiéncia do gene possa ser produzida por um primo quimico, o RNA. Cada seqiiéncia de nu- cleotideos de DNA que se transcreve na versio de RNA dessa maneita 6 chamada de gene. Algumas das moléculas de RNA resultantes acabam nunca se traduzindo ‘SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL 53 Ouando a transcrigaoinicial em RNA de um gene 6 criada, uma estrutura chamada spliceossomo executa a adiga0 do RNA. Em organismos complexos, esse processo é conttrolado por proteinas reguladoras do splicing (SR), que definem os éxons e encaminham os spliceossamos para pontos de splicing especticos. Essas moléculas reguladoras tém, portanto,o poder de determinar quando e como splicing atternativa de um gene ocorrers. As proteinas SR so produzidas, elas préprias, de formas diferentes em tecidos etipos de célula, Sefine oan parao mecanismo de provessamento, 20 recrutar ‘moléculas de RNA nucieares de ‘pequeno peso molecular (snRNA) chamadas U1 eU2 para ponto de splicing em arbas as extremidades 2 introns adjacentes FORMACAO DO SPLICEOSSOMO Ouando os snRNA originaisreconhecem 188 pontos de splicing do intron, Frrnamn, lum complexo com outros snRNA. mais de em proteinas, Esse complexe, chamado splceossoma, elimina os introns. une os ons para produzicurn RNA mensageiro smaduro (mRNA) SUPRESSAO DO SPLICING Uma proteina SR tarbeim pod i supressorexGnico de splicing (ESS) Aprteina SR portato pode fazer com queum éxon sea detxado de fora domfNA final, Em huranase cutros mamiferas, essa delegaode ons 6 forma mais frequente de spicing erative diversos, em est@gios variados do desenvolvimento do mesmo tecido. ‘eat poipirimisinico DEFINIGAO DO EXON pees Uma proteina Sse ia a cada Gran Trechoderamiicagio | _Hechode natranscrigao em uma sequéncia ens partcula-derucotaenscharada @ Avatar exinico de spicing xine ee (ESE), Aligagao da proteina SR i | splicing s ua femvez de aumentara ligagao dos snRNA, enesse caso a sequéncia 2 qualefase liga échamnada de em proteinas, mas realizam fungoes regu- latériasede manutengie dentro do niicleo. As transcrigdes de RNA dos genes que realmente codificam proteinas sto lidas por mecanismos celulares ¢ traduzidas na seqiigncia correspondente deaminoscides. Mas, primeiro,a transcrigoppreliminartem de passar por um processo de edico. Em 1977, Phillip Sharp, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), 54 SCIENTIFICAMERICAN BRASIL colegas descobriram que essas transcrigoes de RNA iniciais ou primarias sto como livros que contém muitos capitulos sem ne nhum significado, inseridos em intervalosdo texto. Os capitulos sem sentido, chamados fntrons, precisam ser extraides para que os capitulos com sentidose liguem, permitindo ao RNA “contar uma histéria” coerente. Nosplicing, processo de cone-e-ligacio ou processamento,os introns sioremovides da transcric3o inicialOssegmentos datranscri- lo que contém seqiiéncias que codificam proteinas, chamados éxons, si ligados para formar. versio final da transcri¢lo, conhe= cida como RNA mensageiro (MRNA) (cer quadro na pag. 53). Mas em 1980, Randolph Wall, da Universidade da Califomiaem Los Angeles (UCLA), jt havia mostrado que essa visio bésica do processamento pré-MRNA, em. que todos os introns sto sempre descarta- lose todos os éxons sia sempre incluidos, nem sempre é verdadeira. Na realidade, (0s mecanismos celulares podem “

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