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AuLa 04: ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS (FORMA, TEMPO, LUGAR E NULIDADES). DAS CITACOES E INTIMACOES. ATOS JURISDICIONAIsS. SUMARIO 1 ATOS PROCESSUAIS 1.1 Introduco. 1.2 Forma dos atos processuais. Nulidade: 1.3 Tempo dos atos processuais e prazos processuais 6 1.4 Lugar dos atos processuais 8 2 COMUNICACAO DOS ATOS PROCESSUAIS.. 21 — Citagdes 2.4 Gorvcatosccermumovacessseiconmnsnitecnsesnibenensceibbbninsetenian cetse sovetenaernesssnnsbticonadl 21.2 Citago pessoal. 21.3 Modalidades especiais de citacao pessoal . 214 Citagdo do acusado no estrangeito sevsssssssesesusse os ees tvsnseseeseenensnsete 215 Citagdes em embaixadas e consulado: 2.1.6 Citagdo ficta: por hora certa e por edital 2.2 Intimacée: 2.3 Notificagdes 3. DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES 4 SUMULAS PERTINENTES 4.1 Sdmulas do STF. 4.2 Simulas do ST 5 RESUMO.. 6 LISTA DE EXERCICIOS 7 _EXERCICIOS COMENTADOS. 8 GABARITO Ola, meu povo! Hoje vamos estudar as formas de comunicagdo dos atos processuais (Citagées e Intimagées). Antes, porém, teremos que fazer uma breve introdugdo sobre os atos e prazos processuais. Bons estudos! Prof. Renan Araujo Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br ide 46 1.1 Introducao Sabemos que o processo néo é estatico, ou seja, é dindmico, de forma que & necessario que haja algum meio através do qual as partes e o Juiz impulsionem © processo. Isso se dé através da pratica de ATOS PROCESSUAIS. Os atos processuais podem ser: Os segundos (atos do Juiz) so chamados, ainda, de ATOS JURISDICIONAIS, pois através dos atos do Juiz o Estado exerce a Jurisdicao. 1.2 Forma dos atos processuais. Nulidades Os atos processuais, em regra, ndo possuem forma definida. No entanto, quando a lei expressamente determinar a pratica do ato processual mediante uma determinada forma, ela deve ser cumprida, sob pena de nulidade. Uma forma que esta expressamente prevista no CPP para TODOS os atos processuais é a PUBLICIDADE. Todos os atos processuais devem ser piblicos, nos termos do art. 792 do CPP: Art. 792. As audiéncias, sessées e os atos processuais serdo, em regra, publicos e se realizaréo nas sedes dos juizos e tribunais, com assisténcia dos escrivées, do secretério, do oficial de justica que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. § 1° Se da publicidade da audiéncia, da sesso ou do ato processual, puder resultar escandalo, inconveniente grave ou perigo de perturbacéo da ordem, o juiz, ou 0 tribunal, cémara, ou turma, podera, de oficio ou a requerimento da parte ou do Ministério Publico, determinar que 0 ato seja realizado a portas fechadas, limitando 0 niimero de pessoas que possam estar presentes. Percebam que essa publicidade pode ser restringida, em alguns casos, conforme preconiza 0 §1° do art. 792. Esse dispositivo, embora anterior a CRF8/88, instrumentaliza o disposto no art. 93, IX da nossa Carta Maior: IX todos os julgamentos dos drggos do Poder Judiciério sero piblicos, e fundamentadas todas as decisées, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 2 presenca, em determinados atos, as proprias partes e a seus advogados, ou somente Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 2246 a estes, em casos nos quais a preserva¢ao do direito & intimidade do interessado no sigilo n&o prejudique o interesse puiblico 4 informacao; (Redacéo dada pela Emenda Constitucional n° 45, de 2004) Outro requisito para a realizacéio de determinados atos é 0 recolhimento das custas (valores pagos ao Judiciério em raz3o da prestag’o do servico Jurisdicional). Porém, caso 0 acusado seja pobre, estara dispensado do recolhimento das custas. Nos termos do CP} Art. 806. Salvo 0 caso do art. 32, nas aces intentadas mediante queixa, nenhum ato ou diligéncia se realizard, sem que seja depositada em cartério a importéncia das custas. § 10 Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa seré realizado, sem 0 prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre. § 20 A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lel, ou marcados pelo julz, importaré renincia a diligéncia requerida ou desercdo do recurso interposto. § 30 A falta de qualquer prova ou diligéncia que deixe de realizar-se em virtude do ngo-pagamento de custas nao implicaré a nulidade do processo, se a prova de pobreza do acusado sé posteriormente foi feita. © CPP prevé, ainda, diversas outras regrinhas de menor importancia.? Porém, em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da forma estabelecida em lei, alguns atos processuais podem néo ter sua nulidade decretada. Isso ocorreré quando, mesmo diante da inobservancia da forma, 0 ato atingir sua finalidade sem causar prejuizo as partes. Trata-se do ou do BESS WeTaINS manaGHisee (NSS WA nMaade B se do ™ pesiilee | Art. 563. Nenhum ato sera declarado nulo, se da nulidade nao resultar prejuizo para Vejamos: a acusacdo ou para a defesa. art. 793. Nas audiéncias € nas sessées, os advogades, as partes, os escrivies ¢ os espectadores poderéo estar sentados. Todes, porém, se levantaréo quando se dirigirem aos juizes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. Pardgrafo nico. Nos atos da instrugéo criminal, perante os juizes singulares, os advogados poderéo requerer sentados, Art, 794. A policia das audiéncias e das sessdes compete aos respectivos julzes ou ao presidente do tribunal, cémara, ou turma, que poderéo determinar o que for conveniente manutencao da ordem. Para tal fim, requisitardo forca publica, que ficaré exclusivamente @ sua disposicao. Art, 795. Os espectadores das audléncias ou das sessées no poderdo manifestar-se. Pardgrafo nico. 0 juiz ou o presidente fard retirar da sala os desobedientes, que, em caso de resisténcia, serdo presos e autuades, Art. 796, Os atos de instrugéo ou julgamento prosseguiréo com a assisténcie do defensor, se o réu se porter inconvenientemente, ? NUCCT, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execus8o penal. 12.0 edic8o. Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 769 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 3de46 Assim, percebam que no basta que o ato tenha sido praticado com inobservancia da forma prescrita em lei para que seja declarado nulo. E necessario que dessa inobservancia de forma tenha derivado algum prejuizo as partes.” Desta forma, busca-se conservar 0 ato que alcangou sua finalidade sem causar prejuizo (principio da conservagao). Mas tem ainda um outro requisito: a prépria parte que deu causa & nulidade nao pode invocé-la, ainda que lhe tenha causado prejuizo‘. Trata-se do principio do *venire contra factuma proprian” Art. 565, Nenhuma das partes poderé arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observancia s6 4 parte contréria interesse. A nulidade por inobservancia da forma pode ocorrer nos seguintes caso: Art. 564. A nulidade ocorrera nos seguintes casos: III - por falta das férmulas ou dos termos seguintes: a) 2 dentincia ou a queixa e a representacao e nos processos de contravencées penais, 2 portaria ou 0 auto de prisdo em flagrante; b) 0 exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestigios, ressalvado 0 disposto no Art. 167; c) 2 nomeagao de defensor ao réu presente, que 0 nao tiver, ou ao ausente, e de curador a0 menor de 21 anos; d) 2 intervencao do Ministério Public em todos os termos da acéo por ele intentada e rnos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de acao piblica; €) a citacdo do réu para ver-se processar, o seu interrogatério, quando presente, e os prazos concedidos 3 acusacio e 3 defesa; f) a sentenca de pronincia, 0 | belo e a entrega da respectiva cépia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Juri; 9) a intimago do réu para a sesso de julgamento, pelo Tribunal do Jiri, quando a lei nao permitir 0 julgamento a revelia; h) a intimacao das testemunhas arroladas no libelo € na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; i) a presenca pelo menos de 15 jurados para a constituic&o do juri; J) © sorteio dos jurados do conselho de sentenca em numero legal e sua incomunicabilidade; k) os quesitos e as respectivas respostas; I) a acusagio e a defesa, na sessao de julgamento; m) a sentenga; n) 0 recurso de oficio, nos casos em que 2 lei 0 tenha estabelecido; 0) a intimacio, nas condi¢ées estabelecidas pela lei, para ciéncia de sentencas e despachos de que caiba recurso; 2 Tal previsio consagra o principio da INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. * NUCCT, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 770 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40046 Pp) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelaco, 0 quorum legal para o julgamento; IV - por omissao de formalidade que constitua elemento essencial do ato. Paragrafo Unico. Ocorreré ainda a nulidade, por deficiéncia dos quesitos ou das suas respostas, e contradicao entre estas. (Incluido pela Lei n° 263, de 23.2,1948) A ocorréncia de algum destes vicios de forma gera a nulidade do ato. Contudo, vocés devem lembrar-se sempre da regra: nao ha nulidade sem prejuizo. Entretanto, af fica a dica: vocés devem marcar como “CORRETA” a alternativa que citar algum destes incisos como causa de nulidade, mesmo sem fazer a ressalva de que haja necessidade de prejuizo, pois deve-se estar atento @ LITERALIDADE DA LET. Sé se deve marcar 0 item como errado se houver expressa mengao a necessidade de prejuizo. Pode ocorrer, em determinados casos, de mesmo nao tendo sido adotada a forma legal e, mesmo tendo havido prejuizo, a nulidade nao ser declarada. Isso ocorrera sempre que se tratar de nulidade relativa, e esta nao for arguida no prazo correto. Vejamos: Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill _d e e, segunda parte, g eh, e IV, considerar-se-S0 sanadas: I - se nao forem argliidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior; II se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; IIT - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos. Vamos esmiucar este artigo: Consideram-se sanadas, caso ndo arguidas no prazo correto, as seguintes nulidades: + A interveng&o do Ministério Publico em todos os termos da agdo da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de acéio publica (aco penal privada subsididria da publica); * Os prazos concedidos & acusacdo e a defesa; + A intimaggo do réu para a sesso de julgamento, pelo Tribunal do Juri, quando a lei nao permitir o julgamento a revelia; + A intimac&o das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; Nestes casos, estas nulidades sé geraram a anulacao do ato se: v Aparte nao tiver aceitado, ainda que tacitamente, os seus efeitos. Y ato, praticado por outra forma, NAO tiver alcangado sua finalidade. ¥ Tiverem sido arguidas no prazo oportuno. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 46 CUIDADO! Sobre a nulidade decorrente de inobservancia da competéncia por prevencao, 0 STF editou o verbete de stimula n° 706, no sentido de se tratar de nulidade RELATIVA: Stmula 706 E relativa a nulidade decorrente da inobservancia da competéncia penal por prevencao. Caso nao tenha sido sanada a nulidade, os atos seréo renovados ou retificados. Por fim, temos o prifieipio da CAUSALIDADE, segundo o qual a nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos os atos que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam consequéncia®. O Juiz, ao declarar a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estend Art. 573. Os atos, cuja nulidade ndo tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, sero renovados ou retificados. § 10 A nulidade de um ato, uma vez declarada causaré a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqiéncia. § 20 0 juiz que pronunciar a nulidade declarard os atos 2 que ela se estende. 1.3 Tempo dos atos processuais e prazos processu: Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA, segundo o CPP. Entretanto, as sessées de JULGAMENTO somente podem ocorrer em dias Gteis (néo podem ser marcadas para domingo ou feriado). Porém, caso tenham se iniciado em dia util, e ndo tenham terminado, prosseguiraéo mesmo que adentrem em dias ndo-titeis (isso é muito comum em julgamentos do Juri, que as vezes duram 03, 04 dias). Vejamos: Art, 797. Excetuadas as sessées de julgamento, que nao sero marcadas para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderao ser praticados em periodo de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os julgamentos iniciados em dia Util no se interromperSo pela superveniéncia de feriado ou domingo. Os prazos processuais s&o continuos (ou seja, se contam diretamente, sem diferenciac&o entre dias Uteis e ndo-tteis), e ndo se interrompem em férias, domingos e feriados: Art. 798. Todos os prazos correrdo em cartério e serao continuos e peremptérios, néo se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. A referéncia as “férias” se faz em relacdo as antigas férias coletivas, hoje abolidas. Atualmente ha o recesso forense, mas, na prdtica, todos os prazos séo SUSPENSOS neste periodo. 5 Trata-se, aqui, do que se chama de NULIDADE DERIVADA. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. 771 Prof, Renan Araujo 6 de 46 > ATENCAO! Essa é a parte mais importante deste tema! A contagem dos razos processuais penais se dé Vejamo Art. 798 (...) § 10 Ndo se computaré no prazo o dia do comeco, incluinde-se, porém, 0 do vencimento, EXEMPLO: Se José recebeu citagéo para apresentar resposta & acusagéo em 10.01.12, uma quarta-feira. Seu prazo comecaré a correr no dia 11.01.12, no dia seguinte ao da realizago do ato (excluiu-se o dia do comeso). Porém, se o dia 10.01.12 fosse uma sexta-feira, o prazo sé comecaria a correr na segunda-feira, dia 13.01.12, pois embora os prazos nao se INTERROMPAM em domingos e feriados, eles NAO SE INICIAM NESTAS DATAS. Caso © prazo se encerre em dia que ndo possua expediente forense, seré prorrogado até o dia util seguinte: Art. 798 (...) § 30 O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-4 prorrogado até 0 dia util imediato. > CUIDADO! Isto sé ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao préprio Direito Material em si, 0 que as vezes é dificil de diferenciar) so computados de manei a diversa, incluindo-se o dia do comeco.° Mas quando os prazos comegam a correr? A partir do momento em que a parte tomar ciéncia da deciséo que determina a pratica do ato. Esse momento da ciéncia pode se dar através: + De intimagao. + De audiéncia na qual a parte seja cientificada do ato. + Do dia em que a parte manifestar ciéncia do ato nos autos. Juiz também possui prazo para a pratica dos atos processuais que Ihe caibam (embora na pratica...). Esses prazos, que comecam a correr da data da concluséio dos autos ao gabinete do Juiz, sao: JArt. 800. Os juizes singulares daréo seus despachos e decisGes dentro dos prazos Iseguintes, quando outros nao estiverem estabelecidos: I - de dez dias, se a deciso for definitiva, ow interlocutéria mista; [II - de cinco dias, se for interlocutoria simples; ° NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 931 Prof, Renan Araujo 7 de 46 III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. § 10 Os prazos para o juiz contar-se-30 do termo de conclusao. Entreterito, sii quslquer caso, podein’ os\Jiires, declarande mative! isto, excederem estes prazos, em até o dobro (art. 800, §3° do CPP). Porém, 0 descumprimento dos prazos pelo Juiz, diferentemente do que ocorre com os atos da parte, nao acarreta a impossibilidade de sua pratica posteriormente, pois HG @XistEDPFECIUISHO BFOJUAIESED™ Assim, o ato poderd (e deverd) ser praticado posteriormente, ainda que depois do prazo. Caso o Juiz excéda os prazos, poderd ser perializado pelo Triburiel: Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juizes e os érgaos do Ministério Puiblico, responsaveis pelo retardamento, perderao tantos dias de vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de servico, para o efeito de promocao e aposentadoria, a perda seré do dobro dos dias excedidos. 1.4 Lugar dos atos processuais Os atos processuais sao praticados, em regra, na sede do Juizi Art. 792. As audiéncias, sessées e os atos processuais serdo, em regra, piblicos e se realizargo nas sedes dos julzos e tribunais, com assisténcia dos escrivaes, do secretario, do oficial de justica que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente designados. No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a critério do Juiz: Art, 792 (...) § 20 As audiéncias, as sessdes e os atos processuais, em caso de necessidade, poderéo realizar-se na residéncia do juiz, ou em outra casa por ele especialmente designada. E muito comum, por exemplo, a oitiva de testemunhas em local diverso da sede do Juizo, nos casos em que esta possua prerrogativa de ser ouvida no local que indicar. Vejamo: Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da Republica, os senadores e deputados federais, 0s ministros de Estado, os governadores de Estados e Territorios, os secretérios de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos Municipios, os deputados as Assembléias Legislativas Estaduais, os membros do Poder Judiciario, os ministros e juizes dos Tribunais de Contas da Unido, dos Estados, do Distrito Federal, bem como 05 do Tribunal Maritimo sero inquirides em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e 0 juiz. (Redacdo dada pela Lei n° 3.653, de 4.11.1959) Também nao sero realizados na sede do Juizo os atos que devam ser praticados em outra comarca, pais ou perante o Juiz singular, caso esteja tramitando o processo no Tribunal. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Bde 46 Nesse caso sera expedida carta para cumprimento do ato, podendo se tratar de carta precatéria (a ser cumprida em outra comarca), rogatéria (em outro pais) ou de ordem (por Juiz subordinado) PSSA ow Wawa elas 2.1 Citagoes 1S 2.1.1 Conceito A citagdo é o ato pelo qual se chama o réu para participar do processo que em face dele foi movido.’ Trata-se da materializaco suprema do principio do contraditério e da ampla defesa. O processo sé completa sua formagao com a efetivacio da citacdo. 2.1.2 Citagao pessoal A citac&o pessoal, em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAGAO, que é um documento expedido pelo Juiz da causa, dando ciéncia ao réu do processo existente contra ele, e abrindo prazo para que se manifeste. Nos termos do art. 351 do CPP: Art. 351. A citacéo inicial far-se-4 por mandado, quando o réu estiver no territério sujeito & jurisdica0 do juiz que a houver ordenado. © MANDADO DE CITACAO deverd conter algumas informagdes basicas, que sao necessérias para que o réu seja perfeitamente cientificado da natureza do processo contra ele movido, bem como devera cumprir algumas formalidades. Nos termos do art. 352 do CPP: Art. 352. O mandado de citacao indicaré: T-onome do juiz II - 0 nome do querelante nas agées iniciadas por queixa; III - 0 nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais caracteristicos; IV - a residéncia do réu, se for conhecida; V-o fim para que é feita a citacao; VI - 0 juizo eo lugar, o dia ea hora em que o réu deverd comparecer®; VII - a subscrigao do escrivao e a rubrica do juiz. 7 PACELLI, Eugenio, Curso de processo penal. 16° edicgo. Ed, Atlas. Sdo Paulo, 2012, p. 601 © Atualmente, o réu no é mais cltado para comparacer audiéncla, mas para apresentar resposta & acusagio. Assim, estas Informagies passaram a ser dispensdvels no procedimento comum. Existem. procedimentos especiais, contudo, que estabelecem o interrogatério do acusado como primeiro ato da instruggo (ex.: Lei de Drogas). Neste caso, em jé tendo sido designada audiéncia quando da expedic&o do mandado, devem constar as informagSes necessérias para viabilizar 0 comparecimento do réu Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 46 Estes sdo os chamados requisitos INTRINSECOS do mandado de citagao. Ha, ainda, os requisitos EXTRINSECOS do mandado de citaco, previstos no art. 357 do CPP: Art. 357. S30 requisitos da citacao por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarao dia e hora da citacso; II - declaragao do oficial, na certidao, da entrega da contrafé, e sua aceitacdo ou recusa. Perceba, caro aluno, que é necessario que o citando (0 acusado) resida em local sob a Jurisdicéo do Juiz que esta julgando a causa. Caso ele resida em outro lugar, o mandado devera ser cumprido mediante Gartalprecat6ria.’ Vejamos: Art. 353. Quando o réu estiver fora do territério da jurisdi¢&o do juiz processante, seré citado mediante precatéria. A Carta precatoria também deverd preencher alguns requisito: Art. 354. A precatéria indicaré: 1-0 juiz deprecado e 0 juiz deprecante; IL - a sede da jurisdicao de um e de outro; II - 0 fim para que é feita a citacao, com todas as especificacées; IV 0 juizo do lugar, 0 dia ea hora em que réu deverd comparecer. Art. 355. A precatéria seré devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de langado 0 "cumpra-se" € de feita a citacéo por mandado do juiz deprecado. § 10 Verificado que o réu se encontra em territério sujeito a jurisdi¢ao de outro juiz, a este remeterd 0 juiz deprecado os autos para efetivacao da diligéncia, desde que haja tempo para fazer-se a citacdo. Vejam que, expedida a precatéria, se 0 Juizo deprecado (0 que recebeu a carta) verificar que o réu no reside na sua localidade, ELE NAO DEVE DEVOLVER OS AUTOS AO JUIZ DEPRECANTE (0 que enviou a carta), mas deve REMETER A CARTA PRECATORIA AO JU{ZO DO LOCAL ONDE O REU RESIDE, desde que haja tempo para se realizar a citacdo. Assim: ° PACELLI, Eugéni 602/603 Prof. Renan Araujo www.estrategiacor br 10 de 46 odBRIPM ng |_—— roan se hero Smecaronin AEE 05 AUT05 40 naTeMpo para |__| REMETEOS AUTOS Ac Ss REALIZAR ACTAGRO slo DePrEcao9 | oe ‘QUE RESIDE OREU veurchaue ones SS ‘WAO RESIDE ———— TocauDADe Ko WA Tempo Pana pRehoAe h Coacad, pnecarona A020 “pernecante Em razéio disso, ou seja, em razéo do fato de a carta precatéria “acompanhar © citando” onde ele estiver, diz-se que a carta precatéria possui A precatéria, no caso de urgéncia, pode ser expedida por via telegrafica (Hoje quase n&o se aplica esta regra). Com o advento da Lei 11.419/06, passou a ser possivel a realizado da comunicagdo dos atos processuais por meio eletrénico. 2.1.3 Modalidades especiais de citacéo pessoal A citag&o do militar deve ser feita por intermédio do respectivo chefe do servico"’, nos termos do art. 358 do CPP. Se se tratar de funcionario publico, ser4 citado pessoalmente, mas o dia e hora designados para que compareca em Juizo deveraio ser comunicados (mediante notificagéo) ao seu chefe (art. 359 do CPP). Isso s6 se aplica, porém, ao militar e ao funcionario publico que estejam em ATIVIDADE. Se ja esto reformados ou aposentados, por exemplo, a citac&o seguiré a regra geral. O réu preso, entretanto, seré citado PESSOALMENTE, por forca do art. 360 do CPP. ATENCAO! 0 comparecimento espontaneo do acusado sana eventual nulidade ou falta da citaco, desde que nao tenha havido prejuizo para a defesa, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do STJ.!! 29 que significa, na pratica, que serd felta uma requisi¢8 ao superior hlerérquico do citando. PACELLI, Eugénio. Op. cit., p. 608 4 STI - RHC n, 39.105/SC, Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe 3/6/2014 Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.coi ii de 46 2.1.4 Citagao do acusado no estrangeiro Por fim, caso o acusado esteja no estrangeiro, sabendo-se seu endereco'’, sera citado mediante CARTA ROGATORIA, suspendendo-se o curso do prazo prescricional até seu cumprimento, art. 368 do CPP. Uma vez realizada a citacéio, o prazo prescricional voltaré a fluir. E importante destacar o que consta no art. 222-A do CPP: Art. 222-A. As cartas rogatérias sé sero expedidas se demonstrada previamente a sua imprescindibilidade, arcando a parte requerente com os custos de envio, (Incluido pela Lei n® 11.900, de 2009) Este artigo NAO se aplica a citagao. A expedic&o de carta rogatéria para fins de citacdo independe de demonstracao de imprescindibilidade, ou seja, néo & necessdrio que se demonstre a necessidade de expedigao da carta rogatéria, eis que a citagae do acusado é, por si s6, prova da indispensabilidade. Tal dispositivo s6 se aplica & expedic&io de carta rogatéria para a oitiva de testemunhas (neste caso a parte que arrolar a testemunha deverd comprovar a imprescindibilidade da testemunha e arcar com os custos do envio). Por fim, nao cabe expedicao de carta rogatéria no rito dos Juizados Especiais (rito sumarissimo, da Lei 9.099/95)."? 2.1.5 Citagdes em embaixadas e consulados Tais localidades, também conhecidas como “legagées estrangeiras”, so protegidas por inviolabilidade. N&o sdo consideradas como territério estrangeiro, mas gozam de inviolabilidade, ou seja, no estéo submetidas as mesmas regras de livre transito previstas para os demais pontos do territério nacional. Assim, e se for necessaria a citagdo de alguém que resida em alguma legag&o estrangeira? Como fazer? Neste caso, o art. 369 do CPP expressamente determina que a citacdo sera feita por carta rogatéria. 2.1.6 Citacdo ficta_por hora certa e por edital Pode ocorrer, no entanto, de o réu nao ser encontrado para ser citado. Quando o réu é citado pessoalmente, diz-se que hé CITACAO REAL. No entanto, caso ele n&o seja encontrado, seré procedida a sua . A citagéo ficta pode ser POR HORA CERTA ou POR EDITAL. A CITAGAO POR HORA CERTA ocorrera sempre que, a despeito de residir no local, o réu estiver “fugindo” do oficial de Justica, ou seja, se escondendo para no ser citado e procrastinar 0 processo, nos termos do art. 362 do CPP: 2» Importante esta ressaiva, pols se 0 acusado esté no estrangelro, mas NAO SE SABE AO CERTO 0 seu endereco, deverd ser citado por edital. PACELLI, Eugénio. Op. cit., p. 609 © S73, RHC 10.476-SP Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.coi 12 de 46 Art. 362. Verificando que o réu se oculta para néo ser citado, o oficial de justica certificaré a ocorréncia e procederé a citacao com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cédigo de Proceso Civil. (Redacéo dada pela Lei n° 11.719, de 2008). A citagéo por hora certa segue a regulamentagao prevista para a citac&o no processo civil.* Em termos objetivos, assim se desenvolve a citagao por hora certa: + Oficial de Justica comparece por duas vezes no local indicado, sem encontrar o citando, e verifica que ha suspeita de ocultagao + Diante disso, intima qualquer pessoa da familia ou vizinho de que, no dia util SEGUINTE, voltara para realizar a citacdo, na hora que designar (em condominios é possivel que esta intimagao seja feita 20 porteiro) + No dia e hora agendados, o Oficial de Justica retorna e, se o citando nao estiver no local, dara por realizada a citacdo (a menos que haja motivo justificado para a auséncia do citando) + Uma vez dada por realizada a citagS0, 0 Oficial de Justica deixaré contrafé (copia da inicial) com a pessoa da familia, vizinho, porteiro, etc. * Embora o art, 362 se refira aos arts. 227 a 229, atualmente, com a vigéncia do NOVO CPC, tal regulamentacéo se encontra nos arts. 252 a 254: art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes 0 oficial de justica houver procurado o citando em seu domicilio ou residéncia sem o encontrar, deveré, havendo suspeita de ocultacdo, intimar qualquer pessoa da familia ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia util imediato, voltaré @ fim de efetuar a citagéo, na hora que designar. Pardgrafo Unico, Nos condominios edilicios ou nos loteamentos com controle de acesso, serd valida @ Intimago a que se refere o ceput felta a funcionério da porteria responsdvel pelo recebimento de correspondéncia, Art. 253, No dia e na hora designados, o oficial de justica, independentemente de novo despacho, comparecerd ao domiclio ou residéncia do citando a fim de realizar a diligéncia. § 12 Se 0 citando nao estiver presente, o oficial de justica procuraré informar-se das razdes da auséncia, dando por feita a citago, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seco ou subsecdo judiciarias. '§ 2° A citagio com hora certa sera efetivada mesmo que a pessoa da familia ou 0 vizinho que houver sido Intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da familia ou o vizinho se recusar a receber 0 mandado. § 32 Da certiddo da ocorréncia, 0 oficial de justica deixard contrafé com qualquer pessoa da familia ou Vizinho, conforme o caso, declarando-Ihe o nome. '§ 42 0 oficial de justiga faré constar do mandado a adverténcia de que seré nomeado curador especial se houver revelia. Art. 254, Feita a citaggio com hora certa, 0 escrivéo ou chefe de secretaria enviaré ao réu, executado ou Interessado, no prazo de 40 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondéncia eletrénica, dando-Ihe de tudo ciéncia. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 46 + Nos 10 dias seguintes a juntada aos autos do mandado, o Escrivaéo (ou Chefe de Secretaria) enviara ao citado carta, telegrama ou correspondéncia eletrénica, dando-Ihe de tudo ciéncia. Neste caso, seré procedida a citacao ficta, na modalidade . Nos termos do art. 361 e 363, §1° do CPP: Art. 361. Se 0 réu no for encontrado, serd citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. () § 10 Néo sendo encontrado 0 acusado, seré procedida a citaco por edital, (Incluido pela Lei n° 11.719, de 2008). Entretanto, pode _ocorrer_de_o réu nao estar _se escondendo, mas Pananeino E NAO SER CONHECIDO SEU © edital de citac&o é um documento, com informagées similares as do mandado de citac&o, e é afixado na SEDE DO JUIZO PROCESSANTE, pelo periodo fixado na Lei (no caso, 15 dias). Vejamos: Art. 365. O edital de citagao indicaré I- o nome do juiz que a determinar; I~ 0 nome do réu, ou, se nao for conhecido, os seus sinais caracteristicos, bem como sua residéncia e profissdo, se constarem do processo; IIT - 0 fim para que é feita a citacéo; IV - 0 juizo e 0 dia, a hora e o lugar em que o réu deveré comparecer; V- 0 prazo, que serd contado do dia da publicagao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixacéo. Paragrafo tnico. O edital sera afixado 4 porta do edificio onde funcionar o juizo e seré publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixaco ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicacao provada por exemplar do jornal ou certid&o do escrivéo, da qual conste a pagina do jornal com a data da publicacao. ATENGAO! Com relagéo a citagéo por edital, temos duas regrinhas jurisprudenciais muito importantes, materializadas nos verbetes de simula n° 351 e 366 do STF: SUMULA 351 E NULA A CITACAO POR EDITAL DE REU PRESO NA MESMA UNIDADE DA FEDERACAO EM QUE 0 JUIZ EXERCE A SUA JURISDICAO. Simula 366 NAO E NULA A cITAGAO, POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NAO TRANSCREVA A DENUNCIA OU QUEIXA, OU NAO RESUMA OS FATOS. EM QUE SE BASEIA. Contudo, em relagao a simula 351, firmou-se 0 entendimento no sentido de que se 0 réu esta preso em local conhecido nos autos do processo, ainda que em Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 46 unidade da federagao diversa daquela em que corre o processo, a citagdo por edital nao pode ser realizada’. Resumidamente: 1 - Réu preso em estabelecimento prisional na mesma UF - Nao pode haver citacdo por edital. 2 - Réu preso em estabelecimento prisional em UF diversa da do Juizo em que tramita o processo - Pode ser citado por edital, DESDE QUE nao se saiba seu paradeiro e tenham sido esgotados os meios para obté-lo'®. Se 0 Juizo conhece 0 local em que se encontra preso 0 acusado, deveré ser citado pessoalmente, por carta precatéria.'” Mas e se 0 acusado citado por hora certa ou por edital (CITACOES FICTAS) nado comparecer para se defender? As consequéncias séo distintas. Se citado por hora certa, Ihe sera nomeado defensor dativo (art. 362, § Unico do CPP). Caso seja citado por edital e nao apareca para se defender, © processo ficara suspenso, suspendendo-se, também, o curso do prazo prescricional (art. 366 do CPP). Mas 0 prazo prescricional ficar suspenso por tempo indeterminado? A Lei nada diz a respeito. O STF possui julgados antigos no sentido de que nao ha prazo, ou seja, poderia ficar suspenso por prazo indeterminado. Contudo, este entendimento provavelmente iré mudar, até mesmo em razfo da stimula 415 do sv: Stimula 415 do ST3 periodo de suspensao do p azo prescricional é regulado pelo maximo da pena cominada. Verifica-se, portanto, que o STJ entende que o prazo prescricional pode ficar suspenso, no maximo, pelo mesmo periodo previsto como prazo prescricional. EXEMPLO: José esté sendo processado pela pratica do crime de estelionato, cuja pena méxima é de cinco anos, logo, 0 prazo prescricional é de 12 anos. Neste caso, 0 prazo prescricional sé poderia ficar suspenso por 12 anos. Apés este lapso temporal, 0 prazo prescricional voltaria a correr normalmente. Quando da aplicaco do art. 366, 0 Juiz poderé: “HC 256.981/MG *© Ha quem sustente que a citacdo do réu preso, hoje, no mais pode se dar por edital, ainda que se trate de réu preso em cutra Unidade da Federaco, em razéo da plena possibilidade de se obter o paradeiro do rau (através do Banco Nacional de Mandados de Prisao). Nesse sentido: LIMA, Renato Brasileiro de, Manual de Proceso Penal. 39 edico. Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p.1246/1247 » PACELLI, Eugénio. Op. cit., p 610 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 46 = Determinar a produgdo antecipada de provas - Com relagao a este ponto, é importante ressaltar que prevalece o entendimento de que a decisio que determina a produc&o antecipada de provas deve ser devida e concretamente fundamentada, nao podendo se basear apenas na alegagao de que o decurso do tempo é prejudicial (simula 455 do STJ"*). = Decretar a prisdo preventiva - Isso nao significa que teremos, aqui, uma hipétese de decretac3o automatica da priséo preventiva. Devem estar presentes os pressupostos do art. 312 e as regras do art. 313 do CPP, Por fim, o art. 366 n&o se aplica aos crimes de lavagem de capitais, nos termos do art. 2°, §2° da Lei 9.613/98.9 2.2 Intimacées Diferentemente da citac&o, que € 0 ato Unico mediante o qual o réu é integrado ao processo, as intimagées séo varias durante o processo, e ocorrerao sempre que for necessario dar ciéncia a alguém da pratica de um ato processual.”” Nos termos do art. 370 do CPP: Art. 370. Nas intimacées dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, seré observado, no que for aplicdvel, 0 disposto no Capitulo anterior. (Redacgo dada pela Lei n° 9.271, de 17.4,1996) O §1° dispde que a intimac&o do defensor do acusado, do advogado do querelante e do assistente seré feita mediante publicag3o no érgdo oficial (Didria oficial), fazendo-se meng&o ao nome do acusado. Ressalvo a vocés que se 0 acusado estiver sendo defend do pela Defensoria Publica, a intimag3o deveré ser feita, necessariamente, mediante entrega dos autos com vista, nos termos do que dispde a LC 80/94 (Lei Organica Nacional da Defensoria Publica). Caso n&o haja érgao de publicagao oficial (quase raro atualmente), a intimag&o seré feita por mandado, por via postal com aviso de recebimento OU OUTRO MEIO IDONEO. Perceba, caro aluno, portanto, que nada impede que sejam utilizadas outras formas de INTIMACAO. Nao podem ser usadas, entretanto, outras formas de CITAGAO. Somente aquelas! * Sdmula 455 do ST3: "A decisio que determina a produgéo antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, no a justificando unicamente o mero decurso do tempo”. *° Hd fortes criticas doutrinérias a esta excecdo. % Boa parte da Doutrina (Ver, por todos, Guilherme Nucci) entende que néo hé diferenca entre os termos NOTIFICAGAO e INTIMACAO. Para estes autores, 0 préprio CPP néo faz uma distincao ciara, de forma que poderiam ser consideradas como sinénimos. Aqueles que sustentam que ha diferenca afirmam que @ intimag&o se d& para mera ciéncia de algo, enquanto 2 notificacSo se d& para convocer alguém a fazer algo. Contudo, come dito, 0 CPP no faz essa distingao. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 600 Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 46 Nos casos de sujeitos processuais que sejam intimados pessoalmente (caso da Defensoria Publica, do defensor nomeado e do MP, por exemplo), a intimaco pessoal F nos termos do art. 370, §3° do CPI § 30 A intimacao pessoal, feita pelo escrivao, dispensard a aplicacdo a que alude o § Jo. (Incluido pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) Lembrando que a intimacéo também pode ser feita por carta precatéria, notadamente quando houver necessidade de oitiva de alguma testemunha que more fora da Comarca. A precatéria, uma vez expedida, NAO SUSPENDE a instrucio criminal. Além disso, uma vez intimada a defesa acerca da expedigao da carta precatéria, é DESNECESSARIA nova intimac&o da defesa para ciéncia da data designada para a audiéncia no Juizo deprecado (simula 273 do STJ) CUIDADO! Muito embora este seja o teor do enunciado n° 273 da sumula de jurisprudéncia do STJ, o STF firmou entendimento no sentido de que este enunciado nao se aplica quando se trata de acusado defendido pela Defensoria Ptiblica e ha sede da Defensoria Publica no local em que se encontra 0 Juizo deprecado. Neste caso, considerando a enorme quantidade de assistidos da Defensoria Publica, bem como os problemas organizacionais, deve 0 Juizo proceder a intimacdo da Unidade da DP que funcione na sede do Jufizo deprecado, para ciéncia da data da audiéncia”!. E cabivel a INTIMACAO por hora certa? Sim, ja que o art. 370 do CPP determina a aplicac&o subsididria das normas relativas as citacdes. ATENGAO! Caso 0 acusado, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer a ele sem motivo justo, ou mudar de residéncia sem comunicar ao Juizo, 0 processo seguiré sem que seja intimado dos atos processuais seguintes (norma muito criticada pela Doutrina). © CPP e as leis processuais penais especiais utilizam as expressdes “intimaciio” e “notificagdo” de maneira indiscriminada, ou seja, nao ha um rigor técnico na utilizacéo de uma ou de outra. Do ponto de vista estritamente doutrinario, porém, existe a seguinte distingdo: + NotificagSo - Ciéncia que se dé a alguém a respeito de uma providéncia que por ela deve ser tomada (Ex.: notificagéo da testemunha para que comparega a audiéncia). 2 RHC 106394 Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.coi 17 de 46 + Intimagao - Ciéncia que se dé a alguém a respeito de um ato ja realizado (Ex.: Intimagdo para ciéncia da sentenca). Esta diviséo, porém, € meramente doutrindria, porque a legislacéo processual nao adota esse rigor técnico, ou seja, utiliza um termo no lugar de outro sem qualquer pudor. cae Ph | OSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES CODIGO DE PROCESSSO PENAL ‘> Arts. 351 a 372 do CPP - Tratam das citagées e intimacies: CITAGGES E INTIMACOES DAS CITAGGES Art, 351. A citacao inicial far-se-8 por mandado, quando o réu estiver no territério sujeito 4 jurisdicao do juiz que a houver ordenado. Art. 352. 0 mandado de citagao indicaré: 1-0 nome do juiz; IL-0 nome do querelante nas agées iniciadas por queixa; II - 0 nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais caracteristicos; IV- a residéncia do réu, se for conhecida; V- 0 fim para que é feita a citagéo; VI - 0 juizo e 0 lugar, 0 dia e a hora em que o réu deverd comparecer; VII - a subscricéo do escrivao e a rubrica do juiz. Art. 353. Quando o réu estiver fora do territério da jurisdicao do julz processante, seré citado mediante preca éria. Art, 354, A precatér a indicaré: I - 0 juiz deprecado e o juiz deprecante; Ila sede da urisdicio de um e de outro; Jil - 0 fim para que é feita a citacdo, com todas as especificacées; IV - 0 juizo do lugar, 0 dia e a hora em que o réu deveré comparecer. Art. 355. A precatéria seré devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lancado 0 "cumpra-se" é de felta a citac&o por mandado do julz deprecado. § to Verificado que o réu se encontra em territério sujeito a jurisdic&o de outro juiz, a este remeterd 0 juiz deprecado os autos para efetivacao da diligéncia, desde que haja tempo para fazer-se a citacao. § 20 Certificado pelo oficial de justica que o réu se oculta para néo ser citado, a precatéria seré imediatamente devolvida, para o fim previsto no art. 362. Art, 356, Se houver urgéncia, a precatéria, que conteré em resumo os requisites enumerados no art. 354, poderd ser expedida por via telegréfica, depois de reconhecida a firma do juiz, 0 que a estaco expedidora mencionard. Art. 357. So requisitos da citagéo por mandado: Prof. Renan Araujo www.estrategiacon br 18 de 46 I - [eitura do mandado 20 citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarao dia e hora da citacso; II - declaracao do oficial, na certid8o, da entrega da contrafé, e sua aceitacdo ou recusa. Art, 358, A citacdo do militar far-se-a por intermédio do chefe do respectivo servico. Art. 359. © dia designado para funciondrio ptiblico comparecer em julzo, como acusado, serd notificado assim a ele como ao chefe de sua reparticao. Art_ 360, Se o réu estiver preso, seré pessoalmente citado. (Redacio dada pela Lei n® 10.792, de 1°.12.2003) Art. 361. Se 0 réu no for encontrado, serd citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Art. 362. Verificando que 0 réu se oculta para nao ser citado, o oficial de justica certificaré a ocorréncia e procederé & citac3o com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cédigo de Processo Civil. (Redacao dada pela Lei n® 11.719, de 2008), Parégrafo nico. Completada a citacio com hora certa, se o acusado nao comparecer, ser-Ihe- nomeado defensor dativo. (Incluido pela Lein® 11 719, de 2008). Art. 363. O proceso ter completada a sua formacao quando realizada a citacdo do acusado. (Redacao dada pela Lei n° 11.719, de 2008) I - (revogado); (Redagio dada pela Lei n? 11.719 de 2008). IL - (revogado). (Redacao dada pela Lei n® 11.719, de 2008). § 10 Nao sendo encontrado 0 acusado, seré procedida a citacéo por edital. (Incluido pela Lei n® 11.719, de 2008). § 20 (VETADO) (Incluido pela Lei n? 1.719, de 2008). § 30 (VETADO) (Incluido pela Lei n? 11.719, de 2008). § 40 Comparecendo 0 acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observaré o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Cédigo. (Incluido pela Lei n° 11.719, de 2008). Art. 364, No caso do artigo anterior, no I, 0 prazo seré fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstancias, e, no caso de no Il, 0 prazo seré de trinta dias. Art. 365. 0 edital de citacdo indicaré. 1-0 nome do juiz que a determinar; Ir-0 nome do réu ou, se no for conhecido, os seus sinais caracteristicos, bem como sua residéncia e profissdo, se constarem do processo; II 0 fim para que € feita a citacio; IV - 0 juizo e o dia, a hora e 0 lugar em que o réu devera comparecer; V- 0 prazo, que seré contado do dia da publicac&o do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixacao. Parégrafo nico. 0 edital seré afixado 8 porta do edificio onde funcionar o juizo e seré publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixacdo ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicacao provada por exemplar do jornal ou certidéo do escrivao, da qual conste a pagina do jornal com a data da publicagao. Art. 366. Se 0 acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaréo suspensos 0 processo e 0 curso do prazo prescricional, podendo 0 julz determinar a produgao antecipada das provas consideradas urgentes e, se for 0 caso, decretar prisao preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redacao dada pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei n® 11.719, de 2008) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 46 § 10 (Revogado pela Lei n° 11.719, de 2008). § 20 (Revogado pela Lei n° 11.719, de 2008). Art. 367. © processo seguiré sem a presenga do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudanca de residéncia, no comunicar 0 novo endereco ao juizo. (Redacéo dada pela Lei n® 9.271, de 17.4.1996) Art, 368, Estando 0 acusado no estrangeiro, em lugar sabido, seré citado mediante carta rogatéria, suspendendo-se o curso do prazo de prescricéo até o seu cumprimento. (Redacdo dada pela Lei n? 9.271, de 17.4.1996) Art. 369. As citagdes que houverem de ser feitas em legagées estrangeiras seréo efetuadas mediante carta rogatéria. (Redagdo dada pela Lei n? 9.271, de 17.4.1996) CAPITULO IT DAS INTIMAGGES Art. 370. Nas intimacées dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, serd observado, no que for aplicdvel, 0 disposto no Capitulo anterior. (Redaggo dada pela Lein? 9.271 de 17.4.1996) § 10 A intimacéo do defensor constituido, do advogado do querelante e do assistente far-se-8 por publicac3o no érgao incumbide da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. (Incluido pela Lei n° 9.271, de 17.4,1996) § 20 Caso no haja érgao de publicacdo dos atos judiciais na comarca, a intimacéo far-se-a diretamente pelo escrivao, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idéneo. (Redacéo dada pela Lei n° 9.271, de 174.1996) § 30 A intimacdo pessoal, feita pelo escrivao, dispensara a aplicagao a que alude o § Jo. (Incluido pela Lei n? 9.271, de 17.4.1996) § 4o A intimagao do Ministério P_ bl co e do defensor nomeado serd pessoal. (Incluido pela Len? 9.271, de 17.4.1996) Art. 371. Seré admissivel a intimacao por despacho na peticSo em que for requerida, observado o disposto no art 357. Art. 372. Adiada, por qualquer motivo, a instrugo criminal, 0 juiz marcaré desde logo, na presenca das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrard termo nos autos. Ce a a 4.1 Simulas do STF % Simula 351 do STF - O STF sumulou entendimento no sentido de que nao é cabivel a realizagao de citacao por edital quando o réu se encontra preso na mesma Unidade da Federacao em que o Juiz exercer sua Jurisdic3o: SUMULA 351, NULA A CITACAO POR EDITAL DE REU PRESO NA MESMA UNIDADE DA FEDERAGAO. EM QUE 0 JUIZ EXERCE A SUA JURISDICAO. % Stmula 366 do STF - 0 STF sumulou entendimento no sentido de que o edital de citag&o deve indicar 0 dispositive da lei penal no qual o acusado esta incurso, Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 46 sob pena de nulidade. Por outro lado, n&o € necessario que 0 edital de citacéo transcreva a denuincia ou queixa ou traga resumo dos fatos, de maneira que a auséncia de tais elementos nao enseja nulidade: Stimula 366 NAO E NULA A CITAGAO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NAO TRANSCREVA A DENUNCIA OU QUEIXA, OU NAO RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA. % Stmula 710 do STF - O STF sumulou entendimento no sentido de que, no processo penal, a contagem do prazo se da a partir da intimagao, e ndo da juntada aos autos do mandado (ou da carta): Stimula 710 do STF - “No Processo Penal, contam-se os prazos da data da intimacao, endo da juntada aos autos do mandado ou de carta precatéria ou de ordem.” 4.2 Simulas do STJ % SGmula 415 do STJ: O STJ sumulou entendimento no sentido de que a suspens&o do prazo prescricional deve ser regulada pelo maximo da pena cominada ao delito, no podendo ficar suspenso por tempo indeterminado: Sumula 415 do STI © periode de suspensiio do prazo prescricional ¢ regulado pelo maximo da pena cominada. % SGmula 455 do STJ: O ST) sumulou entendimento no sentido de que a produgao antecipada de provas, em razdo da suspensao do processo decorrente da aplicacdo do art. 366 do CPP (réu revel citado por edital), deve ser fundamentada em elementos concretos (risco de perda da prova), nao podendo © Juiz determina-la com base apenas na alegaco de que o decurso do tempo poderia prejudicar a colheita da prova: Stimula 455 do STI: A decisio que determina a producio antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, nao a justificando unicamente o mero decurso do tempo”. Para finalizar o estudo da matéria, trazemos um resumo dos principais aspectos estudados ao longo da aula. Nossa sugestéo é a de que esse resumo seja estudado sempre previamente ao inicio da aula seguinte, como forma de “refrescar” a meméria. Além disso, segundo a organizag&o de estudos de vocés, a cada ciclo de estudos é fundamental retomar esses resumos. Caso encontrem dificuldade em compreender alguma informaco, nao deixem de retornar & aula. ATOS PROCESSUAIS Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 46 + Atos das partes + Atos do Juiz (atos jurisdicionais) FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS - NULIDADES Em regra, nao possuem forma definida. No entanto, quando a lei expressamente determinar a pratica do ato processual mediante uma determinada forma, ela deve ser cumprida, sob pena de nulidade. OBS Em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da forma estabelecida em lei, alguns atos processuais podem nao ter sua nulidade decretada, desde que o ato alcance sua finalidade sem causar prejuizo as partes. - Principio do “prejufzo”, ou do “pas de nullité sans grief” (N&o ha nulidade sem prejuizo). Assim, busca-se conservar 0 ato que alcancou sua finalidade sem causar prejuizo (principio da conservacao). (OBS!2! A propria parte que deu causa a nulidade no pode invocé-la, ainda que Ihe tenha causado prejuizo. Trata-se do principio do “venire contra factum proprium”. Renovacio e retificagéo - Caso nao tenha sido sanada a nulidade, os atos seréo renovados ou retificados. Principio da causalidade - A nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos os atos que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam consequéncia. O Juiz, ao declarar a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estende IMPORTANTE: Competéncia penal por prevencao Stmula 706 do STF E relativa a nulidade decorrente da inobservancia da competéncia penal por prevengao. TEMPO DOS ATOS PROCESSUAIS Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA, Entretanto, as sessées de JULGAMENTO somente podem ocorrer em dias titeis. Porém, caso tenham se iniciado em dia util, e ndo tenham terminado, prosseguiréo mesmo que adentrem em dias nao-uteis. PRAZOS PROCESSUAIS Os prazos processuais séo continuos Nao se interrompem em férias, domingos e feriados O inicio no pode se dar em dia nao util Se o Ultimo dia for nao util, seré prorrogado o prazo até o dia util seguinte O prazo se inicia no dia citil seguinte ao marco inicial (exclui-se 0 dia do comeso) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 46 Isto s6 ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam considerados prazos MATERIAIS (referentes ao proprio Direito Material em si, 0 que as vezes é dificil de diferenciar) séo computados de maneira diversa, incluindo-se 0 dia do comeso. Qual o marco inicial da contagem do prazo? O momento em que a parte toma ciéncia da deciso que determina a pratica do ato. Esse momento da ciéncia pode se dar através: + De intimagao. + De audiéncia na qual a parte seja cientificada do ato. + Do dia em que a parte manifestar ciéncia do ato nos autos. OBSE Juizes também possuem prazo para a pratica de seus atos. Porém, o descumprimento dos prazos pelo Juiz n&o acarreta a impossibilidade de sua pratica posteriormente, pois nao existe “preclusao pro judicato”. LUGAR DOS ATOS PROCESSUAIS + Os atos processuais sao praticados, em regra, na sede do Juizo + No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a critério do Juiz + Atos que devam ser praticados em outra comarca - Serdo realizados por carta precatéria + Atos que devam ser praticados em outro pais ~ Serdo realizados por carta rogatéria + Atos que devam ser praticados perante o Juiz singular, caso esteja tramitando 0 processo no Tribunal ~ Serdo realizados por meio de carta de ordem COMUNICACAO DOS ATOS PROCESSUAIS CITACAO Conceito - A citacao é 0 ato pelo qual se chama o réu para participar do processo que em face dele foi movido. Modalidades Citacao pessoal Em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAGAO. O mandado deverd conter: + Onome do juiz + Onome do querelante nas aces iniciadas por queixa + Onome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais caracteristicos + Aresidéncia do réu, se for conhecida +O fim para que ¢ feita a citagéo + O juizo e o lugar, o dia e a hora em que o réu devera comparecer + A subscric&o do escrivao e a rubrica do juiz Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 46 (BSE Caso o citando resida em local nao abrangido pela jurisdig&o do Juiz em que tramita o proceso, seré citado por CARTA PRECATORIA. A precatéria deve indicar: + O juiz deprecado e 0 juiz deprecante * Asede da jurisdicao de um e de outro + O fim para que é feita a citacSo, com todas as especificacdes * 0 juizo do lugar, o dia e a hora em que o réu deveré comparece E se 0 Juizo deprecado verificar que o réu nao reside em sua localidade? Neste caso: + Deverd encaminhar ao Juizo competente, se houver tempo para realizar-se a citacdo (carater itinerante da carta precatéria) + Deverd devolver a precatéria ao Juizo deprecante, caso nao haja mais tempo para realizar-se a citagéo Modalidades especiais de citagéo pessoal acdo do militar - Deve ser feita por intermédio do respectivo chefe de servico ‘agdo do funcion4rio publico - Citado pessoalmente, notificando-se 0 seu chefe a respeito de dia e hora em que o funciondrio deva comparecer em Juizo. agao do réu preso - Seré feita pessoalmente. NULA a citagéio por edital de réu preso na mesma Unidade da Federacéo em que se encontra o Juizo que determina a citacéio (stimula 351 do STF). OBS%: 0 comparecimento espontaneo do acusado sana eventual nulidade ou falta da citagéio, desde que nao tenha havido prejuizo para a defesa, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do STJ. Citagéo do acusado no estrangeiro (em local conhecido) - Seré feita mediante carta rogatéria. Suspende-se o curso do prazo prescricional. N&o cabe nos Juizados (neste caso, os autos devem ser remetidos ao Juizo comum). Citagées em legagées estrangeiras - Serdo realizadas por meio de carta rogatéria. CITAGAO FICTA Citagdo por hora certa Cabimento - Quando o réu se oculta para no ser citado Regramento ~ Segue a regulamentacéio do processo civil Revelia - Se o réu nao constituir defensor nem apresentar resposta, o Juiz nomeara defensor para apresentar a resposta, e 0 processo segue. Citacdo por edital Cabimento - Quando o réu se encontra em lugar desconhecido. Regramento - Serd afixado edital na sede do Juizo processante. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 46 Revelia - Se o réu no constituir defensor nem apresentar resposta, 0 processo fica suspenso. Suspende-se também o curso do prazo prescricional. Juiz poderé determinar a produc&io antecipada de provas e decretar a prisdo preventiva. EXCEGAO: Néo se aplica tal previsdo (suspensdo) aos crimes de lavagem de capitais. OBS Prazo prescricional fica suspenso por quanto tempo? STF possui julgados antigos no sentido de que fica por prazo indeterminado. STJ entende que o perfodo de suspensiio seré calculado com base na pena maxima em abstrato (stimula 415 do STJ). INTIMAGGES Conceito - As intimacées sao varias durante o processo, € ocorrerao sempre que for necessdrio dar ciéncia a alguém da pratica de um ato processual. Intimagao pessoal: + Defensor Publico + MP + Defensor nomeado (advogado dativo) Intimagao por publicagéo no érgao ofici + Defensor constituido + Advogado do querelante + Assistente de acusacéo (BSE Intimacdo por precatéria - A expedic&o da precatéria néo suspende o processo, Basta a intimagao da defesa acerca da expedigdo da precatéria, néo sendo necessaria a intimago da defesa para ciéncia da data da audiéncia agendada no Juizo deprecado (stimula 273 do STJ). EXCECAO: Sumula 273 do STJ no se aplica quando o acusado é defendido pela Defensoria Publica e ha sede da DP no Juizo deprecado. Bons estudos! Prof. Renan Araujo 6 LISTA DE EXERCICIOS 01. (CESPE - 2015 - DPU - DEFENSOR PUBLICO) José foi denunciado pela pratica de homicidio doloso contra Carlos, em Brasilia. A vitima era policial federal e estava investigando crime de falsificacéo de moeda que teria sido praticado por José em Goiania. O juiz determinou a citac&o de José por edital, devido ao fato de ele nao ter sido encontrado no endereso que constava dos autos. Com refer€ncia a essa situac&o hipotética, julgue os itens a segui Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 46 Se José nao tiver sido encontrado no endereco dos autos por estar preso na penitencidria do DF devido a condenacao definitiva em outro processo, a citacéo por edital sera nula. 02. (CESPE - 2015 - DPU - DEFENSOR PUBLICO) José foi denunciado pela pratica de homicidio doloso contra Carlos, em Brasilia. A vitima era policial federal e estava investigando crime de falsificacéo de moeda que teria sido praticado por José em Goiania. 0 juiz determinou a citac&o de José por edital, devido ao fato de ele ndo ter sido encontrado no endereso que constava dos autos. Com referancia a essa situaco hipotética, julgue os itens a seguir. A citacdo por edital deverd conter a transcricéio da dentincia oferecida contra José, ou, pelo menos, o resumo dos fatos, sob pena de nulidade absoluta por violacéo dos principios do contraditério e da ampla defesa. 03. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Tendo recebido dentincia feita pelo Ministério Publico contra José pela pratica do delito de roubo circunstanciado devido ao emprego de arma de fogo e ao concurso de agentes, 0 juiz determinou a citacdo pessoal do acusado no endereco residencial constante nos autos. O oficial de justia, por nao ter localizado José, certificou que ele se encontrava em local incerto e no sabido. Considerando as disposigdes do Cédigo de Processo Penal, julgue os itens que se seguem, tendo como referéncia a situacao hipotetica apresentada. Suponha que José tenha constituido advogado. Nessa situagao, a intimacéio do advogado deve, em regra, ser realizada por publicacéo no érgdo incumbido da publicidade dos atos judiciais e deve incluir 0 nome do acusado. 04, (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Tendo recebido dentincia feita pelo Ministério PUblico contra José pela pratica do delito de roubo circunstanciado devido ao emprego de arma de fogo e ao concurso de agentes, o juiz determinou a citacéo pessoal do acusado no endereco residencial constante nos autos. O oficial de justia, por nao ter localizado José, certificou que ele se encontrava em local incerto e no sabido. Considerando as disposic¢Ses do Cédigo de Processo Penal, julgue os itens que se seguem, tendo como referéncia a situacao hipotetica apresentada. © juiz deve determinar a citacio de José por edital e decretar a sua priséo preventiva ainda que este tenha constituido advogado. 05. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Em relac&o aos prazos processuais, & comunicacéo dos respectivos atos aos Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 46 sujeitos da relacéo processual, julgue os itens que se seguem. © mandado de citacéio do réu devera incluir todas as informagées relativas & demanda, como, por exemplo, o nome do juiz, o nome do querelante — nas agdes iniciadas por queixa — e a finalidade da citagdo. Esse rol de informacdes denomina-se, doutrinariamente, requisitos intrinsecos do mandado de citacdo. 06. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Em relac&io aos prazos processuais, 4 comunicago dos respectivos atos e aos sujeitos da relacdo processual, julgue os itens que se seguem. As intimacées do defensor dativo sero feitas pessoalmente, por mandado, ao passo que as intimagées do defensor constituido far-se-80 por publicacdo no 6rgao incumbido da publicidade dos atos judiciais do respectivo juizo. 07. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela prtica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagendria de Paulo. A subtracao foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vitima. Quando da citag&o, Paulo no foi encontrado no novo enderego que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido 0 mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entregé-lo ao destinatario. Jean, que retornou para a Franca, seu pais de origem, havia fornecido seu endereco completo ao delegado. A partir dessa situag&o hipotética, julgue os itens a seguir. Jean sera citado por carta rogatéria na Franga, segundo as regras processuais de seu pais, ficando suspenso o curso do prazo prescricional até o cumprimento da citag&o. 08. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela pratica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagendria de Paulo. A subtracao foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vitima. Quando da citag&o, Paulo no foi encontrado no novo enderego que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido 0 mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entrega-lo ao destinatario, Jean, que retornou para a Franca, seu pais de origem, havia fornecido seu enderego completo ao delegado. A partir dessa situagao hipotética, julgue os itens a seguir. © comparecimento esponténeo de Paulo em juizo no intuito de apontar a irregularidade ocorrida na entrega do mandado tornaria a citac&o nula. 09. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela prtica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagenéria de Paulo. A subtrac&o foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vitima. Quando da citac&o, Paulo nao foi encontrado no novo Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.coi 27 de 46 enderego que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido 0 mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entregé-lo ao destinatario. Jean, que retornou para a Franca, seu pais de origem, havia fornecido seu enderego completo ao delegado. A partir dessa situagao hipotética, julgue os itens a seguir. Se Jean, apés a citag&o pessoal valida, néo comparecer em juizo para defender- se no curso da agdo penal, o juiz deverd decretar a sua revelia e nomear-lhe um defensor dativo, dando continuidade ao processo, mas ndo poderd considerar a existéncia de confissio ficta. 10, (CESPE - 2009 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - PRIMEIRA FASE) No que se refere a citacdes e intimacées, assinale a opgao correta. A) Tratando-se de processo penal, no se admite a citag&o de acusado por edital. B) O réu preso deve ser citado pessoalmente. C) E inadmissivel no processo penal a citacéo por hora certa. D) Tratando-se de processo penal, a citac&o inicial deve ser feita pelo correio. 11. (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) A citagéo de acusado que esteja no exterior, em local conhecido, deve ser efetuada, conforme a sistematica processual penal brasileira, por intermédio de carta rogatéria, ordenando-se expressamente a suspenséo do processo e 0 prazo prescricional, até o efetivo cumprimento da ordem judicial. 12. (CESPE - 2010 - AGU ~ PROCURADOR FEDERAL) No que concerne a citago, sentenga e aplicagdo proviséria de interdicdes de direitos e medidas de seguranca, julgue o seguinte item. E cabivel a citago por hora certa no processo penal, desde que o oficial de justiga verifique e certifique que o réu se oculta para nao ser citado. Nessa situag&o, para que se complete a citacéio com hora certa, o escrivéo deve enviar ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-Ihe ciéncia de tudo. 13. (CESPE - 2003 - AGU - PROCURADOR FEDERAL) A luz do direito processual penal, julgue o item. Considere a seguinte situagao hipotética. O Ministério PUblico ofereceu dentincia contra Mario, residente e domiciliado em Buenos Aires, Argentina, em endereco conhecido, imputando-Ihe a pratica do crime de porte de entorpecentes para uso. Nessa situaco, tratando-se de crime afiancdvel, 0 juiz, ao receber a peca acusatoria e designar o interrogatério, deverd determinar a citag&o de Mario por edital. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 46 14, (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Julgue o item que se segue, relacionado a citagéio, notificag&o e intimagio no processo criminal. O no-comparecimento do acusado citado por edital ao interrogatério, tenha ou no defensor constituido nos autos, acarreta a suspensdo do processo. 15. (CESPE - 2012 - MPE-TO - PROMOTOR DE JUSTICA) Assinale a opgao correta acerca das citagdes e intimacées no processo penal. a) Quando nao houver érgiio de publicagao dos atos judiciais no distrito da culpa, a intimacéio do MP e do defensor constituido sera pessoal. b) A omissdo, no mandado de citag&o, do teor da acusag&o constitui irregularidade a ser sanada na primeira oportunidade de comparecimento do réu ou seu advogado em juizo. c) Se 0 acusado estiver fora do territério do juizo processante, a citagdo se dard por edital, com prazo de quinze dias. d) Se 0 acusado, citado por edital, néo comparecer em juizo nem constituir advogado, ficar&o suspensos 0 processo e 0 curso do prazo prescricional. e) O réu com menos de vinte e um anos e mais de dezoito anos de idade poderd ser citado pessoalmente ou por meio do seu curador. 16. (CESPE - 2010 - DPE/BA - DEFENSOR PUBLICO) Considerando 0 disposto no direito processual penal, julgue o item subsecutivo. Na atual sistemética processual penal, considera-se completa a formago do processo quando realizada a citacao valida do acusado, que consiste em causa de interrup¢&o da prescrig&io. 17. (CESPE - 2002 - AGU - PROCURADOR FEDERAL) No item seguinte, é apresentada uma situagao hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. Ricardo foi denunciado por érg&o do Ministério Publico pela pratica do crime de roubo simples. Apés o interrogatério, por nao ter o indiciado condigées de constituir advogado, os autos foram encaminhados a Defensoria Publica, que apresentou defesa prévia no triduo legal. Finda a instrugao criminal e apresentadas as alegaces finais, a pretensdo punitiva do Estado foi julgada procedente, tendo sido Ricardo condenado & pena privativa de liberdade de quatro anos de recluséo e a pagar multa. Nessa situag&o, a intimac&o do defensor publico deverd ser feita pessoalmente, sendo que o prazo recursal sera computado em dobro. 18, (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 46 Julgue o item que se segue, relacionado a citacao, notificacao e intimagao no processo criminal. A intimagao do Ministério Publico sera pessoal, em qualquer grau de jurisdicgo, e a do defensor nomeado sera realizada por correspondéncia. 19. (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Julgue o item que se segue, relacionado a citaggo, notificacéio e intimagdo no proceso criminal. A intimac3o do advogado do querelante é feita por publicacio no érgéo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca. 20. (CESPE - 2009 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Em relago aos prazos no ambito do processo penal, julgue o item que se segue. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimacgo, e no da juntada aos autos do mandado ou da carta precatéria ou de ordem. 21. (CESPE - 2009 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) A respeito das nulidades e dos recursos em geral, julgue o item subsequente. Na hipétese de réu assistido pela DP, prolatada sentenga penal condenatéria, 0 sentenciado e seu defensor devem ser intimados, sendo certo que 0 prazo recursal tem inicio na data da intimacéio do defensor (excluindo-se o dia do comeco), ainda que o réu tenha sido intimado em momento posterior. 22. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - ANALISTA JUDICIARIO) Em relagéio as nulidades, aos recursos e & execuc&o penal, julgue o item subsecutivo. A intimacdio pessoal do réu que estiver preso faz-se necessaria em relacéio as decis6es que lhe forem desfavoraveis em primeiro e segundo grau de jurisdic&o, mas néo em relac&io as das instancias superiores. 23. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) A citacao do militar e do funciondrio publico sera efetivada por intermédio da chefia imediata do respectivo servigo, requisitando-se, por oficio, em ambos os casos, a apresentacéio do réu, no dia e hora designados pelo juiz. 24. (CESPE - 2013 - TJ-DF - TECNICO JUDICIARIO) 0 réu citado por edital é considerado foragido, impondo-se a decretagao de sua prisdo preventiva. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 46 25. (CESPE - 2013 - TJ-DF - TECNICO JUDICIARIO) Em processo penal, se verificar que o réu se oculta para nao ser citado, o oficial de justica deverd certificar a ocorréncia e proceder & citag&o com hora certa. 26. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) Nos casos de citacao ou intimacao por carta precatéria ou de ordem, a contagem do prazo no processo penal inicia-se com a juntada do mandado, devidamente cumprido, aos autos. 27. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) fundamento legal para a citacéio por hora certa e por edital é a nao localizag&o do réu, ocorrendo a citac&o por hora certa quando o réu estiver em local certo, mas se ocultar para nao ser citado, e a citagao por edital quando o réu estiver fora do territério da jurisdic&o do juiz processante. 28. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) Conforme disposicéo do Cédigo de Processo Penal, admitem-se, para as intimagdes processuais, no que lhes for aplicdvel, os mesmos procedimentos empregados na citacao. 29. (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIARIO) Em regra a citagéo do réu é pessoal, sendo que, na hipdtese de ele n&o comparecer, ainda que regularmente citado, seré decretada sua revelia, confissdo ficta e nomeacdo de defensor dativo, caso nao haja advogado constituido. 30. (CESPE - 2014 - T3/SE - TECNICO) Julgue os itens subsequentes, a luz do disposto no Cédigo de Processo Penal (CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores acerca da aco penal, do proceso comum, do Ministério Publico, das citages e das intimacées. Considere que um oficial de justiga tenha certificado nos autos a realizacéio de diligéncias necessarias a localizacéo do acusado no endereco informado pelo advogado constituido no processo. Considere, ainda, que tenha havido indicios da ocultagéo do réu para impedir a realizado do ato de citag&o. Nesse caso, 0 oficial de justica néo poderd efetuar a citagéo por hora certa, sob pena de nulidade, pois, no processo penal, o acusado tem direito a citag&o pessoal. 7 _EXERCICIOS COMENTADOS Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br Bide 46 7 es Aula 04 ~ Prof. R 01. (CESPE - 2015 - DPU - DEFENSOR PUBLICO) José foi denunciado pela pratica de homicidio doloso contra Carlos, em Brasilia. A vi ja era poli federal e estava investigando crime de falsificacdo de moeda que teria sido praticado por José em Goiania. O juiz determinou a citacaio de José por edital, devido ao fato de ele nao ter sido encontrado no endereco que constava ‘dos autos. Com referéncia a essa situacao hipotética, julgue os itens a segu Se José nao tiver sido encontrado no enderego dos autos por estar preso na penitencidria do DF devido a condenacdo definitiva em outro processo, a citacao por edital sera nula. COMENTARIOS: Item correto. Isto porque a citacdo por edital é medida que so tem cabimento quando o réu se encontra em local INCERTO E NAO SABIDO, por forga do art. 361 do CPP. Quando o réu se encontra preso, € 0 local da prisdo é conhecido nos autos do processo (a questo informa que ele estava preso no DF), deve ser citado pessoalmente, e nao por edital. Frise-se que se o réu estivesse preso (por outro processo, naturalmente) na mesma Unidade da Federacéio haveria ainda outro fundamento para a anulacéo, que seria a stimula 351 do STF. O ST] ja decidiu sobre isso: (...) 02. E ilegal a citacdo por edital de réu que, conquanto ndo estivesse preso em estabelecimento penal da unidade da federacdo - o que afasta a aplicacao da Simula 351 do Supremo Tribunal Federal ("é nula a citacao por edital de réu preso na mesma unidade da federacdo em que o juiz exerce a sua jurisdic") -, tinha o paradeiro informado no processo. Ge) (HC 256.981/MG, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TI/SC), QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2014, Die Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 02. (CESPE - 2015 - DPU - DEFENSOR PUBLICO) José foi denunciado pela pratica de homicidio doloso contra Carlos, em Brasilia. A vitima era policial federal e estava investigando crime de falsificagdo de moeda que teria sido praticado por José em Goiania. O juiz determinou a citacao de José por edital, devido ao fato de ele nao ter sido encontrado no endereco que constava dos autos. Com referéncia a essa situagdo hipotética, julgue os itens a segui A citacao por edital devera conter a transcricéo da dentncia oferecida contra José, ou, pelo menos, o resumo dos fatos, sob pena de nulidade absoluta por violacdo dos principios do contraditério e da ampla defesa. COMENTARIOS: 0 art. 365 do CPP elenca os requisitos do edital de citagéio: Art. 365. 0 edital de citacao indicaré: 1-0 nome do juiz que a determinar; Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 46 II- 0 nome do réu, ou, se nao for conhecido, os seus sinais caracteristicos, bem como sua residéncia e profissdo, se constarem do processo; IIT - 0 fim para que é feita a citaco; IV - 0 juizo e 0 dia, a hora e 0 lugar em que o réu devera comparecer; V- 0 prazo, que serd contado do dia da publicacao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixacao. Parégrafo Unico. O edital seré afixado porta do edificio onde funcionar o julzo e seré publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixacéo ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicacao provada por exemplar do jornal ou certido do escrivéo, da qual conste a pagina do jornal com a data da publicacéo. Nao ha, assim, necessidade de transcric&o da dentincia ou resumo dos fatos. Ainda que assim no 0 fosse, o STF possui entendimento sumulado nesse sentido: Sumula 366 NAO E NULA A CITACAO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI PENAL, EMBORA NAO TRANSCREVA A DENUNCIA OU QUEIXA, OU NAO RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 03. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Tendo recebido dentincia feita pelo Ministério Pblico contra José pela prdtica do delito de roubo circunstanciado devido ao emprego de arma de fogo e ao concurso de agentes, o juiz determinou a citagdo pessoal do acusado no endereco residencial constante nos autos. O oficial de justica, por no ter localizado José, certificou que ele se encontrava em local incerto e nao sabido. Considerando as disposigées do Cédigo de Processo Penal, julgue os itens que se seguem, tendo como referéncia a situacdo hipotética apresentada. Suponha que José tenha constituido advogado. Nessa situacdo, a intimagado do advogado deve, em regra, ser realizada por publicagao no 6rgio incumbido da pul lade dos atos judiciais e deve incluir o nome do acusado. COMENTARIOS: Item correto, pois a intimac&o do defensor constituido se dé por publicac&o no érgao oficial, devendo constar o nome do acusado. Vejamos: Art, 370. Nas intimacées dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, seré observado, no que for aplicdvel, 0 disposto no Capitulo anterior. (Redacao dada pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) § 10 A intimacéo do defensor constituido, do advogado do querelante e do assistente far-se-A por publicacSo no érgao incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, 0 nome do acusado. (Incluido Lei n° 9.271, de 17.4,1996) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 46 Aula 04 ~ Prof. R 04. (CESPE - 2015 - TRE-GO - ANALISTA JUDICIARIO - AREA JUDICIARIA) Tendo recebido dentincia feita pelo tério Publico contra José pela pratica do delito de roubo circunstanciado devido ao emprego de arma de fogo e ao concurso de agentes, o juiz determinou a citagdo pessoal do acusado no endereco residencial constante nos autos. O oficial de justica, por nao ter localizado José, certificou que ele se encontrava em local incerto e ndo sabido. Considerando as disposigées do Cédigo de Processo Penal, julgue os itens que se seguem, tendo como referéncia a situacéo hipotética apresentada. O juiz deve determinar a citagao de José por edital e decretar a sua prisdo preventiva ainda que este tenha constitufdo advogado. COMENTARIOS: Item errado. Isso porque, embora a citacao por edital seja o meio apropriado para a citacao do réu que se encontra em local incerto e nao sabido (nos termos do art. 363, §1° do CPP), 0 Juiz nao esta obrigado a decretar a prisdo preventiva do acusado. A decretacdo da prisao preventiva fica sempre a cargo do Juiz, devendo ser avaliado se esto presentes os requisitos dos arts. 311 e 312 do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. O05. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Em relacdo aos prazos processuais, 4 comunicagéio dos respectivos atos © aos sujeitos da relacdo processual, julgue os itens que se seguem. © mandado de citacéo do réu devera incluir todas as informacées relativas 4 demanda, como, por exemplo, 0 nome do juiz, 0 nome do querelante — nas agGes iniciadas por queixa — e a finalidade da citagao. Esse rol de informagées denomina-se, doutrinariamente, requisitos intrinsecos do mandado de citacéo. COMENTARIOS: Item correto. Os requisitos intrinsecos do mandado de citagéo esto previstos no art 352 do CPP, e incluem, dentre outros, a necessidade de indicagdo do nome do juiz, o nome do querelante (nas agées iniciadas por queixa) ea finalidade da citagaio, conforme se depreende do art. 352, I, Il e V do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 06. (CESPE - 2015 - TJDFT - TECNICO) Em relacdo aos prazos processuais, 4 comunicacao dos respectivos atos € aos sujeitos da relagdo processual, julgue os itens que se seguem. As intimagées do defensor dativo serao feitas pessoalmente, por mandado, ao passo que as acdes do defensor constituido far-se-a0 por publicacdo no érgao incumbido da pul jade dos atos judiciais do respectivo juizo. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 46 COMENTARIOS: Item correto, pois esta é a exata previsdéo contida nos pardgrafos primeiro e quarto do art. 370 do Cédigo de Processo Penal. Lembrando que defensor dativo é uma das espécies de defensor nomeado, ou seja, 0 defensor que é indicado pelo juiz para o patrocinio da causa em favor do acusado. Portanto, a AFIRMATIAVA ESTA CORRETA. 07. (CESPE - 2015 - TIDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela pratica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagendria de Paulo. A subtracdo foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vitima. Quando da citacdo, Paulo no foi encontrado no novo endereco que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido o mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entrega-lo ao destinatdrio. Jean, que retornou para a Franga, seu pais de origem, havia fornecido seu endereco completo ao delegado. A partir dessa situacao hipotética, julgue os itens a seguir. Jean sera citado por carta rogatéria na Franca, segundo as regras processuais de seu pais, ficando suspenso o curso do prazo prescricional até o cumprimento da citacao. COMENTARIOS: Item correto, pois estando o réu em local conhecido no exterior, devera ser citado mediante carta rogatéria, nos termos do art. 368 do CPP. Neste caso, ficara suspenso o curso do prazo prescricional até o cumprimento da diligéncia. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 08. (CESPE - 2015 - TIDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela pratica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagenaria de Paulo. A subtracdo foi facilitada pelo fato de Paulo re: com a vitima. Quando da citacao, Paulo n&o foi encontrado no novo endereco que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido o mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entreg4-lo ao destinatdrio. Jean, que retornou para a Franca, seu pais de origem, havia fornecido seu endereco completo ao delegado. A partir dessa situagao hipotética, julgue os itens a seguir. O comparecimento espontaneo de Paulo em juizo no intuito de apontar a irregularidade ocorrida na entrega do mandado tornaria a citagao nula. COMENTARIOS: Item errado, pois 0 comparecimento espontaneo do acusado sana eventual nulidade da citag&o, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do STJ. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 46 09. (CESPE - 2015 - TJDFT - OFICIAL DE JUSTICA) Paulo e Jean foram denunciados pela pratica do crime de furto de joias, praticado contra Maria, tia sexagendria de Paulo. A subtracdo foi facilitada pelo fato de Paulo residir com a vitima. Quando da citacao, Paulo nao foi encontrado no novo endereco que havia fornecido na fase do inquérito, tendo sido o mandado entregue a outro morador, que se comprometeu a entrega-lo ao destinatario. Jean, que retornou para a Franga, seu pais de origem, havia fornecido seu endereco completo ao delegado. A partir dessa situagao hipotética, julgue os itens a seguir. Se Jean, apés a citacdo pessoal valida, ndo comparecer em juizo para defender-se no curso da acao penal, o juiz devera decretar a sua revelia © nomear-Ihe um defensor dativo, dando continuidade ao processo, mas n&o podera considerar a existéncia de confissao ficta. COMENTARIOS: Item correto. O mais correto seria dizer que 0 Juiz ira nomear um defensor (que podera ser defensor dativo ou a Defensoria Publica), nos termos do art. 396-A, §2° do CPP. Nao poderd o Juiz, ainda, considerar a existéncia de citag&o ficta, a uma porque no processo penal vigora o principio da busca pela verdade real, a duas porque a defesa serd, ao fim e ao cabo, apresentada pelo defensor nomeado. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 10. (CESPE - 2009 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - PRIMEIRA FASE) No que se refere a citagées e intimagées, assinale a opcdo correta. A) Tratando-se de processo penal, nao se admite a citagdo de acusado por edital. B) O réu preso deve ser citado pessoalmente. C) E inadmissivel no processo penal a citagao por hora certa. D) Tratando-se de processo penal, a citagSo inicial deve ser feita pelo correio. COMENTARIO: E plenamente admissivel a citagao por edital, nos termos do art. 361 do CPP, bem como a citacdo por hora certa (art. 362 do CPP). O réu preso, de fato, deve ser citado pessoalmente, por forga do que dispée o art. 360 do CPP. A citacdo inicial, em regra, deve ser feita por mandado, seja mediante o préprio Juizo processante ou por cumprimento de carta precatéria, arts. 351 e 353 do CPP. ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA B. 11. (CESPE - 2010 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) A citagao de acusado que esteja no exterior, em local conhecido, deve ser efetuada, conforme a sistematica processual penal brasileira, por Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 46 intermédio de carta rogatéria, ordenando-se expressamente a suspenséo do processo e o prazo prescricional, até o efetivo cumprimento da ordem judicial. COMENTARIOS: Cuidado! A questao esta quase toda certa, mas peca ao afirmar que o proceso ficaré suspenso. O que se suspende néo é€ 0 processo, mas apenas 0 prazo prescricional, por forca do disposto no art. 368 do CPP: Art, 368, Estando 0 acusado no estrangeiro, em lugar sabido, seré citado mediante carta rogatéria, suspendendo-se o curso do prazo de prescricéo até o seu cumprimento. (Redac&o dada pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) PORTANTO, A AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 12. (CESPE - 2010 - AGU - PROCURADOR FEDERAL) No que concerne a citacdio, sentenga e aplicagdo proviséria de interdicées de direitos e medidas de seguranca, julgue o seguinte item. E cabivel a citacao por hora certa no processo penal, desde que 0 oficial de justica verifique e certifique que o réu se oculta para no ser citado. Nessa situacdo, para que se complete a citacdo com hora certa, o escrivéo deve enviar ao réu carta, telegrama ou radiograma, dando-Ihe ciéncia de tudo. COMENTARIOS: A citacdo por hora certa é cabivel no processo penal, na hipstese de o réu se ocultar para no ser citado. Vejamos o que diz o art. 362 do CPP: Art, 362. Verificando que o réu se oculta para néo ser citado, o oficial de justica certificaré a ocorréncia e procederé & citacdo com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5 869, de 11 de janeiro de 1973 - Cédigo de Processo Civil. (Redagao dada pela Le n° 11.719, de 2008). Esta complementagao (envio de carta ou telegrama ao réu) estava prevista no art. 229 do ANTIGO CPC. Estd atualmente prevista no art. 254 do NOVO CPC: Art. 254. Feita a citac&o com hora certa, o escrivao ou chefe de secretaria enviaré ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondéncia eletrénica, dando-Ihe de tudo ciéncia. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 13. (CESPE - 2003 - AGU - PROCURADOR FEDERAL) A luz do direito processual penal, julgue o item. Considere a seguinte situagao hipotética. © Ministério Publico ofereceu denincia contra Mario, residente e domiciliado em Buenos Aires, Argentina, em endereco conhecido, imputando-the a pratica do crime de porte de entorpecentes para uso. Nessa situag3o, tratando-se de crime afiangavel, o juiz, ao receber a peca acusatéria e designar o interrogatério, dever4 determinar a citacio de Mario por edital. Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 46 COMENTARIOS: A citacao por edital € medida excepcional, que sé tem lugar quando o réu se encontra em local incerto e n&o sabido. Estando o réu em local CONHECIDO, mas no exterior, deverd 0 Juiz determinar sua CITACAO mediante carta rogatéria, nos termos do art. 368 do CPP: Art, 368, Estando 0 acusado no estrangeiro, em lugar sabido, seré citado mediante carta rogatéria, suspendendo-se o curso do prazo de prescricéo até o seu cumprimento. (Redacao dada pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA 14. (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Julgue o item que se segue, relacionado a citacdo, notificacdo e intimagio no processo criminal. O nao-comparecimento do acusado citado por edital ao interrogatério, tenha ou no defensor constituido nos autos, acarreta a suspensdo do processo. COMENTARIOS: A suspensdo do proceso referente ao acusado citado por edital que n&o comparece, somente ocorreré nos casos em que este nao constitua defensor, nos termos do art. 366 do CPP: Art, 366. Se 0 acusado, citado por edital, néo comparecer, nem constituir advogado, ficardo suspensos 0 proceso e 0 curso do prazo prescricional, podendo 0 Juiz determinar a producao antecipada das provas consideradas urgentes e, se for 0 caso, decretar priséo preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redag3o dada pela Lei n° 9.271, de 174.1996) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 15, (CESPE - 2012 - MPE-TO - PROMOTOR DE JUSTICA) Assinale a opco correta acerca das citagées e intimacées no processo penal. a) Quando no houver érgao de publicacdo dos atos judiciais no distrito da culpa, a intimagdo do MP e do defensor constituido sera pessoal. b) A omissdo, no mandado de citacdo, do teor da acusacdo constitui irregularidade a ser sanada na_ primeira oportunidade de comparecimento do réu ou seu advogado em juizo. c) Se 0 acusado estiver fora do terri do juizo processante, a citagao se dar por edital, com prazo de quinze dias. d) Se o acusado, citado por edital, nao comparecer em juizo nem constituir advogado, ficaréo suspensos 0 processo e o curso do prazo prescricional. e) O réu com menos de vinte e um anos e mais de dezoito anos de idade podera ser citado pessoalmente ou por meio do seu curador. COMENTARIOS: A) ERRADA: A intimacéio do MP é sempre pessoal, nos termos do art. 370, §4° do CPP. No caso de ndo haver érgéio de publicago na Comarca, a intimagaio do Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 46 7 es Aula 04 - Prof. R defensor constituido sera feita pelo escrivao, por mandado ou via postal, nos termos do art. 370, §2° do CPP; B) ERRADA: A entrega da contrafé é requisito da citagéo por mandado, nos termos do art. 357, I do CPP, e no caso de descumprimento deste requisito, havera nulidade, considerando-se nao realizada a citag&o, nos termos do art. 564, IV do CPP; C) ERRADA: Neste caso a citac&o seré feita por carta precatéria, nos termos do art. 353 do CPP; D) CORRETA: De fato, esta é a previsdo contida no art. 366 do CPP: Art. 366. Se 0 acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaréo suspensos 0 processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a producao antecipada das provas consideradas urgentes e, se for 0 caso, decretar prisdo preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redacao dada pela Lei n° 9.271, de 17.4,1996) E) ERRADA: O réu desta idade seré citado pessoalmente, pois ¢ absolutamente capaz, de acordo com a Lei Civil; Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA E A LETRA D. 16. (CESPE - 2010 - DPE/BA - DEFENSOR PUBLICO) Considerando 0 disposto no direito processual penal, julgue o item subsecutivo, Na atual sistematica processual penal, considera-se completa a formacao do processo quando realizada a citacao valida do acusado, que consiste em causa de interrupcao da prescrigao. COMENTARIOS: Muito embora a citac8o valida seja 0 momento que marca a perfectibilizagéo da relacdo processual, este fato nao consiste em causa de interrupg3o da prescrigéio, que ocorre, por exemplo, com o recebimento da dentincia, nos termos do art. 117, I do CP: Art. 117 - O curso da prescrigo interrompe-se: (Redago dada pela Lei n° 7.209, de 11.7,1984) 1 - pelo recebimento da dentincia ou da queixa; (Redacdo dada pela Lei n° 7.209, de 11.7.1984) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 17. (CESPE - 2002 - AGU - PROCURADOR FEDERAL) No item seguinte, é apresentada uma situagdo hipot uma assertiva a ser julgada. Ricardo foi denunciado por érgao do Ministério Publico pela pratica do crime de roubo simples. Apés o interrogatério, por nao ter o indiciado condigées de constituir advogado, os autos foram encaminhados a Defensoria Publica, que apresentou defesa prévia no triduo legal. Finda rugdo criminal e apresentadas as alegacées finais, a pretensao iva do Estado foi julgada procedente, tendo sido Ricardo Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 46 , seguida de condenado a pena privativa de liberdade de quatro anos de reclusdo ea Pagar multa. Nessa situacdo, a intimacgdo do defensor piblico devera ser feita pessoalmente, sendo que o prazo recursal sera computado em dobro. COMENTARIOS: A intimacao do defensor nomeado sempre sera pessoal, nos termos do art. 370, §4° do CPP. Nao obstante essa regra, a propria LC 80/94, Lei Organica Nacional da Defensoria Publica, estabelece em seu art. 128, I que é prerrogativa do Defensor Publico receber intimagiio pessoal, bem como a contagem em dobro de todos os prazos: Art. 128. Séo prerrogativas dos membros da Defensoria Publica do Estado, dentre outras que a lei local estabelecer: I~ receber, inclusive quando necessério, mediante entrega dos autos com vista, intimacdo pessoal em qualquer processo e grau de jurisdicéo ou insténcia administrativa, contando-se-Ihes em dobro todos os prazos; (Redacao dada pela Lei Complementar n° 132, de 2009). Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 18. (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Julgue o item que se segue, relacionado a citagdo, notificagao e intimagio no processo crimina imacao do Ministério Publico sera pessoal, em qualquer grau de jurisdigfo, e a do defensor nomeado serd realizada por correspondéncia. COMENTARIOS: Tanto a intimacdo do MP quanto a do defensor nomeado (aquele que é nomeado pelo Juiz para defender acusado que nao constituiu advogado) serdo realizadas pessoalmente, nos termos do art. 370, §4° do CPP: Art, 370 (...) § 40 A intimagaio do Min stério Publico e do defensor nomeado seré pessoal. (Incluido pela Lei n° 9.271 de 17.4.1996) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 19. (CESPE - 2003 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Julgue o item que se segue, relacionado a citagdo, notificagéo e intimacdo no processo criminal. A intimagio do advogado do querelante é feita por publicagao no érgao incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca. COMENTARIOS: 0 item esta correto, nos termos do art. 370, §1° do CPP: Art. 370. (...) § 10 A intimagio do defensor constituido, do advogado do querelante e do assistente far-se-& por publicagao no érgao incumbido da publicidade dos atos judicials da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, 0 nome do acusado. (Redacao dada pela Lei n° 9.271, de 17.4.1996) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 46 Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 20. (CESPE - 2009 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) Em relacao aos prazos no 4mbito do processo penal, julgue o item que se segue. No processo penal, contam-se os prazos da data da intimacao, e nao da juntada aos autos do mandado ou da carta precatéria ou de ordem. COMENTARIOS: 0 item esta CERTO. De fato, os prazos, no processo penal, so contados a partir da realizag’o da comunicacio (citacéo ou intimagao) e ndo da juntada do mandado aos autos, nos termos do art. 798, §5° do CPP. Vejamos: Art. 798. Todos os prazos correrdo em cartério e serao continuos e peremptérios, néo se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. (od § 50 Salvo os casos expressos, os prazos correrdo: a) da intimagao; b) da audiéncia ou sesséo em que for proferida a deciso, se a ela estiver presente a parte; ¢) do dia em que a parte manifestar nos autos ciéncia inequivoca da sentenca ou despacho. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 21. (CESPE - 2009 - DPE-AL - DEFENSOR PUBLICO) A respeito das nulidades e dos recursos em geral, julgue o item subsequente. Na hipétese de réu assistido pela DP, prolatada sentenca penal condenatéria, o sentenciado e seu defensor devem ser intimados, sendo certo que o prazo recursal tem inicio na data da intimacao do defensor (excluindo-se o dia do come¢o), ainda que o réu tenha sido intimado em momento posterior. COMENTARIOS: Embora, de fato, ambos devam ser intimados, 0 prazo comeca a correr da data da ultima intimagao, conforme entendimento do STJ: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. APELACAO. TEMPESTIVIDADE. NECESSARIA INTIMAGAO DO REU E DEFENSOR. FLUENCIA A PARTIR DO ULTIMO ATO. INICIO DO PRAZO RECURSAL. CONTAGEM A PARTIR DA INTIMACAO, E NAO DA JUNTADA DA CARTA PRECATORIA DEVIDAMENTE CUMPRIDA AOS AUTOS. ORDEM DENEGADA. 1. Devem ser intimados da sentenca condenatéria tanto 0 acusado quanto o seu defensor, nao importando, porém, a ordem dos referidos atos processuais, sendo certo que 0 prazo para a interposicao de recurso serd contado da data da ultima intimacao. (...)5. Ordem denegada. (HC 217.554/SC, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEXTA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 29/06/2012) Isso se dé em raz&o do fato de que, em havendo conflito entre réu e seu defensor, acerca do interesse em recorrer, prevalece o interesse daquele que Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 46 pretende recorrer, de forma que o prazo deve se iniciar a partir da ultima intimagdo. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 22, (CESPE - 2012 - TRE-RJ - ANALISTA JUDICIARIO) Em relacao as nulidades, aos recursos € 4 execucao penal, julgue o item subsecutivo. A intimacao pessoal do réu que estiver preso faz-se necessaria em relacdo as decisées que lhe forem desfavoraveis em primeiro e segundo grau de ju 40, mas nao em relacdo as das instancias superiores. COMENTARIOS: 0 item esté ERRADO. © CPP determina que o réu preso sera intimado pessoalmente. Vejamos 0 que diz 0 art. 392, I do CPP: Art, 392, A intimagao da sentenca sera feita: I~ ao réu, pessoalmente, se estiver preso; No entanto, o STF e o STJ entendem que essa exigéncia deve ser cumprida apenas na primeira insténcia, e no na segunda instancia e nas instancias superiores. Vejamos: HABEAS CORPUS. INTIMAGAO DO REU DA DECISAO CONDENATORIA EM SEGUNDA INSTANCIA. A INTIMAGAO PESSOAL A QUE SE REFERE O ART. 392, DO CODIGO DE PROCESSO PENAL, SO TEM APLICACAO QUANDO SE TRATA DE DECISAO FINAL DE PRIMEIRO GRAU. EM SEGUNDO GRAU E NAS INSTANCIAS SUPERIORES, A INTIMACAO FAZ-SE PELA PUBLICACAO DAS CONCLUSOES DO ACORDAO NA IMPRENSA OFICIAL. CODIGO DE PROCESSO PENAL, ART. 509, TRANSITO EM JULGADO DA DEC SAO. LEGALIDADE DA DOSAGEM DA PENA. HABEAS CORPUS INDEFERIDO. (HC 69717, Relator(a): Min. NERI DA SILVEIRA, Segunda Turma, julgado em 11/12/1992, DJ 07-05-1993 PP-08329 EMENT VOL-01702-03 PP-00458) Vejamos agora a seguinte deciséo do ST]: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSENCIA DE INTIMACAO DO REU DO ACORDAO CONDENATORIO. DESNECESSIDADE EM SEGUNDO GRAU. NAO- ESGOTAMENTO DA JURISDICAO, PELA NAO-INTERPOSICAO DOS RECURSOS EXTREMOS (ESPECIAL E EXTRAORDINARIO). RECURSOS VOLUNTARIOS. NAO- OBRIGATORIEDADE DE INTERPOSICAO PELO DEFENSOR. CERCEAMENTO DE DEFESA NAO CONFIGURADO. ORDEM DE HABEAS CORPUS DENEGADA. 1. A necessidade de intimacao pessoal do réu, a que se refere 0 artigo 392, do Cédigo de Processo Penal, s6 tem aplicabilidade nas decisées de primeiro grau, nao alcancando, pois, as intimagées em segundo grau e nas instancias superiores. Precedentes. -)(HC_168.038/RS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 19/06/2012, DJe 28/06/2012) Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 23. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 46 A citagédo do militar e do funcionario publico sera ef intermédio da chefia imediata do respectivo servico, requisi por oficio, em ambos os casos, a apresentagdo do réu, no dia e hora designados pelo juiz. COMENTARIOS: Em se tratando de acusado militar, sua citagéio sera realizada por intermédio de seu chefe de servico, nos termos do art. 358 do CPP. O Funcionario Publico, porém, é citado por meio de oficial de justica, mas o art. 359 do CPP exige a comunicacSo do chefe da repartico. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 24, (CESPE - 2013 - TJ-DF - TECNICO JUDICIARIO) O réu citado por edital é considerado foragido, impondo-se a decretagao de sua priséo preventiva. COMENTARIOS: 0 item esta errado. A citac&o por edital nao transforma o réu em foragido, pois ele tem a faculdade de néo comparecer ao processo. Caso seja citado por edital e n&o compareca nem constitua advogado, ficaréo suspensos o processo e 0 curso do prazo prescricional, nos termos do art. 366 do CPP. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 25. (CESPE - 2013 - TJ-DF - TECNICO JUDICIARIO) Em processo penal, se verificar que 0 réu se oculta para nao ser citado, © oficial de justica devera certificar a ocorréncia e proceder a citagao com hora certa. COMENTARIOS: 0 item esta correto, pois traz a exata previsdo contida no art. 362 do CPP: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para nao ser citado, o oficial de justica certificard a ocorréncia e procederd & citac&o com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cédigo de Proceso Civil. (Redaco dada pela Lei n? 11.719, de 2008). Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 26. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) Nos casos de citacéo ou intimacdo por carta precatéria ou de ordem, a contagem do prazo no processo penal inicia-se com a juntada do mandado, devidamente cumprido, aos autos. COMENTARIOS: No processo penal os prazos comesam a correr tendo como marco inicial a data da intimacao, e nao da juntada aos autos do mandado (como ‘ocorre no processo civil). Vejamos: Art. 798. Todos os prazos correrdo em cartério e serdo continuos e peremptérios, néo se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. Gea) § 50 Salvo os casos expressos, os prazos correro: Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 46 a) da intimagéo; O STF entende, ainda, que isso se aplica também quando se tratar de carta precatéria ou de ordem, nos termos do verbete n° 710 de sua stimula de jurisprudéncia: Sdmula 710 do STF ‘No proceso penal, contam-se os prazos da data da intimacao, e nao da juntada aos autos do mandado ou da carta precatéria ou de ordem. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 27. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) O fundamento legal para a citagdo por hora certa e por edital é a nao localizag3o do réu, ocorrendo a citacSo por hora certa quando o réu estiver em local certo, mas se ocultar para nao ser citado, e a citagao por edital quando o réu estiver fora do territério da jurisdicao do juiz processante. COMENTARIOS: 0 problema da questo é dizer “( .)e a citagdo por edital quando 0 réu estiver fora do territério da jurisdig&o do juiz processante.”, pois a citag&o por edital no ocorre nesta hipdtese (aqui seria citagdo por carta precatéria). A citagao por edital ocorreré quando o réu estiver em local incerto e nao sabido. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 28. (CESPE - 2013 - TJ-DF - OFICIAL DE JUSTICA) Conforme disposicao do Cédigo de Processo Penal, admitem-se, para as intimagées processuais, no que thes for aplicdvel, os mesmos procedimentos empregados na citacdo. COMENTARIOS: 0 item estd correto, pois faz referéncia ao permissivo contido no art. 370 do CPP: Art. 370. Nas intimacées dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, serd observado, no que for aplicavel, o disposto no Capitulo anterior. O “capitulo anterior” citado é o referente as citag6es. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA CORRETA. 29. (CESPE - 2013 - CNJ - ANALISTA JUDICIARIO) Em regra a citagdo do réu é pessoal, sendo que, na hipétese de ele nao comparecer, ainda que regularmente citado, sera decretada sua revelia, confissao ficta e nomeacéo de defensor dativo, caso néo haja advogado constituido. COMENTARIOS: 0 item esta errado. A citago do réu, de fato, é feita pessoalmente, em regra. Contudo, caso naéo compareca nem constitua advogado, n&o ha que se falar em revelia ou confiss&o ficta (no processo penal Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 46 no existe confissdo ficta!), de forma que o Juiz deveré nomear defensor para apresentar sua defesa, na forma do art. 396-A, §2° do CPP: Art, 396-A (...) § 20 Nao apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, nao constituir defensor, 0 juiz nomearé defensor para oferecé-la, concedendo-Ihe vista dos autos por 10 (dez) dias. Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 30. (CESPE - 2014 - TJ/SE - TECNICO) Julgue os itens subsequentes, a luz do disposto no Cédigo de Processo Penal (CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores acerca da ac&o penal, do processo comum, do Ministério PUblico, das citagées e das intimacées. Considere que um ofi de justica tenha certificado nos autos a realizagéo de diligéncias necessarias a localizagdo do acusado no endereco informado pelo advogado constituido no processo. Considere, ainda, que tenha havido indicios da ocultagéo do réu para impedir a realizacao do ato de citacdo. Nesse caso, o oficial de justica néo poderé efetuar a citagdo por hora certa, sob pena de nulidade, pois, no processo penal, o acusado tem direito a citacao pessoal. COMENTARIOS: 0 acusado, de fato, tem di eito a citagdo pessoal. Contudo, quando houve fortes indicios de que 0 acusado se oculta para nao ser citado, poderd ser realizada a citacdo pora hora certa. Vejamos: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para ndo ser citado, o oficial de justica certificard a ocorréncia e procederd a citac3o com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 2 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cédigo de Proceso Civil. (Redaco dada pela ei n® 11.719, de 2008), Portanto, a AFIRMATIVA ESTA ERRADA. 8 GABARI FP Peabarito 1. CORRETA 2. ERRADA 3. CORRETA 4. ERRADA 5. CORRETA 6. CORRETA 7. CORRETA 8. ERRADA Prof. Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 46 9. 10. ai. 12. a3, 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 22. 30. CORRETA ALTERNATIVA B ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA ALTERNATIVA D ERRADA CORRETA ERRADA CORRETA CORRETA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA CORRETA ERRADA ERRADA Prof, Renan Araujo www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 46

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