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EM FOCO SOLO GRAMPEADO © Solo Grampeado é uma técnica de artimo resultante da melhoria do solo dda porcéo artimada, por meio de exe- cugao de chumbadores, concreto pro- Jetado e drenagem. Os chumbadores romovem a estabilizac3o geral do ‘macigo, 0 concreto projetado dé es- tabilidade local junto ao paramento € {a drenagem age em ambos os casos. Aplica-se a taludes em corte, ou jé cor- tados a reforgar. A sequéncia executiva bbasica 6: escavacio do terreno, execu- ‘géo do chumbador e execuso do con- creto projetado. Esta_melhoria compreende a exe- cugéo do chumbador e do concreto projetado. © chumbador estabiliza 0 ‘macigo e 0 concreto projetado com- bate a instabilidade local da face. Po- de-se ilustrar este conceito com a foto 3 onde os chumbadores poderiam ter qualquer direcao. HISTORICO 0 Solo Grampeado teve seu desenvok- vimento entre a década de 1970 1980 na Europa e nos Estados Unidos. No Brasil niciou na década de 1990, tendo grande impulso na década passada. Em fevereiro de 1992, o engenheiro francés Frangois Schlosser declarou durante a conferéncia da ASCE (Ame- rican Society of Civil Engineers) sobre "Grouting, Soil improvement’, em New Orleans. Louisiana, que a avacucso da primeira obra em Solo Grampeado fol feita na Franga em 1972. As empresas Bouygues e Soletanche a executaram vvisando estabilizar um talude ferrovis- rio, em Versailles, Franca. ‘A Franca entao fol o primeira pais a in vestir no Solo Grampeado em carater nacional. Criou em 1987 0 "Projet Na- tional Clouterre’, cujo objetivo era es- tudar todos os detalhes do Solo Gram- peado, abrangendo todos os possiveis, interessados da sociedade. Uniram-se as empresas de construcao, os 6rgaos St NONE HOMASCETEONES do governo, os aboratérios, as univer- sidades e os executores, No final de 1991, a equipe editou seu manual, que fol atualizado em 2002, ALEMANHA (1975 - 1981) Em 1975, conduzido por Stocker M, Gu- dehus G. e Gassler G, fol realizado um programa de quatro anos para estudar ‘oito modelos em escala real de Solo Grampeado. Em 1981, foram publica- das anslses de desempenho de talude ‘em Solo Grampeado artificialmente le- vvado a ruptura. Os valores de deforma- ‘¢80 obtidos foram da ordem de 18mm, ‘u seja, cerca de 0.30% da altura de 6,0 m.Em 1986, a empreitelra Bauer divul- {g0u 0 Solo Grampeado em seu catalo- ode servicos. ESTADOS UNIDOS (1981) Em 1976 foi realizada a contencio das paredes do subsolo do "Good Sama- ritan Hospita", em Portland, Oregon, pela empresa Kulchin e Consorclados, Era um talude em solo sedimentar com alturas entre 10,7 e 13,7 metros, a pru- mo, Conteve uma érea de 2.140 m*. As deformacées da crista foram da ordem de 33 mm, ou sela, cerca de 0,30% da altura, No campus de Davis na Univers- dade da Califommia em 1979, Shen C.K.et at, realizaram estudos em protétipo de ‘campo comaltura de 9,13 m, Foram ob- tidas doformagSet da crista da ordem de 15 mm, entre 0,14 € 0,17% da altura, Estes dados foram publicados em 1981 nna ASCE. BRASIL Em 1972 na Rodovia dos Imigrantes, reticulados de chumbadores também cchamados de “Pali Radice, foram exe- cutados polas empresas Rodio, Bras- fond e Soletanche nos emboques desemboques de seus tunes, Para a implantacao de varios edificios defronte 20 nivel do mar, na Prala de Foto002-Verieacso de Estabilidad Icaral, em Niteréi (Rl) fol realizado um corte em talude com 35,0 m de altura, ‘A parte superior de 17,1 m fol estabil- zada com Solo Grampeado e a inferior com 17,9 m em cortina atirantada. O projeto foi realizado e executado pela ‘empresa Este Engenharia pare e3 em presas Soter, Soumayer, Placon Ta- ‘maoio, em 1984, Em 1998 fol publicado 0 livro “Funda- (Ges Teoria e Prética” da Editora Pini. Neste livro, a empresa Solotrat escre- ‘veU 0 Capitulo 18 Reforco doTerreno, sobre Solo Grampeado, p.641. A ABEF (ssociagao Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundacdes © Geotec- nia) editou também em 1998 0 seu “Manual de Especificagées de Produ= tos e Procedimentos’, onde apresenta ‘05 componentes do Solo Grampeada: Foto 03—Tratamento do solo qu or arrimado q SOL NAILING Foto 04 Primera obra de Sole Grampeado CChumbador e Concreto Projetado. Houve grande impuiso do Solo Gram- peado a partir do final da década de 1990. Coincidentemente apés pri- meiro COBRAC (Conferéncia Brasileira cde Encostas} em 1992, onde fot publ cado 0 artigo “Soll Nailing ~ Chumba- mento de Solos: Experiéncia de uma equipe na aplicagao do metodo’. A partir da disseminagso da técnica, 2 Solotrat tem registrado 585 obras exe- utadas, compreendendo um total de 365.218 mi, Considerando a partir de 2001 somariam 303.627 m, com mé- dia 1.900 m? por més. ‘Atualmente, a Solotrat possul diversos canteiros de obras com contengées fem Solo Grempeado, abrangendo todo tipo de mercado, Dentre muitos exemplos estéo: + Mercado Piblico: Estédio do Costeldo em Fortleza; + Mercado Concessoes de Rodo- vias: CCR (Companhia de Concessbes Rodovirias) Trdngulo de So, Auto Pis- ta Ferao Dias e Auto Pista itoral Sut + Mercado Industria VALE, Toyota, Votorantim, Kimberly, Petro- bras Multiplan; + Mercado Ferrovisrio: MRS, ALL, Ferrovia Norte ~ Sul, Metré SP etc. + "Mercado Imobiliaro: Even, JHS, MBiguccl, Andrade Mendonca, ‘Método, Racional etc. Foto 06 - Experiéncla alemd. Modelos em ‘scalar Considerando 0 mercado todo, a Solo- trat pode ter mals de 1.000.000 m? de obras executadas nos ditimos 12 anos. METODO CONSTRUTIVO 0 solo grampeado tem inicio com a execugéo de chumbadores verticais, ‘como medida de melhoria de solo, € 0 corte descendente do solo na geome- tria do projeto, excetuando-se em ca- 505 de taludes preexistentes, Seque-se ‘com a execucéo da primeira linha de nonce owns ctoEOHCNs 55 Foto 07 -Catélogo da Baver-Sole Grampeado ‘chumbadores e a aplicacio do revesti- mento de concreto projetado. Gas0 0 talude jé esteja cortado, pode- se trabalhar de forma descendente ou ‘ascendente, conforme seja convenien- te, Simultaneamente ao avango dos trabalhos s30 executados os drenos profundos e 03 de paremento, assim como canaletas ou descidas d'égua conforme especificado em projeto. CHUMBADORES O chumbador é 0 elemento que trata o solo, Sdo pegas moldadas no local por meio de operacées de perfuracdo feitas ‘com os equipamentos sobre carreta ou deporte manual, nstalacéo.efixacao de ~armago metilica, com injecdo de calda de cimento sob presséo, O chumbador constituido geralmente por uma barra ‘metdlica, centralizadores e manguelras de injegao. Tem sua execucdo dividida ‘em duas etapas: em bancada e no solo, MONTAGEM EM BANCADA Nesta etapa, as barras de ago sf0.corta- das e preparadas, conforme proposto no desenho do projeto. E aplicada a protecio anticorrasiva, caso seja ne- ‘cesséria, Obrigatoriamente s80 insta- lados os centralizadores e as manguet- ras de injecdo. As mangueiras devem Aividir 0s trechos de injecéo conforme especificado em projeto. Sendo estiver definido sugere-sea aplicago em pelo ‘menos tréstrechos, S6.rinmicos uous ccotouess Foto08-Rodovie dos migrants (SP) MONTAGEM NO SOLO Para.a montagem no Solo so realiza- das as operagbes de perfuracéo, inje- ‘ho da bainha,introdugso no furo da Parte montada em bancada ea execu- 20 das injeybes setorizadas. EXECUGAO DA PERFURACAO Conforme a profundidade e o dia- metro do furo, ¢ a érea de trabalho, pode-se optar por perfuratrizes tipo sonda, crawiair, wagon drill ou até mesmo manuais. Quando a condi Gao de trabalho permite alta produ- tividade, sao utilizadas carretas per- furatrizes sobre esteiras. A escolha do tipo de perfuragio deve ser feita de modo que a cavidade perfurada permaneca estével até a conclusi da injegdo A perfuraggo compreende 2 escava- fo do solo de forma estavel, para q Seja possvelintroduzira barra de «realizar injeglo. As perfuragbes executadas por equipamentos de cil manuselo, pesando entre 25 € ig, instalaveis sobre qualquer tal Como fluido de perfuregéo e imp do futo pode ser utilizada agua, ar lama. Se a opdo for por trados, € necessério 0 uso de fluidos. Us mente é adotado o sistema de k ‘gem com gua injetada pela haste perfuragéo, que é dotada de elem cortante na sua extremidade, do tricone com videa e diametro 3. Foto 10-Durante o projeto e execucio PRIMEIRA INJECAO ‘Abainha abrange preencher o furo de baaixo para cima com a calda de cimen- toaté que sala na boce. Usualmente © trago € composto da relacio égua-ck mento valendo 0,5 e 0,7 em peso. De~ ve-se circular a calda até que retorne fem sua cor original, sem contaminaco pelo solo e introduzit em seguida a Darra com os tubus Ue injeye Fases da injegao Seguem as acbes bisicasutiizadas no proceso da injector + Entre6¢24 horas apés otérmi- no dabainha inicia-se asfasesde inlecdo; + Adota-se 0 traco da calda gua-cimento entre 0,5 € 0,7 em peso; + Prepara-se um volume de cal- da equivalente entre 1 a 2 sacos, ou seja, entre 40 € 100 litros em mistura~ dor de alta turbuléncia, maior ou igual 21.750 RPM (Rotacdo por Minuto} + Iniciase a injegBo na regio do setor mais inferior, primelra fase, omsiderando como expectativa de consumo 0 valor prtico entre 5 e 15 itros por metro linear de churnbador, + Mede-se a pressio necessaria para injecéo daquele volume. Mesmo no sendo na mesma regido convém ‘guardarentre 4eBhoras para realizar a segunda fase; + Observa-se que as pressbes poderso ser muito babas ou até nur las. Neste caso poderdo ser necessérias mais fases de injerdo, portanto uma trove montagem do chumbador deve- (MRA + ser preparada na bancada. E ainda, (0 volumes de injecdo acima citados poderdo ser ajustados & condigéo es- ppectfica do solo; = Repete-se 0 passo anterior para a segunda, tercelra,¢ tantas fases ‘quanto previstas no projeto; + Executor e projetista analisam 10s dados e definem a continuidade ou ajuste deste procedimento. Detahe do acabamento junto a extra rmidade superior do chumbador: Conforme © conceito de melhoria de solo, carga junto. cabeca do chumba- dor é nula ou muito pequena. A suges tho é dobrar 0 aco até onde for possi vel, e embutlo no conereto projetado. Uma placa com porca ou ligagso com varios pedacos de barra de aco so al- ‘temativas comuns. € usual a criacao de ‘uma“misula invertida’ por meio de uma cescavagio manual simples. CONCRETO PROJETADO Eo material que reveste 0 paramento do talude. O Concreto Projetado ¢ a rmistura de cimento, areia, pedtrisco, gua e aditivos, conduzidas por ar comprimido desde 0 equipamento de projecio até o local de aplicasao, através de mangote. Na extremidade do mangote ha um bico de projecdo, onde é acrescentada agua. Esta mis tura € langada pelo ar comprimido, a grande velocidade, na superficie que sera moldada. Ainda podem ser act clonados ao trago microssilica, bras (u outros componentes. Existem duas maneiras de se produzir Foto 12 Produtos ¢Procedimentos ABEF ‘9 concreto projetado: por via seca e pr via imida. A diferenca basica esté no preparo e condugSo dos compo- rnentes do concreto: + Via seca: preparo a seco. A ad ‘qdode dgua feta junto ao bico de proje- (40 alguns instantes antes da aplicagko; = Via Gmida: preparado com ‘gua e assim conduzido até o local da aplicagio. ‘Ambas as vias utlizam tragos e equipa- mentos com caracteristicas especiais. O concreto usual para solo grampeado 6 0 de via seca. O concreto seco deve preferencialmente ser prepafado no ‘anteiro de obras, pois sempre havers cconcreto & disposicao, na quantidade e nna hora em que for necessario. TIPO DE CONCRETO (0 “eonereto por via seca’ é 0 resultado da aplicagdo da mistura do cimento © agregadas secos até o ponto de aplica- ‘s80, onde a agua é adicionada. Cimento, areia, pedrisco e aditivos s30 misturados fem betoneira, Esta mistura € colocada rna bomba de projecéo, com os aditves. ‘A massa é entio conduzida por ar com- primido em mangote até o local de apli- ‘aco. Na extremidade do mangote ha Ades Boas EONENOAS57 aan eA AeMLIDA =) Foto 15-Fases de execsode chumbador em solo ‘58 -nnoncceseomasceorincas um bico de projecio, onde é acresces da Sgua. Esta misturaé lancada pelo comprimido,com grande energia, na: perfiiea ser mokiada, Ainda podem: adicionados ao trago microssicae fi depolitieno ou metalcas. Normal te, a resistencia soliitada nos proje

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